pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : março 2024
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sábado, 30 de março de 2024

Editorial: Os "demônios" da esquerda e da direita.


Há pouco, escrevemos por aqui, um artigo tratando da questão da reticência em se assumir posições radicais, seja de direita, seja de esquerda. Em situações normais, o eleitorado sugere esboçar uma resistência às posições radicais, daí se tomar tantos cuidados. Os vínculos inegáveis do candidato Ricardo Nunes(MDB-SP), em São Paulo, com segmentos de centro-direita do espectro político, obviamente, serão explorados pelo candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Por outro lado, o staff de Ricardo Nunes já possui uma estratégia montada para jogar o psolista, apoiado pelo Planalto, nas cordas, ou seja, irão explorar sua condição de um neófito na condução de uma máquina pública, principalmente com a  complexidade de uma cidade como a de São Paulo, mas, principalmente, sua condição de um radical de esquerda, dirigente de um movimento social como o MTST. 

Portanto, a "demonização" deverá existir em ambos os lados dos polos dessa radicalização. Danado é que, quanto mais eles esgarçam essa radicalização, mais diminuem as chances de viabilidade de um candidato mais moderado apresentar-se como alternativa, assim como ocorreu na campanha presidencial do ano passado. O MTST resolveu fazer um cartaz alusivo à Semana Santa, onde aparece Jesus Cristo enforcado na cruz e, logo abaixo, soldados romanos usando a frase: Bandido Bom é Bandido Morto, quase um slogan do bolsonarismo radical. 

Claro que se trata de uma ironia ou uma crítica à expressão bastante comum ao bolsonarismo radical, reticiente a qualquer tipo de reconhecimento de direitos de pessoas que cometem algum crime ou delito grave. Matreiramente, as hordas bolsonaristas passaram a explorar o cartaz como se o MTST estivesse digirignfo impropérios ou zombando de Jesus Cristo, o que seria um sacrilégio, considerando-se o personagem em lide, um cidadão que sempre esteve do lado dos direitos humanos. 

Editorial: A "cara" da direita no país?



Os políticos, salvo algumas exceções, temem assumir uma condição de extremistas, seja de esquerda, seja de direita. Essa questão é tão complexa, que mesmo ditadores renhidos posam de democratas ou não assumem abertamente a sua condição de ditadores, conforme se observa nos modelos de democracias iliberais, como é o caso da Rússia e da Hungria. O próprio termo "iliberais" é uma espécie de eufemismo. É possível que possamos inserir tal atitude no contexto do cálculo político, como ocorre em São Paulo, quando, por exemplo, o atual prefeito, Ricardo Nunes, que concorre à reeleição, evita assumir a condição de um candidato de direita ou extrema-direita, preferindo a adjetivação de "conservador".  

Embora recebe de bom grado os votos dos radicais bolsonaristas, Nunes dá sempre um jeito de se colocar como um político de centro do espectro ideológico. Salvo melhor juízo, as reticências à indicação do nome do coronel Mello Araújo para compor a sua chapa. Mello é um bolsonisrta raiz, ex-comandante da temida Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, o grupo de elite da Polícia Militar de São Paulo. Melhor perfil bolsonarista impossível. Não está em jogo os acordos partidários firmados entre MDB\PL de que o nome deve ser indicado mesmo pelo PL, com o aval de Jair Bolsonaro, mas melhor seria um nome menos polêmico. É preciso, no entanto, convencer Jair Bolsonaro, que tem no coronel Mello um parceiro de longas datas, que teria feito, segundo ele, um excelente trabalho quando foi indicado para assumir a CEAGESP. 

Não deixa de ser interessante o ex-presidente considerar a sua eficiência enquanto gestor público como critério para indicá-lo como vice na chapa de Nunes. Nunes, no entanto, não precisou de grandes esforços para convencer a bancada de vereadores tucanos de São Paulo de que é um homem de centro. Como a direção do partido não definiu o apoio ao projeto de reeleição do prefeito, a bancada de 08 vereadores ameaça debandar da legenda. 

Segundo estimativas dos próprios institutos de pesquisa, 30% do eleitorado brasileiro se declara essencialmente de direita. Um contingente nada desprezível, convenhamos. Sugere-se, entretanto, que a postura desse grupo afugentaria um eleitorado menos propenso à radicalização, o que preocupa homens públicos como o atual prefeito da capital paulista. No final, a equação é simples. É bom contar com o voto desses eleitores, sem arcar com o ônus de uma identificação demasiada, o que pode ser bastante explorada pelos adversários políticos, como, aliás, já vem sendo, sobretudo na disputa paulista, onde a polarização política no país se mostra ainda mais evidente.  

Os marqueteiros de Guilherme Boulos já devem estar trabalhando as imagens de Nunes nos eventos da Paulista, associando-o, inexoravelmente, ao bolsonarismo mais radical. Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas sobre os arranjos para as eleições presidenciais de 2026 apontam um cenário onde Lula é testado com uma leva de possíveis candidatos do campo conservador, a exemplo de Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ratinho Júnior e Ronaldo Caiado, governador de Goiás. Dos nomes testados, o de maior resiliência é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. 

A revista Veja publicou uma longa matéria tratando dessa questão, a partir das análises do pessoal do Instituto Paraná Pesquisas.  Em alguns momentos, Tarcísio de Freitas se apresenta como um cidadão humilde, com uma dívida de gratidão enorme ao ex-presidente Jair Bolsonaro, quem o lançou à ribalta, daí não se poder desconsiderar a sua posição de continuar no Palácio Bandeirantes em 2026. Por outro lado, caso seja mesmo inviável uma alternativa ao centro-direita do espectro político, ele será muito pressionado a assumir este papel que, a rigor, é dele.  

Charge! Morília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 29 de março de 2024

Editorial: Segundo o Datafolha, 63% da população brasiliera não deseja anistia aos responsáveis pelo 08\01



Fazia algum tempo que não observávamos tanta polêmica em torno das pesquisas, principalmente as de intenção de voto. Na realidade, pesquisa boa e de credibilidade, somente aquelas que favorecem os nossos candidatos. Essa é a verdadeira máxima. Daí ser compreensível a ira das hordas petistas contra as pesquisas mais recentes, tratando de uma eventual disputa da campanha presidencial de 2026, onde o casal Bolsonaro aparece bem na fita, ora superando numericamente o petista, caso de Jair Bolsonaro, ora em empate técnico, como é o caso da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Não adiante brigar com os números. 

O mesmo Instituto, para colocar mais lenha na fogueira das animosidades entre petistas e bolsonaristas, também informa que a popularidade do presidente Lula continua derretendo em colégios eleitorais de peso, como Belo Horizinte e Ceará, tradicional reduto petista, o que informa que o problema atinge também aquele eleitorado, pobre, petista e nordestino. O Planalto já acusou o golpe. A fala recente de Lula sobre a não participação da candidata Maria Corina nas eleições da Venezuela é bastane emblemática e soa até fora de tom, depois de sua ênfase em defender Nícolas Maduro, assim como o processo eleitoral naquele país. 

O Brasil tem sérios problemas de ajustes de conta com violadores contumazes dos direitos humanos. Foi assim com aqueles que estiveram nos estertores da tortura e desaparecimentos que ocorreram a partir de 1964, quando estivemos sob o jugo da ditadura militar instaurada com o golpe civil-militar, que no domingo completa 60 anos. Mesmo sob um governo de perfil progressista, os protestos e manifestações foram proibidos. Já há quem esteja sugerindo uma nova anistia para aquelas pessoas que estiveram envolvidas com as tessituras golpistas do 08 de janeiro. Felizmente, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, uma maioria não pensa assim. 63% dos brasileiros exigem punição severa aos golpistas.   

Editorial: A polêmica prisão de deputados federais.



Há muito tempo se comenta que a capital federal está infestada de sicários ou matadores de aluguel rondando os corredores do poder e montando campana em frente a residências de determinadas personalidades. As autoridades públicas usaram de suas prerrogativas e pediram reforço em sua segurança pessoal. A inteligência da Polícia Civil do Distrito Federal - segundo dizem uma das políciais civis mais eficiente do país - não saberia determinar quem poderia ser o alvo preferecial desses sicários, por razões óbvias, diante do climão que o país passou a viver nos últimos anos. Existe, na realidade, um número altíssimo de alvos em potencial. Até organizações do crime organizado, segundo supõe-se, poderia está envolvida nessas tramas, consoante os próprios órgãos de inteligência. 

Amiúde, no varejo, haveria um Deputado Federal, com pedido de prisão em análise, que estaria fazendo ameaças veladas a um desafeto, em razão de disputas partidárias. As ameaças teriam sido gravadas e encaminhadas às autoridades do STF, que estão analisando o caso. A questão que se coloca aqui, é sobre em que circunstâncias se poderia decretar a prisão de um Deputado Federal. Esta questão veio à tona justamante no momento da prisão preventiva decretada pelo STF contra o Deputado Federal Carlinhos Brazão, acusado de ser o um dos mandantes do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco. 

Como as relações entre os Três Poderes deixaram de ser harmônicas há algum tempo, existem rusgas enormes por aqui. Até recentemente, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, procurou o Ministro da Justica, Ricardo Lewansdowski para informá-lo, segundo seu entendimeto, de que um Deputado Federal só poderia ser preso em flagrante delito, uma das posições das mais delicadas, diante da repercussão de alguns fatos, assim como em razão do estágio em que já chegamos, onde essas fronteiras foram solenemente rompidas.   

Charge! Aroeira via Brasil 247

 


quinta-feira, 28 de março de 2024

Editorial: A repercussão das pesquisas do Paraná Pesquisas.




Nas últimas eleições, o Instituto Paraná Pesquisas conquistou uma grande credibilidade junto à opinião pública e aos formadores de opinião. Noves fora as reações produzidas pela bílis política, como reflexo da polarização renitente que o país atravessa, até mesmo aqueles que discordam dos números do Instituto renderam-se ao fato de ser o Paraná Pesquisas aquele Instituto que mais se aproximou dos escores resgistrados nas últimas eleições presidenciais, num contexto onde ocorreram erros grotescos, até mesmo entre os "grandes". 

Mais recentemente, o Instituto Paraná Pesquisas divulgou uma pesquisa de intenção de voto consoante os arranjos que se apresentam, no momento, em face das eleições presidenciais de 2026. Pelo lado do Governo é Lula ou Lula, pois o morubixaba nunca se preocupou em fazer um sucessor de fato. A exceção talvez seja o atual Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma opção apenas pensada, se e somente se, considerando-se a ausência do líder. Com a melhoria de sua condição de saúde, assim é que para 2026 ninguém sugere, seguer, outro nome no escopo da base governista. 

Talvez, quem sabe, em 2030. Isso se ele não cumprir a promessa de viver 120 anos e voltar logo em seguida,   quando as condições de uma nova candidatura seriam possíveis.  Se depender do eleitorado bolsonarista raiz, por outro lado, as opções também são limitadas. Eles apostam numa eventual candidatura do capitão, mesmo sabendo que ele se encontra encrencado e inelegível. O nome de sua esposa, Michelle Bolsonaro, figura como segunda opção, mas a ex-primeira dama enfrenta problemas até mesmo no contexto do clã familiar, que não vê como bons olhos o fato de ela ser, naturalmente, herdeira do espólio político\eleitoral do marido. 

O Paraná Pesquisas apresentou dados que seriam suficientes para discussões acaloradas pelas redes sociais, como, aliás, estão ocorrendo. Empate técnico entre Lula e Jair Bolsonaro, embora este apareca numericamente à frente do petista, e empate técnico entre Lula e Michelle Bolsonaro. Para completar o enredo, o Instituto confirma uma tendência capaz de arrepiar os cabelos do Planalto, ou seja, de queda da popularidade de Lula. O Planalto sabe que há algo errado por aqui, mas tem se tornado impotente para estancar a sangria.   

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


Editorial: Guarda Nacional se retira das buscas aos fugitivos do Presídio de Segurança Máxima de Mossoró.

Crédito da foto: SENAPPEN\reprodução


Aos poucos, o Governo Federal vai desmobilizando o pequeno exército de policiais acionados para recapturarem os fugitivos do presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Já são quarenta dias infrutíferos que representaram altos custos operacionais, além dos danos de imagem, pois a população fica sem entender como 600 homens bem equipados, auxiliados por drones, cães farejadores e até helicópteros não conseguiram êxito nesta cassada humana. A Polícia Federal deve optar por fazer um trabalho de inteligência no sentido de recapturá-los. 

A engenharia montada por Deibson Cabral  e  Rogério Mendonça para empreenderem essa fuga produziu algumas situações curiosas. Durante a semana que passou surgiu a suspeita de que os presos poderiam estar recebendo ajuda de policiais locais. A vida nos reserva algumas surpresas interessantes. O fato de terem escapado do presídio parece-nos que não representou algum momento de paz para os prisioneiros, que estão ameaçados de morte pelo Comando Vermelho. 

Não se sabe se dentro do presídio já haveria alguma movimentação dos presos neste sentido,mas os líderes da organização descobriram que eles desejavam formar uma dissidência no comando, o que é considerado uma falta graávissima no código do crime organizado, significando que eles também seriam rejeitados pelas outras facções onde poderiam procurar abrigo. Suspeitou-se no início que eles poderiam estar procurando abrigo em redutos controlados pelo PCC.  

Deibson e Rogério estão isolados, fugindo e sem rumo justamente no momento em que lograram êxito na fuga da unidade prisional. Contraditoriamente, presos eles estariam mais seguros, pois é bastante conhecida a eficiência desses tribunais do crime. Não temos dados precisos sobre o assunto, mas é surpreendente o número de fugas registradas nos presídios brasileiros neste começo de ano, logo em seguida a esta fuga inusitada de um presídio de segurança máxima.       

quarta-feira, 27 de março de 2024

Editorial: Bolsonaristas preocupados com o dia "D" da prisão de Bolsonaro.

 



Parece-nos que uma eventual prisão do capitão Jair Bolsonaro não surpreenderia mais ninguém, nem mesmo os bolsonaristas mais renhidos. Segundo alguns juristas, principalmente entre aqueles vinculados ao campo progressista, já existiriam motivos de sobra para isso. Motivos jurídicos, naturalmente, uma vez que tais motivos não coincidem com o timing político oportuno, o que deve está sendo considerado. E qual seria este momento político mais oportuno? Segundo prevêem os próprios bolsonaristas, tal momento seria ali por meados do mês da agosto, um pouco antes da liberação da campanha eleitoral de 2024, quando teremos novas eleições para a escolha dos gestores municipais e dos membros das câmaras de vereadores. 

Assim que voltou dos Estados Unidos, o ex-presidente Bolsonaro passou um período ensimesmado, recolhido aos aposentos, meditando sob a massaranduba do tempo. Não assumiu o papel de grande líder da oposição, papel reservado a ele por questões óbvias, como desejava o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. Passada essa ressaca, Bolsonaro voltou à ribalta e hoje é um incontestável líder das forças que fazerm oposição ao Governo Lula, dentro e fora do parlamento. Até porque a centrífuga da polarização é atroz e não permitiu o surgimento de novas lideranças. 

Nos últimos dias ocorreram alguns fatos que estão sendo tratados pela imprensa como cortinas de fumaça, seja de um lado ou do outro dos polos, como o anúncio do prisão dos mandantes do crime que vitimou a vereadora Marielle Franco, assim como a tal visita do ex-presidente à embaixada da Hungria. Neste momentos, convém deixar a poeira baixar para formar um juízo de valor sobre o assunto. Segundo um ex-governador do Rio de Janeiro, desde 2018 já se sabia quem havia executado e quem seriam os mandantes do crime que vitimou a vereadora e seu motorista, Anderson Gomes. Por outro lado, nao deixa de ser curioso que este áudio que atesta a chegada do ex-presidente ao prédio da Embaixada da Hungria no Brasil tenha vazado para um jornal dos Estados Unidos. Quem teria sido o responsável? com que interesse? 

Editorial: Pesquisa encomendada pelo PP aponta empate técnico entre Lula e Michelle para 2026.



Ao longo de nossas atividades aqui pela blogosfera, três artigos em particular causaram grandes dores de cabeça a este editor. Um deles tratava da violência aqui no Estado de Pernambuco, pelos idos de 2013, quando a polícia do Estado tornou-se uma das mais violentas no enfrentamento aos manifestantes que saíram às ruas naquele período. Chegaram a proibir o uso de máscaras entre os manifestantes, uma medida das mais polêmicas. O artigo, publicado em sites com alcance bem maiores do que o nosso, atingiu um grande público e provocou grande repercussão, com milhares de manifestações e curtidas; Um outro tratava das dificuldades das políticas educacionais brasileira em atingir a meta de nota mínima exigida para o país ingressar no seleto grupo dos países desenvolvidos da OCDE. No nosso ritmo de melhoria da qualidade de ensino, não atingiríamos a meta estabelecida à época. Aliás, ainda hoje não atingimos tal objetivo, o que significa que este editor apenas antecipou alguns fatos. Mesmo assim, autoridade do MEC naquele período mandou retirar o artigo de um site instituciinal; por fim, ali por meados de 2018, antes daquelas eleições presidencais que elegeu Bolsonaro presidente, escrevemos um artigo tratando das eventuais consequências daí decorrentes, caso ele fosse eleito - e foi - causando a ira das hordas bolsonaristas pelas redes sociais. Não precisamos entrar nos detalhes dos métodos sórdidos por eles utilizados, assim como sobre as consequências nefastas daí resultantes. 

Agora, depois da pesquisa de intenção de voto encomendada pelo Progressistas ao Instituto Paraná Pesquisas, sobre a corrida presidencial de 2026, qua aponta a Michelle Bolsonaro empatada tecnicamente com o presidente Lula, a vontade que tivemos foi a de republicar o terceiro dos artigos citados acima, mas preferimos não fazê-lo, dando nossa contribuição para colocar água na fervura de um clima já bastante tensionado. O mais previsível era que a pesquisa fosse encomendado pelo PL, partido ao qual o ex-casal presidencial é filiado, mesmo entendendo que o PP tem fortes vínculos com o bolsonarismo. Na pesquisa encomendada pelo partido, Lula aparece com 44,5% das intenções de voto, enquanto Michelle crava 43,4%. 

Ciro Nogueira, ex-Ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, é um grande entusiasta da tese de que a ex-primeira-dama deve compor a chapa que concorrerá contra o Planalto nas eleições presidenciais de 2026. Hoje é dado como certo que o candidato do Planalto seria o próprio Lula, embora a vice seja algo ainda incerto. Integrantes do staff do presidente defendem a tese de que o nome de Geraldo Alckmin não seria o mais indicado para as próximas eleições. Faz sentido quando entendemos que a relação entre petistas e socialistas não é mais a mesma.   

Charge! Triscila Oliveira e Leandro Assis via Folha de São Paulo

 

terça-feira, 26 de março de 2024

Editorial: Coerentemente, a opção Cida Ramos seria a melhor para o PT em João Pessoa.



Permanece o impasse sobre os rumos ou definição do Partido dos Trabalhadores no contexto das eleições municipais de João Pessoa neste ano. A última palavra, no entanto, deve ficar com o Executiva Nacional da legenda, neste caso, representada pelo GTE - Grupo de Trabalho Eleitoral, coordenado nacionalmente pelo senador Humberto Costa(PT-PE). O prazo final para esta definição é hoje, dia 26, depois de superado os impasses locais, que não são poucos. A situação, no momento, é a seguinte: Com a desistência do Deputado Estadual Luciano Cartaxo de participar das prévias que estavam previstas para o início de abril, fica como opção para uma candidatura própria o nome da também Deputada Estadual, Cida Ramos. 

Outra opção seria o apoio ao nome do atual prefeito, Cícero Lucena(PP-PB), que concorre à reeleição. Na tual conjuntura política, o fato de ele integrar os quadros do Progressistas parace-nos que não se constituiria num obstáculo intransponível para as negociações. O próprio governador João Azevedo(PSB-PB) também tem procurado manter uma relação amistosa com o prefeito, para além das imposições impostas pelo cargo que ocupa. A princípio, o governador também não se preocupou em construir um nome para disputar a prefeitura da capital dos paraibanos, saído da cozinha do Palácio Redenção, como ocorrera com ele, trabalhado pelo então governador Ricardo Coutinho. E, por falar em Coutinho, depois de governar o Estado por dois mandatos, especula-se que o "Mago" poderá candidatar-se a vereador, retomando sua carreira política dos primórdios, quando saiu de vereador a governador montado num meteoro.

Mantida ou preservada a coerência política, os quadros do partido no Estado deveriam se unir em torno da pré-candidatura da Deputada Cida Ramos. Se o partido, a nível nacional, aponta a capital paraibana como uma cidade estratégica para os interesses da legenda, tal opção seria mais salutar para o grêmio partidário petista.   

Editorial: A possível "narrativa" de Nunes para desacreditar Boulos na disputa pela capital paulista.



No dia de hoje, 26, o ex-comunista Aldo Rebelo concedeu uma entrevista à CNN. Rebelo, que hoje ocupa a Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, pleiteia a vaga de vice na chapa onde Ricardo Nunes(MDB) deverá disputar a reeleição. Quem acompanha de perto este processo, sabe que são muitos os postulantes a uma única vaga e, quase sempre os nomes sugeridos não conseque a unanimidade do staff do gestor, como o do capitão Mello, ex-comandante da Rota, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. E olha que o PL, pelos acordos partidários, tem a prerrogativa dessa indicação. 

Ontem discutíamos por aqui a situação dos tucanos naquele cenário. Era vontade da bancada de vereadores o apoio ao projeto de reeleção de Nunes, mas já decidiram, em votação, que não mais integrariam a frente montada pelo prefeito. Deve ter pesado bastante o fato de eles não indicarem um candidato a vice. Convenhamos, falta cacife para isso. Neste caso, voltaram a reestabelecer as negociações com a candidata Tabata Amaral, do PSB. 

Rebelo corre ali por fora, mas muito bem azeitado, pois nos parece um grande conciliador, bem visto pelo staff político que acompanha o prefeito. Durante a entrevista, depois de se "explicar", inevitavelmente, sobre a sua mudança de perfil político - Rebelo era militante renhido do PCdoB - o secretário, ao responder uma pergunta sobre Guilherme Boulos, deixou escapar uma eventual estratégia de narrativa que o grupo de Nunes poderá utilizar contra o candidato do PSOL, apoiado pelo Planalto. 

Devem explorar a inexperiência administrativa do candidato, além da sua condição de agitador, o que deve afugentar eleitores conservadores, não necessariamente bolsonaristas radicais. Boulos precisa se preparar bastante para se contrapor a essas narrativas encampadas pelo grupo do prefeito Nunes.  O ex-comunista Rebelo demonstra uma falta de saturação em relação a este identitarismo exacerbado dos grupos de esquerda ou progressista que, segundo ele, tira o foco dos problemas reais. Aqui vamos concordar com ele. 

Editorial: Alexandre de Moraes pede explicações de Bolsonaro sobre "refúgio" na Embaixada da Hungria no país.



Se as investidas golpistas no país tivessem sido exitosas, possivelmente o modelo de governo que seria adotado no país teria muita semelhança com o modelo da Hungria, sob o comando de Victor Orbán. O presidente da Hungria é uma espécie de "modelo" de inspiração para as lideranças golpistas que atentaram contra a democracia em nosso país. O Brasil, certamente, passaria por um processo de hungrialização. No dia de ontem 26, depois que o jornal New York Times divulgou um vídeo com as imagens do ex-presidente Jair Bolsonaro entrando nas dependências da Embaixada da Hungria no país, este talvez tenha sido um dos assuntos mais comentados pela imprensa e pelas redeas sociais. 

O fato ocorreu logo após o presidente ter o seu passaporte retido, o que sugere a possibilidade de adoção de alguma medida preventiva com o ato. O embaixador da Hungria já foi ouvido pelo Itamaraty, mas não entrou nos detalhes sobre esta visita do ex-presidente. O Ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o ex-presidente apresente uma explicação sobre este fato em 48 horas. O ex-presidente, diante das evidências, naturalmente, não poderia negá-lo, mas argumenta que atendeu apenas a um convite. Resta combinar a versão com as autoridades da embaixada. 

Vamos aguardar as explicações dos seus advogados a este respeito, antes de qualquer tipo de julgamento. Não deixa de ser curioso, no entanto, que as autoridades brasileiras desconhecessem completamente este fato, revelado por um jornal americano. Como estamos numa era de doentia polarização, logo surgiram as hordas de petistas pelas redes sociais enaltecendo a coragem o presidente Lula quando esteve acossado por uma prisão iminente.  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 25 de março de 2024

Editorial: Os tucanos decidem não compor com Ricardo Nunes em São Paulo.


Mesmo juntando os cacos aqui e ali, o fato é que os tucanos ainda estão mergulhados numa profunda crise de identidade e sensivelmente cindidos. Não há consenso ou unanimidade para nada, exceto, talvez, no que concerne à necessidade de reaver a condição de protagonismo que o partido ocupou algum dia no sistema político brasileiro. Em menos de seis meses, quatro direções teriam sido trocadas apenas na regional de São Paulo. José Aníbal assumiu a direção do partido com o propósito de apaziguar os ânimos, assim como o Presidente Nacional da legenda, o ex-governador Marconi Perillo. 

Ambos são velhas raposas da política, experientes e conciliadores, o que ajuda bastante neste momento de colocar panos mornos, minimizando as discórdias. Finalmente parece que eles chegaram à conclusão de que não adianta mais procurar as razões para a debacle da legenda. Se fossem menos ambiciosos, também chegariam à conclusão de que é inútil se apresentar como uma alternativa à polarização criada entre petistas e bolsonaristas. Isso só acaba quando um dos polos esmagar o outro. Em São Paulo, eles conversaram bastante com Ricardo Nunes, o nome de preferência da bancada de vereadores da legenda como candidato à Prefeitura de São Paulo. A condição proposta não foi aceita pelo prefeito e a aliança não se concretizou. Os tucanos gostariam de ocupar a vice na chapa, algo impensado neste momento, posto que já prometido ao principal capitão eleitoral de Nunes, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A votação interna entre os tucanos foi equilibrada e sugere-se que pode ser revogada juridicamente.  

Assim, resta a opção Tabata Amaral, nome de preferência da Executiva Nacional da legenda, embora encontre algumas resistências, como a da governadora do Estado de Pernambuco, Raquel Lyra, uma das estrelas nacionais da legenda, que o partido faz questão de mantê-la nos seus quadros. Aqui em Pernambuco, socialistas e tucanos travam uma luta renhida pelo poder. Soma-se a isso o fato de a Deputada Tabata Amaral ser a namorada do prefeito socialista João Campos.   

Editorial: Sigilo nas informações não combina com o Governo Lula.


É com um misto de surpresa e indignação que observamos que o Governo Lula deverá seguir a mesma orientação do Governo de Jair Bolsonaro no sentido de manter sigilo sobre documentos ou dados oriundos das atividades do seu Governo. Já afirmamos por aqui, talvez em mais de uma oportunidade, que os índices de avaliação do Governo Lula não estariam relacionados apenas a uma estratégia de comunicação ruim. A decisão de Lula em determinar tal sigilo, por exemplo, magistralmente explorada pela oposição, vem provocando um desgaste enorme na imagem do Governo,  ao soltarem vídeos sistemáticos nas redes sociais, onde o presindete Lula aparece ademoestando o ex-presidente Bolsonaro sobre o assunto, durante os debates da última campanha presidencial. 

A chamada deste editorial poderia ser outro, mas vamos mantê-lo para não melindrar, o verbo da moda, sobretudo nesses momentos bicudos que o país atravessa. É preciso admitir aqui, por outro lado, que o Governo Lula manisfesta comportamento de quem está acuado pelas ondas conservadoras produzidas pelo mar bolsonarista, dentro ou fora do parlamento. Ontem tomamos conhecimento de que setores do PT e dos movimentos de esquerda fizeram uma manisfestão pelo democracia. Um site verificou e contou os participantes, que não chegaram a um mil e quinhentoas pessoas, em Salvador e São Paulo, ou seja, um grande fiasco. 

É preciso tomar alguns cuidados com esses procedimentos de condescendências ou ponderações, como esta decisão recente do Governo no sentido de probibir qualquer pronunciamento ou manifestação de órgãos oficiais em relação aos eventuais protestos relativos ao aniversário de 60 anos do famigerado golpe Civil-Militar de 1964. Trata-se de um ônus pesado a ser pago pelo Governo Lula junta à sua base de sustentação mais orgânica, que previa, na realidade, mais avanços por aqui, como a revisão da Lei de Anistia, pauta inicial do Ministério dos Direitos Humanos, coordenado pelo sociólogo Sílvio Almeida. 

Editorial: O terrível editorialista do Estadão agora se superou.


Há algumas coisas que a gente não consegue entender. O editorial de hoje, dia 25, do Estadão, contrariando toda uma narrariva favorável ao envolvimento da Polícia Federal no caso Marielle - que acabou por elucidá-lo, apontando seus executores e mandantes, todos devidamente encarcerados ou sob restrições severas, como é o caso de um dos delegados que agia em conluio com o chefe de polícia - considera estranho e com conotação política tal envolvimento. Não tivemos acesso ao editorial por completo, o que nos facultariam emitir um juízo de favor mais coerente, mas a linha de raciocínio é, no mínimo, aí sim, estranha ou estafúrdia. 

A não federalização do crime, desde o início, sempre se constituiu numa estratégia dos algozes da vereadora, no sentido de que os reais culpados pelo duplo assassinato nunca fossem encontrados. Aliás, há aqui um cem números de manobras urdidas neste sentido, coordenada por um agentes estratégicos, que operarvam a partir da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, como é o caso de um chefe de polícia, um delegado e um comissário, escalados sob medida para não permitirem que o caso fosse solucionado. O mais escabroso é que a própria família da vereadora, por confiar tanto nas autoridades locais, se colocaram contra a federalização. 

Somente depois da entrada da Polícia Federal, do Ministério Público é que o caso teve andamento, culminado, no dia de ontem, com seu completo esclarecimento. Foram presos os mandantes do crime, uma vez que os executores já estavam detidos. O editorialista também vê uma conotação política no caso. Sempre houve. A morte de Marielle Franco foi um crime político. Hoje se sabe que ela foi assassinada por sua atuação política, que prejudicava os negócios explorados pelas milícias em sua área de atuação, como a grilagem de terra para loteamento, projeto de interesse dos Brazão. 

Marielle, inclusive, aconselhava os moradores locais a não entrarem no empreendimento. Será que o racicínio de conotação política vai no sentido de inferir eventuais ganhos políticos do Governo Lula com a solução do caso? Também não é por aí. O eventual dividendo positivo é uma gota d'água no oceano de encrencas que o Governo Lula enfrenta na área de segurança pública, uma pauta hoje sob controle efetivo de grupos conservadores alinhados com a bancada da Bala no Legislativo. Lula, por exemplo, foi literalmente "emparedado' com a PEC da saidinha, aprovada com folga depois dos ajustes pontuais. 

Se vetar, como seria o previsível no contexto de um governo de perfil de maior sensibilidade e respeito aos direitos humanos, amargará mais uma derrota. No dia de ontem, um jornalista estava levantando uma questão, de fato, preocupante. A possibilidade de eventuais rebeliões nas unidades prisionais do país com tal medida. Sabe-se que o nosso sistema carcerário são verdadeiras masmorras, conforme atesta o próprio Supremo Tribunal Federal, a partir de pesquisas realizadas nessas unidades. Na lógica da Bancada da Bala, no entanto, quanto pior melhor.    

Charge! Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 24 de março de 2024

Editorial: Grande dia! Finalmente, os possíveis mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco são identificados e presos.



Diante da enorme repercussão do crime, o ex-militar Ronnie Lessa, que efetivou os disparos que mataram a ex-vereadora Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes, procurou os mandantes do crime para uma conversa, onde demonstrou grande preocupação sobre o desfecho do caso. Ouviu dos mandantes a recomendação de que se mantivesse tranquilo, pois o caso não iria dá em nada. De fato, os algozes se mantiveram impunes durante seis anos, período em que a sociedade brasileira cobrava, insistentemente,a elucidação do crime, com a identificação dos seus mandantes. 

Várias manobras foram urdidas durante este período, sempre no sentido de proteger os tais mandantes, o que implicou em ameaças aos investigadores ou forças-tarefa; tentativa de forjar uma narrativa que livrasse da responsabilidade do ocorrido seus reais autores, como uma visita ao presídio de Mossoró, com o objetivo de cooptar um "laranja" para ser responsabilizado; tranferência de delegado que investigava o caso para fazer curso de especialização na Itália, além de outras manobras do gênero. 

Nada disso causa estranhamento, quando se sabe que os envolvidos gozavam de grande capilaridade política e social, um deles no parlamento, outro atuando como conselheiro em órgao de fiscalização e controle de contas públicas, além de um Chefe da Polícia Civil  à época, o que dá a dimensão do índice de como o aparelho de Estado no Rio de Janeiro está irremediavelmente comprometido pelos falsos agentes de Estado, que ocupam funções públicas, mas, na realidade, estão a serviço do crime organizado, seja traficantes, milicianos ou narcomilicianos, embora hoje esteja tudo junto e misturado. Nem determinados grupos evangélicos escaparam a este processo.

O Caso Marielle só avançou depois de federalizado, aliado a uma conjuntura política favorável, como a ascensão ao poder de um conjunto de forças com a determinação de equacionar o problema e, de fato, fazer justiça ao ocorrido. Penso que, neste momento, o ex-Ministro da Justiça, hoje no STF, ministro Flávio Dino, gostaria muito de voltar ao cargo para fazer esta prestação de conta à sociedade brasileira. Quando o maranhense assumiu o cargo se comprometeu em solucionar o caso. Nosso reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro. 

sábado, 23 de março de 2024

Editorial: Ministro do Turismo, Celso Sabino, visita obras na orla de Cabo Branco.


Neste momento, conforme agenda prevista, o Ministro do Turismo, Celso Sabino, encontra-se vistoriando obras na orla de Cabo Branco, acompanhado do governador do Estado da Paraíba, João Azevedo(PSB-PB), e pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena(PP-PB). A princípio, pensávamos que se tratava da famigerada "engorda" da orla da belíssima praia de Cabo Branco, mas ficamos mais tranquilo quando soubemos que se trata, na realidade, de uma visita a um complexo turístico em construção, nas imediações do Centro de Convenções do Estado, ainda no perímetro do bairro de Cabo Branco. 

A rigor, não há nada a se engordar por ali. Melhor deixar as prais como estão, com o peso em ordem, de preferência cuidando dos esgotos que são atirados em suas águas. Na realidade, a tal "engorda" estaria sendo projetada para a praia de Manaíra, mas, se o poder público fizer uma pesquisa sobre este assunto com os moradores do bairro, irá descobrir que nem a população do local concorda com a medida. Salvo melhor juízo, a empresa vencedora da licitação é a mesma que produziu aquele desastre em Balneário Camboriu.  

A relação de João Azevedo e Cícero Lucena, a princípio, em nome da governabilidade republicana, segue sem atropelos aparente. Com os postulantes que se apresentam como possíveis candidatos à Prefeitura da Cidade, João Azevedo passa por alguns constrangimentos políticos evidentes, sobretudo por não ter preparado um nome dos quadros socialistas para concorrer à prefeitura. A tendência mais lógica seria um apoio ao um candidato do PT, mas o partido vive às turras para escolhê-lo. 

Luciano Cartaxo desistiu depois que as lideranças locais do partido determinaram que o nome seria escolhido através de uma prévia  que seria disputada por ele e pela Deputada Estadual Cida Ramos(PT-PB). O GTE(Grupo de Trabalho Especial) determinou que não haveria mais prévias, mas, mesmo assim, ele manteve a decisão. Sem horizonte político ainda determinado, o governador chegou a acenar até para o ex-bolsonarista Nilvan Ferreira, apeado da  disputa em razão das armações dentro do PL, que optou pelo nome do médico Marcelo Queiroga, ex-Ministro da Saúde de Jair Bolsonaro, que deve está visitando a cidade em meados de abril.  

Editorial: Afinal, quem seria o interlocutor do tenente-coronel Mauro Cid?



Em algum momento saberemos de quem se trata. Inquirido a este respeito, o oficial optou por não declinar o nome do suposto "amigo". Nenhum possibilidade a este respeito está sendo descartada. Em que circunstâncias o áudio foi gravado? Haveria autorização do ofical para a sua gravação e posterior divulgação? Como a revista teve acesso ao material? Mauro teria sido vítima de uma armação, com propósitos explícitos de tumultuar o andamento das investigações sobre  a tentativa de golpe do 08 de janeiro, possivelmente a hipótese mais provável?  Neste caso, quem teria "plantado" o áudio com tal objetivo? Civis? militares? 

Assim como ocorreu em inúmeros episódios surreais que envolveram a tessitura da tentativa de golpe do 08 de janeiro, sugere-se que estamos diante de mais um deles. Neste caso, mais uma vez, o tiro saiu pela culatra, prejudicando sensivelmente a situaçaõ já complicada do militar Mauro Cid, que voltou à prisão e corre o risco de ter o seu acordo de colaboração premiada anulado. A gravação, a divulgação ou o teor do áudio, feriu frontalmente os termos dos acordos celebrados entre o oficial e a Polícia Federal. Durante o depoimento do dia de ontem, 22, no STF, Mauro Cid confirmou o conteúdo do áudio, com críticas à Polícia Federal. 

O áudio, no entanto, não alterará em nada a linha de condução das investigações que estão sendo procedidas pela Polícia Federal, em comum acordo com o Supremo Tribunal Federal. Temos a convicção de que não haverá condescendência com os conspiradores da tentativa de golpe de Estado. Os atores políticos e civis que tramaram contra as nossas instituições democráticas arcarão com as consequências de seus atos. Nas coxias, sugere-se que os bolsonaristas teriam comemorado o episódio, que poderia produzir uma narrativa contra a condução dos trabalhos de investigação, que poderia favorecer a defesa de outros implicados. O tiro saiu pela culatra. 

No mesmo momento em que era decretada a prisão do militar, agentes da Polícia Federal saía às ruas à procura do possível interlocutor do ex-ajudante de ordens da Presidência da República. Buscas foram realizadas em sua residência e o telefone de sua esposa foi apreendido. Com uma eventual extinção do acordo de delação premiada, sua família, que estava protegida pelos termos do acordo, teme por possíveis novas consequências.    

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 22 de março de 2024

Editorial: Agenda conservadora avança sobre o Governo Lula produzindo uma "erosão" em sua avaliação.


O que não falta no Governo Lula são diagnósticos equivocados sobre os reais problemas de comunicação enfrentados, o que vem produzindo prejuízos consideráveis em sua avaliação. Há uma tendência preocupante de declínio nessa avaliação, já devidamente evidenciada por mais de um instituto de pesquisa, para que não pairem dúvidas sobre o assunto. Ontem foi a vez do Datafolha confirmar o que já havia sido verificado pelo Quaest\Genial e pelo Paraná Pesquisas. Acossado pelos números desfavoráveis, há alguns meses das eleições municipais de 2024, o morubixaba petista resolveu fazer uma reunião de ajustes com a equipe, onde cobrou maior empenho dos subordinados no sentido de divulgarem as ações de suas pastas, inclusive pelos seus canais das redes sociais. 

A narrativa da "agenda conservadora", encampada pela oposição bolsonarita, aliada às alas evangélicas e conservadoras do país avança sobre o Governo Lula sem que ele apresente alguma alternativa ou tenha como se defender, exceto, em alguns casos, usando de uma condescendência, como sua posição de vetar qualquer manifestação de órgãos do Governo no sentido de protestarem contra os 60 anos do golpe Civil-Militar de 1964, o que desagradou profundamente segmentos progressistas de sua base de apoio, ou seja, os apoiadores orgânicos.   

As pesquisas internas do Palácio do Planalto sugeram que o mosquito da dengue talvez tenha atingido o Governo, em sua forma mais grave. A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi muito cobrada por isso. Não deixa de ser preocupante - e de fato, isso pode se refletir no humor da população em relação aos govenantes - mas nos parece que estamos diante de um superdimensionamento da questão. O mosquito não tem preferência, por exemplo, por evangélicos, que se afastam do Governo como o diabo foge da cruz. A cada nova pesquisa, evidencia-se a erosão do apoio desse seguimento do eleitorado,incitados pela pauta de costumes, utilizada com maestria pelos seus principais líderes, em boa parte identificados com o bolsonarismo. 

Uma prova de fogo para o Governo será a PEC da Saidinha, aprovada por unanimidade no Legislativo, depois de passar por ajustes no Senado Federal. O Governo possui uma agenda de reconhecimento dos direitos humanos, de melhoria das condições carcerárias, de contraponto, inclusive, à cultura do encarceramento existente no país. Como conciliar esses princípios com a agenda conservadora que avança no Legislativo como um rolo-compressor sem volta? O próprio senador Jaques Wagner, sugeriu que o Governo não é necessariamente contra e que talvez não vete  a tal PEC. O problema, portanto, com a avaliação do Governo Lula é estrutural. Ele está sendo corroído pela agenda conservadora em curso, num dos melhores momentos da oposição radical.    

Editorial: As contradições do tenente-coronel Mauro Cid.

 



A família do tenente-coronel Mauro Cid cumpriu um papel importante no sentido de fazè-lo dizer o que sabia sobre os estertores da tentativa de golpe que culminou com as manifestações do 08 de janeiro. Através de um acordo de colaboração premiada celebrado com a Polícia Federal, o militar já prestou diversos depoimentos sobre este e outros assuntos, constutuindo-se numa peça-chave para desvendar as tessituras armadas por civis e militares no sentido de atentar contra as nossas instituições democráticas e o Estado Democrático de Direito. 

Temos afirmado por aqui que o militar se constitui numa espécie de balisamento para a Polícia Federal conduzir suas investigações, pois, devido ao papel ocupado na Presidência da República durante quatro anos, o militar tomou conhecimento de muitos fatos relevantes. A Polícia Federal, no entanto, já dispõe de fartas provas materiais dos delitos ou crimes cometidos por agentes públicos durante aqueles dias nebulosos. Entende-se, por outro lado, as dificuldades enfrentadas pelo militar, conforme depreende-se dos diálofos vazados em conversa com um amigo e publicados pela edição da revista Veja desta semana. 

Até então com uma carreira militar sem retoques, o militar poderia ter sido promovido na semana que se passou,consoante critérios como o tempo de serviço. Tal promoção não ocorreu, por decisão dos seus superiores. É como se sua carreira tivesse chegado ao fim. Uma condenação num desses processos poderá trazer consequências ainda mais severas, como uma eventual expuslão dos quadros das Forças Armadas. Não vamos desnudar todo o novelho, mas as dificuldades são de toda ordem, inclusive financeiras. 

Ficamos por aqui tentando entender como anda o seu estado psicológico diante de tamanhas adversidades. Cid é um militar com formação nas forças especiais e, em tais circunstâncias, eles são treinados a suportarem inúmeros reveses. Agora fazemos como o craque Didi na Copa de 1958: Treino é treino e jogo é jogo. Talvez até jogo duplo, como suegere a matéria de capa da revista. O que acontece é que nas linhas e entrelinahas desse diálogo o militar tece alguns comentários críticos à forma como supostamente a Polícia Federal estaria encaminhado seus depoimentos, apenas para confirmar uma narrativa já consolidada sobre aqueles fatos. 

Pelo andar da carruagem política, uma situação que já se enconta complicada pode se complicar ainda mais, uma vez que o militar esta sendo convocado extraordinariamente para mais um depoimento, onde deverá confirmar ou não o que esses diálogos sugerem. Sua defesa já se manifestou informando tratar-se, tão somente, de um desabafo pessoal, que em nada compromete suas afirmações durante os depoimentos prestados. Caso confirme o teor dos diálogos, Cid pode ter seu acordo de colaboração comprometido, além de voltar à prisão.  

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 21 de março de 2024

Editorial: A "nova" comunicação do Palácio do Planalto.



Não seria todo o problema de comunicação que é resolvido satisfatoriamente, apenas mudando algumas diretrizes ou contrantando um profissional para imprimir uma nova estratégia de comunicação institucional. Comunicação tem algumas nuances ou dinâmicas próprias, variáveis que, não raro, podem fugir ao controle dos seus gestores. Algo que não atende, em princípio, a uma motivação racional, por exemplo, é a inegável populariade do ex-presidente Jair Bolsonaro, defenestrado da presidência, encrencado juridicamente, mas que ainda preserva seu capital político, com grande apoio popular. Mesmo inelegível, ele será o grande capitão eleitoral da oposição para as próximas eleições municipais deste ano e as vindouras, possivelmente. 

Segundo dizem, nesta última reunião ministerial, o morubixaba petista teria recomendado aos seus subordinados que comunicassem as realizações de suas pastas, ocupassem com mais energia as redes sociais. No dia de ontem, assistimos a uma assinatura de convênio entre o Ministério dos Transportes, comandado por Renan Filho, e a Prefeiuta da Cidade do Recife, visando obras de contenção de encosta e ampliação de vias públicas na cidade, possivelmente já inseridas nessa nova estratégia. O Governo tem um "gargalo" nas redes sociais que nunca conseguiu superar. Mudanças na gestão das mídias sociais institucionais voltaram a ser pensadas.  

O que chamou mais atenção nessa nova estratégia, no entanto, foi uma corrida do presidente Lula no Palácio do Alvorada, já inseridas, segundo especula a imprensa, nas orientações do publicitário Sindônio Palmeira. Na última campanha presidencial, o marqueteiro do ex-candidato  Ciro Gomes(PDT-CE) tentou, sem sucesso, de todas as formas, romper a centrífuga da polarização entre as candidaturas de Lula e Bolsonaro. Quando erámos mais jovem, nas férias ou finais de semana, frequentávamos a Ilha de Itamarcá, aqui em Pernambuco. A ilha, à época, ainda era um paraíso festejado pelos turistas que vinham ao Estado.

Na volta do banho de mar, sempre impressionava um caso curioso. Havia uma senhora que colocava placas em frente à sua residência anunciando que estava vendendo munguzá. Eram raras as visitas a esta senhora. Por outro lado, mais adiante, havia um cidadão que mantinha uma bodega ou venda - como se dizia na época - onde, seus estoques de milho para munguzá eram vendido numa proporção enorme. Ou seja, as placas da senhora despertava o imaginário das pessoas que passavam por ali para saborearem um delicioso munguzá, mas elas optavam por pararem na bodega para comprar o milho e preparar a iguaria em casa.  

Editorial: A ilha de João Ubaldo Ribeiro dominada pelo crime organizado.



Numa dessas viagens ao Estado da Bahia, mais precisamente a Salvador, aproveitamos para conhecer a Ilha de Itaparica, terra do escritor João Ubaldo Ribeiro. Posteriormente, escrevemos até um conto tratando dessa experiência, inspirado pelo autor de Viva o Povo Brasileiro, que envolveu os espaços de memória sobre o escritor baiano, além dos seus points de boemia de boa gastronomia, como a moqueca de ostra, o seu prato preferido. É curioso como os baianos apreciam um fruto do mar. Jorge Amado, quando participava do círculo literário que se reunia no Bar Central, em Maceió, não dispensava seus tradicionais pratos de sururu. 

São apenas 45 minutos que separam a capital baiana da Ilha de Itaparica, num transporte feito de balsa. Há projeto de construção de uma ponte, ligando a capital à Ilha, no que seria a maior ponte do mundo. O bom seria se seguíssemos neste diapasão de texto, tratando dos atrativos culturais, e gastronômicos e religiosos do local, onde existe alguns terreiros de cultos de religião de matriz africana com características bem específicas. Mas, infelizmente, diante o clima de insegurança que o Estado da Bahia está enfrentando, o assunto não é dos mais agradáveis. 

Ontem, dia 20, nos chegou a informação de que a Ilha está tomada pelo medo, pois ali está sendo travada uma luta sangrenta entre facções do crime organizado. O Bonde do Maluco, que antes mantinha uma aliança com o PCC, entraram em rota de colisão e hoje estabelecem uma luta ferrenha pelo controle do tráfico de drogas na Ilha. Para ser mais preciso, sugere-se que a ruptura entre as duas facções é mais profunda, ampliando as áreas em conflito para a periferia da capital do Estado.  A Bahia esntou numa aspiral de violência que parece que não terá mais fim. São recorrentes os assaltos e furtos até em área estratégicas para o turismo no Estado, como é o caso das imediações do Farol da Barra, assim como no bairro boêmio do Rio Vermelho. Itapuã, onde Vinicius de Moraes e Jorge Amado mantinham residências de veraneio no passado, nem pensar.   

Editorial: O problema( e as soluções) das delações premiadas.


No dia de ontem, os advogados do ex-policial Ronnie Lessa, que cumpre pena pelo assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, anunciaram que estão deixando a defesa do seu constituinte. Ainda no mesmo dia, o advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cesar Bitencourt, estranhou o indiciamento do seu constituinte, em razão dos problemas relativos à suposta falsificação dos cartões de vacinação, sugerindo que se trata de algo incongruente com o acordo de colaboração premiada assinado como a Polícia Federal. No caso de Ronnie Lessa, aparentemente, trata-se apenas de uma questão de "competência', ou seja, a banca de advogados não trabalha com essa linha de defesa. 

No caso do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República no Governo de Jair Bolsonaro, tivemos acesso há algumas informações, através de matéria de uma revista de circulação nacional, acerca dos termos celebrados pelo militar no seu acordo de colaboração premiada. Esses acordos e até mesmo depoimentos, por algum motivo, sempre acabam vazando para a imprensa. Consoante com a matéria, o militar teria negociado a isenção de sua família acerca dos casos em que poderia estar envolvido, assim como a estipulação de uma pena "X" caso viesse a ser condenado. 

Neste caso, faz sentido a preocupação do seu advogado, uma vez que, por indiciamento  de crimes dessa natureza, suas penas poderiam ser muito superiores. O acordo de delação do ex-militar Ronnie Lessa foi homologado pelo Supremo Trubinal Federal. Até o nome dos prováveis envolvidos já estão vazando para a imprensa, como é o caso de um Deputado Federal, com foro privilegiado, daí se entender o caso ter ido ao STF. Depois de a sociedade brasileira aguardar seis anos por um desfecho, tudo indica que o caso será concluído com o indiciamento dos responsáveis pelo mando do crime, que consideravam, conforme depoimento do próprio Lessa, que ficariam impunes.    

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 20 de março de 2024

Charge! Gilmar via "X".

 


Editorial: Centrão se mobiliza para viabilizar o nome de Ronaldo Caiado em 2026. Tarcísio também seria bem-vindo.



Todos os passos na política devem ser milimetricamente calculados. Quando o Deputado Estadual Luciano Cartaxo(PT-PB) anunciou que não participaria das prévias internas do PT de João Pessoa para definir seu candidato à prefeito, supôs-se, de imediato, que ele teria alguma carta na manga. De fato, duas vezes prefeito, Cartaxo estaria melhor azeitado com a Executiva Nacional da legenda, o que, de fato, poderia  levar seus líderes a tomarem uma decisão que poderia favorecê-lo. O cálculo, em princípio, estava correto. O GTE - Grupo de Trabalho Especial - que define as diretrizes eleitoais da legenda, articulou-se com as lideranças estaduais do partido para afirmar que não haveria mais prévias. Em tal cenário, Cartaxo teria melhores chances contra a Deputada Estadual Cida Ramos(PT-PB), que também concorre à indicação. Por algum motivo que ainda estamos tentando entender, Cartaxo, de fato, anunciou que não mais disputará a Prefeitura de João Pessoa. 

Motivos não faltaram para a mobilização de setores do União Brasil no sentido de retirar o nome do Deputado Federal Lucinao Bivar do comando nacional da legenda. Mas, em meio a essas motivações, existe um tal motivo que poderia ter passado despercebido diante das entranhas abartas e víceras expostas da legenda, que se tornou caso de polícia. Num projeto de formação de uma federação, que reúniria, além do União Brasil, o Progressistas e o Republicanos, o que está em jogo é a pavimentação da candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à Presidência da República, assim como a construção de um consenso com Arthur Lyra(PP-AL), atual Presidente da Câmara dos Deputados, no sentido de viabiizar o nome do seu substituto na Câmara dos Deputados, preservando seu quinhão de influência mesmo distante do posto. 

Diferente de Tarcísio de Freitas, que poderia tantar um segundo mandato, Caiado não pode mais se candidatar ao Governo do Estado, pois já cumpre seu segundo mandato como governador. O périplo recente dos dois governadores pelo Estado de Israel sinaliza, claramente,  que é dali que surgirá o nome do bolsonarismo para a disputa das eleições presidenciais de 2026, considerando-se a condição de inelegibilidade do capitão, embora alguns segmentos do bolsonarismo trabalhe com a hipótese de tal situação vir a ser revertida até 2026, quando o colegiado do TSE sofrerá mudanças.  

Editorial: Dinheiro do fundo partidário para financiar armações golpistas contra a democracia?



Mantivemos nossa trincheira em defesa de princípios republicanos, democráticos, constitucionais, humanitários e civilizatórios, mesmo durante as intempéries protofascistas que o país atravessou durante esses últimos anos. Quando identificados por esses grupelhos, isso não fica barato, pois o ódio e a destruição é o alimento que orienta a ação dessa gente. Pelo andar da carraugem política, estamos longe de termos superado tais intempéries, pois a cada dia, constantamos alguns fatos escabrosos, que nos deixam cada vez mais estarrecidos. 

Quando pensamos que já atingimos o fundo do poço, eis que chegamos à conclusão de que o buraco é mais embaixo. Agora sugere-se que recursos públicos transferidos pelo erário para as agremiações partidárias, através do fundo partidários, possam ter sido utilizados com fins nada democráticos ou eleitorais, mas para financiar armações golpistas contra a própria democracia representativa que esses partidos integram e deveriam zelar.

Um grêmio partidário fazer uso de tais recursos para tramar contra as instituições democráticas de um país é algo esdrúxulo e inconcebível. Meio que esquizofrênico também. Claro que o fato requer uma apuração rigorosa, mas a simples menção a tal possibilidade indica que os atores que estiveram por trás da tentativa de golpe do 08 de janeiro não tiveram o menor escrúpulo em usar de  todos os meios possíveis para viabilizarem tal intento, felizmente abortado em razão da recusa de alguns homens de bem em participarem da empreitada autoritária. 

No dia de ontem, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel, Mauro Cid, em razão de suposta adulteração de documento público, no caso específico do cartão de vacinação. Hoje, 20, ficamos sabendo que o tenente-coronel Mauro Cid, a despeito da brilhante carreira militar, não será promovido nas Forças Armadas. No contexto dessas colaborações premiadas, levanta-se a hipótese de um general encrencado até a medula nas tecissutas golpistas ter requisitado a um dirigente partidário recursos da ordem de cem mil reais para viabilizar o emprego de Kids Pretos na materialização do golpe de Estado. Dinheiro de nossaos impostos, encaminhados à legenda através dos chamados fundos partidários, conforme já explicitamos acima, mas nunca é demais repetir, dada a gravidade da situação. 

Esses caras colocaram, irresponsavelmente, o país numa espiral institucional das mais complicadas. Perderam as eleições, mas continuam sem respeitar a vontade soberana das urnas, arregimentando as condições necessárias para aplicar um torniquete no Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim como ocorria naqueles idos que antecederam ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, quando ela passou a ser xingada em eventos públicos, eles já ensaiam as mesmas práticas de antes, com os bordões conhecidos, nos eventos que estão participando, explorando, ao máximo, o monento difícil enfrentando pelo governo. O MP está acionando o Tribunal de Contas da União no sentido de solicitar o bloqueio desses recursos para o tal grêmio partidário.   

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 19 de março de 2024

Editorial: Luciano Cartaxo desiste de concorrer à Prefeitura de João Pessoa.


Até recentemente, o Deputado Estadual Luciano Cartaxo(PT-PB) havia manifestado a sua insatisfação em participar das prévias que definiriam o nome do partido que concorreria à Prefeitura de João Pessoa nas próximas eleições municipais. O ex-prefeito da capital por dois mandatos, enfrentaria nessa disputa interna a companheira Deputada Estadual Cida Ramos(PT-PB). A resistência de Cartaxo provocou uma intervenção branca do GTE (Grupo de Trabalho Especial)na cúpula local da legenda, que definiu que não haveria mais as prévias para a escolha do candidato. 

Conforme afirmamos antes, em tese a manobra favoreceria Luciano Cartaxo, mais azeitado com a direção nacional da legenda, em função dos dois mandatos exercidos como prefeito. Numa disputa interna, aparentemente, a Deputada Cida Ramos poderia levar maior vantagem sobre o concorrente, em razão de suas relações com setores orgânicos da legenda. Em meio ao impasse e mesmo diante da resolução sobre a extinção das prévias, surpreendentemente, no dia de ontem o ex-prefeito anunciou que não seria mais candidato à Prefeitura de João Pessoa. 

A eleição para a prefeitura da cidade, neste ano, está produzindo alguns arranjos políticos curiosos. O principal nome do bolsonarismo no Estado, o radialista Nilvan Ferreira, foi literalmente alijado da disputa por outros segmentos do próprio bolsonarismo. Abandonado pela legenda, o comunicador procurou abrigo no Republicanos, partido pelo qual pretende se candidatar à Prefeitura de Santa Rita. Com uma carreira política focada principalmente na capital, todos os demais candidatos estão de olho no espólio eleitoral deixado pelo radialista. 

Duro nos embates travados nos debates em que participou, Nilvan Ferreira comprou brigas feias com quase todo o staff político paraibano. Mesmo em tais circunstâncias, todos procuram estabelecer uma trégua com o radialista, de olho nesses votos, inclusive os socialistas, representados pelo governador João Azevedo(PSB-PB). Apoios não se rejeitam, como ensina os bons manuais de política, mas, neste caso, está havendo um tremendo equívoco por aqui. Os eleitores de Nilvan migrariam naturalmente - até por osmose - para a candidatura de Marcelo Queiroga, que, na ausência do radialista, assume o protagonismo do bolsonarismo no Estado. De perfil conservador, filiado ao Progressistas, quem também poderia se beneficiar e o atual prefeito, Cícero Lucena, candidato à reeleição.    

Editorial: Paraná Pesquisas aponta "virada" de Nunes sobre Boulos em São Paulo



Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas divulgada no dia de hoje, 19, aponta uma "virada numérica" do prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP) sobre o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Nesta pesquisa, o prefeito que concorre à reeleição aparece com 32% das intenções de voto, ao passo que Guilherme Boulos crava 30,1% das intenções de voto. Na realidade, eles estão rigorosamente empatados dentro da margem de erro do Instituto. Essa gangorra é curiosa, uma vez que, na última pesquisa do próprio Instituto, a situação aparece invertida, ou seja, Guilherme Boulos aparece numericamente na frente de Nunes. 

Esses fatos, no entanto, produzem um efeito positivo no staff de campanha do prefeito Ricardo Nunes, animando os partidários, a militância e, principalmente os apoiadores. Nunes sempre se coloca como um político de centro, mas não temos a menor dúvida de que o bolsonarismo mais radical tem dado uma força ao seu projeto de reeleição, principalmente quando observamos a sua afinidade com o governador Tarcísio de Freitas, que surfa na melhoria dos seus índices de aprovação, sobretudo alicerçados em cidades como Santos, onde a Polícia Militar tem adotado medidas duras - e não menos controversas - no enfrentamento ao crime organizado.

Um outro fator que deve ser apontado são as taxas de rejeição dos candidatos. No caso de Boulos, já se tem que seus escores são superiores aos do atual prefeito Ricardo Nunes, o que sugere maiores margem de crescimento nas pesquisias de intenção de voto. Mesmo em tais circunstâncias, existe uma forte rejeição ao nome indicado por Bolsonaro para assumir a condição de vice na chapa, o capitão da Mello, ex-comandante da Rota, Rondas Ostensivas Tobias Aguiar. Cogita-se para a vaga, apoaiado por segmentos da campanha, o nome do ex-comunista Aldo Rebelo. Dizem que Mello não agrega em termos de votos. Por acaso Rebelo agrega?

Curioso que Jair Bolsonaro não se opõe à substituição do nome do capitão Mello. Quem se contrapõe é o Presidente Nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, que não abre mão da prerrogativa de o partido indicar o candidato a vice na chapa. Um outro imbróglio, tratado por aqui, diz respeito á posição dos tucanos nesse pleito. Se depender da bancada de vereadores, eles fecham com Nunes, mas a Executiva Nacional negocia o apoio à candidata do PSB, a Deputada Federal Tabata Amaral, que aparece nesta pesquisa com 9,6% das intenções de voto.