pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 9 de agosto de 2022

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Em nova pesquisa, Marília Arraes amplia vantagem



O Instituto Opinião, de Campina Grande, através do Blog do Magno Martins, divulgou mais uma pesquisa de intenção de voto entre os candidatos que disputam o Governo do Estado de Pernambuco. Havia uma expectativa de que essa rodada de pesquisa pudesse sinalizar alguma mudança no contexto da disputa estadual, quem sabe, apresentando algum candidato que pudesse se sobressair de um bloco de candidatos que se encontra numericamente empatado, enquanto a candidata do Solidariedade, Marília Arraes, lidera a disputa com relativa folga. Nesta última rodada, Marília amplia sua vantagem, há mudanças de posição de nomes entre este bloco, mas, a rigor, não dá para concluir muita coisa em relação à última pesquisa divulgada pelo mesmo Instituto. 

Aliás, para ser mais preciso, aqui no Estado, em relação a essas pesquisas de intenção de voto, os institutos que realizaram sondagens chegaram a números bem semelhantes ou convergentes. No plano nacional, a campanha do candidato Luiz Inácio Lula da Silva não se encontra num bom momento. No espaço de duas semanas, pelo menos 05 institutos deivulgaram seus levantamentos, com indicadores que apontam que o presidente Jair Bolsonaro vem se recuperando nas pesquisas. Um desses institutos - o GERP - chega apontar um empate técnico antre ambos. 

Neste momento, os ventos sopram a favor do ocupante do Palácio do Planalto e pode melhorar ainda mais, se considerarmos o efeito desse pacote de bondades que começa a chegar ao bolso dos brasileiros e brasileiras mais empobrecidos a partir de hoje. De uma cajadada só, embora com medidas desastrosas para as contas públicas, Bolsonaro mata dois coelhos do eleitorado tradicionalmente vinculado ao petismo: os mais pobres e nordestinos. 

No dia de ontem, os analistas passaram a se debruçar sobre os problemas que o candidato Lula enfrenta nesta fase da campanha. Um deles diz respeito aos problemas dos palanques estaduais. Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os casos mais emblemáticos. Num contexto de dificuldades como este, como Lula iria se comportar em relação aos palanques estaduais daqui para frente? Essa reflexão sobre o contexto nacional se insere na quadra da disputa no Estado, num quadro onde o candidato da coligação PT\PSB, Danilo Cabral(PSB-PE) enfrenta dificuldades e conta com o apoio de Lula para tentar reverter uma situação extremamente desfavorável nas pesquisas de intenção de voto. 

Não ouso fazer alguma consideração mais efetiva sobre o bloco de candidatos numericamente empatados por razões óbvias. Por enquanto, o que se pode concluir a partir dessa pesquisas é que teremos um segundo turno nas eleições estaduais e Marília Arraes aguarda o candidato que disputará com ela esse segundo tuno. Dificilmente esse nome será o do candidato da situação Danilo Cabral(PSB-PE), principalmente em razão da caótica avaliação da gestão estadual. O Instituto Opinião aplicou 1000 questionários, no período de 05 a 07 de agosto, pesquisa registrada sob número:  TSE-BR: 2516\20022 e TSE-PE: 01429\2022. Eis os números: 

Marília Arraes(SD-PE)        34,7%

Raquel Lyra(PSDB-PE)         11,8%

Miguel Coelho(UB-PE)         10,3%

Anderson Ferreira(PL-PE)     8,3%

Danilo Cabral(PSB-PE)        4,3%

    

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Editorial: Um momento para a campanha de Lula fazer uma autocrítica e reavaliar suas estratégias.



A cada nova pesquisa de intenção de voto que está sendo divulgada, os bolsonaristas comemoram os avanços obtidos pelo presidente Jair Bolsonaro. Logo pela manhã, foi divulgada uma pesquisa do BTG\FSB, onde o presidente apresenta sua melhor performance na série história realizada pelo Instituto desde de março. A diferença entre Lula e Bolsonaro cai para 07 pontos percentuais. Agora, à tarde, mais uma pesquisa, desta vez do Instituto Paraná Pesquisas, realizada no Estado de Goiás, onde o presidente Bolsonaro amplia sua distância sobre Lula num nicho eleitoral dos mais importantes e influentes, o agronegócio. 

Numa relação direta, onde Lula perde, Bolsonaro ganha. Numa avaliação do consultor Thomas Traumann, no site da revista Veja, a coordenação de campanha de Lula teria desistido de alguns nichos eleitorais importantes, como os evangélicos e a região sul do país, onde existe uma clara vantagem do adversário. Com base na BTG\FSB, a redação da revista faz uma análise sobre os nichos eleitorais onde o petista mais perdeu ponto, o que, possivelmente, justificaria essa perda de competitividade neste momento da campanha. 

Num espaço de tempo pouco superior há duas semanas, cinco institutos apontam uma recuperação de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Segundo dados da BTG\FSB, Lula perde votos entre os jovens de 16 a 24 anos de idade; entre aqueles que possuem o segundo grau completo; entre os eleitores que ganham entre dois e cinco salarios mínimos e, finalmente, entre aqueles eleitores que declaram não ter religião. Inversamente, foi ali onde Jair Bolsonaro mais avançou na preferência do eleitorado.

Dizem que a adversidade e a crise sempre produzem boas lições para a vida. A humildade  e a autocrítica também ajudam bastante. Talvez esteja faltando um pouco disso aos coordenadores de campanha do petista, o que o consultor trata como uma espécie de salto alto. Este seria um bom momento para se proceder uma  correção de rumo na campanha. Fica claro, entre outras coisas, conforme já apontamos, que não seria Lula ou o petismo que assusta Bolsonaro, mas a condução de sua política econômica, geradara de alguns gargalos, como inflação e desemprego. Corrigido o problema, mesmo que de forma temerária e artificial, ele volta a assustar.    

Editorial: O que Bolsonaro pode fazer para perder as eleições



Nos últimos dias, as notícias têm sido muito alvissareiras para o staff político do presidente Jair Bolsonaro, que tem insistido para que o mandatário obedeça um script bem definido e uma narrativa discursiva convergentes com os fatores que estão alavancando a melhora de sua avaliação e, consequentemente, seus índices nas pesquisas de intenção de voto. Todos os institutos que divulgaram pesquisas de intenção de voto mais recentemente, apontam para uma recuperação dos escores do presidente Jair Bolsonaro. 

Já se formou até um consenso entre analistas políticos de que as eleições presidenciais de outubro somente serão decididas no segundo turno. O mais comedido entre esses institutos foi o Datafolha, que ainda aponta uma diferença de 17 pontos entre Lula e Jair Bolsonaro, mas, mesmo assim, já sinalizava para uma ligeira recuperação do presidente, fato que seria verificado pelos institutos que divulgaram seus resultados posteriormente, chegando um deles - Instituto GERP - a apontar um empate numérico entre ambos. Diante desses novos fatos, sua assessoria política, naturalmente, por razões óbvias, faria as recomendações de praxe, ou seja, enfatizar a queda do desemprego e da inflação, o aumento do valor do Auxilio Brasil, a diminuição do preço dos combustíveis. 

De bom alvitre, de preferência, deixar de questionar as urnas eletrônica e reabrir o diólogo com o empresariado. Criticar o empresariado que assinou manifesto em defesa da democracia ou insistir em questionar a lisura das urnas eletrônica pode ser considerado um tiro no pé. Seria o que ele poderia fazer para peder as eleições. O que a assessoria sugere é que o presidente teria um comportamento muito arredio, pouco afeito a ouvir  - e muito menos a seguir - conselhos.    

Editorial: Major Fábio rouba a cena no debate da Paraíba



Ontem, conforme já informamos por aqui, a Rede Bandeirantes deu início aos debates com os candidatos que concorrem aos governos estaduais nas eleições de outubro. Salvo melhor juízo, os debates foram realizados em 09 Estados e o Distrito Federal. Pernambuco, infelizmente, ficou de fora neste primeiro momento. Como torna-se impossível acompanhar a todos ao mesmo tempo, aproveitei a manhã de hoje para assistir ao debate que ocorreu no Estado da Paraíba, entre os candidatos ao Palácio da Redenção. 

Como frequento aquele Estado com certa regularidade, acompanhar os rumos políticos da gestão pública tornou-se um hábito rotineiro deste editor. O blog cobriu, por exemplo, as últimas eleições municipais de 2022 para a Prefeitura de João Pessoa, com comentários quase que diários por aqui. Os grupos políticos na Paraíba possuem algumas particularidades que merecem a nossa apreciação, como o fato de rivais na política acabarem se entendendo consoante os interesses comuns em jogo. 

Tais fenômenos, certamente, ocorrem em outras quadras políticas, mas não com tanta facilidade. Aqui em Pernambuco, por exemplo, existia uma indisposiçao entre o Dr. Miguel Arraes e Jarbas Vasconcelos. Miguel Arraes morreu e a relação entre ambos não foi reatada, cabendo ao seu neto, Eduardo Campos, promover essa reaproximação, em virtude do seu projeto presidencial. O ex-governador Ricardo Coutinho, que começou sua carreira política no PT, em princípio, colocava-se como um contraponto à oligarquia familiar dos Cunha Lima. 

Quando a oportunidade política surgiu, se reaproximaram conquistando uma importante vitória política no Estado. Na eleição estadual seguinte, já estavam em lados opostos. O atual governador, João Azevedo(PSB-PB), que concorre à reeleiçao, é cria política do ex-governador Ricardo Coutinnho(PT-PB), que o transformou num supersecretário para pavimentar sua corrida ao Palácio da redenção. Eleito governador, Azevedo acabou rompendo com Ricardo Coutinnho. O candidato do PRTB, Major Fábio, roubou a cena no debate de ontem, ao apontar as contradições dos candidatos que concorrem ao Palácio da Redenção, mostrando que, com exceção dos candidatos do PL, do PSTU e do PSol, os demais, como se diz aqui em bom nordestinês, eram farinha do mesmo saco. Em boa medida, o major, que é nascido em Pernambuco, tem lá suas razões. A forma emotiva com que se colocou durante a sabatina, num debate 'amarrado' por regras rígidas, colocou uma espécie de "tempero" nas discussões.     

Editorial: O primeiro debate para o Governo de São Paulo



Hoje, 07\08, a Rede Bandeirantes realizou o seu primeiro debate com os candidatos que concorrem ao Governo de São Paulo nas eleições de 2022. A Rede Bandeirantes sai na frente, com uma grande espertise e tradição na realização desses debates políticos.  Trata-se de um dos trunfos da emissora de televisão, que já anuncia que no próximo dia 28\07 será a vez de reunir os candidatos que concorrem ao Palácio do Planalto. Ainda não sabemos se todos os concorrentes já teriam confirmado presença, mas, como já informamos anteriormente, estamos numa fase da campanha em que qualquer deslize pode ser fatal para as pretenções dos candidatos. Como observou o jornalista Fernando Mitre, da emissora, uma cadeira vazia sempre produz algum dano ao faltoso. 

Ontem, durante os debates de aspirantes aos governos estaduais, duas ausências foram insistentemente criticadas. A do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto(UB-BA), e ado governador de Minas Gerais, Romeu Zema(Novo), que concorre à reeleição. São dois candidatos muito bem cotados, mas não tenha dúvida de que as ausências se refletirão na avaliação da população, causando algum estrago. É bom que esses candidatos mostrem suas caras até mesmo para aquele eleitor que não os conhece. 

Ontem, por exemplo, no debate de São Paulo, tivemos duas gratas surpresas: o candidato do PDT, Elvis Cézar, sobre o qual consta excelentes avaliações de sua atuação como gestor público municipal, e o jovem candidato do Novo, Vonícius Poit, que nos pareceu bem preparado. Quando se discute a sucessão no Palácio Bandeirantes, esses nomes sequer aparecem, ofuscados pelas candidaturas de Fernando Haddad(PT), Rodrigo Garcia(PSDB-SP) e Tarcísio de Freitas. Esses candidatos se saíram bem durante o debate e isso contribui para a melhorar o nível das discussões sobre os problemas da cidade, assim como as possíveis soluções.  

Como o clima político está bastante acirrado, as farpas trocadas seriam inevitáveis, como uma recomendação do candidato do Republicanos, o ex-Ministro de Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, que sugeriu aos ouvintes que pesquisassem o no Google sobre quem seria o pior prefeito de São Paulo. A réplica do petista veio logo em seguida, recomendando aos internautas realizarem a mesma pesquisa, apenas com um assunto diferente: genocida, numa evidente alusão às vítimas da Covid-19. Este primeiro debate sugere uma amostra do que poderá estar por vir por aí, com o primeiro arsenal daquilo que deverá ser explorado dos adversários durante a campanha. Haddad, o candidato do PT, por exemplo, fala de cátedra sobre um tema que ele entende muito bem: educação. 

Foi um dos melhores ministro da educação, responsável por programas de inclusão educativa que transformaram a face deste país no tocante às oportunidades educacionais. Como não tem o  que mostrar ou propor sobre o assunto - talvez Garcia ainda possa falar na condição de gestor da máquina estadual - a tendência é que o velho e surrado tema da corrupção no governo petista no plano nacional seja explorado na disputa estadual, pelo candidato identificado com o bolsonarismo. Esta é uma nódua com a qual o PT terá que lidar ainda por alguns anos. Ainda está muito presente no imaginário popular e não pode ser ignorada. 

Assim como está se desenhando na disputa nacional entre Lula e Bolsonaro - ambos já aparecem empatados na disputa pelo Palácio do Planalto - ali também, tradicional reduto tucano, o candidato do PT, Fernando Haddad, não terá vida fácil. Será exposto no pelourinho político, com direito a banho de água de sal depois das chibatadas. Terá que ter muita capacidade de resiliência para resistir às intempéries, a julgar pelas provocações a ele dirigidas durante este primeiro debate. 

A claque de Rodrigo Garcia foi a mais ruidosa durante os debates, exigindo a intervenção do coordenador do debate em várias oportunidades. Talvez nem precisasse, uma vez que o candidato possui uma larga experiência na máquina estadual, tendo passado por 05 secretarias distintas, em 5 diferentes governos tucanos. Tem São Paulo na palma da mão, é tranquilo e experiente na vida pública. São indicadores que nos vão fornecendo algumas pistas sobre a sua ascendência nas pesquisas de intenção de voto, além, claro, do seu berço tucano.   

domingo, 7 de agosto de 2022

Editorial: Para onde caminha o eleitor de Ciro num eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro.



O eleitor de Ciro Gomes(PDT) parece ser mesmo o eleitor de Ciro Gomes. Se fosse um eleitor resultado da orfandade representada por Jair Bolsonaro(PL) e Luiz Inácio Lula da Silva(PT), possivelmente, ao longo da campanha, seus índices poderiam ter melhorado sensivelmente, fato que nunca ocorreu. A grande questão agora é saber se sua tendência seria caminhar para a candidatura conservadora de Jair Bolsonaro  ou se a de Luiz Inácio Lula da Silva. Salvo melhor juízo, há poucas informações sobre o perfil deste eleitorado, que o acompanha desde longas datas, ao longo de suas 04 candidaturas presidenciais.   

Há menos de dois meses da campanha, é pouco provável que a polarização venha a ser quebrada, o que significa dizer que uma reação supreendente de Ciro seria pouco concebível a esta altura do campeonato. Não sei em quem Ciro bateu mais, se em Bolsonaro ou em Lula. Sobre Lula ele já teria afirmado que não aceita acordo nem agora, nem no segundo turno das eleições. Não se pode dizer que ele não teve o desprendimento e a boa vontade no passado, quando Lula ainda estava encarcerado em Curitiba e ele o procurou para um diálogo sobre as eleições. Nem assim Lula teve a humildade de estabelecer um diálogo de corte mais republicano com o pedetista, um ex-auxiliar do seu governo.   

Num debate sobre o assunto, aqui no Recife, na Universidade Católica, Ciro chegou a perder a compostura com uma representante do Partido dos Trabalhadores. Convenhamos, é uma zanga que teria lá suas compreensões. Agora mesmo, quando rompeu a aliança PT\PSB no Ceará, indicando Roberto Cláudio(PDT-CE) para concorrer ao Governo do Estado, ele alfinetou as manobras que o morubxada petista estaria orquestrando, em diversos Estados da Região Nordeste, com o propósito de atrair aliados dos pedetistas. O mais provável é que ele faça uma nova viagem para Paris, na eventualidade de um segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro. 

Como disse antes, Ciro é Ciro e o eleitor de Ciro é Ciro, tornado-se difícil afirmar qual seria a sua tendência ou afinidade. Em princípio, a possibilidade maior seria uma identificação com o candidato petista, mas estamos tratando aqui de uma hipótese, pois o DNA deste eleitorado cirista ainda não teria sido dissecado. Não se pode dizer que Ciro não fez o dever de casa. Conhece bem o país, é um estudante aplicado e tem soluções para os seus principais problemas. Como já disse aqui outras vezes, é um cara preparado. Uma pena que o eleitorado não tenha enxergado isso.   

Editorial: Os bons ventos de agosto para a campanha de Jair Bolsonaro



O grande inimigo de Jair Bolsonaro(PL) nas eleições presidenciais de 2022 não seria Lula, mas os grandes gargalos da economia, refletido na carestia de itens da cesta básica, inflação em alta e os preços insuportáveis dos combustíveis, mexendo com o humor do motorista\eleitor. O empobrecimento da população e as taxas de desemprego também devem ter dado a sua contribuição para os baixos índices de aprovocação do seu Governo, o que respingava, de forma crucial, em seu projeto de continuar como inquilino do Palácio do Planalto. Os combustíveis estão em baixa e a inflação em queda moderada, o que contribui para as mudanças de rumo sobre a avaliação do seu Governo. 

Os rumos da política econômica são determinantes num projeto de reeleição. Os analistas políticos observam que um governante com índices de desaprovação acima de 40% praticamente não se reelege. Pela última pesquisa da Quaest\Genial, Jair Bolsonaro melhorou neste quesito, mas ainda ostenta 47% de desaprovação do seu governo. Antes tinha 50%. Na série histórica do Instituto, coordenado pelo cientista político Felipe Nunes, da Universidade Federal de Mnas Gerais, esta foi a pesquisa onde o presidente Jair Bolsonaro apresentou seu melhor desempenho. Como se sabe, logo em seguida veio a pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas apontanto que sua diferença para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva havia caído senssivelmente, para 5,5 pontos. Ontem foi a vez do Instituto GERP apontar um empate entre ambos, numericamente falando. 

Ao fim e ao cabo, o que se pode concluir é que os ventos de agosto estão soprando favoravelmente ao presidente Jair Bolsonaro. As medidas adotadas para reverter este quadro dasfavorável que ele apresentava nas pesquisas de intenção de voto até então são polêmicas, artificiais, arriscadas e com prazo determinado de validade. Nós acrescentaríamos que são medidas irresponsáveis também, posto que fura o teto dos gastos, criando sérios problemas para as contas públicas. Tentem, porém, explicar isso para os 90 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil, do Vale-Gás ou do Voucher.

Salvo melhor juizo, o Auxílio começa a ser pago apenas no dia 09\08, mas, mesmo assim, sua imagem junto a esses segmentos também já teria  melhorado bastante.  Não seria improvável que, durante a campanha oficial, Lula utilize o seu tempo de televisão - que seria o maior entre os candidatos - para tentar explicar à população sobre tais artifícios de caráter eleitoreiro e a temporalidade dos efeitos dessa PEC Kamikaze. A questão é se ele conseguirá convencer tais beneficiários. Melhor admitir logo que irá continuar pagando o tal Auxílio Brasil, no contexto de uma economia estável, onde tal benefício não seja corroído pela inflação. Esta, aliás, é uma das reivindicações do ex-candidato do Avante, André Janones, nas negociações para apoiar o petista ainda no primeiro turno das eleições de outubro.   

sábado, 6 de agosto de 2022

Editorial: Os aperreios do ex-juiz Sérgio Moro



Faz algum tempo que o ex-juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, não encontra um momento de sossego. É impressionante como ele costuma perder o timing ou avaliar mal as chances ou oportunidades que lhes sao oferecidas. Como num filme, vem à nossa memória toda uma trajetória repleta de atropelos depois que deixou a sua toga em Curitiba para alçar voos políticos nacionais. Ao que se sugere, sua maior ambição era mesmo tornar-se ministro do Supremo Tribunal Federal, o que coroaria sua carreira como juiz federal. 

Sua tentativa de viabilizar tal projeto através da aceitação do convite para ser Ministro da Justiça e Segurança Pública no Governo de Jair Bolsonaro, como se  sabe, não deu muito certo. Ainda hoje haveria indisposições entre ambos. Com um capital político relativamente preservado, vieram os convites para tentar uma carreira política, que acabou, num primeiro momento, empolgando o ex-juiz. Álvaro Dias ofereceu-lhes a mão e o Podemos para viabilizar o seu projeto de candidatar-se à Presidência da República. 

Logo ele perceberia que a legenda não teria recursos e estrutura para bancar uma candidatura presidencial e começou a se movimentar no sentido de procurar outro pouso partidário, deixando alguns desafetos pelo cominho. Depois, como se sabe tentou entabular negociações complicadas com o Uniao Brasil, que sempre deixou claro que o aceitava, mas dentro de condições bem definidas, que não incluiam uma candidatura à Presidência da República. 

Neste intervalo, vieram os problemas relativos à transparência e impostos devidos sobre os proventos recebidos na iniciativa privada, além dos problemas junto à Justiça Eleitoral em relação ao domicílio eleitoral em São Paulo, que não aceitou a locação de um espaço em hotel como algo plausível, inviabilizando suas pretenções políticas naquela Estado da Federação. Finalmente, voltou ao seu torrão natal, a sua querida Curitiba para postular uma vaga ao Senado Federal pelo Paraná. Hoje passou a circular nas redes sociais um vídeo onde o ex-juiz é hostilizado por populares no momento em que tenta gravar um vídeo, possivelmente para o seu programa de TV. Ali, disputa a vaga com Álvaro Dias, do Podemos.  Uma vida de aperreios para o ex-juiz.    

Editorial: Bolsonaro empata com Lula, de acordo com pesquisa do Instituto GERP



Mesmo institutos de pesquisas como o Datafolha, com uma grande espertise na realização de pesquisas de intenção de voto - apesar de apontar uma ainda folgada diferença entre os dois principais concorrentes ao Palácio Planalto - já sinaliza para um ligeiro esboço de reação do presidente Jair Bolsonaro(PL) na corrida presidencial. Logo em seguida, veio a pesquisa do Quaest\Genial, coordenado pelo cientista político Felipe Nunes, que mostrou, ponto a ponto, como isto estava ocorrendo em diversos segmentos do eleitorado, o que evidenciava-se que a bolha da vantagem estava sendo furada em favor do presidente. A última pesquisa divulgada pelo Instituto foi a melhor para Bolsonaro em sua série histórica de pesquisas.  

Até o mais renhido eleitor petista sabia que, em algum momento, as medidas adotadas pela PEC Kamikaze produziria seus efeitos sobre o eleitorado. O eleitor comum, aquele beneficiário do Auxilio Brasi ou do Vale-Gás, está muito pouco preocupado com essa estória de crise institucional ou sobre o número de assinaturas da Carta pela Democracia. São 90 milhões de cidadãos e cidadãs eleitores, em sua grande maioria concentrados nos grotões mais pobres do país, como a região Nordeste, onde - não por coincidência - o presidente Jair Bolsonaro melhorou seus índices. O encadeamento é simples, conforme discutimos no último editorial: melhora a percepção do cidadão sobre os rumos da economia, melhora a avaliação do governo, ampliam-se suas possibilidades de reeleição. 

Neste momento da disputa, os candidatos mais bem ranqueados pisam em ovos para não cometerem algum deslize. Ontem mesmo, possivelmente aconselhado por seu staff político, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás em sua decisão de não participar das entrevistas do Jornal Nacional. O mesmo vale para as preocupações com o 07 de setembro, neste momento em que os ventos sopram favoravelmente. Ninguém disse que seria fácil. É uma eleição que, certamente, será decidida num segundo turno. Neste contexto, não causa uma grande surpresa essa pesquisa do Instituto GERP apontando um empate técnico entre Lula e Jair Bolsonaro, num levantamento realizado entre os dias 01 e 05 de agosto. 

A pesquisa do Datafolha já teria sido suficiente para o staff político de Lula colocar as barbas de molho. Nos índices ou segmentos do eleitorado onde Jair Bolsonaro ganha algum pontinho, quase sempre, Lula perde outro. Segundo a pesquisa do GERP ambos estão numericamente empatados com escores de 38% das intenções de voto. Ciro Gomes aparece com 10% e Simone Tebet com 3%. A margem de erro do Instituto é de 2,8% e a pesquisa está registrada com o número: TSE-BR 009327\2022.  

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Mobilização e festa do bolsonarismo no Recife



Depois de encerradas as convenções partidárias - que homologaram as candidaturas ao Governo do Estado e ao Senado Federal nas próximas eleições - este editor aguarda, com muita ansiedade, a nova pesquisa de intenção de voto para o Palácio do Campo das Princesas. Eles devem indicar alguma sinalização sobre qual candidato estaria esboçando sair ali daquele pelotão que se encontra embolado, empatados nas margens de erro dos institutos, disputando com Marília Arraes, do Solidariedade, que ocupa a liderana das pesquisas. 

O mundo da política é capaz de produzir algumas situações inusitadas, como, por exemplo, a informação de que alguns socialistas da terrinha estariam torcendo que seja o ex-prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira(PL), a se sobressair naquele pelotão, na expectativa de que a centrífuga da polarização pudesse produzir um embate entre Bolsonaro e Lula. Como eles representam, oficialmente, o palanque do moruboxaba petista no Estado, tal ascendência de Anderson pudesse alavancá-los. Uma aposta, como se observa, muito arriscada, porque, afinal, oficialmente ou não, Lula tem três palanques no Estado. A polarização com os socialistas é pouco provável, pois, como analisamos ontem, o eleitor não perde de vista a gestão local e ela não vai nada bem.   

Por outro lado, no contexto de uma observação baseadas em fatos concretos, não seria improvável esta ascendêndia de Anderson Ferreira(PL), mas por motivos mais racionais ou plausíveis, como, por exemplo, a recuperação dos índices de aprovação do Governo repercutindo na performance do presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, já detectada por alguns institutos. Se tal fenômeno está ocorrendo no plano nacional, não seria improvável que pudesse se repetir nas quadras estaduais, entre os apoiadores do presidente. 

E, por falar no bolsonarismo, hoje eles estão mobilizados no Recife, onde realizam uma motociata e uma Marcha por Jesus. Segundo informações, Marcha Para Jesus não pode ser mais utilizada, pois haveria direitos autorais em jogo. Normalmente, os bolsonaristas conseguem realizar grandes eventos aqui no Estado, em razão da articulação dos seus apoiadores. No Nordeste, Pernambuco é um dos Estados onde o bolsonarismo mais se consolidou, suscitando, inclusive, investigações no sentido de apontar essas razões, conforme já sugerimos por aqui. 

Embora lidere em todas as pesquisas de intenção de voto, a margem da candidata Marília Arraes em relação aos demais competidores não é muito expressiva, o que sugere uma possibilidade concreta de um segundo turno nas eleições estaduais de outubro. No plano nacional, essa possibilidade se mostra cada vez mais perceptível, consoante o último levantamento realizado pelo Instituto Quaest\Genial. Lentamente, mas de forma sistemática e contínua, o presidente Jair Bolsonaro, sobretudo depois das medidas previstas na PEC  Kamikaze, vem recuperando alguns pontos que podem conduzir as eleições para um segundo turno. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Editorial: O Jornal Nacional ouve os candidatos à Presidência da República a partir do dia 22\08



Muitas expectativas em torno das primeiras entrevistas do Jornal Nacional com os candidatos que concorrem ao Palácio do Planalto nas eleições de 2022. Elas começam a partir do dia 22\08, com o presidente Jair Bolsonaro(PL), que havia dito que não iria, mas acabou confirmando presença, possivelmente aconselhado por sua assessoria política. Em princípio, o entrave seria o local da realização dessas entrevistas. Jair Bolsonaro desejava que elas fossem realizadas no Palácio do Planalto, enquanto a decisão da Rede Globo definia o Rio de Janeiro, sua sede, como um local inegociável. 

A importância que essas entrevistas alcançam no país - sobretudo em razão da audiência daquele tradicinal jornal televisivo - não é algo que possa ser desprezado pelos candidatos. Por outro lado, é preciso tomar muito cuidado com as afirmações, que podem contribuir para prejudicar o desempenho do candidato na corrida presidencial. Ou seja, abre uma janela de oportunidades, mas, por outro lado, também pode representar um grande risco para a estratégia de campanha de cada um deles. 

Quem dimensionava bem isso era o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que pretendia concorrer à Presidência da República e via, naquela bancada, uma chance imperdível de alavancar o seu nome entre os competidores. Os principais concorrentes ao Palácio do Planalto já confirmaram presença na bancada do jornal, como Jair Bolsonaro(PL), Ciro Gomes(PDT), Luiz Inácio Lula da Silva(PT) e Simone Tebet(MDB). Pela ordem, serão ouvidos: 

Jair Bolsonaro                   22\08

Ciro Gomes                       24\08

Luiz Inácio Lula da Silva        25\08 

Simone Tebet                     26\08        

Editorial: Bolsonaro volta atrás e vai ao Jornal Nacional

 



Uma pesquisa do Instituto Quaest\Genial, divulgada recentemente, aponta uma melhoria de desempenho do presidente Jair Bolsonaro(PL) junto a diversos segmentos do eleitorado, inclusive entre aqueles segmentos onde, até então, havia uma larga vantagem do petista Luiz Inácio Lula da Silva(PT). Para que tenhamos uma ideia, ele consegue melhorar até no Nordeste, reduto tradicional do adversário. Há uma relação automática: melhora a percepção da população sobre a economia, melhora a avaliação do seu governo e isso se reflete diretamente sobre seus índices de intenção de voto. 

Como observou um analista, seu ibope melhorou entre os beneficiários do Auxílio Brasil antes mesmo do início do pagamento do benefício. Somente a expectativa de recebê-lo já teria sido suficiente para melhorar o humor deste eleitorado em relação ao presidente. Numa entrevista recente à revista Veja, o Ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos principais assessores políticos do presidente, faz uma aposta arriscada: Lula vence no Nordeste, mas Bolsonaro ganharia em todas as capitais da região. 

Pelo sim, pelo não, neste momento crucial da campanha, convém tomar todos os cuidados possíveis. Caminhar como quem pisa em ovos, para não oferecer munição ao adversário. Isso vale para Bolsonaro, isso vale igualmente para Luiz Inácio Lula da Silva(PT). A esta altura do campeonato, Bolsonaro já deve ter sido aconselhado a não colocar tudo a perder nas comemorações do próximo 7 de setembro, pedindo ao seus seguidores moderação diante dos ventos que, neste momento, são favoráveis à campanha. 

Talvez neste mesmo contexto se explique a sua decisão de voltar atrás em relação às entrevistas que serão realizadas no Jornal Nacional, onde ele já havia comunicado que não iria, pois só concederia a entrevista no Palácio do Planalto e não no Rio de Janeiro, conforme proposto pela emissora. Seus assessores devem ter percebido que seria um equívoco ausentar-se dessas entrevistas, quando todos os outros candidatos agendados já teriam confirmado presença.     

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: O PSB inicia a jornada com um maracatu mal ensaiado



Hoje, dia 05\08, o PSB realiza sua convenção com o objetivo de homologar a candidatura do Deputado Federal Danilo Cabral(PSB-PE) para o Governo do Estado. Como se sabe, o candidato enfrenta grandes dificuldades de afirmar sua candidatura até mesmo junto a segmentos das hostes socialistas da Frente Popular. Não é o candidato do "consenso", tampouco "natural", em razão dos inúmeros problemas e jogos de interesses que podem ser elencados no conjunto da Frente Popular. 

Na realidade, a Frente Popular emite sinais evidentes de uma implosão irreversível, que pode ter seu desfecho com o resultado das eleições de outubro. Todos os dias são relatados casos de dissidências entre integrantes dos principais partidos que integram essa frente, como é o caso do PT e do PSB. Soma-se a isso, partidos e lideranças políticas expressivas que abandonaram a Frente Popular para vincularem ao projeto de Marília Arraes, como é o Deputado Federal Sebastião Oliveira, do Avante, hoje candidato a vice na sua chapa.  

A solução, até o momento, tem sido a expulsão sumária desses dissidentes da legenda, mas os danos podem ser irreparáveis. Uma vitória política de Marília Arraes, por exemplo, como eles mesmos admitem, pode ser uma pá de cal num projeto de poder que já sobrevive há 16 anos no Estado. É curioso como, mesmo sendo descendente da mesma nucleação familiar Campos\Arraes, Marília pode representar essa ruptura, pois, assim, assume o espólio político da família Arraes, antes hegemonizado pelos herdeiros do governador Eduardo Campos. 

Tal feito, igualmente, também interdita setores oligárquicos do PT, que sobrevivem à sombra do PSB, e sempre trabalharam contra a candidata quando ela ainda estava na legenda. Marília tem um trânsito político que vai dos setores populares mais orgânicos até o flerte, ocorrido nas últimas eleições para a Prefeitura da Cidade do Recife, com políticos ligados ao bolsonarismo, fato que tem preocupado o PT no plano nacional. Consciente das dificuldades de tornar a chapa, de fato, competitiva, investem, agora, não numa eventual vitória - hoje muito difícil - mas no objetivo de impedir que a neta de Arraes chegue ao Palácio do Campo das Princesas. 

A estratégia de bater em Marília pode não ser uma estratégia bem-sucedida, pois pode resultar no efeito "fermento", uma vez que já se construiu, no imaginário popular, a imagem de que Marília é uma "mulher perseguida'. Se escalarem homens para essa missão aí é que as coisas pioram. Guardadas as suas particularidades - como o confuso processo de escolha sobre o seu nome para disputar o governo - o que ocorre com Danilo Cabral é um pouco o fenômeno que ocorre com outros nomes que concorrem aos Governos dos Estados pela coligação PT\PSB, ou seja, apostam numa incerta transferência de voto do morubixaba petista, Luiz Inácio Lula da Silva, como uma espécie de tábua de salvação. 

Seria o caso da Bahia, como Jerônimo Rodrigues(PT-BA), de Minas Gerais, como Alexandre Kalil(PSD-MG), e, possivelmente, Helmano de Freitas(PT-CE), do Ceará, embora este último conte com um grande padrinho politico, o ex-governador Camilo Santana(PT-CE), que concorre ao Senado Federal na mesma chapa. Pelo menos em Minas Gerais e na Bahia é muito pouco provável que este quadro seja revertido. A coisa é tão complicada que uma pesquisa apontou a queda - e não a subida - de Kalil depois de confirmado o apoio de Lula. 

O eleitor de Minas está consolidando uma espécie de voto "Luzema', ou seja, Lula para o Planalto e Romeu Zema(Novo) para continuar como inquilino do Palacio Tiradentes. assim como  ocorre na Bahia, onde a eleição de ACM Neto é tida como certa. Este editor cunhou a expressão: ACMLula, para identificar o mesmo fenômeno que ocorre em Minas Gerais. O Estado de Pernambuco não encontra-se apenas numa espécie de fadiga de material, mas mergulhou numa debacle, aparecendo negativamente, no plano nacional, com índices caóticos nos indicadores de desempenho da economia e na assistência social à sua população. 

A população desaprova 70% esse governo. É uma grande ilusão achar que provocar uma polarização seria suficiente para ofuscar da população essa realidade cotidiana. O eleitor não é bobo. Quando se elegeu pela primeira vez ao Governo do Estado, Eduardo Campos enfrentou grandes dificuldades, mas tinha em mãos um projeto de mudanças, como enfrentar o problema da violência urbana. Pernambuco era então um dos Estados mais violentos do país e ele prometeu - e cumpriu - tirar o Estado dessa triste condição. 

Fazia questão de acompanhar, pessoalmente, as reuniões do Pacto Pela Vida, com a participação da sociedade civil, cobrando resultados concretos. Nas atuais circunstâncias, os sociasitas perderam a condição de propor algo, o que torna inviável o seu projeto de continuar à frente do Palácio do Campo das Princesas. Segundo alguns observadores, o próprio Danilo Cabral teria usado a expressão que dá título a este artigo, ou seja, diane de tantos problemas, teria dito que estava num maracatu mal-ensaiado. E está mesmo. 

No dia do Escritor, autores contam como é escrever

 


No Dia do Escritor, autores contam como é escrever
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Em 25 de julho de 1960, o então ministro da educação e cultura do governo Juscelino KubitschekPedro Paulo Penido, criou o Dia Nacional do Escritor. Penido quis homenagear o I Festival do Escritor Brasileiro, organizado pela União Brasileira de Escritores (UBE), no Rio de Janeiro. O evento ocorreu na mesma data. Já a celebração em nível mundial é realizada em 13 de outubro.

No Brasil, o Dia do Escritor também é uma oportunidade para refletir sobre a proteção dos direitos de autor e as dificuldades pelas quais os escritores passam no país. Não é fácil ser escritor e é muito mais difícil ser escritora. 

O estudo do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília (UnB), de 2018, concluiu que o perfil majoritário é homem, branco, de classe média, nascido no eixo Rio-São Paulo. E o padrão se estende para narradores, protagonistas e coadjuvantes, que são em sua maioria homens, também brancos, de classe média, heterossexuais e moradores de grandes cidades.

“O que me motivou a escrever foi a poesia, foi o teatro. Com 9 anos de idade, li um poema de Manuel Bandeira. Quis ser Bandeira. E quis a falta de saúde dele. E o teatro que fiz na escola, no Recife, também aos 9 anos, me motivou a inventar personagens, a criar diálogos, a pensar na luz, na sombra, no ar da palavra. Aos 14 anos eu já tinha uma peça encenada no meu bairro. Até hoje o que escrevo é poesia, o que escrevo é teatro”, conta o escritor Marcelino Freire, criador da Balada Literária, festa que discute escritores e artistas com uma proposta de valorização para a literatura.

Para celebrar a data e entender mais sobre a beleza do ofício, Cult perguntou para alguns escritores (as), o que significa escrever para eles. Abaixo, confira as respostas de Marcelino Freire, Veronica Stigger, Eliane Potiguara, Fabrício Corsaletti, Micheliny Verunschk, Tito Leite, Jarid Arraes e Milton Hatoum.

 

“Escrever é uma resposta que eu procuro e não encontro. Sabe uma criança perdida? Escrever é procurar eternamente uma criança perdida. Busco, busco. Isso foi ontem, é hoje, será amanhã.”
Marcelino Freire

 


“Escrever, para mim, é uma forma de preservar a lembrança do que passou. Nisso, estou com o personagem Bopp, de Opisanie świata: escrevemos para não esquecer ou para fingir que não esquecemos. O escritor é uma espécie de guardião da memória: ele lembra, por alguma razão, aquilo que todos esqueceram.”
Veronica Stigger

 


Literatura Indígena e nativa vem das entranhas da Terra, é o grito sufocado dos que precisaram emudecer, explodindo no ar seu verbo colorido como se fora uma grande bolha de água cristal-celeste. É a explosão dos séculos e a nova forma de pensar, agir e decidir. Deixem-me dizê-la, por favor! E creem em mim como a luz do sol, como a essência da alma. É a manifestação “apressada” da Identidade indígena, que por sua vez é a manifestação do Cosmo através da ancestralidade.”
Eliane Potiguara

 


“Escrever é o contrário de se alienar. É uma das maneiras mais eficazes de tocar a realidade (seja lá o que isso signifique) ou a própria imaginação.”
Fabrício Corsaletti

 

 


Comecei a escrever as primeiras histórias, poemas, letras de música, ainda na infância. E cresci cercada pela palavra e tendo como norte a noção de que esta palavra, trabalhada pelo labor literário, era algo de extrema importância para mim, me colocava de pé diante do mundo. Sigo acreditando nisso e escrevo porque é o que faço de melhor, porque é minha forma de responder à vida.”
Micheliny Verunschk

 

 


“Só devemos escrever o necessário, o que for impossível não escrever. E é por isso que a gente escreve, quando o desejo de escrever prevalece sobre o silêncio. Quando isso não acontecer é melhor silenciar, e é preciso ter coragem para silenciar também. Raduan Nassar é um corajoso, não tinha mais nada a escrever e parou, o que não deixa de ser admirável.”
Milton Hatoum

 

“Escrever é a forma que eu encontrei para dialogar com os meus espantos, com as minhas questões e também para dialogar com o mundo. Eu comecei a escrever porque eu sou monge Beneditino. Eu moro no Mosteiro e eu tenho uma vida de clausura. A escrita foi a forma que eu encontrei para dialogar com as questões que surgem no mundo. Essas questões que nos causam indignação e que nos revoltam e também outras questões. A escrita é diálogo, é a forma que eu tenho para dialogar comigo mesmo, com as minhas dúvidas e com o mundo externo. Então, escrever é uma forma de encontro.  Uma forma de buscar bons encontros e ao mesmo tempo não apenas buscar bons encontros, mas também de adentrar o real. É mostrar a realidade tal como ela é.”
Tito Leite

“Escrever é chafurdar nos incômodos mais penosos e insistentes. É encarar a sujeira, a feiura, o terrível, e sustentar o olhar.”
Jarid Arraes

 (Publicado originalmente no site da Revista Cult)

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Editorial: Saiu uma nova IPESPE com a disputa pelo Governo do Ceará



Acaba de sair do forno uma nova pesquisa de intenção de voto entre os candidatos que concorrem ao Governo do Ceará. Desta vez, a pesquisa foi encomendada pelo jornal O Povo  e realizada pelo Instituto IPESPE, do cientista político pernambucano Antonio Lavereda. O levantamento foi produzido num período que já incorpora o resultado da implosão da histórica aliança que havia naquele Estado entre o PT e o PDT. Como se sabe, as duas siglas romperam, depois que o Diretório Estadual do PDT homologou a candidatura do ex-prefeito de Fortaleza, o médido Roberto Cláudio, para o Governo do Estado, contrariando um acordo prévio entre as duas siglas, que previa que a vice-governadora Izolda Cela, fosse apoiada pelas duas legendas como candidata a continuar na gestão do Palácio da Abolição. 

Correta e bem-avaliada pela população, Izolda era praticamente uma unanimidade entre as principais lideranças dos dois grêmios partidários. Interferências de lideranças do PDT, no entanto, impediram suas legítimas aspirações. Depois do impasse, o PT local lançou a candidatura do Deputado Estadual Hermano de Freitas, como postulante ao Governo do Estado, com o apoio da cúpula nacional da legenda. Até bem pouco tempo, Lula esteve naquele Estado, com o objetivo de alavancar a candidatura do correligionário, que, por algum motivo, pode se deparar com a mesma situação de outros Estados da federação, onde ocorre um descompasso entre as intenções de voto no morubixaba petista e entre os seus apadrinhados, como Bahia, Pernambuco, Minas Gerais.Ainda é cedo, porém, para enquadrar Hermando neste perfil. 

Afinal, apenas recentemente seu nome foi anunciado como candidato. Conta a seu favor, o fato de ter ao seu lado um cabo eleitoral de peso, o ex-governaror Camilo Santana, com uma eleição praticamente assegurada para o Senado Federal, que deixou o governo com 70% de aprovação da população. Ali se daria o contrário. Seria o candidato ao Senado puxando o candidato ao Governo. Isso numa avaliação bem otimista. Na realidade, esse impasse entre as duas legendas pode ter dado fôlego ao candidato do União Brasil, o capitão Wagner, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento. No plano nacional, Wagner é uma das apostas mais promissoras do bolsonarismo. A pesquisa do IPESPE foi realizada entre os dias 30 de julho e 02 de agosto, encomendada pelo jornal O Povo, ouviu 1000 pessoas, com margem de erro de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, e está e está registrada no TSE-CE: 01695\2022.

Capitão Wagner(União Brasil)          38%

Roberto Cláudio( PDT)                 28%

Hermano de Freitas(PT)                13% 



O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: A convenção dos "pequenos": Psol e Rede



Este editor teve acesso a um estudo interessante sobre o desempenho dos partidos "radicais" de esquerda ou seja, aqueles grêmios partidários que ainda se identificam com algumas teses caras ao pensamento de esquerda. Muito mais do isso, ainda observam, com alguma reserva, a luta política através da via institucional. Claro que, com o processo de decomposição ideológica pelo qual passaram alguns partidos dito de "esquerda" brasileiros, tornou-se cada vez mais difícil estabelecer essa clivagem.   

Mais, olhando com a acuidade política necessária, ainda é possível identificar alguns deles, como é o caso do PSTU e o Partido da Causa Operária, por exemplo. Embora na margem esquerda do lago ideológico, possivelmente alguns analistas teriam dúvidas sobre o devido "enquadramento" ideológico de partidos como o Psol e a Rede, organizações partidárias que hoje atuam com desenvoltura no parlamento e travam batalhas eleitorais a cada nova eleição. Aqui em Pernambuco, por exemplo, na Câmara Municipal do Recife, o PSOL possui uma bancada das mais atuantes. São dois vereadoes que fazem um trabalho excepcional: Dani Portela e Ivan Moraes. O último "feito" foi a aprovação de um projeto de lei, da vereadora Dani Portela, proibindo homenagens a violadores dos direitos humanos no Recife.  

Para eles, a democracia representativa não é, necessariamente, apenas uma democracia "burguesa". Há, ali, meios e espaços para lutar e puxar a brasa para a sardinha dos mais fragilizados socialmente, ampliando direitos de minorias, assegurando moradia, renda digna, educação de qualidade, comida na mesa e emprego. Todo esse entróito é para concluir que o eleitorado brasileiro parece ter diminuido suas resistências em relação a esses partidos políticos, principalmente em relação aos mais "radicais", que estão ampliando seu eleitorado a cada nova eleição. 

A ampliação do eleitorado desses partidos ainda é pequena, mas trata-se de um fenômeno que merece a atenção do mundo acadêmico, no sentido de entender o que este aumento significa. O PSOL e A Rede fizeram recentemente sua convenção no Estado e a festa foi muito bonita, passou uma energia muito positiva. Antes, o professor José Arnaldo foi recebido pelo candidato Lula, confirmando a tese de que Lula, de fato, terá três palanques de apoiadores aqui em Pernambuco, o que seria natural, pois os dois partidos estão alinhados com o projeto de Lula no plano nacional.  

Outro aspecto bastente interessante nesses candidatos é uma preocupação "propositiva", ou seja, levam a ação política muito a sério, constróem, programas de governo, têm, de fato, uma agenda de governabilidade para por em prática caso atinjam as instâncias de governo. Saudamos, nesse espaço, a chapa do PSOL\Rede, desejando que vocês continuem contribuindo para a ampliação de nossa experiência democrática e a qualidade de vida de todos os brasileiros e brasileiras. 

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Editorial: Carta pela Democracia já atinge 700 mil assinaturas



Você já assinou a Carta pela Democracia? Não? Então assine, pois estamos passando por um momento de crise institucional e política onde a nossa experiência democrática precisa ser defendida e você, como brasileiro e brasileira que tem compromissos com o país, precisa demonstrá-lo. Os arroubos de contraposição a esta iniciativa partem exatamente dos atores políticos que já demonstraram que não possuem quaisquer compromisso com os princípios que norteam um regime democrático. 

A experiência democrática brasileira precisará ter nervos de aços para superar e continuar sobrevivendo às intempéries autoritárias. Como enfatizo sempre por aqui, somos hoje a democracia mais ameaçada do planeta. Iniciativas como esta, quando a sociedade civil se mobiliza para defendê-la serão sempre bem-vindas. Pilares de nossa democracia, como a isenção, transparência e lisura dos processos eleitorais passaram a ser questionados cotidianamente, criando um clima de hostilidades entre os poderes, nada salutar para uma boa convivência política entre esses atores. 

Hoje, em pronunciamento mais incisivo, o Presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco(PSD-MG) lembrou um dado que já havia caído no esquecimento: as urnas eletrônicas são um orgulho nacional. Ao longo dos anos, esse instrumento foi sendo aperfeiçoado, tornando-se um meio seguro e transparente de votação, acompanhamento e aferição dos resultados de uma eleição.  Um ambiente político de respeito mútuo, de delegação a órgãos com a idoneidade e espertise técnica suficientes para arbitrarem e deliberarem sobre os resultados de um processo eleitoral é um preceito fundamental dos regimes democráticos.    

Editorial: A cada nova pesquisa, Rodrigo Garcia recupera espaço no ninho tucano.



A rigor, a melhora dos índices de intenção de voto de Rodrigo Garcia(PSDB-SP)no ninho mais emplumado dos tucanos já seria esperada. Exceto, talvez, pelos seus opositores, que acreditavam que, a exemplo da debacle nacional, ali também os tucanos teriam grandes problemas. Problemas eles até tiveram e, certamente, continuarão tendo, mas nada que arrefeça o ânimo de um segmento fiel do eleitorado paulista em votar num candidato tucano. A disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, como informamos em editoral anterior, será uma das mais acirradas, a julgar pela dinâmica que vem se desenhando. 

O candidato do PT, Fernando Haddad, começou bem, lidera todas as pesquisas de intenção de voto até este momento, mas é o candidato com a maior taxa de rejeição entre os concorrentes, ou seja, 48% do eleitorado, o que sugere a dimensão das dificuldades no sentido de ampliar o seu teto de crescimento. Em tese, naquela praça, ele poderia ajudar muito mais Lula do que o contrário, uma vez que o petista perde para Bolsonaro num confronto direto. Inexiste, pelo menos neste momento, a possibilidade de tranferência de voto de Lula para o afilhado político.  

Outro problema seria fazer uma crítica aos tucanos sem melindrar o bico fino que o acompanha como aliado, Geraldo Alckmin, hoje filiado ao PSB. O bolsonarismo supera o petismo naquela Estado, mas a relação entre o presidente Jair Bolsonaro(PL) e o seu ex-Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas(Republicanos), já enfrentou dias melhores. Rodrigo Garcia(PSDB-SP), por sua vez, corre numa raia própria, com um segmento do eleitorado fiel ao tucanato, tornando-o um candidato bastante competitivo. Na pesquisa divulgada no dia de hoje, pelo instituto Real Time Big Data, ele já aparece em segundo lugar na disputa, embora ainda dentro da margem de erro do instituto. 

Fernando Haddad(PT)       33%

Rodrigo Garcia(PSDB-SP)   19%

Tarcísio de Freitas       20%

   

Editorial: Os efeitos da PEC Kamikaze já são sentidos no desempenho de Jair Bolsonaro.



Isoladamente, talvez não aja uma outra variável tão determinante numa eleição como os resultados obtidos na economia. Inflação e desemprego, conforme já discutimos por aqui, serão determinante para o desfecho do resultado das próximas eleições presidenciais. Se tais problemas persistirem, o candidato Lula teria que se apresentar ao público como a "solução" para esses problemas, o que o tornaria praticamente imbatível. Ocorre, no entanto, que se tais problemas forem contornados, as chances de uma reeleição de Jair Bolsonaro melhoram sensivelmente, independentemente da crise institucional em que o país está mergulhado.  

Ainda é cedo para dizer até que ponto esses problemas da economia serão devidamente contornados, contribuindo para melhorar o desempenho do presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, mas dois grandes institutos, em suas séries históricas de pesquisas de intenção de voto realizadas, sinalizam para indicadores que apontam para essa melhora de desempenho há menos de dois meses das eleições: melhora a avaliação do seu governo, sobretudo entre os grupos benefiários do Auxilio Brasil, e, com isso, ele amplia seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto, diminuindo a diferença em relação ao seu principal competidor, Luiz Inácio Lula da Silva(PT). 

Na segunda-feira o Paraná Pesquisas apontou que a diferença entre ambos caiu para 5,5 pontos percentuais. Hoje, saiu a pesquisa do Instituto Quaest\Genial, praticamente confirmando uma tendência de recuperação, registrando que, até este momento, na série de pesquisas realizadas por aquele instituto, esta é a menor diferença observada entre ambos na corrida pelo Palácio do Planalto. Nesta última pesquisa, Lula aparece com 44%, enquanto Jair Bolsonaro crava 32%. Ouvido pela reportagem da revista Veja sobre o assunto, o diretor do instituto, Felipe Nunes, confirma que tais índices de recuperação seriam reflexos direto dos efeitos da PEC Kamikaze sobre a economia. Ou mais precisamente - acrescento - sobre os segmentos sociais contemplandos com essas medidas, pois a inflação continua fazendo seus estragos no bolso da população como um todo, pois uma caixa de leite longa vida já custa R$10,00 e uma lata de óleo de cozinha chega a R$14,00.  

Editorial: PT rompe com o PSB no Rio de Janeiro.

Crédito: Mauro Pimentel\AFP


A ambição política e os interesses de grupos nem sempre contribuem para a união em prol de projetos coletivos mais consistente, de corte republicano. Até recentemente, o PDT rompeu uma aliança política com o PT, no Estado do Ceará, que já durava 16 anos, responsável por desbancar oligarquais carcomidas do Palácio da Abolição e não permitir que grupelhos proto-fascistas ditassem os rumos da política naquele Estado. Havia um consenso de que o nome que deveria dar continuidade ao projeto seria o da vice-governadora, Izolda Cela, até então filiada ao PDT, confiável, competente e muito bem avaliada pela população.Sua eleição era tida como certa. 

Infelizmente, o diretório estadual do PDT, com forte influência dos caciques da legenda, optaram por um outro nome, o que facilita a vida do candidato oposicionista, ligado ao bolsonarismo, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto. Agora, é o caso do Rio de Janeiro, onde havia um acordo - mais do que acordado - entre o PT e o PSB, com reflexos nos padrões de alianças entre os duas legendas no plano nacional. Marcelo Freixo filiou-se ao PSB para ser o candidato do partido ao Governo do Estado, apoiado pelo PT, que indicaria o candidato ao Senado Federal na chapa. 

Arranjos políticos locais contribuíram para melar o acordo. O diretório do PSB no Estado resolveu, à revelia do acordo assumido, lançar o nome de Molon para o Senado Federal. Lideranças petista nacionais exerceram todas as negociações possíveis para que o acordo fosse respeitado. Inclusive o próprio Lula entrou no circuito, pedindo a intervenção da Executiva Nacional do PSB no caso. A diplomacia não conseguiu reverter a situação e o PT resolveu romper com o PSB, criando uma situação política hoje confusa, onde as forças do campo progressista agora precisam encontrar uma alternativa para o palanque de Lula no Estado. 

Em meio a este turbilhão de vaidades e interesses pessoais, a situação ganha espaço e já recupera alguns pontinhos preciosos em seu reduto político tradicional. Louve-se aqui a lealdade e a dignidade do candidato Marcelo Freixo, que não poucou esforços para que o acordo fosse mantido, recebendo o reconhecimento do PT na carta de rompimento político. Há uma possibilidade de desdobramentos desse racha, com reflexos, inclusive, no Estado de Pernambuco, onde o PT administra uma aliança com inúmeros problemas com o PSB.