Sem entrar nas nuances do comportamento do eleitorado paulista, fica difícil entender porque, de alguma forma, seria um risco o PT bancar a candidatura do professor Fernando Haddad em São Paulo. Já antecipo que nenhum argumento, por mais convicente que seja, levaria o morubixaba Lula desistir de tal candidatura, pela qual ele vem brigando desde o início.
No que concerne ao seu projeto nacional, possivelmente o mais prudente seria apoiar a candidatura do ex-governador Márcio França, escalando o seu vice, Geraldo Alckmin, do mesmo partido, a jogar toda a carga na conquista do eleitorado mais conservador, com o qual ele possui um trânsito bastante considerável. França criaria um escudo capaz de se proteger contra os petardos antipetistas que serão atirados pelos adversários, capaz de sensibilizar o eleitorado, tradiconalmente, marcado por uma certa reticência ao PT. E olha que, pelo que sabe dos bastidores da campanha bolsonarista no plano nacional, o arsenal é grande.
São Paulo é o maior colégio eleitoral do país e um candidato que não estiver bem ali pode ter complicações no plano nacional. O histórico de eleições do PT naquela praça sempre foi marcado por muitas dificuldades, como a eleição da prefeita da capital, Luiza Erundina, por exemplo, que deu, incluive bons estudos acadêmicos, como o do professor Cláudio Gonçalves Couto, hoje na FGV. Haddad começa bem, liderando, com folga relativa, as últimas pesquisas de intenção de voto.
Para alguns observadores, no entanto, essa bola pode murchar na medida em que a campanha avance. O PT nunca teve vida fácil naquele ninho tracional dos tucanos. Veja-se, por exemplo, a incrível guinada de Rodrigo Garcia nesta última pesquisa do Datafolha. Ele pulou de 6% para 13% das intenções de voto, empatando com o candidato bolsonarista, Tarcísio de Freitas.
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