Recentemente, Lula se reuniu com alguns caciques petistas da província,
em São Paulo. Estavam lá para ouvi-lo Humberto Costa, João Paulo e
Pedro Eugênio. Dos três, Humberto Costa, de longe, é o que tem maior
influência sobre o pernambucano. É o companheiro do tempo das vavas
magras, da Brasília amarela que servia para os deslocamentos de Lula pelo
interior do Estado. Isso quando funcionava. Lula nunca teve grandes
afinidades com João Paulo. Pedro Eugênio é um quadro com perfil mais
técnico, egresso da academia, e só mais recentemente passou a integrar
as fileiras do partido. A determinação do morubixaba é que a tropa seja
reunida e pintada para a guerra que deverá ser travada com o governador
pernambucano. Os cargos devem ser entregues tanto no Governo do Estado
quanto na Prefeitura do Recife. Dividido, bastante fragilizado, sem
quadros com a capilaridade política necessária a uma disputa
majoritária, o PT deve mesmo compor uma aliança, possivelmente com o
senador Armando Monteiro(PTB), que deverá correr em faixa própria.
Diferentemente do que ocorreu com o PT, que foi virando suco ao longo da
convivência com Eduardo Campos, espertamente, Armando, apesar do apoio
irrestrito aos projetos do Estado, nunca se encantou totalmente por
aqueles olhos verdes, cobrindo a retaguarda, trabalhando incansavelmente
para firmar suas bases no interior do Estado. Já aparece em primeiro
lugar nas pesquisas e passou a despontar como uma das possibilidades que
pode contar com o apoio do Planalto para a disputa na província.
Armando sempre manteve um bom trânsito com o PT.
Campos e Marina lançam campanha “com quem será?”
10 de outubro de 2013 | 17:18
Em quase 40 anos acompanhando a cena política brasileira, confesso aos amigos que nunca vi nada tão deprimente quanto o comportamento da dupla Eduardo Campos e Marina Silva.
A entrevista “coletiva” (literalmente) concedida pelos dois hoje, em São Paulo – onde o Governador tucano Geraldo Alckmin os recebeu de gravata “marineira” verde – é uma peça que qualquer imprensa séria se encarregaria de chamar pelo nome: ridículo.
Os dois anunciaram (?) que não sabem se serão um com outra, outra com um ou um ou outra com outro alguém os candidatos à Presidência.
Isso, os novos gênios da política descobriram, seria cometer “os mesmos erros das práticas políticas” que a dupla condena.
Ou seja, pedir votos ao eleitor dizendo para quem são estes votos agora é uma “prática política” condenável, antiga.
Dizem que pedirão votos para um programa.
Qual programa?
Ah, eles decidiram hoje que , no dia 29, vão promover um encontro “para estabelecer diretrizes para o programa da candidatura da chapa em 2014″. Diretrizes, vejam bem…
Quer dizer, temos uma candidatura sem candidato e sem programa, visto que ainda vão, daqui a 19 dias, sentar para definir as “diretrizes” para fazê-lo.
Portanto, caro leitor e cara leitora, você não vai saber até lá se querem seu voto para privatizar ou reforçar o Estado, ou se é para manter o Mais Médicos ou não, se vamos fortalecer a Petrobras para explorar o pré-sal ou se vamos deixar lá nas profundezas esse líquido nojento, viscoso e poluidor, se o Brasil vai caminhar para trás ou para frente, para a direita ou para a esquerda.
E só em meados de 2014 se será Eduardo ou Marina o fiador deste programa que não se sabe qual é.
A única coisa sincera na entrevista foi a declaração de Marina, citada na CBN, de que o encontro entre ambos se deu porque ela tinha uma funda (atiradeira) para derrubar um gigante e Campos tinha cinco pedras na mão para jogar contra ele. Juntos, portanto, são mais fortes para destruí-lo.
Destruí-lo para construir o que? Depois se vê, não é importante.
Porque, para ambos, o poder é apenas uma ambição pessoal, para qual se alimentaram por anos no situacionismo, antes de partirem, famintos, para esse “ninguém é de ninguém, desde que tudo seja nosso”.
Mas a elite brasileira, e seu porta-voz, a mídia, não se importa com isso, porque o Governo não lhes é importante, como é importante ao povo.
O único problema que os move, nas eleições, é que não se venha mais com essa história de colocar gente no Governo que se preocupe mais com o Brasil do que com as pompas e poderes minúsculos que lhes concedem, escravos do “mercado” e do sistema, que absolvem e aplaudem o seu vazio.
O que é ôco, em política, não se engane, está cheio de conservadorismo, que muda apenas para que não lhe reconheçam e o derrotem.
Por: Fernando Brito, no site Tijolaço