pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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domingo, 24 de março de 2024

Editorial: Grande dia! Finalmente, os possíveis mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco são identificados e presos.



Diante da enorme repercussão do crime, o ex-militar Ronnie Lessa, que efetivou os disparos que mataram a ex-vereadora Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes, procurou os mandantes do crime para uma conversa, onde demonstrou grande preocupação sobre o desfecho do caso. Ouviu dos mandantes a recomendação de que se mantivesse tranquilo, pois o caso não iria dá em nada. De fato, os algozes se mantiveram impunes durante seis anos, período em que a sociedade brasileira cobrava, insistentemente,a elucidação do crime, com a identificação dos seus mandantes. 

Várias manobras foram urdidas durante este período, sempre no sentido de proteger os tais mandantes, o que implicou em ameaças aos investigadores ou forças-tarefa; tentativa de forjar uma narrativa que livrasse da responsabilidade do ocorrido seus reais autores, como uma visita ao presídio de Mossoró, com o objetivo de cooptar um "laranja" para ser responsabilizado; tranferência de delegado que investigava o caso para fazer curso de especialização na Itália, além de outras manobras do gênero. 

Nada disso causa estranhamento, quando se sabe que os envolvidos gozavam de grande capilaridade política e social, um deles no parlamento, outro atuando como conselheiro em órgao de fiscalização e controle de contas públicas, além de um Chefe da Polícia Civil  à época, o que dá a dimensão do índice de como o aparelho de Estado no Rio de Janeiro está irremediavelmente comprometido pelos falsos agentes de Estado, que ocupam funções públicas, mas, na realidade, estão a serviço do crime organizado, seja traficantes, milicianos ou narcomilicianos, embora hoje esteja tudo junto e misturado. Nem determinados grupos evangélicos escaparam a este processo.

O Caso Marielle só avançou depois de federalizado, aliado a uma conjuntura política favorável, como a ascensão ao poder de um conjunto de forças com a determinação de equacionar o problema e, de fato, fazer justiça ao ocorrido. Penso que, neste momento, o ex-Ministro da Justiça, hoje no STF, ministro Flávio Dino, gostaria muito de voltar ao cargo para fazer esta prestação de conta à sociedade brasileira. Quando o maranhense assumiu o cargo se comprometeu em solucionar o caso. Nosso reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro. 

sábado, 23 de março de 2024

Editorial: Ministro do Turismo, Celso Sabino, visita obras na orla de Cabo Branco.


Neste momento, conforme agenda prevista, o Ministro do Turismo, Celso Sabino, encontra-se vistoriando obras na orla de Cabo Branco, acompanhado do governador do Estado da Paraíba, João Azevedo(PSB-PB), e pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena(PP-PB). A princípio, pensávamos que se tratava da famigerada "engorda" da orla da belíssima praia de Cabo Branco, mas ficamos mais tranquilo quando soubemos que se trata, na realidade, de uma visita a um complexo turístico em construção, nas imediações do Centro de Convenções do Estado, ainda no perímetro do bairro de Cabo Branco. 

A rigor, não há nada a se engordar por ali. Melhor deixar as prais como estão, com o peso em ordem, de preferência cuidando dos esgotos que são atirados em suas águas. Na realidade, a tal "engorda" estaria sendo projetada para a praia de Manaíra, mas, se o poder público fizer uma pesquisa sobre este assunto com os moradores do bairro, irá descobrir que nem a população do local concorda com a medida. Salvo melhor juízo, a empresa vencedora da licitação é a mesma que produziu aquele desastre em Balneário Camboriu.  

A relação de João Azevedo e Cícero Lucena, a princípio, em nome da governabilidade republicana, segue sem atropelos aparente. Com os postulantes que se apresentam como possíveis candidatos à Prefeitura da Cidade, João Azevedo passa por alguns constrangimentos políticos evidentes, sobretudo por não ter preparado um nome dos quadros socialistas para concorrer à prefeitura. A tendência mais lógica seria um apoio ao um candidato do PT, mas o partido vive às turras para escolhê-lo. 

Luciano Cartaxo desistiu depois que as lideranças locais do partido determinaram que o nome seria escolhido através de uma prévia  que seria disputada por ele e pela Deputada Estadual Cida Ramos(PT-PB). O GTE(Grupo de Trabalho Especial) determinou que não haveria mais prévias, mas, mesmo assim, ele manteve a decisão. Sem horizonte político ainda determinado, o governador chegou a acenar até para o ex-bolsonarista Nilvan Ferreira, apeado da  disputa em razão das armações dentro do PL, que optou pelo nome do médico Marcelo Queiroga, ex-Ministro da Saúde de Jair Bolsonaro, que deve está visitando a cidade em meados de abril.  

Editorial: Afinal, quem seria o interlocutor do tenente-coronel Mauro Cid?



Em algum momento saberemos de quem se trata. Inquirido a este respeito, o oficial optou por não declinar o nome do suposto "amigo". Nenhum possibilidade a este respeito está sendo descartada. Em que circunstâncias o áudio foi gravado? Haveria autorização do ofical para a sua gravação e posterior divulgação? Como a revista teve acesso ao material? Mauro teria sido vítima de uma armação, com propósitos explícitos de tumultuar o andamento das investigações sobre  a tentativa de golpe do 08 de janeiro, possivelmente a hipótese mais provável?  Neste caso, quem teria "plantado" o áudio com tal objetivo? Civis? militares? 

Assim como ocorreu em inúmeros episódios surreais que envolveram a tessitura da tentativa de golpe do 08 de janeiro, sugere-se que estamos diante de mais um deles. Neste caso, mais uma vez, o tiro saiu pela culatra, prejudicando sensivelmente a situaçaõ já complicada do militar Mauro Cid, que voltou à prisão e corre o risco de ter o seu acordo de colaboração premiada anulado. A gravação, a divulgação ou o teor do áudio, feriu frontalmente os termos dos acordos celebrados entre o oficial e a Polícia Federal. Durante o depoimento do dia de ontem, 22, no STF, Mauro Cid confirmou o conteúdo do áudio, com críticas à Polícia Federal. 

O áudio, no entanto, não alterará em nada a linha de condução das investigações que estão sendo procedidas pela Polícia Federal, em comum acordo com o Supremo Tribunal Federal. Temos a convicção de que não haverá condescendência com os conspiradores da tentativa de golpe de Estado. Os atores políticos e civis que tramaram contra as nossas instituições democráticas arcarão com as consequências de seus atos. Nas coxias, sugere-se que os bolsonaristas teriam comemorado o episódio, que poderia produzir uma narrativa contra a condução dos trabalhos de investigação, que poderia favorecer a defesa de outros implicados. O tiro saiu pela culatra. 

No mesmo momento em que era decretada a prisão do militar, agentes da Polícia Federal saía às ruas à procura do possível interlocutor do ex-ajudante de ordens da Presidência da República. Buscas foram realizadas em sua residência e o telefone de sua esposa foi apreendido. Com uma eventual extinção do acordo de delação premiada, sua família, que estava protegida pelos termos do acordo, teme por possíveis novas consequências.    

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 22 de março de 2024

Editorial: Agenda conservadora avança sobre o Governo Lula produzindo uma "erosão" em sua avaliação.


O que não falta no Governo Lula são diagnósticos equivocados sobre os reais problemas de comunicação enfrentados, o que vem produzindo prejuízos consideráveis em sua avaliação. Há uma tendência preocupante de declínio nessa avaliação, já devidamente evidenciada por mais de um instituto de pesquisa, para que não pairem dúvidas sobre o assunto. Ontem foi a vez do Datafolha confirmar o que já havia sido verificado pelo Quaest\Genial e pelo Paraná Pesquisas. Acossado pelos números desfavoráveis, há alguns meses das eleições municipais de 2024, o morubixaba petista resolveu fazer uma reunião de ajustes com a equipe, onde cobrou maior empenho dos subordinados no sentido de divulgarem as ações de suas pastas, inclusive pelos seus canais das redes sociais. 

A narrativa da "agenda conservadora", encampada pela oposição bolsonarita, aliada às alas evangélicas e conservadoras do país avança sobre o Governo Lula sem que ele apresente alguma alternativa ou tenha como se defender, exceto, em alguns casos, usando de uma condescendência, como sua posição de vetar qualquer manifestação de órgãos do Governo no sentido de protestarem contra os 60 anos do golpe Civil-Militar de 1964, o que desagradou profundamente segmentos progressistas de sua base de apoio, ou seja, os apoiadores orgânicos.   

As pesquisas internas do Palácio do Planalto sugeram que o mosquito da dengue talvez tenha atingido o Governo, em sua forma mais grave. A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi muito cobrada por isso. Não deixa de ser preocupante - e de fato, isso pode se refletir no humor da população em relação aos govenantes - mas nos parece que estamos diante de um superdimensionamento da questão. O mosquito não tem preferência, por exemplo, por evangélicos, que se afastam do Governo como o diabo foge da cruz. A cada nova pesquisa, evidencia-se a erosão do apoio desse seguimento do eleitorado,incitados pela pauta de costumes, utilizada com maestria pelos seus principais líderes, em boa parte identificados com o bolsonarismo. 

Uma prova de fogo para o Governo será a PEC da Saidinha, aprovada por unanimidade no Legislativo, depois de passar por ajustes no Senado Federal. O Governo possui uma agenda de reconhecimento dos direitos humanos, de melhoria das condições carcerárias, de contraponto, inclusive, à cultura do encarceramento existente no país. Como conciliar esses princípios com a agenda conservadora que avança no Legislativo como um rolo-compressor sem volta? O próprio senador Jaques Wagner, sugeriu que o Governo não é necessariamente contra e que talvez não vete  a tal PEC. O problema, portanto, com a avaliação do Governo Lula é estrutural. Ele está sendo corroído pela agenda conservadora em curso, num dos melhores momentos da oposição radical.    

Editorial: As contradições do tenente-coronel Mauro Cid.

 



A família do tenente-coronel Mauro Cid cumpriu um papel importante no sentido de fazè-lo dizer o que sabia sobre os estertores da tentativa de golpe que culminou com as manifestações do 08 de janeiro. Através de um acordo de colaboração premiada celebrado com a Polícia Federal, o militar já prestou diversos depoimentos sobre este e outros assuntos, constutuindo-se numa peça-chave para desvendar as tessituras armadas por civis e militares no sentido de atentar contra as nossas instituições democráticas e o Estado Democrático de Direito. 

Temos afirmado por aqui que o militar se constitui numa espécie de balisamento para a Polícia Federal conduzir suas investigações, pois, devido ao papel ocupado na Presidência da República durante quatro anos, o militar tomou conhecimento de muitos fatos relevantes. A Polícia Federal, no entanto, já dispõe de fartas provas materiais dos delitos ou crimes cometidos por agentes públicos durante aqueles dias nebulosos. Entende-se, por outro lado, as dificuldades enfrentadas pelo militar, conforme depreende-se dos diálofos vazados em conversa com um amigo e publicados pela edição da revista Veja desta semana. 

Até então com uma carreira militar sem retoques, o militar poderia ter sido promovido na semana que se passou,consoante critérios como o tempo de serviço. Tal promoção não ocorreu, por decisão dos seus superiores. É como se sua carreira tivesse chegado ao fim. Uma condenação num desses processos poderá trazer consequências ainda mais severas, como uma eventual expuslão dos quadros das Forças Armadas. Não vamos desnudar todo o novelho, mas as dificuldades são de toda ordem, inclusive financeiras. 

Ficamos por aqui tentando entender como anda o seu estado psicológico diante de tamanhas adversidades. Cid é um militar com formação nas forças especiais e, em tais circunstâncias, eles são treinados a suportarem inúmeros reveses. Agora fazemos como o craque Didi na Copa de 1958: Treino é treino e jogo é jogo. Talvez até jogo duplo, como suegere a matéria de capa da revista. O que acontece é que nas linhas e entrelinahas desse diálogo o militar tece alguns comentários críticos à forma como supostamente a Polícia Federal estaria encaminhado seus depoimentos, apenas para confirmar uma narrativa já consolidada sobre aqueles fatos. 

Pelo andar da carruagem política, uma situação que já se enconta complicada pode se complicar ainda mais, uma vez que o militar esta sendo convocado extraordinariamente para mais um depoimento, onde deverá confirmar ou não o que esses diálogos sugerem. Sua defesa já se manifestou informando tratar-se, tão somente, de um desabafo pessoal, que em nada compromete suas afirmações durante os depoimentos prestados. Caso confirme o teor dos diálogos, Cid pode ter seu acordo de colaboração comprometido, além de voltar à prisão.  

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 21 de março de 2024

Editorial: A "nova" comunicação do Palácio do Planalto.



Não seria todo o problema de comunicação que é resolvido satisfatoriamente, apenas mudando algumas diretrizes ou contrantando um profissional para imprimir uma nova estratégia de comunicação institucional. Comunicação tem algumas nuances ou dinâmicas próprias, variáveis que, não raro, podem fugir ao controle dos seus gestores. Algo que não atende, em princípio, a uma motivação racional, por exemplo, é a inegável populariade do ex-presidente Jair Bolsonaro, defenestrado da presidência, encrencado juridicamente, mas que ainda preserva seu capital político, com grande apoio popular. Mesmo inelegível, ele será o grande capitão eleitoral da oposição para as próximas eleições municipais deste ano e as vindouras, possivelmente. 

Segundo dizem, nesta última reunião ministerial, o morubixaba petista teria recomendado aos seus subordinados que comunicassem as realizações de suas pastas, ocupassem com mais energia as redes sociais. No dia de ontem, assistimos a uma assinatura de convênio entre o Ministério dos Transportes, comandado por Renan Filho, e a Prefeiuta da Cidade do Recife, visando obras de contenção de encosta e ampliação de vias públicas na cidade, possivelmente já inseridas nessa nova estratégia. O Governo tem um "gargalo" nas redes sociais que nunca conseguiu superar. Mudanças na gestão das mídias sociais institucionais voltaram a ser pensadas.  

O que chamou mais atenção nessa nova estratégia, no entanto, foi uma corrida do presidente Lula no Palácio do Alvorada, já inseridas, segundo especula a imprensa, nas orientações do publicitário Sindônio Palmeira. Na última campanha presidencial, o marqueteiro do ex-candidato  Ciro Gomes(PDT-CE) tentou, sem sucesso, de todas as formas, romper a centrífuga da polarização entre as candidaturas de Lula e Bolsonaro. Quando erámos mais jovem, nas férias ou finais de semana, frequentávamos a Ilha de Itamarcá, aqui em Pernambuco. A ilha, à época, ainda era um paraíso festejado pelos turistas que vinham ao Estado.

Na volta do banho de mar, sempre impressionava um caso curioso. Havia uma senhora que colocava placas em frente à sua residência anunciando que estava vendendo munguzá. Eram raras as visitas a esta senhora. Por outro lado, mais adiante, havia um cidadão que mantinha uma bodega ou venda - como se dizia na época - onde, seus estoques de milho para munguzá eram vendido numa proporção enorme. Ou seja, as placas da senhora despertava o imaginário das pessoas que passavam por ali para saborearem um delicioso munguzá, mas elas optavam por pararem na bodega para comprar o milho e preparar a iguaria em casa.  

Editorial: A ilha de João Ubaldo Ribeiro dominada pelo crime organizado.



Numa dessas viagens ao Estado da Bahia, mais precisamente a Salvador, aproveitamos para conhecer a Ilha de Itaparica, terra do escritor João Ubaldo Ribeiro. Posteriormente, escrevemos até um conto tratando dessa experiência, inspirado pelo autor de Viva o Povo Brasileiro, que envolveu os espaços de memória sobre o escritor baiano, além dos seus points de boemia de boa gastronomia, como a moqueca de ostra, o seu prato preferido. É curioso como os baianos apreciam um fruto do mar. Jorge Amado, quando participava do círculo literário que se reunia no Bar Central, em Maceió, não dispensava seus tradicionais pratos de sururu. 

São apenas 45 minutos que separam a capital baiana da Ilha de Itaparica, num transporte feito de balsa. Há projeto de construção de uma ponte, ligando a capital à Ilha, no que seria a maior ponte do mundo. O bom seria se seguíssemos neste diapasão de texto, tratando dos atrativos culturais, e gastronômicos e religiosos do local, onde existe alguns terreiros de cultos de religião de matriz africana com características bem específicas. Mas, infelizmente, diante o clima de insegurança que o Estado da Bahia está enfrentando, o assunto não é dos mais agradáveis. 

Ontem, dia 20, nos chegou a informação de que a Ilha está tomada pelo medo, pois ali está sendo travada uma luta sangrenta entre facções do crime organizado. O Bonde do Maluco, que antes mantinha uma aliança com o PCC, entraram em rota de colisão e hoje estabelecem uma luta ferrenha pelo controle do tráfico de drogas na Ilha. Para ser mais preciso, sugere-se que a ruptura entre as duas facções é mais profunda, ampliando as áreas em conflito para a periferia da capital do Estado.  A Bahia esntou numa aspiral de violência que parece que não terá mais fim. São recorrentes os assaltos e furtos até em área estratégicas para o turismo no Estado, como é o caso das imediações do Farol da Barra, assim como no bairro boêmio do Rio Vermelho. Itapuã, onde Vinicius de Moraes e Jorge Amado mantinham residências de veraneio no passado, nem pensar.   

Editorial: O problema( e as soluções) das delações premiadas.


No dia de ontem, os advogados do ex-policial Ronnie Lessa, que cumpre pena pelo assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, anunciaram que estão deixando a defesa do seu constituinte. Ainda no mesmo dia, o advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cesar Bitencourt, estranhou o indiciamento do seu constituinte, em razão dos problemas relativos à suposta falsificação dos cartões de vacinação, sugerindo que se trata de algo incongruente com o acordo de colaboração premiada assinado como a Polícia Federal. No caso de Ronnie Lessa, aparentemente, trata-se apenas de uma questão de "competência', ou seja, a banca de advogados não trabalha com essa linha de defesa. 

No caso do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República no Governo de Jair Bolsonaro, tivemos acesso há algumas informações, através de matéria de uma revista de circulação nacional, acerca dos termos celebrados pelo militar no seu acordo de colaboração premiada. Esses acordos e até mesmo depoimentos, por algum motivo, sempre acabam vazando para a imprensa. Consoante com a matéria, o militar teria negociado a isenção de sua família acerca dos casos em que poderia estar envolvido, assim como a estipulação de uma pena "X" caso viesse a ser condenado. 

Neste caso, faz sentido a preocupação do seu advogado, uma vez que, por indiciamento  de crimes dessa natureza, suas penas poderiam ser muito superiores. O acordo de delação do ex-militar Ronnie Lessa foi homologado pelo Supremo Trubinal Federal. Até o nome dos prováveis envolvidos já estão vazando para a imprensa, como é o caso de um Deputado Federal, com foro privilegiado, daí se entender o caso ter ido ao STF. Depois de a sociedade brasileira aguardar seis anos por um desfecho, tudo indica que o caso será concluído com o indiciamento dos responsáveis pelo mando do crime, que consideravam, conforme depoimento do próprio Lessa, que ficariam impunes.    

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 20 de março de 2024

Charge! Gilmar via "X".

 


Editorial: Centrão se mobiliza para viabilizar o nome de Ronaldo Caiado em 2026. Tarcísio também seria bem-vindo.



Todos os passos na política devem ser milimetricamente calculados. Quando o Deputado Estadual Luciano Cartaxo(PT-PB) anunciou que não participaria das prévias internas do PT de João Pessoa para definir seu candidato à prefeito, supôs-se, de imediato, que ele teria alguma carta na manga. De fato, duas vezes prefeito, Cartaxo estaria melhor azeitado com a Executiva Nacional da legenda, o que, de fato, poderia  levar seus líderes a tomarem uma decisão que poderia favorecê-lo. O cálculo, em princípio, estava correto. O GTE - Grupo de Trabalho Especial - que define as diretrizes eleitoais da legenda, articulou-se com as lideranças estaduais do partido para afirmar que não haveria mais prévias. Em tal cenário, Cartaxo teria melhores chances contra a Deputada Estadual Cida Ramos(PT-PB), que também concorre à indicação. Por algum motivo que ainda estamos tentando entender, Cartaxo, de fato, anunciou que não mais disputará a Prefeitura de João Pessoa. 

Motivos não faltaram para a mobilização de setores do União Brasil no sentido de retirar o nome do Deputado Federal Lucinao Bivar do comando nacional da legenda. Mas, em meio a essas motivações, existe um tal motivo que poderia ter passado despercebido diante das entranhas abartas e víceras expostas da legenda, que se tornou caso de polícia. Num projeto de formação de uma federação, que reúniria, além do União Brasil, o Progressistas e o Republicanos, o que está em jogo é a pavimentação da candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à Presidência da República, assim como a construção de um consenso com Arthur Lyra(PP-AL), atual Presidente da Câmara dos Deputados, no sentido de viabiizar o nome do seu substituto na Câmara dos Deputados, preservando seu quinhão de influência mesmo distante do posto. 

Diferente de Tarcísio de Freitas, que poderia tantar um segundo mandato, Caiado não pode mais se candidatar ao Governo do Estado, pois já cumpre seu segundo mandato como governador. O périplo recente dos dois governadores pelo Estado de Israel sinaliza, claramente,  que é dali que surgirá o nome do bolsonarismo para a disputa das eleições presidenciais de 2026, considerando-se a condição de inelegibilidade do capitão, embora alguns segmentos do bolsonarismo trabalhe com a hipótese de tal situação vir a ser revertida até 2026, quando o colegiado do TSE sofrerá mudanças.  

Editorial: Dinheiro do fundo partidário para financiar armações golpistas contra a democracia?



Mantivemos nossa trincheira em defesa de princípios republicanos, democráticos, constitucionais, humanitários e civilizatórios, mesmo durante as intempéries protofascistas que o país atravessou durante esses últimos anos. Quando identificados por esses grupelhos, isso não fica barato, pois o ódio e a destruição é o alimento que orienta a ação dessa gente. Pelo andar da carraugem política, estamos longe de termos superado tais intempéries, pois a cada dia, constantamos alguns fatos escabrosos, que nos deixam cada vez mais estarrecidos. 

Quando pensamos que já atingimos o fundo do poço, eis que chegamos à conclusão de que o buraco é mais embaixo. Agora sugere-se que recursos públicos transferidos pelo erário para as agremiações partidárias, através do fundo partidários, possam ter sido utilizados com fins nada democráticos ou eleitorais, mas para financiar armações golpistas contra a própria democracia representativa que esses partidos integram e deveriam zelar.

Um grêmio partidário fazer uso de tais recursos para tramar contra as instituições democráticas de um país é algo esdrúxulo e inconcebível. Meio que esquizofrênico também. Claro que o fato requer uma apuração rigorosa, mas a simples menção a tal possibilidade indica que os atores que estiveram por trás da tentativa de golpe do 08 de janeiro não tiveram o menor escrúpulo em usar de  todos os meios possíveis para viabilizarem tal intento, felizmente abortado em razão da recusa de alguns homens de bem em participarem da empreitada autoritária. 

No dia de ontem, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel, Mauro Cid, em razão de suposta adulteração de documento público, no caso específico do cartão de vacinação. Hoje, 20, ficamos sabendo que o tenente-coronel Mauro Cid, a despeito da brilhante carreira militar, não será promovido nas Forças Armadas. No contexto dessas colaborações premiadas, levanta-se a hipótese de um general encrencado até a medula nas tecissutas golpistas ter requisitado a um dirigente partidário recursos da ordem de cem mil reais para viabilizar o emprego de Kids Pretos na materialização do golpe de Estado. Dinheiro de nossaos impostos, encaminhados à legenda através dos chamados fundos partidários, conforme já explicitamos acima, mas nunca é demais repetir, dada a gravidade da situação. 

Esses caras colocaram, irresponsavelmente, o país numa espiral institucional das mais complicadas. Perderam as eleições, mas continuam sem respeitar a vontade soberana das urnas, arregimentando as condições necessárias para aplicar um torniquete no Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim como ocorria naqueles idos que antecederam ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, quando ela passou a ser xingada em eventos públicos, eles já ensaiam as mesmas práticas de antes, com os bordões conhecidos, nos eventos que estão participando, explorando, ao máximo, o monento difícil enfrentando pelo governo. O MP está acionando o Tribunal de Contas da União no sentido de solicitar o bloqueio desses recursos para o tal grêmio partidário.   

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 19 de março de 2024

Editorial: Luciano Cartaxo desiste de concorrer à Prefeitura de João Pessoa.


Até recentemente, o Deputado Estadual Luciano Cartaxo(PT-PB) havia manifestado a sua insatisfação em participar das prévias que definiriam o nome do partido que concorreria à Prefeitura de João Pessoa nas próximas eleições municipais. O ex-prefeito da capital por dois mandatos, enfrentaria nessa disputa interna a companheira Deputada Estadual Cida Ramos(PT-PB). A resistência de Cartaxo provocou uma intervenção branca do GTE (Grupo de Trabalho Especial)na cúpula local da legenda, que definiu que não haveria mais as prévias para a escolha do candidato. 

Conforme afirmamos antes, em tese a manobra favoreceria Luciano Cartaxo, mais azeitado com a direção nacional da legenda, em função dos dois mandatos exercidos como prefeito. Numa disputa interna, aparentemente, a Deputada Cida Ramos poderia levar maior vantagem sobre o concorrente, em razão de suas relações com setores orgânicos da legenda. Em meio ao impasse e mesmo diante da resolução sobre a extinção das prévias, surpreendentemente, no dia de ontem o ex-prefeito anunciou que não seria mais candidato à Prefeitura de João Pessoa. 

A eleição para a prefeitura da cidade, neste ano, está produzindo alguns arranjos políticos curiosos. O principal nome do bolsonarismo no Estado, o radialista Nilvan Ferreira, foi literalmente alijado da disputa por outros segmentos do próprio bolsonarismo. Abandonado pela legenda, o comunicador procurou abrigo no Republicanos, partido pelo qual pretende se candidatar à Prefeitura de Santa Rita. Com uma carreira política focada principalmente na capital, todos os demais candidatos estão de olho no espólio eleitoral deixado pelo radialista. 

Duro nos embates travados nos debates em que participou, Nilvan Ferreira comprou brigas feias com quase todo o staff político paraibano. Mesmo em tais circunstâncias, todos procuram estabelecer uma trégua com o radialista, de olho nesses votos, inclusive os socialistas, representados pelo governador João Azevedo(PSB-PB). Apoios não se rejeitam, como ensina os bons manuais de política, mas, neste caso, está havendo um tremendo equívoco por aqui. Os eleitores de Nilvan migrariam naturalmente - até por osmose - para a candidatura de Marcelo Queiroga, que, na ausência do radialista, assume o protagonismo do bolsonarismo no Estado. De perfil conservador, filiado ao Progressistas, quem também poderia se beneficiar e o atual prefeito, Cícero Lucena, candidato à reeleição.    

Editorial: Paraná Pesquisas aponta "virada" de Nunes sobre Boulos em São Paulo



Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas divulgada no dia de hoje, 19, aponta uma "virada numérica" do prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP) sobre o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Nesta pesquisa, o prefeito que concorre à reeleição aparece com 32% das intenções de voto, ao passo que Guilherme Boulos crava 30,1% das intenções de voto. Na realidade, eles estão rigorosamente empatados dentro da margem de erro do Instituto. Essa gangorra é curiosa, uma vez que, na última pesquisa do próprio Instituto, a situação aparece invertida, ou seja, Guilherme Boulos aparece numericamente na frente de Nunes. 

Esses fatos, no entanto, produzem um efeito positivo no staff de campanha do prefeito Ricardo Nunes, animando os partidários, a militância e, principalmente os apoiadores. Nunes sempre se coloca como um político de centro, mas não temos a menor dúvida de que o bolsonarismo mais radical tem dado uma força ao seu projeto de reeleição, principalmente quando observamos a sua afinidade com o governador Tarcísio de Freitas, que surfa na melhoria dos seus índices de aprovação, sobretudo alicerçados em cidades como Santos, onde a Polícia Militar tem adotado medidas duras - e não menos controversas - no enfrentamento ao crime organizado.

Um outro fator que deve ser apontado são as taxas de rejeição dos candidatos. No caso de Boulos, já se tem que seus escores são superiores aos do atual prefeito Ricardo Nunes, o que sugere maiores margem de crescimento nas pesquisias de intenção de voto. Mesmo em tais circunstâncias, existe uma forte rejeição ao nome indicado por Bolsonaro para assumir a condição de vice na chapa, o capitão da Mello, ex-comandante da Rota, Rondas Ostensivas Tobias Aguiar. Cogita-se para a vaga, apoaiado por segmentos da campanha, o nome do ex-comunista Aldo Rebelo. Dizem que Mello não agrega em termos de votos. Por acaso Rebelo agrega?

Curioso que Jair Bolsonaro não se opõe à substituição do nome do capitão Mello. Quem se contrapõe é o Presidente Nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, que não abre mão da prerrogativa de o partido indicar o candidato a vice na chapa. Um outro imbróglio, tratado por aqui, diz respeito á posição dos tucanos nesse pleito. Se depender da bancada de vereadores, eles fecham com Nunes, mas a Executiva Nacional negocia o apoio à candidata do PSB, a Deputada Federal Tabata Amaral, que aparece nesta pesquisa com 9,6% das intenções de voto.  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 18 de março de 2024

Editorial: Operação "Fake Loan" em Curral de Cima.


Localizada na microrregião do litoral norte paraibaino, nos limites das cidades de Rio Tinto e Mamanguape, a cidade de Curral de Cima é uma dessas típicas vilas interioranas, onde as pessoas se reúnem na praça central para prosear no final da tarde, realizam suas feiras aos sábados, nunca deixando de incluir a carne de charque, prefencialmente a ponta de agulha para engordar o feijao, assim como a farinha de mandioca para abastecer a despensa. Missa aos domingos, excursão para alguma cachoeira de cidade vizinha como opção de lazer e, naturalmente, romaria em alguma época do ano para pagar as promessas aos santos da Igreja Católica, agradecendo pelas graças alcançadas. 

Recentemente, no entanto, a cidade passou às manchetes dos jornais locais por um outro motivo: A operação "Fake Loan", desencadeada pelo GAECO, o Ministério Público e o Tribunal de Contas da Paraíba. Os órgãos de fiscalização e controle detectaram transações irregulares contraídas através de empréstimos falsos, que servidores de cargos de confiança faziam, em alguns casos, contingenciados por constrangimentos. Suspeita-se que o atual gestor do município possa estar envolvido nessas irregularidades.  

O mecanismo é intrincado, mas, no final, a grana acabava chegando às mãos dos seus reais destinatários, ou seja, os cabeças do esquema fraudulento. É curioso como pode faltar soluções para os reais problemas enfrentados pelos municípios brasileiros, mas a criatividade neste terreno viceja. Hoje, um dos mecanismos mais eficazes de lavagem de dinheiro do tráfico, por exemplo, são determinadas igrejas evangélicas, onde o dinheiro sujo pode ser transformado em ofertas dos fiéis, livres do crivo das instituições de controle do Estado. 

Editorial: PSDB: "Há vida inteligente na política fora dos extremos"


Este é o slogan utilizado pelo "novo' PSDB, cuja estrela é o ex-governador mineiro e candidato presidencial Aécio Neves. Nos últimos encontros do partido, tem sido ventilada a hipótese de uma candidatura presidencial da legenda nas eleições de 2026. Como é a burocracia partidária quem acaba decidindo questões dessa natureza, o sobrinho de Tancredo Neves parece levar vantagem nas articulações internas, o que mata de ciúmes o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RS). 

Justamente agora, num momento em que o gaúcho teria alguma chance, eis que ressuscitaram o nome do ex-governador mineiro. Aécio aposta alto, mas, a rigor, se conseguir viabilizar o seu nome para disputar o Palácio Tiradentes já ficaria de bom tamanho. Não seria com ele que o partido, como sugere o slogan, quebraria essa polarização ou radicalização entre petistas e bolsonaristas. O partido passa por um momento delicado. A quadra de São Paulo, onde o partido mantinha o seu ninho mais emplumado, talvez seja, emblematicamente, um espaço onde essas dificuldades possam ser dimensionadas. 

O partido, em apenas seis meses, trocou de direção quatro vezes. A bancada do partido, formada por seis vereadores, deseja apoiar o nome do prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP) à reeleição, algo que a direção nacional da legenda rejeita peremptoriamente. Não seria coerente, sequer, com o slogan de sua campanha publicitária. Soma-se a isso, uma enorme dificuldade de ajustes. Alas do partido, com o sinal verde da direção nacional, inclina-se a apoiar o nome de Tabata Amaral, do PSB. É o meio-de-campo ideal para legenda, uma vez que o seu padrinho político é um velho militante do partido, o atual vice-presidente Geraldo Alckmin. 

Há quem sugira que o ex-governador esteja ensaiando uma eventual volta ao aconchego do ninho, depois das refregas sofridas pelo PSB nos arranjos das reformas administrativas do Governo Lula. Geraldo sempre enfatiza que Tabata Amaral é o que há de novo no cenário da disputa paulista. Quando você puxa o fio para o cenário pernambucano, aí é que o caldo entorna de vez, pois a atual governadora tucana Raquel Lyra não suporte nem ouvir falar no assunto. Tabata Amaral atualmente namora o atual prefeito do Recife, João Campos.   

Editorial: Lula se reúne com ministros para afinar a orquestra.



Hoje, dia 18, está agendada uma grande reunião no Palácio do Planalto entre Lula e os seus ministros. Há um número expressivo deles que se encontra com o morubixaba petista apenas nessas ocasiões, o que já sinaliza um problema. Um aspecto positivo, depois das recentes pesquisas que apontam uma queda de popularidade ou avaliação positiva do Governo, é que o presidente Lula tem admitido que o Governo não tem feito as entregas prometidas em campanha. Pelo menos em tempo hábil, numa perspectiva mais otimista.  

A queda de popularidade neste momento é algo que acende a luz amarela por razões óbvias. Dentro de mais alguns meses teremos eleições para as prefeituras municipais, onde todos os partidos procuram arregimentar um exército de prefeitos e vereadores pelo país, criando a musculatura política necessária para enfrentar as urnas nas eleições presidenciais de 2026. Salvo algumas excepcionalidades, nas eleições municipais é cada um por si, pois estamos tratando dos interesses específicos das agremiações partidárias. Todos os partidos correm numa raia própria, de olho no seu fortalecimento. 

O maior partido de oposição, o PL, por exemplo, tem objetivos bem específicos nessas eleições municipais. O partido deseja eleger o maior número possível de prefeitos, de olho na formação de uma bancada poderosa de senadores, com capacidade de tomar de assalto a bastilha do Senado Federal, de onde poderiam enfrentar uma eventual quarto Governo Lula, assim como continuar em sua cruzada contra o Poder Judiciário. Na hipótese, naturalmente, de Lula sobreviver até lá e o capitão continuar inelegível, pois, se depender dos grupos mais radicais, Jair Bolsonaro estará no pleito. Eles simplesmente ignoram sua inelegilidade. 

Gostaríamos muito de saber qual será o puxão de orelha que Lula dará nos seus ministros. Há diversos flancos em aberto, alguns deles criados pelo próprio morubixaba, ao fazer declarações infelizes no contexto das relações internacionais. Vamos ser sinceros por aqui. O Governo passa por um momento difícil, num instante em que o país atravessa a tormenta de um stress institucional e a Oposição bolsonarista avança nas ruas e nas Casas Legislativas. 

O PL trabalha um nome do partido para concorrer às próximas eleições na Câmara dos Deputados. Segundo informações de um jornal paulista, Lula teria consultado o marqueteiro Sidônio Palmeira sobre a questão da comunicação institucional. Pelo andar da carruagem política, pode sobrar para os seus atuais responsáveis. O problema, no entanto, é a "agenda", que parece ter caducado em alguns aspectos, embora permaneça perene em outros tantos.     

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 17 de março de 2024

Editorial: E se Bolsonaro for proibido de participar das próximas eleições municipais?


Para alguns analistas, as medidas recentemente tomadas pela Suprema Corte sugerem que eles já estairam formando algum juízo de valor sobre as investigações conduzidas pelo Polícia Federal em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, sobretudo em torno da real participação do ex-presidente no tocante as tessituras golpistas que culminaram com as mobilizações do 08 de janeiro. Em bom português, parece haver culpa no cartório. Uma dessas medidas diz respeito à proibição explícita de que o ex-presidente participe de algum evento em que estejam envolvidos as militares ou forças policiais. 

Com reticências no início, o ex-presidente entrou de sola na campanha dos partidários rumo as eleições municipais do próximo ano, onde o PL prevê a diplomação de um exército de prefeitos. No dia de ontem, participou do lançamento da candidatura de Alexandre Ramagem, na sede da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, no Rio de Janeiro.  Em Abril, precisamente entre os dias 13 e 14, deverá desembarcar na capital paraibana para prestigiar o lançamento da candidatura do seu ex-Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que disputar a Prefeitura de João Pessoa nas eleições de 2024. 

Diante das circunstâncias adversas, ou das encrencas jurídicas em curso, setores do seu partido passaram a se preocupar com a eventualidade de o capitão ser proibidio de participar das próximas eleições municipais. Faz algum sentido porque ele poderia ser legalmente proibido de participar, consoante o entendimento jurídico das autoridades eleitorais. O difícil será explicar isso para os bolsonaristas raízes que apostas, não se sabe baseado em que, que ele poderá participar das eleições presidenciais de 2026.  Como candidato!  

Editorial: Gleisi Hoffmann sofre agressão covarde de membro do MBL em Natal.



O que ocorreu no Aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte, quando a Presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann foi atacada por um integrante do MBL, é algo profundamente repulsivo e execrável, mas infelizmente previsível, em razão deste climão de radicalização política em que o país está mergulhado. O deputado Fernando Mineiro, que saiu em defesa da companheira de partido, revidando os ataques verbais de caráter misóginos do integrante do MBL, poderá sofrer uma representação junto ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, de acordo com o Deputado Federal Kim Kataguiri(UB-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre. 

Este país entrou numa espécie de stress institucional de dimensões gigantescas. Descemos alguns degraus no processo civilizatório. Se continuarmos neste diapasão, esta radicalização só acaba quando um dos polos esmagar o outro, como sugere o sociólogo jamaicano Stuart Hall. Vejam que situação: A Presidente da legenda entra com uma queixa junto à Polícia Federal contra o agressor, que já teria sido identificado.  Quem saiu em sua defesa também se encontra, no mínimo, numa situação desconfortável. 

O Brasil realmebte não é um país para amadores. No dia ontem foi divulgado os gastos com publicidade institucional do Governo Federal. Sabem os leitores petistas quem abocanhou a maior fatia dessas verbas publicitárias? Isso mesmo, o O Jornal Nacional, da Rede Globo. De um modo geral, os grandes veículos de comunicação do país não ajudam muito o Governo do PT. Hoje, excepcionalemente, um desses grandes jornais escritos pede uma punição rigorosa para aqueles que estiveram comprovadamente envolvidos nas tessituras golpistas do 08 de janeiro. Conforme, afirmamos, excepcionalmente. Podem apostar que teremos uma semana de editoriais pela frente contra o Governo Lula.  

Editorial: Se o PSDB apoiar Tabata em São Paulo, a governadora Raquel Lyra poderá deixar o partido.



Até recentemente, a cúpula nacional e estadual dos tucanos estiveram em Pernambuco, com o propósito de prestigiar a governadora Raquel Lyra. Haviam compromissos formais, mas, a rigor, o evento serviu mesmo para colocar panos mornos numa relação difícil que a gestora mantém com a legenda. Raquel Lyra defende posições que vão de encontro às diretrizes da legenda, como uma posição mais institucinal e menos oposicionista com o Palácio do Planalto. Soma-se a isso, o assédio constante de outros grêmios partidários pelo passe da governadora, como é o caso do MDB e do PSD, comandado nacionalmente pelo bruxo Gilberto Kassab. O PSD, inclusive, já participa do seu governo.  

O momento que a governadora enfrenta no Estado não é dos melhores, como se sabe, mas, como ensinava a raposa mineira Magalhães Pinto, política é como as nuvens. Elas podem está menos carregadas até 2026. Liderança política das mais promissoras, mesmo enfretando intempéries em áreas nevrálgicas como a da segurança pública, a governadora sempre tem seu nome na bolsa de apostas para uma eventual candidatura ao Planalto. Neste sentido ela se torna uma "grande' ameaça aos projetos políticos do prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), jovem com grandes ambições políticas, nunca inferiores as do seu pai, o ex-governador Eduardo Campos.  

Essa jovem geração tucana teria um papel fundamental no soerguimento da legenda. O problema é que, até ou sobretudo internamente, eles vivem se bicando, como é o caso do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que não faz questão de disfarçar suas insatisfação com a legenda. Uma das missões de Marconi Perillo, atual presidente nacional da legenda, é a de cumprir este papel de pacificação. Ontem comentamos por aqui, o esboço de um eventual apoio do partido à candidatura da Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP) à Prefeitura de São Paulo. No dia de hoje, 17, o jornal Folha de São Paulo traz uma matéria informando que, caso isso se concretize, a governadora poderia deixar a legenda tucana.   

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 16 de março de 2024

Editorial: Nílvan Ferreira filia-se ao Republicanos e confirma pré-candidatura à Prefeitura de Santa Rita.



Os bolsonaristas optaram pelo nome do ex-Ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, Marcelo Queiroga, para disputar a Prefeitura de João Pessoa nas próximas eleições, inviabilizando, assim, as pretensões do comunicador Nilvan Ferreira, um bolsonarista roxo. O bolsonarismo no Estado sempre esteve identificado com o radialista Nilvan Ferreira. Essa questão é tão séria que, mesmo diante de tais circunstâncias, até os socialistas estão de olho no apoio do candidato em João Pessoa. É pouco provável que um bolsonarista raiz vote num nome vinculado ao PSB, mas, enfim. 

Diante das contingências, o radialista resolveu procurar abrigo político na cidade de Santa Rita, onde teve a maior votação na eleição passada, quando disputou o Governo do Estado. Havia algumas especulações em torno do assunto, mas hoje ninguém mais tem dúvidas de que ele será candidato à prefeito da cidade em 2024. Ontem, dia 15, o comunicador filiou-se ao Republicanos com o propósito de viabilizar o seu projeto político na cidade. Suas redes sociais tem divulgado suas movimentações no município, conhecido pelos enormes partidos de cana. 

Nilvan assegura que terá um exército composto por 70 candidatos a vereador a trabalhar pelo seu nome como candidato a prefeito. Não terá vida fácil pela frente, uma vez que há grupos políticos consolidados atuando na cidade há décadas. Neste aspecto, a despeito da experiência acumulada durante os anos que vem atuando na política, naquele terreno ele é um cristão novo, atuando num ambiente de raposas bem cevadas. Todo cuidado ainda é insuficiente.   

Editorial: Manobra do Grupo de Trabalho Especial prejudica as aspirações de Cida Ramos em João Pessoa.



Eles não gostam muito do termo, mas foi exatamente isso o que ocorreu. A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores intervém na escolha do candidato do PT que deverá disputar a Prefeitura de João Pessoa. A Excutiva Municipal havia deliberado que os candidatos do partido deveriam se submeterem a um processo interno de prévia, onde seriam escolhidos, se submetendo ao crivo dos militantes, num processo bastante democrático. A proposta não foi aceita por um dos aspirantes, o Deputado Estadual Luciano Cartaxo, por duas vezes prefeito da capital dos paraibanos. 

O ex-gestor concorreia no processo interno com a Deputada Estadual Cida Ramos, que continua firme em seu propósito de participar das prévias. A tessitura, articulada entre os dirigentes locais e o GTE (Grupo de Trabalho Especial, coordenado pelo senador Humberto Costa), naturalmente, que a prejudica. Não seria improvável que ela teria melhores condições de competitividade na disputa interna com o Luciano Cartaxo, principalmente depois de algumas declarações infelizes do petista.  

O GTE - Grupo de Trabalho Especial -, que está encarregado de articular as estratégias e definir os candidatos do PT que disputarão as próximas eleicões municipais pela legenda desembarcou na Paraíba exatamente para, em conjunto com o diretório local da legenda, bater o martelo sobre a definição de um nome, passando por cima das democráticas previas, que embalaram as decisões tomadas pela legenda no passado, tornando o partido o mais democrático do nosso sistema partidário. 

Espanta saber que grandes lideranças do partido, que estiveram junto com a militância desde aqueles dias difíceis da década de 80, quando o PT foi fundado, tenham sucumbido de forma tão radical ao processo de oligarquização ao qual o partido foi submetido ao longo desses anos. Numa entrevista concedido a este editor, o ex-deputado Paulo Rubem Santiago confessou que o partido, por absoluta falta de espaços, se reunia, emblematicamente, no Sindicato das Empregadas Domésticas, aqui no Recife. 

Para o sociólogo alemão Robert Michels, que, em 1911 cunhou o conceito de Lei de Ferro das Oligarquias, trata-se apenas de uma questão de tempo para instituições como sindicatos e partidos políticos assumirem esse processo de oligarquização. Quem estudasse o PT daqueles tempos, talvez não chegasse a essas conclusões. Muitos estudiosos, inclusive de outros países, vieram ao Brasil exatamente para entender melhor o fenômeno daquele grêmio partidário com características tão particulares. 

Tudo isso passou. Hoje o partido foge das prévias como o diabo foge da cruz. A intervenção é um indicador claro de que setores do partido teriam a tendência de apoiar o nome de Luciano Cartaxo para a disputa, prejudicando, sensivelmente, a aspiração natural da deputada Cida Ramos(PT-PB), assim como a militância orgânica que fecharia com ela nas prévias internas. Uma pena.     

Editorial: Caçada humana II

 



A princípio, seria impossível fugir da prisão de Alcatraz, localizada na baía de São Francisco, nos Estados Unidos. Fortaleza erguida numa ilha, os presos que conseguissem sair de suas dependências iriam se deparar, necessáriamente, com um mar frio e bravio, infestados de tubarões. Congelariam ou seriam mortos pelos tubarões. À época, para aquela unidade prisional, foram encaminhados os presos  da mais alta periculosidade do sistema prisional americano. Contrariando todos os prognósticos, três deles conseguirm emprender fuga da prisão, o que culminou com o seu fechamento. 

Preocupa saber que o Ministério da Justiça estaria tomando medidas para aumentar a "segurança" nos presídios de segurança "maxima' do país. No caso de Alcatraz, investigações conduzidas pelo FBI, depois do episódio, acabaram praticamente confirmando o êxito da fuga daquela unidade prisional. No caso do presídio de Mossoró, as falhas são clamorosas. Vamos deixar, por enquanto, a Polícia Federal concluir as suas investigações sobre o episódio. A caçada os fugitivos, por outro lado, até este momento, não lograram êxito em suas recapturas. Os dois detentos estão fugindo por um período superior a um mês, mobilizando 600 homens, além de helicópteros, cães,  representando um ônus bastante pesado para o erário. 

Convocado pelo Camissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Orgnizado da Câmara dos Deputados, o Ministro Ricardo Lewandowski pediu um tempo para se inteirar melhor da situação. Esteve recentemente em Mossoró, onde afirmou, consoante as informações recebidas, que os presos ainda estariam no perímetro do Estado. Convém sempre deixar claro que o ministro assumiu recentemente o cargo e tomou todas a medidas para esclarecer, de fato, o que ocorreu em relação a esta fuga de uma unidade prisional federal. 

Há muito que se falava sobre eventuais falhas no sistema de segurança naquela unidade prisional. O número expressivo de câmaras que não estavam funcionando é uma evidência cabal de que algo não ia bem por ali. Já há quem esteja sugerindo desmontar o exército de homens que está sendo mobilizado na captura dos fugitivos. Diante dos fatos, é algo a ser pensado com carinho.    

Editorial: Em depoimentos, comandantes militares confirmam que houve tentativa de golpe.



O Contexto Político não goza da condição de ter acesso a trechos ou documentos com relatos exclusivos, como ocorre com outros órgãos de imprensa que, geralmente, em razão de fontes privilegiadas, antecipam-se aos acontecimentos, publicando grandes reportagens sobre temas que ainda não vieram a público. Os últimos depoimentos de militares sobre a trama golpista que culminou com o 08 de janeiro conseguiram dissipar todas as eventuais dúvidas em torno do assunto. O país passou por um momento delicado, onde, mais uma vez, determinados atores tramaram contra as nossas instituições democráticas e estiveram na iminência de decretarem um Estado de Sítio que mergulharia o Brasil, mais uma vez, nas trevas do autoritarismo.   

O que chega aos nossos e-mails, na verdade, são sugestões de pautas ou solicitações de internautas sobre informações mais aprofundadas acerca de determinados assuntos, quase sempre de teor acadêmico, como um prospecto escrito pelo sociólogo Gilberto Freyre, ainda nos idos de década de 60, a pedido do governador Marco Maciel, que, por alguma razão, desperta enorme interesse entre nossos leitores, talvez pelo inusitado do tema, tratado por um pensador que tinha fortes vínculos orgânicos com a aristocracia açucareira da região. 

Como uma das temáticas de nossas abordagens literárias envolvem a oligarquia industrial dos Lundgren, não é incomum, igualmente, questionamentos acerca das relações sociais e históricas que tal  oligarquia manteve no país, principalmente no período em que o grupo atuou como industriais têxteis  no Nordeste brasileiro. Isso ocorreu desde o início do século passado, passando pelas décadas seguintes, de intensas movimentações sociais no Brasil e no exterior, como a ascensão do Nazizmo na Alemanha, assim como a Ditadura do Estado Novo no país.  

O Supremo Tribunal Federal, através do Ministro Alexandre de Moraes, acaba de quebrar o sigilo dos depoimentos de vários envolvidos ou investigados na tentativa de golpe do 08 de janeiro. Como antes trabalhávamos através de vazamentos pontuais, produzidos por tais fontes privilegiadas, hoje, depois da liberação integral do teor desses depoimentos, já podemos tratar do assunto com mais segurança. O argumento do ministro foi exatamente neste sentido, ou seja, evitar as diferentes versões que passaram a sair pela imprensa, por vezes a partir da interpretação dos jornalistas.  

Existe, sim, a confirmação do então comandade da Aeronáutica do Governo Bolsonaro, o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista, assegurando ser verdade que o general Freire Gomes ameaçou dar voz de prisão ao ex-presidente caso ele insistisse na proposta de um golpe de Estado. Ocorreram várias reuniões da alta cúpula militar, ligada ao então governo, para discutir essa tal minuta. Os depoimentos do general Freire Gomes, assim como o do brigadeiro Carlos de Almeira Baptista, conforme havíamos antecipado em postagens anteriores, amarra os eventuais fios ainda soltos dos depoimentos do ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, através do acordo de colaboração premiada.

Tanto seus advogados, quanto o próprio Jair Bolsonaro se pronunciaram no sentido de minimizar tais conclusões dos depoimentos, que estão tendo uma enorme repercussão na imprensa e redes sociais desde então. O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a sugerir que tais falas são fantasias que podem ser creditadas ao campo do folclore. O fato é que a situação se complicou bastante para o ex-presidente. Enaltecemos aqui a postura dos comandantes militares legalistas, Freire Gomes e Carlos Baptista, que agiram em respeito à nossa Constituição, cientes dos seus deveres cívicos, impedindo que mais um ciclo de trevas e obscurantismo se abatesse sobre o país.