pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: O frisson diplomático entre Brasil e Venezuela.
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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Editorial: O frisson diplomático entre Brasil e Venezuela.



O presidente Lula já carrega um fardo bastante pesado, junto a setores da oposição, em razão dessa aproximação com o Governo da Venezuela. Mais recentemente, passou a se indispor com o próprio Nicolás Maduro, depois de declarações sobre as eleições naquele país. O que está ocorrendo na Venezuela, de fato, é algo para ser duramente criticado e repelido, pois fere de morte o respeito à democracia e suas instituições. Ao ameaçar com um banho de sangue caso venha a perder as eleições, o presidente Nicolás Maduro deu uma demonstração de que só acatará o resultado das urnas se ele for o vencedor. 

Como presidente do país, ele jogou na lata de lixo a incerteza inerente ao processo democrático. Neste jogo, parafraseando o cientista politico polonês Adam Przeworski, quem não ama a incerteza não é um democrata. O chá de camomila aqui é o de menos. O presidente foi mais além ao levantar suspeição sobre o processo eleitoral no Brasil, algo inadmissível, alegando, sem conhecimento de causa, que as nossas eleições não são auditáveis. Vamos ser sinceros por aqui. Maduro passou a ser uma péssima companhia para o presidente Lula. Lula já se perdeu na defesa do processo democrático naquele país, tendo que pedir desculpas posteriores à candidata da oposição.  Assim como se perde agora, ao criticar as declarações de Maduro, mesmo num contexto de posicionamento correto.  

Até recentemente, o presidente da Argentina, Javier Milei, cometeu alguns deslizes verbais contra o presidente Lula. Na realidade, diplomaticamente, usamos o termo "deslizes", mas, na realidade, poderíamos traduzi-los como ofensas. Estranhamento, Lula amorteceu a pelota e tirou de letras, como se diz no jargão esportivo. Milei até veio ao país para participar de um encontro da direita em Santa Catarina. Pelo andar da carruagem das relações diplomáticas, sugere-se que o incidente com Maduro possa assumir outras proporções. O resumo da ópera é que Maduro é uma daquelas amizades que devem ser evitadas. 

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