pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Viomundo: Professores de PE rebatem entrevista de Campos: "Maquiagem"


publicado em 16 de outubro de 2013 às 14:00


NO DIA DOS PROFESSORES RECEBEMOS O CINISMO DO GOVERNADOR COMO HOMENAGEM
sugerido pelo Ítalo Agra, no Facebook
Em algumas situações, calar é um atentado à história, essa é uma delas. Os professores de Pernambuco vêm sendo pisoteados por um governo autoritário e avesso às demandas históricas da qualificação da escola pública e valorização dos trabalhadores da educação.
Ao final do segundo mandato, o governador (e presidenciável) Eduardo Campos, vem a público, em renomado meio de comunicação TENTAR reescrever a história do seu governo em relação à educação pública e aos trabalhadores da educação.
Portanto, nós do Movimento Professor de Pernambuco e da Alternativa SINTEPE assumimos o dever de nos contrapor a cada ponto da entrevista do governador, apresentando uma série de elementos que atestam o quanto o discurso se afasta da materialidade dos fatos.
ÉPOCA – O senhor falou em educação. Pernambuco criou um sistema que paga bônus a professores que cumprem metas. No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes enfrenta uma greve, entre outras coisas, porque quer implantar algo parecido. Na Presidência, o senhor faria um programa de meritocracia semelhante?
Campos – “Não é só colocar remuneração variável. É preciso haver valorização do professor, com plano de cargos, carreiras e vencimentos. Que diferencie quem faz especialização, que prestigie quem faz mestrado e doutorado”
O nosso PCC (plano de cargos e carreiras) foi achatado para cumprir a lei do piso com um malabarismo contábil.
Conforme o PCC, nossa graduação vale apenas R$ 78,39, a especialização R$ 213,98, mestrado R$ 260,40, e doutorado R$ 318,07 a mais no Piso Nacional dos Professores. Qual o prestígio?
Isso sem falar na absurda dificuldade que passamos até que o afastamento venha ser liberado e, pior ainda, para prorrogar o prazo.
Além disso, foi baixado um decreto por vossa senhoria, que não reconhece o período de elaboração da dissertação como passivo de afastamento integral. O que é um absurdo, e um desestímulo a todo servidor que se “atrever” a ingressar na pós-graduação.
Dessa forma, ninguém na rede estadual se sente motivado a cursar mestrado ou doutorado, pretendendo ficar na rede, pelo contrário; os que fazem ficam até pagar o tempo que ficam devendo e saem assim que podem.
Ao contrário do que ocorre em municípios como Ipojuca, na região metropolitana do Recife, que paga muito mais aos professores e dispõe de estímulos para que os que têm mais qualificação acadêmica não saiam da educação básica.
Campos – “que possa abrir a possibilidade de o professor fazer reciclagem e capacitação continuada”.
Primeiramente, é bom ressaltar que gente não se recicla. O que deveríamos ter era um suporte pedagógico estruturado nas escolas e gerências.
Pelo contrário, faltam educadores de apoio na maioria das escolas, e as formações, quando acontecem, raramente dialogam com a necessidade real das escolas e focam geralmente na produção de resultados.
Defendemos que os resultados não representam necessariamente a qualidade da escola, e sim apenas um indicador da mesma. E que os resultados devem ser a decorrência do funcionamento do currículo e do processo de ensino-aprendizagem, e não da conversão do currículo à lógica dos cursinhos e simulados.
Isso para nós significa burlar o processo, é uma fraude velada, revestida de verniz pedagógico.
Campos – “Não posso substituir salário pela remuneração variável. Seria uma agressão ao bom senso e ao professorado. É preciso haver salário e carreira para que o professor possa crescer. E ele tem de ter o bônus”.
Em termos de agressão ao bom senso e a categoria o Exmo. é um perito, mas poderia ser menos incoerente com os fatos e assumir a sua verdadeira posição nessa resposta.
Segundo o Prof. Luiz Carlos Freitas, a remuneração variável é um experimento social, pois não há larga comprovação empírica da sua eficiência na educação.
A escola não é uma linha de produção, não podemos responder diretamente pelo resultado do aluno, pois há diversos fatores que interferem no resultado, sobretudo as condições socioeconômicas dos alunos, o nível de interesse e mesmo a estrutura que está disponível na escola.
Essa política provocou o apostilamento do currículo e a corrupção dos processos avaliativos nos lugares onde foi implementada, especialmente nos Estados Unidos, como atestou Diane Ravitch.
Além disso, Pernambuco paga um dos piores salários do Brasil, e a nossa carreira foi pilhada e carcomida pela sua Gestão.
Compreendemos o bônus como uma chantagem para a “fabricação” de resultados, isso não é valorização da categoria.
Tanto que as avaliações demonstram o fracasso retumbante dessa política, mesmo no ensino médio, incluindo as tão divulgadas escolas de referência.
O Sr. Governador tem que lembrar que sua função não é a de criar ilhas de excelência, sua obrigação é qualificar a educação para todos, e contar com a avaliação da rede como um todo.
As escalas de proficiência demonstram o fracasso da política gerencialista associada à desvalorização da categoria e na supressão de direitos.
É por isso que a sua propaganda tem se concentrado em “perfumarias” como a distribuição de tablets, o envio de alunos para intercâmbio no exterior; inclusive o próprio portal do SAEPE [Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco] não está disponibilizando todas as escalas de proficiência de 2012. Por acaso o governo só publica os dados quando são vantajosos aos seus propósitos?
ÉPOCA – O professor ganha mal no Brasil?
Campos – Ganha mal. Acumulou-se a gestão malfeita no passado, e muitos lugares ficaram condenados a remunerar mal.
Não há uma fatalidade, nem uma lei da natureza. A má remuneração, que é só um elemento da esfacelada carreira docente, é uma CONSTRUÇÃO POLÍTICA, e como tal pode ser desfeita, assim como é tão natural que os políticos, aumentem os seus próprios salários ou o de sua categoria de origem para ter benefício próprio.
Como foi aumentado o seu próprio salário, no mesmo período em que achatou o nosso PCC.
Campos — Se houver diálogo com os professores, e se houver disposição, construiremos uma travessia de resgate de autoestima, fundamental para o resultado no aprendizado.
Diálogo com os professores? Quando foi isso?
Em Pernambuco os professores só são chamados para legitimar o que está feito e sair na foto para a propaganda.
Não tem como haver diálogo com quem alardeia a riqueza auferida pelo crescimento do Estado e ao mesmo tempo se nega a discutir qualquer mísera melhoria para a categoria.
Se o Sr. fosse generoso com os trabalhadores da educação como foi com a licitação dos tablets, os professores de Pernambuco teriam pouco a reclamar.
Campos – “Se o professorado ficar deprimido, não haverá resultado.”
O que deprime o professor é a falta de dignidade dos agentes públicos, que além de não valorizarem os profissionais da educação ainda se mobilizam para derrubar ou sabotar as leis que apresentam melhorias, como foi e está sendo com a lei do piso e o novo PNE.
O que deprime os professores é falta de sensibilidade e o extremo rigor do Sr. Governador em ignorar solenemente a categoria, concedendo uma entrevista para o país inteiro falando de um PCC que foi pilhado por sua gestão, de um diálogo que o senhor nunca teve, ou de um repeito que nunca nos foi facultado.
Toda sua política é baseada na produção de indicadores, via pressão, fiscalização, perseguição e supressão de direitos.
Aqui vale o adestramento, bônus para quem atingir a meta (não importa como) e a represália e o escárnio público para quem não atingiu (não importa por que).
Somos tratados como os cachorros de Pavlov, pois você não trata “gente como gente”, e sim como instrumentos adestráveis para produção de capital eleitoral, ou seja, indicadores favoráveis à sua “tara presidencial”.
Muitos colegas tem motivo para ficarem deprimidos diante da sanha absurda de fechar escolas e jogar sua responsabilidade com o ensino fundamental para os municípios, mediante um acordo de compadres com os prefeitos de municípios que, na grande maioria, tem como fonte maior de receitas o FPM [Fundo de Participação dos Municípios].
E pior, sem provar à sociedade que  essa responsabilidade assumida pelos municípios irá comprometer a Lei de Responsabilidade Fiscal, ou que trará benefícios à educação.
Onde está sua visão de longo prazo? Onde está o gestor moderno? O novo na política? Não seria a municipalização uma estratégia para fabricar estatísticas positivas para exibir no pleito de 2014?
Por exemplo, que Pernambuco tem tantos por cento de alunos matriculados no ensino integral e semi-integral?
De fato, é bem mais fácil jogar alunos para o município do que criar realmente boas escolas e produzir esses indicadores.
Ou seja, vemos uma absurda vontade de fabricar um pioneirismo que não passa da repetição das formas mercadológicas já aplicadas em Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, mas com um verniz socialista (e bota verniz nisso)
E já que o Sr. falou em depressão, o que não faltam são colegas doentes pela pressão e a desvalorização com que são tratados. Atitude que agora também parte dos alunos, em casos de violência verbal e física que são cada vez mais recorrentes.
Além disso, quem estiver depressivo ou com qualquer outra doença está difícil para se tratar devido à precariedade do SASSEPE  [Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco], e que está para piorar já que o Sr. “benfeitor” da educação, acha pouco que 70% dos custos do plano são assumidos pelos servidores públicos.
E além do governo não cumprir bem o seu papel, vem com uma proposta absurda para “salvar” o plano, que implica em aumento de até 160% no valor das contribuições, mesmo considerando que quem tem dois vínculos contribui duas vezes, e que o ônus maior tem sido do servidor.
Não me admira que o serviço seja terceirizado quando quebrar de vez, já que privatizar serviços virou moda em Pernambuco, vide o sistema de saúde.
Os donos das empresas devem adorar e serem muito gratos por suas privatizações.
Em contrapartida, os trabalhadores da educação não tem muito o que comemorar,  tem motivos para estarem “deprimidos” com a sua gestão, que tem sido extremamente cruel com os professores.
A suposta revolução na educação de Pernambuco é uma peça de publicidade, um simulacro.
O seu Programa de Modernização da Gestão Pública fracassou em seus objetivos para educação, o Pacto pela Educação parece estar em fase de testes, o SIEPE é um sistema instável e que tem sido utilizado mais como um instrumento coerção e exploração dos docentes do que em suas qualidades para a gestão.
Mesmo com todos os reforços para produzir resultados (vide o aprender mais, um programa limitado a treinar os alunos para a prova do SAEPE), as escalas de proficiência da rede demonstram o fracasso de tentar transformar a escola em uma linha de produção, ignorando as absurdas desigualdades existentes dentro da rede, inclusive amplamente promovidas pelo SEU governo, que elege escolas para serem de referência duvidável e outras para serem de excrescência contínua.
O legado do seu governo para educação foi o de tentar produzir uma maquiagem modernizadora, uma reforma da aparência, da estrutura, do alimento, ao mesmo tempo que culpabiliza os professores, priorizando a chantagem da meritocracia à uma política real de valorização por desempenho, conforme consta no PCC e nunca foi regulamentado.
O legado do seu governo foi o da educação como fabricação de capital eleitoral a partir de resultados e programas vitrine, para obter voto, intercâmbio no exterior, quando a grande maioria não tem aulas de inglês adequadas, quando não se preocupa em garantir professores ensinando disciplinas da sua área de formação.
Distribui tablets para os alunos (com preços bastante generosos), enquanto a maioria das escolas tem bibliotecas que não funcionam, inclusive por falta de funcionário — e da mesma forma são os laboratórios.
A escola que tem um tablet por aluno, mas que tem livros (inclusive novos) mofando por desuso, também não possui internet wi fi, e quando tem, não suporta a demanda.
E o pior, os professores que deveriam saber utilizar essa tecnologia, além de não receberem o equipamento, não receberam nenhuma formação de como utilizá-lo para potencializar o trabalho didático.
A escola que distribui tablets e manda alunos para o exterior, ainda enfrenta falta de professores, de porteiros, de educadores de apoio.
Aliás, a estrutura pedagógica das escolas é pífia, já o controle “burrocrático” é absurdo, resultando inclusive na cobrança do preenchimento das cadernetas (faltas, notas e registros de aula), do SIEPE (faltas diárias), e do Sistema de Monitoramento de Conteúdo para os professores de Língua portuguesa e matemática, implicando numa excelência na burocracia, associada à indigência da pedagogia.
Por esses e outros motivos sua entrevista é uma demonstração de completo cinismo com relação aos professores, que fique certo não ficarão calados sempre que suas falácias forem difundidas para o Brasil como se fossem o milagre da educação em Pernambuco.
O tal milagre, assim como sua imagem política vendida para o país, constituem uma obra de ficção, um embuste para inglês ver.
Queremos ressaltar que nossa queixa não é só salário, que nossa queixa não se reduz à pauta corporativa.
Muito mais que isso, vemos que Pernambuco vive um momento bastante favorável à quitação da dívida histórica que tem com a grande maioria da sua população, em termos de serviços públicos de qualidade.
No tocante à educação, defendemos uma escola pública de qualidade social e realmente para todos, e não a produção  de ilhas de excelência para servir de vitrine política, enquanto os de sempre são tratados como excrescência.
Não aceitamos uma responsabilização que não trata de cobrar as responsabilidades de cada agente implementador, na prática se limita à culpabilização dos trabalhadores da educação, especialmente os professores, por problemas que são sistêmicos e responsabilidades que são coletivas.
Não aceitamos a desfaçatez com que o governo ignorou solenemente as pautas históricas da promoção da escola pública com efetiva qualidade social, e não apenas, restrita à uma medida limitada de fluxo e proficiência, como se estas condensassem toda a complexidade inerente ao fazer educativo.
Ressaltamos que nosso grupo não tem “filiação partidária”, o nosso partido é a educação pública. Não temos interesse eleitoral, nem tampouco a pretensão de negar os avanços obtidos nesse período; no entanto, não silenciaremos ante o cinismo.
Cansamos de ser sub-representados e desrespeitados como categoria.
Por fim, convidamos o senhor e o secretário a praticarem efetivamente o discurso feito na entrevista concedida. E também a irem às escolas com os fatídicos “piores resultados” e constatarem o quanto de responsabilidade do governo subjaz o mero indicador.
Convidamos, sobretudo, a todo brasileiro, mídia e outros meios de comunicação, que realmente estejam interessados em conhecer a famigerada modernização da gestão em Pernambuco, para além da vitrine governista.
Dispomos-nos a esclarecer a quem desejar os argumentos que apresentamos como lacunas da política educacional vigente na rede estadual e suas brutais consequências para a garantia do direito à educação.
Ficaremos atentos às próximas falácias, e faremos questão de apresentar ao povo brasileiro a face real da sua política educacional.
SUBSCREVEM ESSA NOTA DE REPÚDIO
MOVIMENTO PROFESSOR DE PERNAMBUCO

GRUPO PROFESSOR DE PERNAMBUCO

ALTERNATIVA SINTEPE
Recife-PE, 15 DE OUTUBRO DE 2013
Leia também:

Tijolaço do Jolugue: PT queijo-do-reino resiste à entrega dos cargos.

 



Pelo andar da carruagem política, a ressaca petista no Estado irá durar um bom tempo. Já seria previsível que sua ala "queijo-do-reino", como ficou conhecida, teria dificuldades em entregar os cargos que ocupam no Governo Eduardo Campos, conforme determinação da Executiva Nacional da legenda. Até sentir a possibilidade de uma reviravolta na relação de Eduardo Campos com o Planalto, a Direção do partido adotou a cautela, sugerindo que os cargos não fossem entregues. Depois da aliança com Marina, a situação mudou substantivamente. Eduardo se colocava irreversivelmente como candidato, impedindo qualquer tentativa de conciliação. Ampliou-se a crise no partido, agravada pelo acirramento de ânimos provocados pelo PED, onde está em disputa o comando da agremiação no Estado. A ala ligada ao ex-prefeito João da Costa é quem mais esboça reação à entrega dos cargos. É um grupo bastante alinhado com o Palácio do Campo das Princesas. Mesmo petistas, ninguém tem dúvida de que colaboraram com a aleição do prefeito Geraldo Júlio. Melhor seria que, dentro dos prazos legais, eles tivessem assinada a ficha de filiação à legenda socialista, como Isaltino Nascimento.

Tijolaço do Jolugue: Dilma tenta polarizar com Marina para "isolar" Eduardo Campos.

 
Como seria previsível, o jantar oferecido por Eduardo Campos a Marina Silva foi bastante comedido. Muito diferente das orgias gastronômicas com que eram recebidos o casal Lula/Dilma, onde se presume que o pernambucano, de fato, perdeu dois bons garfos. Além de comer mato, a acriana é alérgica a determinados alimentos. Um camarão na moranga, então, nem pensar. Segundo colunista de política de um jornal local, a cozinheira de Eduardo, por via das dúvidas, teria optado por um frango. Foram poucos os convidados, mas Beto Alburquerque, hoje um ator político muito próximo ao governador, esteve presente à comitiva. O Palácio do Planalto vem usando uma jogada que anda preocupando o staff eduardista. Orientada por João Santana, o marqueteiro da Presidência, Dilma estaria tentando polarizar com Marina Silva que, até onde se sabe, não será candidata. Seria uma maneira de evitar o crescimento de Eduardo Campos. Até onde eu li recentemente, manter o suspense sobre quem seria o cabeça de chapa fazia parte, igualmente, de uma estratégia montada pelos marqueteiros de Eduardo Campos. Pelo visto, não deu muito certo.

Tijolaço do Jolugue: Planalto deve rifar Flávio Dino mais uma vez.



O jornalista Josias de Souza, em sua coluna de hoje, informa que o morubixada maranhense, José Sarney, estaria enfurecido com o Planalto. Nas eleições passadas, contrariando todas as suas referências ideológicas e programáticas, em razão da aliança nacional, emprestou seu apoio a Roseana Sarney, preterindo o nome de Flávio Dino, hoje na EMBRATUR, que concorreu pelo PCdoB. A decisão da Executiva Nacional da legenda provocou um verdadeiro reboliço. Alaguns militantes históricos do PT, caso de Manuel da Conceição, chegaram a fazer uma greve de fome em Brasília para protestar contra a medida. Rifado, Flávio Dino perdeu aquelas eleições. Hoje aparece liderando as pesquisas, mas, sem o apoio do Planalto, suas possibilidades de vitória diminuem sensivelmente. O PCdoB é da base de sustentação de Dilma Rousseff. Comenta-se que uma das poucas exigências políticas da legenda ao Planalto seria o apoio ao nome Flávio Dino, uma pessoa, aliás, muito querida por Dilma. Logo após a aliança entre Marina e Eduardo Campos, o comitê de reeleição de Dilma Rousseff reuniu-se e espalhou-se a notícia sobre o apoio ao nome de Flávio Dino. Foi o suficiente para deixar o morubixaba enfurecido, tratando, de imediato, de enviar seus recadinhos nada alvissareiros. Logo, o Planalto tratou de desfazer o mal-entendido. Possivelmente, Flávio Dino será abandonado mais uma vez.

Tijolaço do Jolugue: Marina Silva no divã do Jô Saores.




Outro dia alguém comentou que Marina Silva faz muitas referências ao psicanalista francês, Jacques Lacan. Nunca soube se ela já passou por alguma sessão de psicálise ou coisa do gênero, mas, a julgar, pelas suas últimas declarações durante o programa do Jô Soares, ontem à noite, talvez ela esteja precisando urgentemente conversar com algum seguidor do francês. Para todos os efeitos, salvo juízo em contrário, a aliança da Rede com o PSB de Eduardo Campos é algo que já foi sacramentado. Primeiro ela informa as razões pelas quais aproximou-se do PSB do pernambucano, citando, inclusive, a longa história do partido, a referência do ex-governador Miguel Arraes, entre outras.Logo em seguida, para nossa surpresa, assegura que a aliança é algo que ainda está em processo de construção, dentro de bases programáticos e nunca pragmáticas. Em alguns momentos Marina passa a ideia da possibilidade dessas negociações não necessariamente prosperarem.Todo mundo está cansado de saber que, se expremer o suco da laranja, sobrará muito pouco de convergência entre ambos sobre o assunto meio-ambiente ou, muito menos que a aliança foi construída a partir de similaridades entre ambos. Não preciso nem entrar nos detalhes. Marina e Eduardo já foram sabatinados pelo capital e seus mais ilustres atores no meio político aproximaram-se de ambos. Marina informar que essa guinada à direita de Eduardo Campos pode ser revista em função de sua influência sobre o pernambucano é um pouquinho demais. O problema de Ronaldo Caiado, ao que se sabe, foi  uma questão pontual. A própria Marina tratou logo de afirmar que suas declarações sobre o agronegócio foi um recado circunscrito às afirmações de Ronaldo Caiado, não se estendendo à bancada ruralista.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Tijolaço do Jolugue: A morte do promotor Thiago Faria de Godoy.








03 de março de 1982. Aqui em Olinda, precisamente na Padaria Panjá, com 03 tiros, foi assassinado o procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva. À época, o procurador apresentava denúncia contra o que ficaria nacionalmente conhecido como o "Escândalo da Mandioca", uma fraude em envolvia desvio de recursos do Banco do Brasil para, supostamente, o plantio de mandioca. Havia vários figurões da província envolvidos. As pressões para que Pedro Jorge fosse afastado do caso foram enormes, mas ele resistiu o quanto pode, até ser afastado pelo então Procurador-Geral da República, Inocêncio Mártires Coelho, sob o argumento de isenção funcional. Todos os dias compro pão nessa mesma Padaria, a Panjá, e costumo levar meus filhos para brincarem e tomar sorvete numa praça aqui em Casa Caiada, que foi erguida em sua homenagem. Esses fatos vieram à mente por ocasião da morte do promotor Thiago Faria Godoy, de apenas 36 anos, assassinado com 20 tiros, em Itaíba, Agreste do Estado. Trata-se de um crime de execução. Por enquanto são desconhecidas as possíveis motivações. A Polícia Civil do Estado está investigando. É mais um agente do Estado que é assassinado no estrito cumprimento de suas funções.

Tijolaço do Jolugue: Erundina critica guinada à direita do PT

 


Li bastante sobre o Governo de Luiza Erundina em São Paulo. Alguns bons trabalhos foram produzidos sobre sua gestão, como a disssertação de mestrado do cientista político Cláudio Gonçalves Couto, hoje pesquisador da Fundação Getúlio Vargas. A entrevista concedida pela ex-prefeita ao Portal Carta Maior tem a marca do equilíbrio e do amadurecimento político. Se critica o PT pelo afastamento dos movimentos sociais e pelos acordos mantidos com setores da elite, reconhece que a agenda das manifestações de rua coincidem com as propostas do modo petista de governar que, infelizmente, não puderam ser adotadas em sua gestão, como o tarifa zero. Criou-se uma grande expectativa dentro do partido sobre o seu Governo. Assim como ocorreu em Diadema, no comando do Executivo, petistas mais radicais pensavam que ela poderia promover as reformas de base reclamadas pela sociedade brasileira, por decreto. Embora entendesse que deveria inverter as prioridades de políticas públicas em favor dos menos favorecidos, ela tinha a dimensão que governava uma cidade complexa e precisava negociar seus projetos com um conjunto de forças antagônicas. Essa percepção não era observada pelo conjunto da militância, o que gerou muita tensão no seu Governo, prejudicando-o sensivelmente. Embora critique o PT, o seu PSB, apesar do discurso de "Nova Política", vai se aproximando, cada vez mais, de uma agenda de direita. Agora, uma coisa não se pode deixar de reconhecer em Erundina: Parece uma pessoa bem-intencionada.

Tijolaço: Por que Eduardo Campos deu carona ao escorpião? Ou quem pegou carona foi ele?

 13 de outubro de 2013 | 20:31

Mesmo na política brasileira, onde o interesse pessoal, com tanta frequência, é o centro das razões políticas, é difícil entender porque Eduardo Campos entregou sua candidatura, de maneira tão evidente, às mãos de harpia de Marina Silva.
Porque parece evidente que não havia entre ambos, até a semana passada, sequer uma relação de proximidade, quanto mais uma identidade política, passo inicial de qualquer lealdade política.
É certo que Eduardo Campos, com suas alianças com caiados, bornhausens e heráclitos, não mirava um “renovação ética” nos quadros da política, mas o estabelecimento de bases estaduais de que sua candidatura se ressentia.
Marina, ao contrário, jamais as procurou e demonstrava crer que seu sucesso eleitoral poderia apoiar-se uma nova “adoção” de seu nome pelas classes médias urbanas e na confusa e algo anárquica aliança evangélica, que poderia dar-lhe os votos populares.
A docilidade com que Campos se entrega às baboseiras de “transversalidades” e “horizontalidades” do discurso marinista e aceita deixar “em aberto” a cabeça de chapa não é, absolutamente, algo que pareça fruto de uma harmonia entre ambos.
Antes, parece a pantomima de um trato que já está feito e que precisa de um balé para que se torne “natural” o que foi acertado entre ambos.
E o que foi acertado?
Parece que, além dos dois, talvez só os que promoveram o “acordo” o saibam.
Mas, por favor, não nos peçam para engolir que é uma “relação aberta”, uma “amizade colorida”…
Uma pista é o coro quase unânime da grande mídia de que “se Marina não for a candidata, Dilma leva no primeiro turno”.
Esse é o objetivo possìvel, neste momento, e é por ele que a direita e sua ferramenta, a mídia, trabalharão.
Eduardo, ao que parece, é o dócil veículo para este projeto.
Aparentemente, apenas, porém, porque seu controle sobre a máquina partidária, indispensável para a formalização de uma candidatura de Marina, é dele.
E, portanto, vale muito politicamente, e não apenas politicamente.
O “frete” eleitoral vai ser custoso.
Mas será pago, à vista e a prazo.
A ambição de Campos e de Marina tem uma diferença.
A dela tem muita pressa.
Por: Fernando Brito

domingo, 13 de outubro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Ao trocar Lula/Dilma por Marina, Eduardo perdeu dois bons garfos.


Quando Dilma ou Lula vinham a Pernambuco almoçar com o governador, por vezes, o cardápio vazava para a imprensa. Era de dar água na boca. Buchada, paleta de cordeiro, camarão na moranga, bolo de rolo e, no final, de sobremesa, a boa prosa de Ariano, acompanhada de um pedaço da autêntica rapadura nordestina. Uma dessas receitas, a de camarão na moranga, publicamos em nosso blog com enorme sucesso. Até hoje é uma das postagens mais acessadas. Comenta-se que Lula não dispensa uma branquinha. De tira gosto? Arrisco um queijo de coalho feito com leite de cabra diretamente da fazenda de alguém muito ligado aos Campos. Ato trocar Lula/Dilma por Marina, pelo menos num aspecto, Eduardo saiu perdendo: perdeu dois bons garfos. Como diria nossas avós, a impressão que passa é que Marina é "biqueira", ou seja, muito contida à mesa. Deve alimentar-se de vegetais. Uma rabada, um cozido, uma costeleta de porco, nem pensar. Amanhã ela deve estar vindo a Pernambuco almoçar com o governador. De acordo com informações de Dora Kramer, do Estadão, a chapa está fechada: Eduardo na cabeça e Marina na vice. Será um almoço, espera-se, menos indigesto, mas sem o entusiasmo de antes.

Tijolaço do Jolugue: Staff de Eduardo Campos comemora os últimos resultados do Datafolha.




A julgar como procedentes as afirmações da colunista de política do Estadão, Dora Kramer, está tudo acordado entre Eduardo Campos e Marina Silva, ou seja, não cola essa especulação sobre quem poderia ser o cabeça de chapa, uma vez que o martelo já teria sido batido. O governador Eduardo Campos deve encabeçar a chapa. Candidato com perfil regional, justamente forte num tradicional reduto petista, o Planalto já estaria tomando providências no sentido de intensificar a presença de Dilma na região, limitando as ações do pernambucano. Região historicamente marcada pro graves problemas sociais, as políticas públicas de transferência de renda implantadas na Era Lula/Dilma criaram um cinturão de apoio ao Planalto nos últimos anos, refletidos em votos. É a região onde Dilma é mais forte, capaz de contrabalançar sua performance apenas razoável em outras regiões do país. Todas as pesquisas indicam que Eduardo ainda não atingiu a projeção nacional esperada. Trata-se de um político pouco conhecido. Acreditamos que nem na região Nordeste ele é suficientemente conhecido. De qualquer forma, convém o Planalto colocar as barbas de molho. O caboclo está motivado. Comenta-se que já programaram um "Cozido" para comemorar os últimos resultados, na avaliação do Campo das Princesas, bastante alvissareiros, uma vez que eles pensavam chegar aos dois dígitos apenas em dezembro.

Tijolaço do Jolugue: E Aécio, em ? Nenhum comentário?


E sobre Aécio Neves? Nenhuma comentário? Como teria afirmado recentemente um governador de Estado, parece que o mineira não tem disposição para ser presidente da República, alfo questionado dentro dos próprios círculos do tucanato. Na última campanha presidencial houve uma confusão tremenda no ninho tucano. Ninguém se entendia. Destituíram marqueteiros, consideraram um erro esconder FHC, quando esteve em Pernambuco Serra teceu elogios a Lula, o principal cabo eleitoral de sua adversária etc. Enfim, uma campanha errática, sem um projeto alternativo ao petista, posto que já havia sofrido uma refrega das urnas. Para 2014, parece-nos que o PSDB continua sem rumo e sem candidato. Ontem o site oficial da legenda fez um contorcionismo enorme para também tirar sua casquinha dos resultados das pesquisas, mas todos sabem que, como estão, eles não chegarão lá.

Tijolaço do Jolugue: Chumbo-grosso contra Eduardo Campos.


Os sites mais "oficiais" estão hoje trazendo uma marcação cerrada contra o novo casal da política brasileira, Marina e Eduardo Campos. Temperamento e ambição poderão ser determinantes para estabilidade da relação entre ambos. Do ponto de vista programático há, em tese, divergências evidentes, mas essas questões tendem a ser equacionadas, conforme já afirmamos. Se Eduardo Campos é uma espécie de moto-serra - foi quem mais destruiu a mata atlântica no Estado -, Marina, por sua vez, apesar de verde, endossar teses em defesa de um desenvolvimento-sustentável, também está alinhada com financiadores que não dão a mínima para essa questão, inclusive com práticas ambientais duvidosas. Hoje o Conversa Afiada traz um longo post sobre a "insustentabilidade" de Eduardo Campos. Ao lado de uma persona política identificada com o verde, seu Governo, em nome de um crescimento desordenado, desprezou essa questão, iniciando uma preocupação com o assunto apenas no segundo Governo. Um dos assuntos mais comentados pela Rede foi a multa de 2, 5 milhões aplicadas pela Agencia Estadual de Meio-Ambiente ao Governo do Estado, em razão da destruição de manguezais e eco-sistema marinho em SUAPE. Josias de Souza, por sua vez, traz um logo post sobre as contradições políticas de Eduardo Campos, que prega a "Nova Política" e pratica a "Velha", aliado à forças políticas oriundas das tradicionais oligarquias pernambucanas. E as contradições não param por aí. Quantas vezes questionamos que 'meritocracia" não combina com o inchaço da máquina através dos cargos comissionados? Finalmente, ele diminuiu o "inchaço", com a extinção de 969 cargos, transformando-os em funções gratificadas. Chumbo-grosso em quem está se expondo... e crescendo. Prepare o lombo.

Tijolaço: Os furos e as revelações da carta aberta da Rede


aroeira3


13 de outubro de 2013 | 07:24
A Rede Sustentabilidade, essa legenda que se tornou meio fantasma, espécie de facção dentro do PSB, voltou a emitir sinais de vida nos últimos dias. Mas tão discretamente que ninguém repercutiu. A cúpula da Rede soltou, na sexta-feira à noite, uma carta aberta para “repor a verdade” sobre as declarações de Marina Silva feitas à imprensa logo após o anúncio de sua adesão ao projeto presidencial de Eduardo Campos.
Novamente, é curioso que os conteúdos da Rede, legenda que é vista como o novo “fenômeno” das redes sociais, sejam um fiasco tão grande em termos de repercussão na internet. Quase ninguém comenta ou curte. Não juntariam meia dúzia na Praça Tahir…
Entretanto, o remendo ficou pior que o soneto. Em primeiro lugar, não dá para entender nada. Nunca vi uma coisa tão melancolicamente confusa na minha vida. E olha que demoraram uma semana inteira para escrever a carta!
Mas é interessante analisar o texto, porque se pode ler várias coisas em suas entrelinhas. Meus comentários vão intercalados entre colchetes, em negrito. Vamos lá.
*
Sentimos a obrigação de nos manifestar para repor a verdade
By Rede Sustentabilidade, 11 de outubro de 2013
Carta Aberta sobre a matéria “Marina diz que quer acabar com a hegemonia e o chavismo do PT na presidência da República”
Nós, abaixo-assinados, que participamos da reunião relatada nesta matéria, publicada pelo Globo On Line no dia 05 de outubro vimos a público para repor a verdade. O relato que fizeram para os jornalistas é totalmente fantasioso. Os diálogos publicados nunca existiram e os fatos estão completamente distorcidos.
As distorções começam pelo relato da comunicação inicial da Marina de que seria candidata a vice na chapa presidencial de Eduardo Campos. Marina comunicou uma coligação programática da Rede com o PSB, onde este partido reconheceria a Rede como um partido de fato e ofereceria a possibilidade de filiações democráticas e transitórias a integrantes da Rede que quisessem se candidatar. Comunicou que ela se filiaria nessas condições e que reconhecia a candidatura de Eduardo Campos, mas seu papel seria discutido posteriormente podendo até ser vice na chapa.
[O primeiro parágrafo fala em "distorções", para em seguida confirmar o teor das matérias publicadas na imprensa. Observe o final do parágrafo:

Comunicou que ela se filiaria nessas condições e que reconhecia a candidatura de Eduardo Campos, mas seu papel seria discutido posteriormente podendo até ser vice na chapa.
"Podendo até ser vice".

Os membros da Rede deveriam ler mais os blogs "sujos" para saber o que é distorção de verdade. Perdoem-me a expressão, mas essa carta é uma frescura sem limite, e desnecessária, porque antes confirma tudo que foi dito pela imprensa. A distorção, se houve, foi pequena e no sentido de ajudar Marina.]
A reunião durou mais de 4 horas, Marina falou nos primeiros 30 a 40 minutos e ouviu o resto do tempo. Ela não poderia ter relatado sua conversa com Eduardo Campos por telefone, pois ambos conversaram pessoalmente em encontro marcado por outros interlocutores. Não precisaria desta carta, assinada pelas pessoas que participaram da reunião, para que as pessoas minimamente informadas duvidassem de um diálogo por telefone em que Marina diz abruptamente ao governador de Estado e candidato a presidente da República que vai ser sua vice e vai se filiar ao partido que preside, sem qualquer introdução, discussão do momento político ou contextualização. Na reunião de que todos nós participamos, não houve relato de conversa nos termos publicados na matéria.
[Este parágrafo é inteligível. Melhor deixarem o redator dormir um pouco e tentar de novo pela manhã.]
As distorções continuam com a afirmação de que Pedro Ivo estava por fora do acordo. A reunião aconteceu logo após o encontro de Marina com Eduardo Campos, em que tiveram presentes Walter Feldman, Bazileu Margarido, Sergio Xavier e … Pedro Ivo. Era impossível ele estar por fora. Ele conhecia e se manifestou na reunião favoravelmente ao acordo, ao contrário do questionamento que foi descrito na matéria. Outro fato descrito aos jornalistas que inexistiu.
[Este parágrafo é um cafuné no Pedro Ivo. Como se alguém desse bola para Pedro Ivo, ou soubesse quem ele é.]
Marina não disse que estava sem alternativa, mas que estava segura de que essa era a melhor alternativa. Argumentou sobre os prós e contras das demais alternativas, que são de conhecimento público, como não ser candidata ou ser candidata a presidente por um dos 7 ou 8 partidos que ofereceram legenda. Houve reação diversa. Muitos ficaram contra, como diz a matéria, mas muitos foram a favor. Houve um debate político profundo e não uma imposição primária que não condiz com a riqueza de posicionamentos que todos nós participamos.
[Só confirma o dito pela imprensa. A expressão "Debate político profundo..." é novo sinônimo de "conversa pra boi dormir"...]
Por fim, o relato feito aos jornalistas tira do contexto e distorce as palavras de Marina em relação ao PT e ao chavismo. Marina disse realmente que seu projeto não era ser presidente da República, mas discutir uma agenda para o Brasil. Ela se referiu, sim, ao chavismo, mas num contexto de uma candidatura que havia sido cassada (a dela) e outra que sofre pressões públicas para desistir (do Eduardo Campos). Não é segredo a tentativa do governo de reduzir as alternativas de escolha da sociedade pela manipulação de falsas polarizações, uma das características marcantes do chavismo. Não houve comparação ao chavismo em relação a questões econômicas, de relações internacionais ou de supressão das liberdades individuais, por exemplo, mas apenas de estratégia de polarização política.
[Confirma que ela se referiu ao chavismo. Quanto ao "contexto", aí é para morrer de rir. Marina Silva agora, toda vez que falar à imprensa, terá que distribuir um livretinho com notas explicativas sobre o "contexto" de cada expressão usada. Alguém deveria sugerir aos membros da Rede assistirem à série House of Cards, da Netflix. Lá, aprenderia com o personagem de Kevin Spacey que, em política, se você precisa se explicar, já perdeu a batalha de opinião. No caso em questão, nem se trata de batalha. Ela tinha a mídia toda a favor, e ainda assim vem reclamar de distorção? E por causa de firulas totalmente insignificantes? Marina está me saindo muito pior que Chávez, porque este reclamava da imprensa com motivos reais: tentaram lhe dar golpe, e lhe xingavam dia e noite. Marina reclama da imprensa que lhe bajula.

A Rede confirma que Marina falou em chavismo. E num "contexto" ainda mais ofensivo do que o ventilado pela imprensa. Era melhor nem vir com essa explicação ridícula. Ninguém na imprensa ou na rede, interpretou o "chavismo" de Marina como isso ou aquilo, mas simplesmente como uma grosseria política, um cacoete semântico de uma pessoa de direita.]
Sentimos a obrigação de nos manifestar para repor a verdade e afastar completamente uma versão contada de forma enviesada, distorcida, por que não dizer, cheia de mágoas e de má fé.
[Mágoas, má fé? Por parte da Globo ou da fonte da matéria? Nunca vi uma explicação tão obscura, que confunde muito mais que explica.]
André Lima
Bazileu Margarido
Eduardo Rombauer
Fabio Vaz de Lima
Joyce
Iara Vicente
Marcela Moraes
Maria Alice Setubal
Martiniano Cavalcante
Miro Teixeira
Pedro Ivo Batista
Pedro Piccolo
Reguffe
Ricardo Young
Roberto Leandro
Walter Feldman
Por Rede Sustentabilidade
[Hum... A presença da herdeira do Itaú, Maria Alice Setúbal, nesta reunião, comprova que, com certeza, foi mesmo um "debate político profundo". A Rede de fato inaugura um novo "fazer político". Acabou a hipocrisia. Agora os patrocinadores de campanha participam diretamente das reuniões de cúpula. Seria interessante ver essa moda pegar. A reunião de cúpula do PSDB, por exemplo, poderia chamar um representante de alguma petroleira americana (Chevron?) interessada na privatização da Petrobrás para participar dos debates políticos "profundos" do partido.]
Por: Miguel do Rosário, no site Tijolaço

Campos prega a "nova política" e pratica a velha


A chegada de Marina Silva ao PSB fez de Eduardo Campos um personagem paradoxal. Na corrida presidencial, ele passou a enfatizar a tese segundo a qual é preciso combater o status quo, adotando novas práticas políticas. No governo de Pernambuco, administra o status sem mexer no quo.
A caminho do término do seu segundo mandato, Eduardo Campos nunca se deu ao luxo de moralismos e ideologias na composição do seu secretariado. Conforme relata o repórter Jamildo Melo, a gestão dele é apoiada por um condomínio partidário de 14 siglas. Desse emaranhado não sai coelho. Sai jacaré, Inocêncio Oliveira (PR), cobra, Severino Cavalcanti (PP)…
Inocêncio Oliveira, um ex-pefelê que se alojou no PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto, é um político de muitas façanhas. A mais memorável foi ter recorrido ao Departamento Nacional de Obras contra a Seca, o Dnocs, para cavar poços em dois empreendimentos de sua propriedade – uma clínica médica e uma revendedora  de motocicletas. Fez isso numa época em que presidia a Câmara.

Aliado de Eduardo Campos desde a campanha de 2006, Inocêncio foi premiado no primeiro mandato com duas vistosas secretarias: Agricultura e Transportes. Nesta última, acomodou um primo: Sebastião Oliveira. No mandato atual, Inocêncio indicou apaniguados para a Secretaria de Turismo e para o Porto de Recife.
Severino Cavalcanti, outro ex-pefelê, esse alojado no PP de Paulo Maluf, também é personagem de façanhas múltiplas. Eleito presidente da Câmara numa sublevação do baixo clero parlamentar, pediu a Lula “aquela diretoria da Petrobras que fura poço.”
Antes de ser posto a nocaute por um concessionário de restaurante de quem cobrava um mensalinho, levou uma descompostura de Fernando Gabeira, então deputado do PV, por defender numa entrevista que a turma do mensalão recebesse da Câmara apenas “censuras”, não a cassação dos mandatos.
Gabeira foi ao microfone de apartes do plenário numa hora em que Severino presidia a sessão. Dedo e língua em riste, disparou: “Vossa Excelência está se comportando de maneira indigna.” Recordou que Severino já havia defendido até uma destilaria pernambucana que explorava trabalho escravo.
“Vossa Excelência está em contradição com o Brasil. A sua presença na presidência da Câmara é um desastre para o Brasil e para a imagem do país”, esculachou Gabeira, amigo de Marina Silva (assista abaixo).
De fato, o Brasil revelou-se grande demais para Severino. Ele desceu do comando da Câmara para a prefeitura de João Alfredo, sua cidade. Mas encontrou espaço na megacoligação de Eduardo Campos, que nomeou sua filha, Ana Cavalcanti, para o comando da Secretaria de Esportes.
O arcaísmo político de Eduardo Campos materializou-se também numa cruzada que empreendeu há dois anos. Com 222 votos, a então deputada Ana Arraes (PSB-PE)venceu a disputa por uma poltrona no TCU. Seu principal rival, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) só obteve 149 votos.
Advogada e servidora licenciada do Tribunal de Contas de Pernambuco, Ana prevaleceu graças a outra credencial: sua condição de mãe, uma carreira que dispensa exames psicotécnicos, cursos universitários e antecedentes funcionais. Virou ministra do TCU graças ao esforço do filho Eduardo.
Nepotismo?, indagaram os repórteres à mãe do governador. E ela: “Se o nepotismo é feito pelo povo, então é o voto do povo. [...] É uma honra criar um filho como Eduardo. […] Pergunte ao povo de Pernambuco como ele está satisfeito. Ele [Eduardo] tem 92,5% de satisfação da população.”

A chegada de Ana ao TCU fez aniversário de dois anos no mês passado. O salário é bom: R$ 25 mil mensais. As férias, generosas: dois meses por ano. Os benefícios assemelham-se aos que ela tinha quando era deputada: gabinete bem estruturado, carro oficial e cota de passagens. A diferença é que o posto é vitalício.
Ao tomar posse, assistida pelo filho e por Dilma Rousseff, a mãe de Eduardo Campos disse logo a que veio. Fiscalização do TCU não pode resultar na paralisação de obras públicas, ela declarou na época. “O controle deve servir para aperfeiçoar a gestão dos governos e não para paralisá-la, quando não inviabilizando-a, pois é fugaz o tempo de quem governa.”
Menos de um ano depois da posse, em julho de 2012, guiando-se por um voto da ministra Ana Arraes o TCU considerou “regular” um contrato celebrado pela agência de propaganda DNA, que pertencia a Marcos Valério, com o Banco do Brasil. Um negócio de R$ 153 milhões anuais, que vigorou entre 2003, primeiro ano de Lula, e 2005, quando estourou o escândalo do mensalão.
Na denúncia que deu origem à ação penal do mensalão, a Procuradoria Geral da República sustentara que parte do dinheiro que financiara o mensalão viera de irregularidades praticadas nesses contratos. O próprio TCU já havia apontado irregularidades na transação. Porém, a ministra Ana Arraes deu de ombros para os relatórios do corpo técnico do tribunal e para o parecer do procurador Paulo Bugarin, representante do Ministério Público junto ao TCU.
Divulgada numa época em que o STF se preparava para iniciar, dali a poucos dias, o julgamento do mensalão, a notícia de que o TCU desqualificara uma das provas da Procuradoria repercutiu mal. Poucos dias depois, o próprio TCU suspenderia os efeitos da decisão. A representação do Ministério Público no tribunal recorrera contra a decisão. E o recurso tinha efeito suspensivo.
Em 20 de setembro de 2012, quando os ministros do STF já se debruçavam sobre o mensalão, Eduardo Campos imprimiu suas digitais num manifesto em que o PT acusava a oposição de transformar o mensalão num “julgamento político, golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula”. Agora, o aliado de Marina enrola-se na bandeira da decência na política e diz que o PT precisa se atualizar.
(Publicado originalmente no blog do Josias de Souza, Portal UOL)

sábado, 12 de outubro de 2013

Tijolaço do Jolugue: 2014: A eleição dos mortos-vivos?




Fazia tempo que uma pesquisa não era tão comentada ou gerava tanta polêmica como esta última do Datafolha sobre as intenções de voto para a Presidência da República. Em parte por se tratar do primeiro levantamento de opinião após a tumultuada aliança firmada entre Eduardo Campos(PSB) e Marina Silva(Rede). A aliança entre ambos provocou uma mudança substantiva na correlação de forças em jogo, suscitando tanta expectativa no que concerne às reações do eleitorado. Já levantaram todo tipo de cenário, inclusive simulações para um eventual segundo turno onde a presidente Dilma ainda teria condições de ser reeleita, embora numa eleição embolada. A eventualidade de um segundo turno surge apenas na contingência de algumas candidaturas como a de Serra e Marina Silva. Depois de perder duas eleições, os tucanos resolveram descartar José Serra, que ainda não assimilou a situação, cogitando, inclusive, ainda, uma disputa interna ou, quem sabe, viabilizar-se por uma outra legenda. É um defunto político que parece ter ressuscitado da tumba. Um morto-vivo. Com a sua Rede rejeitada pela Justiça Eleitoral, Marina também teria ficado ao relento. A contradição em pessoa, só Deus sabe o que se passou por sua cabeça ao aproximar-se do pernambucano. A pesquisa do Datafolha deu um novo fôlego a acriana. Sua candidatura poderia levar as eleições para um segundo turno. Um cardápio indigesto para o almoço que ambos acertaram para a segunda-feira. Fosse Marina uma comilona, poderia ser fisgada pela gastronomia pernambucana, mas, pela sua silhueta, dever ser muito contida à mesa.

Tijolaço do Jolugue: Prefeitura do Recife fecha Mercado da Boa Vista. Ninguém entra, ninguém sai.





No Recife acontecem algumas coisas assombrosas, para homenagear o escritor Gilberto Freyre. A Prefeitura da Cidade do Recife determinou que os mercados públicos encerrassem suas atividades às 13:00 horas, praticamente lacrando o Mercado da Boa Vista nesse horário, provocando um princípio de tumulto no local. Parecia um desses "assustados" que, quando ocorre uma briga, a recomendação seria para "ninguém entrar e ninguém sair". Houve, naturalmente, muita confusão, contornado apenas depois que os portões foram arrombados. O vereador Raul Jungmann, que estava no local, teria telefonado para alguns amigos e ninguém soube informar sobre a inusitada medida, que contraria a própria dinâmica do local, que rotineiramente funciona nesses horários. Eu, particularmente, já comi muito inhame com guisado de bode, acompanhado de uma saudosa baré cola, no Box de Dona Maria, lá pelas 19:00 horas. Seria salutar se a prefeitura reavaliasse a medida.

Tijolaço do Jolugue: PT se reúne e Paulista.





Através do PED, processo decisório interno que deverá indicar o novo dirigente da agremiação, o PT reuniu todos os seus candidatos na cidade de Paulista, região metropolitana do Recife. No calor do acirramento da relação com o governador Eduardo Campos, como já era previsto, os postulantes capricharam no verbo ao se dirigirem ao governador, numa cidade que foi palco de uma disputa acirrada nas últimas eleições, entre o Deputado Estadual, Sérgio Leite, pelo PT, e o atual prefeito, Júnior Matuto (PSB), apoiado por Eduardo Campos. Até recentemente, durante o troca-troca partidário, comentou-se que Sérgio poderia está preparando as malas para desembarcar na legenda neo-socialista, mas logo ele tratou de desfazer o mal-entendido. Paulista, como se dizia na década de 40, continua como uma cidade incompleta ou uma quase cidade. Nasceu como um feudo e até hoje não se livrou dessa "inhaca", traduzida nos costumes políticos de sua elite política. Não sei muito bem porque o município teria sido o escolhido, mas louvo a iniciativa do Partido dos Trabalhadores em fortalecer sua presença na cidade.

Tijolaço do Jolugue: Marina chega na segunda. Preparem o chá de camomila.







Marina vem ao Recife na próxima segunda-feria. Tem um encontro marcado com o governador Eduardo Campos. O governador costuma receber seus convidados muito bem, conforme relatou recentemente o Deputado Federal Ronaldo Caiado, da bancada ruralista. Segundo ele, teria ficado acordado até uma visita á Ilha de Fernando de Noronha, o que não acabou ocorrendo. Romperam antes, em função de declarações de Marina que não foram retificadas pelo governador. Apresentada como uma grande jogada de enxadrista, a aliança com Marina tem tudo para não ser necessariamente harmoniosa. Há muitos pontos de divergências entre a Rede e o PSB além de , pessoalmente, Marina apresentar uma personalidade oscilante e confusa, como já observaram até antigos companheiros de legenda. Critica as velhas oligarquias políticas do país, mas, segundo artigo do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, está jogando Eduardo Campos nos braços da direita definitivamente. Essa aliança, na realidade, serviu para demonstrar para a opinião pública uma das figuras mais controversas de nossa política. Nunca vi tanta contradição. Segundo comenta-se, ao ligar para o pernambucano, teria perguntado se ele estava "preparado para ser presidente", uma vez que gostaria de endossar o projeto. Logo em seguida, passou a dar sinais de que poderia assumir a cabeça da chapa, relegando Eduardo à condição de vice, na melhor das hipóteses. A última pesquisa do IBOPE, divulgada hoje, aponta para um cenário de um segundo turno caso ela entre na parada. Comenta-se que ela iria jantar com o governador. Convém preparar um chá de camomila para acompanhar o bolo de rolo.

Tijolaço do Jolugue: Marineiros mais radicais já gritam o "Fora Campos".



Marineiros mais radicais ou "sonháticos" já iniciaram, pelas redes sociais, o grito de "Fora Campos", conforme informa o site Pragmatismo Político. Trata-se de um casamento realmente bastante complicado. Primeiro porque Marina não consultou suas bases para tomar a decisão. Depois, alguns deles imaginaram que ela havia entrado na aliança na condição de cabeça de chapa. Tudo envolvendo essa relação - decantada como um zero à esquerda como uma excepcional jogada de xadrez - tem sido bastante confuso. Trata-se, como sugere o site, de um casamento sem amor, sem afinidades, movido tão somente pelos interesses e conveniências. O danado é que o comportamento do eleitorado pode estar refletindo essas ambiguidades.

Tijolaço do Jolugue: O PT já não deveria ter entregue os cargos a Eduardo Campos?



Os petistas começaram a entregar os cargos que ocupam no Governo Eduardo Campos. Há uma recomendação da Executiva Nacional da legenda no sentido de afastar-se completamente do neo-socialista. Essa relação do PT com o PSB no Estado sempre foi muito truncada, marcada por alguns incidentes, como a gestão relâmpago de João Paulo, além de uma avaliação não muito positiva de outros integrantes da legenda que ocuparam algumas secretarias da gestão de Eduardo Campos. Secretarias estratégicas, onde poderiam transparecer ações mais concretas do partido essas ficaram mesmo sob controle dos neo-socialistas. Gradativamente, o PT foi sendo marginalizado no cenário político pernambucano, culminando com a perda de sua maior vitrine, a Prefeitura da Cidade do Recife, hoje ocupado por um ator político criado na cozinha do Campo das Princesas. Naquele momento, ficava muito claro que Eduardo Campos não estava disposto a respeitar os nacos de poder do partido, mesmo reconhecendo os inúmeros equívocos cometidos pela legenda em relação àquelas eleições. Coerentemente, os cargos já deveriam ter sidos entregues há algum tempo. O problema é que isso envolve uma série de fatores, inclusive a dificuldade de largar a "boquinha", para ser mais objetivo. Conforme já antecipamos, se radicalizar, possivelmente, assim como ocorre com as torneiras com sola desgastadas, é possível que muita gente passe para o outro lado, conforme já vem ocorrendo.

Tijolaço do Jolugue: PSB e PSDB: O pau vai comer nas próximas horas.




Como diria o jornalista Azenha, o pau deve comer no ninho neo-socialista e tucano nos próximos dias. Os votos de Marina Silva estão em stand by, muito em função de suas ambiguidades. Ora ela teria feito uma aliança com o pernambucano para apoiar seu projeto presidencial, ora ela se coloca como postulante. Programaticamente, então, é uma aberração que talvez nem vale a tinta comentar. Suas últimas declarações, no entanto, sugerem que ela estaria no páreo, não descartando a possibilidade de concorrer como cabeça de chapa, o que, certamente, trata-se de uma ambição difícil de ser gerenciada. Serra nunca escondeu suas pretensões. Os serristas mais enrustidos nunca endossaram o nome de Aécio Neves, constituindo-se um racha na agremiação, algo que vem se reproduzindo nas últimas eleições. Serra já acusou Aécio de fazer corpo-mole escancaradamente. Tem razão o Azenha. O pau vai comer nas próximas horas e eu aconselho colocar a bunda na parede.

Tijolaço do Jolugue: Dilma ganha no primeiro turno. Comigo ou sem migo.



Pesquisas retratam apenas uma fotografia instantânea de um determinado momento. Como sempre servem a vários interesses. Os dilmistas comemoram o fato de a pesquisa Datafolha apontar a reeleição da presidente ainda no primeiro turno das eleições de 2014. Partidários do governador Eduardo Campos estão pensando até em organizarem um novo "Cozido" para festejarem seus 15% na primeira rodada de pesquisa após sua aliança com Marina Silva. Até seus marqueteiros já andaram se pronunciando pelas redes sociais, apontando seu "vertiginoso" crescimento, ele que até recentemente patinava nos 5%. Serra e Marina também teriam motivos para comemorar. Se entrarem no jogo, podem embolar o meio-de-campo, jogando as eleições para um incerto 2º turno. Apenas o eternamente aguado Aécio Neves é que não teria muitos motivos para comemorar. Parafraseando o craque Dedeu, que costumava afirmar que o Náutico ganharia o jogo "comigo ou sem migo", os primeiros cenários apontam para uma fragilização de sua postulação nas hostes tucanas e a consequente valorização do capital político serrista, um defunto político que se recusa a ser enterrado. Marina, por sua vez, irá apresentar o cenário na próxima reunião que tiver com o pernambucano. Ela ainda não desistiu de ser a cabeça de chapa.
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Tijolaço do Jolugue: Marina e Eduardo Campos: um conflito aberto nas questões ambientais?




Marina Silva já abriu várias frentes de conflito com o governador Eduardo Campos. A ex-senadora é tão contraditória que já está se tornando até difícil fazer alguma análise sobre o seu comportamento político, salvo, por segurança dos analistas, apenas sobre suas conhecidas  posições radicais, orientadas pelo fundamentalismo religioso, como as experiências com células troncos, aborto, uniões homoafetivas, entre outros. Noutros aspectos, quem se arriscar, pode ter que pedir desculpas pelos equívocos. Até mesmo em questões ambientais a acriana tende a tergiversar, uma vez que conta com apoio de um capital que não dá muito importância para essas questões. Em Pernambuco, sua principal interlocução no Governo Eduardo Campos é o empresário Sérgio Xavier, Secretário de Meio-Ambiente. Sérgio era um crítico ferrenho do Governo até ser convidado a assumir aquela pasta, já no segundo Governo Eduardo Campos. Segundo ele, teria entrado apenas depois de fechar um acordo traduzido numa agenda ambiental de 15 itens. Recentemente, a Agencia Estadual de Meio-Ambiente aplicou uma multa de 2,5 milhões ao Governo, em razão dos crimes cometidos contra os manguezais e o eco-sistema marinho de SUAPE. Eis aqui, possivelmente, apesar das contradições, mais uma área de conflito entre Marina Silva e Eduardo Campos. Isso se ela ainda preservar um mínimo de coerência.

Tijolaço do Jolugue: Governo do Estado diminui o número de DAS. A res publica agradece.





Ontem o Governo Eduardo Campos anunciou o corte de 969 cargos comissionados da máquina pública estadual. Segundo informações, essas pessoas não seriam demitidas, mas teriam seus cargos transformados em funções gratificadas, o que representaria uma economia bastante razoável para os cofres públicos. Ao longo dos Governos Eduardo Campos, ocorreu um aumento expressivo desses cargos, que atendem às conveniências de natureza política. Muitas matérias já foram publicadas sobre o assunto. Pessoalmente, escrevi alguns artigos sobre o tema. Até então o Estado possuía 3.536 DAS, número que diminui para 2.567 DAS. Trata-se de mais um expediente danoso aos interesses republicanos. Ingresso no Serviço Público deveria ser facultado apenas através do Concurso Público, salvo algumas poucas exceções, como ocorre em países como França e Inglaterra. Sempre colocava a França como um bom exemplo a ser seguido - e, de fato é - mas a Inglaterra, proporcionalmente, é o país mais "enxuto" nesse aspecto. O problema ocorre nos três níveis, o Municipal, o Estadual e o Federal. A Prefeitura do Recife, por exemplo, possui um número absurdo de DAS. No Governo Federal são aproximadamente 23 mil cargos de DAS. Apenas nessa gestão mais recente, os municípios brasileiros "incharam' a máquina com mais 60 mil cargos de confiança. Esse número expressivo de DAS no Estado é algo que não coaduna com discurso meritocrático do governador Eduardo Campos. Pior do que isso somente a resposta produzida pelo seu Secretário de Administração a uma repórter do JC, informando que foram utilizados critérios técnicos para o preenchimento desses cargos. Eu, por exemplo, conhece algumas pessoas competentes em diversas áreas e gostaria muito de saber como indicá-las para assumirem alguma função no Estado. Se alguém souber a resposta, estamos aqui.