A crônica política da semana não poderia deixar de se referir ao armistício entre as principais tendências que disputavam o controle do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco. Haveria a possibilidade de um segundo turno da PED entre a Deputada Teresa Leitão e Bruno Ribeiro. Ambos desarmaram as barricadas e chegaram a um acordo, onde Teresa deverá gerir os destinos do partido pelos próximos dois anos, entregando o comando da legenda a Bruno Ribeiro a partir de então, por um período de mais dois anos. Não sabemos informar se o consenso envolve uma absolvição de Oscar Barreto - que venceu as eleições para comandar o diretório municipal do Recife - mas estava em processo de expulsão da legenda. Durante as coletivas, Oscar se fez presente, esboçando um largo sorriso. Apesar das décadas de rusgas, o PT pode dizer que vive um bom momento, fato comemorado pela Direção Nacional da legenda. O grande trauma permanece sendo as indisposição entre os dois Joões. Ambos sequer se cumprimentavam, mas reataram o diálogo recentemente. Um entendimento entre ambos leva tempo. No dia de ontem, a imprensa e as redes sociais voltaram a especular sobre os reais motivos das desavenças entre ambos. O gesto de João Paulo é um gesto largo, de um homem com responsabilidade partidária. Em suas últimas entrevistas, observava-se uma preocupação crescente sobre os destinos do partido no Estado. Alguns cronistas políticos pernambucanos asseguram que sabem os motivos da briga entre ambos. Confesso não saber nada sobre esse lixo. Também não importa. O que consideramos salutar é que eles tenham chagado à conclusão sobre a necessidade de curar as feridas abertas do partido no Estado. No próximo ano, teremos alguns embates políticos pesados, como as eleições para a Presidência da República e para o Governo do Estado. Minado internamente, o Partido teria enormes dificuldades de referendar o palanque de reeleição de Dilma Rousseff num Estado de um de seus possíveis adversários, o governador Eduardo Campos. Quem acompanha nossas postagens, sabe que não temos poupado críticas ao PT. Este é o momento, no entanto, de elogiar o gesto de um partido responsável pelos maiores avanços sociais obtidos no Brasil nas últimas décadas. Parabéns, PT. É por aí. Como nos velhos tempos, vamos marcar aquela dobradinha no Mercado da Boa Vista.
sábado, 23 de novembro de 2013
Tijolaço do Jolugue: O descaso com as árvores tombadas.
O descaso com as árvores tombadas do Recife.
O Jornal do Commércio, no dia de ontem, em seu caderno de Cidades, traz uma matéria sobre o descaso com a preservação das árvores tombadas no Recife.Em alguns casos mais grave, restaram tão somente as placas indicando tratar-se de uma árvore tombada. Na minha infância, em Paulista, admirava bastante as frondosas paineiras que circundavam a rua principal da cidade, das imediações do antigo Círculo dos Operários até onde hoje se encontra o Terminal Integrado de Passageiros, já na Mata do Frio. Na última vez que estive na cidade, posso assegurar que, aparentemente, elas estavam como as deixei na meninice, onde jogava conversa fora com os colegas, abaixo de suas sombras, depois do término das aulas. Num passado recente, Paulista era conhecida nacionalmente como a cidade das chaminés e dos eucaliptos. Os eucaliptos se foram, assim como grande parte das reservas de Mata Atlântica. Como as árvores são fundamentais em nossas vidas. Nas imediações da BR 232, há um trecho coberto por uma plantação de eucaliptos. Sobretudo à noite, quem transita por ali já deve ter sentido o aroma que exala. Há um projeto de instalação de um parque de diversões em Paulista que deve comprometer 60% de uma de suas reservas de mata atlântica, a Mata do Ronca. Mais um crime hediondo contra as reservas de mata nativa daquela cidade, como denunciou hoje pela manhã o colega Ricardo Andrade.
Tijolaço do Jolugue: Oposição afia as garras em Pernambuco.
As costuras políticas da oposição pernambucana na tentativa de viabilizar alguns nomes como candidatos ao Governo do Estado em 2014 se intensificam a cada dia. O senador Armando Monteiro(PTB), que já era candidato independentemente dos humores políticos do Campo das Princesas, permanece onde sempre esteve, ou seja, na arena. Nos últimos dias manteve uma agenda movimentada pelo interior do Estado, tendo a oportunidade, segundo a crônica política pernambucana, de almoçar no Bodódromo justamente no momento em que os presentes festejavam a revogação da cassação do mandato do prefeito Júlio Lóssio(PMDB). Este último, inclusive, desponta como uma das grandes lideranças políticas do Estado, cogitando a possibilidade de apresentar seu nome como postulante ao Palácio do Campo das Princesas. A máquina peemedebista no Estado, entretanto, não suporta carne de bode. Prefere o cozido servido lá no Janga. Ambos conversaram. Aliás, conversar é o que Armando mais tem feito. Uma composição de Lóssio com o senador petebista não seria nada improvável. No Recife, o PT chegou a um armistício. Mesmo que o partido lance uma candidatura própria com o objetivo de fortalecer-se, uma composição com Armando num eventual segundo turno é tida como certa.
Tijolaço do Jolugue: Lóssio: tentaram cassar a oposição em Pernambuco.
A ministra Laurita Vaz, do STE, acatou recurso apresentado pelos advogados do prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, e ele deve reassumir a Prefeitura de Petrolina nesta sábado. Nosso blog foi um dos primeiros a dar a notícia, tecendo alguns comentários sobre a trajetória política de Lóssio naquele município, impondo duas grandes derrotas nas urnas ao Campo das Princesas. Liderança política emergente no Sertão do São Francisco, Lóssio passou a ser festejado pelo PMDB nacional, e observado com preocupação pelos palacianos, que mobilizaram todos os recursos - inclusive o tapetão - para cassar seu mandato. A manobra não foi suficiente e Lóssio reassume a prefeitura de Petrolina cada vez mais motivado. Aliado de um tronco dos "Coelhos" - ainda não se faz política naquela cidade sem estar com um dos lados dos herdeiros do coronel Quelé - Lóssio vem realizando um gestão que conta com apoio de setores importantes da sociedade petrolinense, inclusive a população que usa creche, os sistemas públicos de saúde e ensino e os assentados, que almejavam a regularização fundiária de seus lotes. É um modelo de gestão cujos resultados são sentidos pela população no seu dia-a-dia, não se resumindo às pranchetas de publicitários, custeado com verdadeiras fábulas de dinheiro público. Ele, o prefeito que reassume, já utilizou várias parábolas para explicar essa reversão da medida que procurava afastá-lo da prefeitura, mas, uma delas nos parece emblemática: tentaram cassar a oposição em Pernambuco. Quebraram a cara. É festa no Bodódromo. Preparem a chã de bode que estou chegando. Não se esqueçam do sorvete de rapadura.
Tijolaço do Jolugue: A contra-ofensiva do Planalto no Estado.
Os jornais de hoje anunciam uma ofensiva da presidente Dilma Rousseff ao Estado de Pernambuco, reduto político de um dos seus adversários, o governador Eduardo Campos(PSB). A articulação, que envolve um mutirão ministerial para atender prefeitos na aprazível Gravatá, esta sendo articulada pelo senador Humberto Costa e pela Ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. A presidente irá encontrar um clima distensionado no PT local, embora as rusgas permaneçam. No momento, pode-se falar numa espécie de trégua entre seus dirigentes. Se isso vai evoluir para selar a paz entre as tendências locais, só o tempo dirá. Embora tenham se cumprimentado e reatado o diálogo, os dois Joões mantiveram uma "distância regulamentar" até mesmo na foto que o partido distribuiu com a imprensa. Não deixa de ser, entretanto, um avanço no sentido de construir um alinhamento partidário capaz de reconduzir a agremiação à sua condição de uma força política relevante no Estado. O partido perdeu tempo, oportunidades e espaços de poder com a gestão desses conflitos, além de submeter seus dirigentes a um stress permanente. Naquele ritmo, o PT iria sucumbir. Não sei que peso teve a determinação da direção nacional da legenda, que recomendou a superação dessas divergências. Penso que teve influência sobre a resolução dos conflitos locais. O fato concreto é que os ministros e Dilma chegarão num bom momento. Apesar de não aparecer bem na última pesquisa IBOPE, Eduardo Campos não diminuiu seu ritmo de campanha, intensificando as críticas ao Planalto. Dilma respondeu rápido desta vez.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Festa no Bodódromo: Lóssio impõe terceira derrota ao Campo das Princesas.
A turma do TSE rejeitou a proposta de cassação do mandato do prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), conforme determinava o TRE (PE), a pedido do PSB de Pernambuco. Hoje, certamente, teremos festa no Bodódromo. É, de fato, algo a ser comemorado. Os argumentos apresentados pelo PSB - regularização fundiária de alguns terrenos - não nos parecem factíveis ou suficientes – para justificar a cassação do mandado do prefeito. Lóssio é uma espécie de espinha atravessada na traqueia do Palácio do Campo das Princesas. Infringiu duas grandes derrotas ao governador numa região estratégica, a microrregião do Sertão do São Francisco. No contexto estrito da geografia eleitoral, a região nem é assim tão significativa, posto que deve ser responsável apenas por 5% do eleitorado no Estado. Todavia, em função da importância dos “Coelhos” e de outros troncos familiares com atuação na região, proporciona alguns arranjos políticos importantes no Estado, condicionando os olhares para aquela cidade, distante 730 kilômetros do Recife. Petrolina é uma das cidades do chamado "Triângulo das Bermudas". Nas últimas eleições, ali se travou uma batalha campal contra Lóssio.Em declarações, o governador admitiu ser uma questão de honra derrotar o desafeto. Aglutinou todas as forças políticas com este propósito, valorizando, ainda mais, a vitória do peemedebista. Lóssio, a bem da verdade, derrotou as máquinas Federal, Estadual e Municipal. Não reunindo condições de derrotar o médico nas urnas, seus adversários recorreram ao “tapetão, sendo, mais uma vez derrotados. Fernando Bezerra Coelho Filho estava se preparando para assumir a prefeitura. Sua diplomação estava prevista para segunda-feira passada. Logo em seguida, ele teria que renunciar ao mandato de Deputado Federal. Segundo consta, juridicamente, ele pode ser diplomado sem precisar renunciar. Os próximos dez dias serão decisivos para esse desfecho, mas os partidários do prefeito Lóssio prometem uma grande festa no Bodódromo de Petrolina. Liderança emergente na política pernambucana, prestigiado nacionalmente pelo cúpula do PMDB, Lóssio cogita a possibilidade de candidatar-se ao Governo do Estado em 2014, mesmo sabendo que, no Estado, o PMDB parece não gostar muito bem de bode. Prefere o cozido.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
A política atual sob a Casa Grande e a Senzala
Governo
é diferente de poder. No sistema capitalista
o verdadeiro poder é o econômico, do capital. Foi esse sistema que
criou as regras de participação política que temos hoje, que na
visão deles são democráticas. E até são, mas dentro dos limites
de seus interesses. Usemos a
relação Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre.
É
como se a
senzala
tivesse conseguido o direito de brincar dentro
da casa, mas apenas na sala
de estar, nunca sozinhos. Os
senhores fazem isso para mostrar benevolência em relação ao povo,
dando-lhes o direito, desde que consigam cumprir suas regras, de
entrar na Casa Grande, mas sempre
tendo que se submeter aos
seus interesses.
A
grande questão do ponto de vista
político é que esses donos – a elite – não tem nomes para
brincar na sala de estar também, junto com os
representantes da senzala.
Também existe o grupo do
meio, que
não são da Casa Grande, nem são da senzala. Desse grupo há três
tipos de comportamento: um que afirma estar ao lado da senzala, mas
torce e faz o que pode para atrapalhar a brincadeira; o
segundo,
toma as dores da Casa Grande. Num fetiche de um dia ser aceito por
completo por seus membros e
poder transitar livremente por toda a casa.
E
tem o terceiro grupo que realmente está ao lado da senzala. Não é
parte dela, mas entende sua perspectiva e tem a consciência de que
com a senzala dentro da casa, todos ganham.
A
dor de cabeça dos donos da Casa
Grande
é a falta de gente para ficar na sala de estar. Aécio não emplaca,
ninguém quer brincar com ele. Marina saiu da
senzala
e não tem a sua confiança, apesar de seus esforços e de ter ganho
a simpatia de alguns dos donos; Eduardo Campos atraiu Marina para seu
lado, joga um bocado de conversa bonita para os membros da Casa Grande, mas também não convence. E tem o Serra. Ele tem mais
simpatia dos donos da Casa
Grande,
mas as pessoas não querem brincar com ele porque trapaça, joga
sujo.
E,
embora os representantes da
senzala, – pelo menos até
agora – não tenha tirado um único móvel do lugar da sala de
estar da Casa
Grande,
mudou alguns de lugar. E isso já irrita por demais os donos da casa.
Daí a sede de expulsá-los da brincadeira. Porém não podem fazê-lo
assim de supetão. Isso é contra as regras que ele mesmos criaram
para se poder brincar na casa. Para isso eles usam subterfúgios.
Imagine
que a segunda sala é a imprensa e uma terceira o poder judiciário.
A cozinha é o lugar onde eles determinam os rumos do país em
detrimento dos interesses da senzala. De vez quando um
dos da senzala entra na
cozinha e mexe em alguma coisa, como a redução das taxas de juro
que, assim que saem, os donos rearrumam para tentar fazer as coisas
voltarem pro lugar.
Na
segunda sala, a da imprensa (apenas os que eles chama de grande)
espalham que os membros
da senzala
desarrumaram
toda a sala de estar, o que não condizente com os bons modos da
elite. A Casa Grande
conseguiu convencer a todos que seus valores, seus costumes, seus
símbolos são os corretos. Mesmo que as pessoas da Casa Grande não
deem a mínima para isso, apenas cobrem da senzala que sigam à risca
o que lhes é dito.
Na
terceira sala, o do judiciário, fazem o que podem para tirá-los da
Casa
Grande,
sem que pareça transgressão das regras. Tudo para fazer a senzala
pensar que quem não quer ficar ali são os que foram mandados por
ela.
Capas
e mais capas de revistas e jornais, mudanças nos ritos dos processos
legais, programas de tevê que vendem a imagem de debates, mas apenas
fala o mesmo lado – mesmo em programas com mais de um convidado!
Tudo para fazer crer que existe apenas um pensamento único sobre as
coisas. O objetivo disso? Adormecer a senzala.
É
isso que todos presenciamos no Brasil atualmente. Aqueles que têm um
olhar mais atento conseguem perceber e quem não aceita essa lógica
faz o que pode para tentar mudá-la. Mas essa briga não é fácil,
há todo um simbolismo em torno da Casa Grande que impede que a
senzala entre porta adentro. Mas aos poucos a coragem de fazê-lo vai
tomando conta.
Em
124 anos de República esse é o melhor momento que vive o país em
questões econômicas e sociais. Nunca nossa desigualdade – apesar
de alta – nunca foi tão baixa. Nunca nossa economia esteve tão
forte, conseguindo até passar por crises financeiras com
desenvoltura fazendo que nós, o povo, a senzala, pouco ou nada a
percebamos.
Foram
as eleições de Lula e Dilma na presidência da República
primeiramente e depois
eleições como a de Fernando
Haddad na capital financeira do Brasil que
fizeram a senzala pôr os pés na Casa Grande,
brincando na sala de estar, -
em outro momento histórico isso foi feito com João Goulart e
prontamente a Casa Grande tratou de tirá-lo da brincadeira
–, mas ainda
são eles, os
donos da Casa Grande, que
detém o real poder político em solo tupiniquim.
O
pesadelo da elite é que não tem nomes para apresentar, inclusive
para as pessoas da senzala, para brincar na sala. Rumando para ter em
sua companhia, dentro de sua casa, mesmo que apenas na sala de estar,
membros da senzala, do povo. O medo é que a senzala toda resolva
entrar e tomar para si a Casa Grande, aí das duas uma: ou eles
desistem e a dividem com todos ou se tornam a senzala. Mesmo com todo
o poder que ainda tem, os pensamentos não devem estar nada fáceis
para os donos da Casa Grande.
(Publicado originalmente por Carlos Eduardo, no blog do Cadu)
Tijolaço do Jolugue: Festa em Petrolina. Lóssio impõe terceira derrota ao Campo das Princesas.
A turma do TSE rejeitou a proposta de cassação do mandato do prefeito
de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), conforme determinava o TRE (PE), a
pedido do PSB de Pernambuco. Hoje, certamente, teremos festa no Bodódromo. É, de fato, algo a ser
comemorado. Os argumentos apresentados pelo PSB - regularização
fundiária de alguns terrenos - não nos parecem factíveis ou suficientes
– para justificar a cassação do mandado do prefeito. Lóssio é uma
espécie de espinha atravessada na traqueia do Palácio do Campo das
Princesas. Infringiu duas grandes derrotas ao governador numa região
estratégica, a microrregião do Sertão do São Francisco. No contexto
estrito da geografia eleitoral, a região nem é assim tão significativa,
posto que deve ser responsável apenas por 5% do eleitorado no Estado.
Todavia, em função da importância dos “Coelhos” e de outros troncos
familiares com atuação na região, proporciona alguns arranjos políticos
importantes no Estado, condicionando os olhares para aquela cidade,
distante 730 kilômetros do Recife. Petrolina é uma das cidades do
chamado "Triângulo das Bermudas". Nas últimas eleições, ali se travou
uma batalha campal contra Lóssio.Em declarações, o governador admitiu
ser uma questão de honra derrotar o desafeto. Aglutinou todas as forças
políticas com este propósito, valorizando, ainda mais, a vitória do
peemedebista. Lóssio, a bem da verdade, derrotou as máquinas Federal,
Estadual e Municipal. Não reunindo condições de derrotar o médico nas
urnas, seus adversários recorreram ao “tapetão, sendo, mais uma vez
derrotados. Fernando Bezerra Coelho Filho estava se preparando para
assumir a prefeitura. Sua diplomação estava prevista para segunda-feira
passada. Logo em seguida, ele teria que renunciar ao mandato de Deputado
Federal. Segundo consta, juridicamente, ele pode ser diplomado sem
precisar renunciar. Os próximos dez dias serão decisivos para esse
desfecho, mas os partidários do prefeito Lóssio prometem uma grande
festa no Bodódromo de Petrolina. Liderança emergente na política
pernambucana, prestigiado nacionalmente pelo cúpula do PMDB, Lóssio
cogita a possibilidade de candidatar-se ao Governo do Estado em 2014,
mesmo sabendo que, no Estado, o PMDB parece não gostar muito bem de
bode. Prefere o cozido.O editor do blog acaba se ser convidado. E eu vou...podem preparar a chã de bode que estou chegando!Não se esqueçam do sorvete de rapadura.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Tijolaço do Jolugue: O que faz o Brasil ser o Brasil?
Mesmo com o acirramento de ânimos, com as manifestações explícitas de uma "luta de classe", algo não se pode negar: o julgamento do Mensalão proporcionou um debate interessante sobre a sociedade brasileira, a partir das reflexões dos autores que se pronunciaram sobre o assunto. Artigos densos, equilibrados, evidenciando as contingências sociais, políticas e culturais que faz o Brasil ser o Brasil, conforme observava o antropólogo Roberto DaMatta. Não vou entrar nos detalhes para não ser cansativo ou tautológico, mas o relato de um amigo de Clistenes Nascimento, pelo Face, hoje pela manhã, informando que um colega teria presenciado uma senhora, no Aeroporto, externar sua insatisfação com a presença de uma "pobre e feia" nos saguões, traduz aquela preocupação de Darcy Ribeiro no sentido de que este país jamais se encontre "consigo mesmo". Vamos continuar com essa "rinha" histórica separando o andar de cima do andar de baixo, com todas as consequências daí decorrentes. Dizem que, com "jeitinho", a corda não arrebenta. No aspecto político, talvez a volta de um Jânio Quadros, com sua toga "moralizadora" em substituição à vassoura, como adverte o jornalista Paulo Henrique Amorim no seu site Conversa Afiada, de posse das categorias do populismo político utilizadas por Maria Victória Benevides. Um artigo muito interessante foi escrito pelo jornalista Luis Nassif, na Carta Capital desta semana. Com muito equilíbrio, o jornalista aponta as contingências da realpolitik que levaram o Partido dos Trabalhadores a esse desfecho, sem esquecer de apontar os reais avanços sociais obtidos na Era Lula/Dilma.Recomendo a leitura.
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Tijolaço do Jolugue: O julgamento dos envolvidos no assassinato de Manuel Mattos foi adiado.
O julgamento dos envolvidos no assassinato do ex-vereador e assessor jurídico do PT, Manuel Mattos, foi transferido para 05 de dezembro. Faltou o quórum mínimo para dar prosseguimento aos trabalhos. Novas membros serão convocadas para o julgamento do dia 05. Algumas pessoas ficam espantados com os dados que são apresentados, mas, a rigor, na fronteira daqueles dois Estados concentra-se um dos grupos de extermínio mais ativos da região. Denunciados por Manuel Mattos, que teve sua vida ceifada em função dessas denúncias, quando participava de um churrasco com amigos na Praia de Pitimbu. Há uma grande expectativa em torno desse julgamento, que ganhou repercussão nacional depois de uma longa matéria produzida por uma de nossas revistas de circulação nacional. O Deputado Federal Luiz Couto(PT), também ameaçado de morte, precisou se afastar do país para não ser morto. Hoje ele se encontra em nosso convívio, mas as ameaças permanecem.— com Michel Zaidan Filho.
Tijolaço do Jolugue: Pelo IBOPE, Dilma vence no primeiro turno.
Dilma Rousseff venceria no primeiro turno de acordo com a nova pesquisa do IBOPE divulgada no dia de hoje, 18 de novembro de 2013. Há muito tempo, mantida as atuais condições ambientes, o cientista político Marcos Coimbra já antevia que as eleições presidenciais de 2014 estão definidas. Mesmo na eventualidade de um segundo turno, o que não se configura nos cenários pesquisados pelo IBOPE, mas levantados por outros Institutos, Dilma Rousseff seria reeleita. A união entre Marina e Eduardo Campos não conseguiu alterar substantivamente o quadro sucessório até o momento. Marina não transfere votos para Eduardo, que até caiu de acordo com os números mais recentes. Os tucanos continuam profundamente divididos, se bicando o tempo todo. Não há vaselina política que restabeleça o diálogo entre Aécio e Serra, que ainda almeja ser candidato. Em seu último pronunciamento público, segundo fontes, Aécio já teria usado um discurso ácido em relação ao companheiro de agremiação. Eles vão nesse lenga-lenga até outubro de 2014. Podem escrever. Um tucano pernambucano de alta plumagem, em entrevista recente, acabou admitindo que a postura de Serra vem atrapalhando bastante o partido. Os números: Dilma 43%, Aécio 14%, Marina 16% e Campos 7%.
Tijolaço do Jolugue: JB candidato? Hipótese provável.
O jornalista Rodrigo Vianna, do blog O Escrevinhador, escreveu um artigo seminal sobre as possíveis manobras políticas de JB. A tecitura da engenharia montada envolveria uma grande articulação no sentido de viabilizá-lo como possível candidato a algum cargo Executivo, conforme suas últimas atitudes. A hipótese se espalhou como um rastilho de pólvora e hoje, todos, praticamente todos os sites do país estão comentando o assunto, com os créditos devidos ao Rodrigão. Até as questões burocráticas já foram levantadas, como um possível pedido de aposentadoria do STF, o domicílio eleitoral no Rio de Janeiro, etc. Uma coisa parece certa, como sugere Rodrigo Vianna. Ele possivelmente estará presente na próxima pesquisa do Datafolha. Há quem informe que ele poderia ser candidato a vice, numa chapa com Aécio Neves, uma hipótese plausível, sobretudo se considerarmos suas boas relações com os tucanos. Uma candidatura solo é menos provável, mas não se pode descartar que há alguns setores ligados aos militares que adorariam essa aventura. Uma aventura perigosíssima para a saúde de nossas instituições democráticas.
Tijolaço do Jolugue: Itambé, onde uma vida pode custar R$ 50,00
A cidade de Itambé fica na fronteira do Estado de Pernambuco com a Paraíba. Uma cidadezinha pacata, de pessoas humildes, que sobrevivem do comércio, da agricultura, da pecuária e outras atividades de menor porte. Algumas dessas cidades, por uma série de motivos, acabam se tornando cidades muito violentas, como ocorre, por exemplo, com Itapissuma, que figura entre as dez mais violentas do país. Neste último caso, existe como possíveis justificativas, a proximidade com os presídios da Ilha de Itamaracá e um crescente tráfico de drogas. Alguns detentos são mortos naquela cidade, logo após deixarem os presídios da Ilha. No caso de Itambé, a questão é mais complexa. Os crimes são notadamente de pistolagem, onde existem vários fatores determinantes. Os grupos que atuam naquela cidade foram denunciados pelo advogado e assessor do PT, Manuel Mattos, morto enquanto descansava com a família numa residência em Pitimbu, uma cidade da Paraíba. Outras pessoas também tombaram por denunciar esses crimes e outras encontram-se ameaçadas, como é o caso do Deputado Federal Luiz Couto, do PT paraibano. Logo após a morte de Manuel Mattos, uma revista semanal realizou uma matéria na cidade, onde entrevistou pessoas e chegou à seguinte conclusão: Uma vida poderia custar R$ 50,00 reais naquela cidade. —
Tijolaço do Jolugue: A ordem no Planalto é tocar o Governo.
A ordem no Planalto é tocar o Governo e esquecer o episódio do Mensalão, onde alguns morubixabas petistas foram detidos. é o que informa o Painel da Folha de São Paulo. A recomendação faz parte de uma estratégia com o objetivo de blindar o Governo em relação àqueles fatos, que podem ter reflexos nas eleições de 2014. A atitude, no entanto, contraria a opinião de próceres petistas, que gostariam de ver, concretamente, Lula e Dilma se pronunciarem sobre o assunto. Dilma nem tanto, talvez apenas pelo fato de ser presidente do país. Quanto a Lula, aí sim, é possível que a nação desejasse ouvi-lo a respeito daqueles fatos que abalaram os alicerces do seu Governo. O partido parece dividido quanto a essa questão. Em encontro recente, especulou-se que Lula poderia falar sobre o assunto, mas ele optou pelo silêncio. No Congresso do Partido Comunista do Brasil, o ex-dirigente Renato Rebelo fez um discurso contundente sobre as condenações. Dilma franziu a testa.
Tijolaço do Jolugue: O julgamento de Manuel Mattos.
O nosso blog está acompanhado o julgamento dos assassinos do advogado Manuel Mattos, que ocorre na Justiça Federal da Paraíba. Para quem não está inteirado sobre o caso, Manuel Mattos, então assessor do deputado federal Fernando Ferro, denunciava os grupos de extermínio com atuação na divisa dos Estados da Paraíba e Pernambuco, mais precisamente nas cidades de Itambé e Alhandra. Num dia, enquanto descansava com a família numa praia de Pitimbu, foi arrastado e morto covardemente. As investigações sobre os mandantes e executores se arrastavam, até que o crime, finalmente, foi federalizado e se chegou aos culpados, que hoje estarão sendo julgados. Recebemos a informação de que a Justiça Federal da Paraíba não está sendo muito hospitaleira com as pessoas que pretendem acompanhar o julgamento.
domingo, 17 de novembro de 2013
Tijolaço do Jolugue: Amanhã, o clima esquenta de vez no STF
A sessão da segunda-feira promete no STF. Depois de manobras, arbítrios e caprichos de um certo cidadão, é chegada a hora dos juízes daquela Corte restabelecerem o equilíbrio necessário tanto no que concerne às determinação das penas, quanto ao regime de sua aplicação. Os petistas foram condenados para cumprirem suas penas em regime semiaberto e estão encarcerados em regime fechado, em Brasília, no presídio da Papuda. Um deles, inclusive, doente. A relação de JB com os seus pares, que já não é das melhores, e tende a agravar-se.
Tijolaço do Jolugue: Engenho Corredor. Vale a pena conhecer.
Na semana passada, a convite da Prefeitura de Pilar, PB, tive a oportunidade de conhecer o Engenho Corredor, onde o escritor José Lins do Rego viveu a sua infância. Para mim, um momento único. O Engenho foi recentemente requalificado, depois de uma pendenga judicial que se arrastava há anos, comprometendo a preservação do conjunto arquitetônico que inspirou os melhores romances do ciclo da cana-de-açúcar na região. A vegetação dos arredores do Engenho ainda foram preservadas e ainda deu para sentir o cheiro das cajaranas em flor, como ele relata no seu "Menino de Engenho". Pelas vizinhanças, o Rio Paraíba, as crianças dando banho nos cavalos, outros "dando uma de jia", as mulheres lavando roupas naquele bailado gostoso relatados por Gilberto Freyre, um amigo e espécie de tutor intelectual do escritor. Homem de raízes, essa excursões pelo interior, um prato de fava, um pedaço de chã de bode acompanhada de uma suco de umbu, não tem preço.
Tijolaço do Jolugue: Julgamento dos assassinos de Manuel Bezerra Matos será na segunda-feira.
Na segunda-feira, acompanhado por entidades de direitos humanos internacionais, ocorrerá, no Estado da Paraíba, o julgamento dos acusados da morte do advogado Manuel Bezerra de Matos, assassinado no município de Pitimbu, onde se encontrava com a família. Um crime hediondo, motivado por suas denúncias contra os grupos de extermínio que atua(vam) na divisa dos Estados de Pernambuco e Paraíba. O jogo é pesado e várias pessoas que se colocaram sobre o assunto foram assassinadas. Matos era assessor do Deputado Federal do PT pernambucano, Fernando Ferro. Um outro Deputado do PT da Paraíba, Luiz Couto, que também denuncia os crimes cometidos por esses grupos de extermínio, já sofreu inúmeras ameaças de morte. Por ocasião de morte de Matos, uma revista de circulação nacional realizou uma grande reportagem sobre a ação desses grupos na cidade de Itambé, onde ficou registrado o valor pago para tirar a vida de alguém: R$ 50,00 (cinquenta reais). Mandantes e executores do crime foram identificados. Esperamos justiça.
Tijolaço do Jolugue: Atanção, João, o que fazer em 2014?
Atenção, João Santana. O que fazer em 2014. Essa tem sido a pergunta dirigida ao marqueteiro do Planalto sobre a melhor estratégia a ser adotada na campanha de 2014. Uma das possibilidades seria centrar esforços no debate sobre o mensalão tucano e dos demos, o que foi tido como um equívoco, posto que manteria a população antenada com a prisão dos petistas. Talvez a melhor estratégia a ser adotada para que as prisões não venham se refletir nas eleições de 2014 seja mesmo o esquecimento, embora seja quase certo que os fatos serão explorados pelos adversários. Sinceramente, não acredito que a prisão dos petistas irão se refletir nos bons índices obtidos por Dilma Rousseff até o momento. Até abril vamos ver se teremos alguma novidade.
Tijolaço do Jolugue: Os encontros de Eduardo com o "capital"
O painel da Folha de São Paulo informa a agenda do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ele teria encontro com várias entidades representativas do capital. Na agenda, nenhum encontro com os movimentos sociais. Outro dia, um jornal insuspeito, vinculado ao PIG, através de dados insofismável, evidenciou que o modelo de crescimento adotado no Estado não melhorou as condições sociais da população. Houve queda no IDH. Talvez seja por isso que o governador apenas tem agendado encontros com os representantes do capital. Quando era governador, Dr. Miguel Arraes foi taxado de retrógrado e atrasado exatamente em função de suas obras pontuais voltadas para a população mais humilde. Quando questionado por não ser "moderno", afirmava que modernidade para o nordestino era um bico de luz e eletricidade para fazer uma vitamina. O neto pensa diferente.
Tijolaço do Jolugue: O combate à corrupção no país é mais embaixo. (ou em cima?)
Observo pelas redes sociais uma espécie de regozijo e "alma lavada" de alguns brasileiros em função da prisão dos mensaleiros do Partido dos Trabalhadores. Alguns, equivocadamente, estão tratando o caso como um "divisor de águas' na histórica impunidade contra a corrupção no país. Um equívoco crasso. Nós poderíamos ocupar todo o espaço desse post informando os autores que trataram do assunto, observando que, em certa medida, temos uma república de corruptos. Melhor dizendo, um país de corruptos, posto que não se trata de um privilégio de nossa república, mas um estigma que nos acompanha desde a Colônia. A corrupção é uma prática entranhada em nossas instituições, que desenvolveram engenharias complexas de desvio de recursos públicos. A cada dia se descobre novos "jeitinhos" de desvios de recursos ou mecanismos de burlar licitações. Uma prática que deve ser sistematicamente combatida, mas que não se equacionará apenas com bravatas episódicas, seletivas, ou coisa do gênero. Exige o aprimoramento do sistema político, o fortalecimento das órgãos de controle e fiscalização de aplicação de recursos públicos, maior transparência das ações de políticas públicas, mecanismos de acompanhamento e denúncias do cidadão e um conjunto de outras medidas. Neste último caso, um judiciário que foi tão rigoroso no julgamento do "Mensalão", protela o julgamento do "Trensalão", um escândalo de dimensões ainda maiores, envolvendo, concretamente, desvio de recursos públicos. O ranking de partidos corruptos no país, por exemplo, como querem alguns, não é liderado pelo PT, mas, pela ordem, DEM, PMDB e PSDB.
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