pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Um momento difícil para os socialistas pernambucanos.
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sábado, 2 de julho de 2022

Editorial: O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Um momento difícil para os socialistas pernambucanos.



Não sem um bom motivo, mais uma vez, o ex-presidente Lula adiou a sua visita ao Estado de Pernambuco. Somente em Agosto ele deve matar a saudade da terrinha. Alguns palanques estaduais estão enfrentando uma série de problemas e Pernambuco é um deles. Um outro caso emblemático é São Paulo, mas as circunstâncias políticas - como a desistência da candidatura do apresentador José Luiz Datena ao Senado Federal - estão, de alguma forma, contribuindo para minimizar as dificuldades de formação de um palanque único entre o PSB e o PT. 

Seria mantida a candidatura do professor Fernando Haddad(PT-SP) ao Palácio dos Bandeirantes, enquanto o ex-governador Márcio França disputaria a vaga ao Senado Federal pelo PSB. Espera-se para breve que este martelo seja batido. Se França tiver o apoio de outros grêmios partidários - caso do União Brasil, por exemplo -  para a sua candidatura ao governo, os acordos entre o PT e o PSB podem voltar a estaca zero. A equação paulista acabou se tornando um nó, que, se desatado a contento, poderia criar uma espécie de jurisprudência política para Pernambuco, ou seja, Lula teria um palanque único, unindo o PT e o PSB. 

Não sabemos como tal hipótese teria sido construída. Afinal, caso tal raciocínio se aplique ao Estado de Pernambuco, nas atuais circunstâncias, seria o caso de integrar, num único palanque, o PSB, o PT e o Solidariedade. Uma missão quase impossível, embora se registre que tudo é possível neste campo. Daí ser sensato concluir que alguns analistas possam estar deslizando na maionese ou vendo chifre em cabeça de cavalo. Ainda esta semana, a candidata assumiu nacionalmente sua ligação com Lula, através de um peça de campanha, ao afirmar que "Lula é Marília e Marília é Lula". Como se sabe, ela não precisa pedir "autorização" a ninguém para usar o nome de Lula, menos ainda a ele. Os laços afetivos, aliado à sua longa militância petista, permitem tal intimidade com o morubixada petista. 

Hoje, o candidato do PSB, Danilo Cabral, respondeu na mesma moeda com o "DaniLula", que passou a ser veiculado como peça de campanha do socialista. As pesquisas de intenção de voto mais recentes começam a sinalizar para uma eventual polarização, também aqui no Estado, entre os candidatos Lula e Bolsonaro, assim como ocorre em todo o país. A questão é que tal polarização está se configurando, pelo desempenho nas pesquisas, entre Marília Arraes(SD-PE) e Anderson Ferreira(PL-PE) e não entre Danilo Cabral(PSB-PE) e Anderson Ferreira(PL-PE). Animado com os últimos resultados nas pesquisas - que demonstram uma sensível melhora de desempenho - Anderson Ferreira, sempre ao lado de ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, parece ter intensificado o ritmo de campanha. 

O curioso nisso tudo é que, nas eleições passadas, no segundo turno para a Prefeitura da Cidade do Recife, Anderson apoiou a candidatura de Marília contra o atual prefeito, João Campos, do PSB. Já naquele momento ele reafirmava o compromisso de derrotar os socialistas no Estado, assumindo a tarefa como um projeto coletivo e não como uma iniciativa pessoal. E, por falar nos socialistas, a bruxa anda solta no Palácio do Campo das Princesas. Mesmo com medidas duras, não se consegue segurar a sangria, representada por inúmeras defecções de quadros antes apoiadores da legenda no Estado. 

Aliás, segura-se, mas há um preço muito elevado, como a abertura de espaços na máquina e bases eleitorais para alguns, em detrimento de quadros históricos da legenda. O momento político, na realidade, é muito difícil para os socialistas no Estado: Os indicadores sociais e econômicos do Estado são caóticos; há uma desaprovação altíssima do atual governo; há uma saturação natural decorrente da fadiga de material produzida por 16 anos de governo; o apoio único e exclusivo de Lula continua sendo uma grande "utopia"; em tais circunstâncias, as bases de apoio tornam-se bastante rarefeitas.

P.S.: do Contexto Político: Somente numa hipótese seria possível entender o raciocínio, desenvolvido por alguns observadores da cena política, estabelecendo um parâmetro comparativo entre a situação dos palanques do PT e do PSB em São Paulo e em Pernambuco, considerando que, uma tomada de decisão de Lula na praça paulista poderia se replicar aqui na província: Lula assumir os dois palanques, o de Fernando Haddad(PT-SP) e o de Márcio França(PSB-SP). Aqui, seria Marília Arraes(SD-PE) e Danilo Cabral(PSB-PE).           

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