Crédito da Foto: Giba Bergamin, O Globo. |
Em meio às agressões e destemperos de alguns dos concorrentes à Prefeitura de São Paulo, o debate de ontem, organizado e transmitido pela Rede Bandeirantes de Televisão trouxe à luz o grau da degradação que ocorre com a região conhecida como Cracolândia, em São Paulo. Zona cinzenta ou de exclusão, que abriga moradores de rua e consumidores de drogas, ali predomina o tráfico, consumo de entorpecentes e a prática de prostituição. Na realidade, isso é só a ponta do iceberg, conforme informamos pela manhã. A região se transformou numa verdadeira indústria de vendas de objetos e celulares roubados, extorsão de comerciantes, hotéis de fachada, tudo isso, segundo suspeita-se, com a participação criminosa de agentes públicos que integram grupos de milicianos.
Até recentemente, a banda sadia da polícia, juntamente com o Ministério Público, empreenderam uma operação para desmontar essa engenharia criminosa, inclusive com indiciamento desses agentes públicos. Um quadro deveras preocupante, se vierem a se confirmar como procedentes as eventuais irregularidades apontadas por alguns dos candidatos em relação à administração pública municipal, onde há licitações com indícios de compadrio. Os bons exemplos na gestão dos negócios públicos, caso tais denúncias sejam confirmadas, não estão sendo observados.
Preocupa imensamente como o crime organizado está penetrando na estrutura de gerenciamento dos negócios de Estado. Como é possível que CNPJ de pessoas oriundas dessas grandes organizações consigam participar de licitações públicas, vencê-las e operá-las sem quaisquer constrangimento? Fatos dessa natureza estão ocorrendo em todo o país. Na Paraíba existe uma denúncia de alguém que ligou de uma unidade prisional para uma secretária de saúde municipal exigindo algumas benesses em troca de uma ordem para que os agentes de saúde pudessem entrar numa dessas zonas de exclusão já controladas pelo crime organizado. Como o poder público poderia fazer esse tipo de negociações? Pode isso, Arnaldo?
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