pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 6 de março de 2015

Tucano Anastasia, cria e aliado de Aécio Neves, é a surpresa na lista da Lava Jato; PP tem 28 citados, inclusive padre e missionário


publicado em 06 de março de 2015 às 21:01
Cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência
Paladinos do combate à corrupção
STF libera lista de políticos investigados na Lava-Jato
Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Fernando Collor e Lindbergh Farias estão entre os políticos citados
O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta sexta-feira (5/3) a lista de nomes de políticos e demais investigados na Operação Lava-Jato pela Procuradoria-Geral da República (PGR) (confira no fim do texto). A relação revela que são investigados por suspeita de envolvimento em casos de corrupção na Petrobras os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Além deles, também constam da lista os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Edison Lobão (PMDB-MA), além dos deputados Nelson Meurer (PP-SC), Eduardo da Fonte (PP-PE) e Simão Sessim (PP-RJ).
A divulgação dos políticos investigados acontece três dias depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir a abertura de 28 inquéritos contra 54 pessoas – 45 parlamentares. Ele ainda solicitou o arquivamento de mais sete investigações sobre políticos citados em delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, entre eles os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Delcídio Amaral (PT-MS) e o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Na quarta-feira, o ministro do STF Marco Aurélio Melo havia dito que a divulgação era necessária. “Enquanto tiver sigilo, inclusive quanto aos nomes, a suspeição recairá sobre todos os políticos”, disse. “Tem que abrir.”
Inquéritos
Renan Calheiros (PMDB)
Anibal Gomes (PMDB)
Edison Lobao (PMDB)
Roseana Sarney (PMDB)
João Pizzolatti (PP)
Lindbergh Farias (PT)
Vander Loubert (PT)
Cândido Vaccarezza (PT)
Gleisi Hoffmann (PT)
Humberto Costa (PT)
Simão Sessin (PP)
Arthur Lyra (PP)
Benedito Lyra (PP)
José Mentor (PT)
Eduardo Cunha (PMDB)
José Otávio Germano (PP)
Luiz Fernando Faria (PP)
Roberto Coutinho (PMDB)
Nelson Meurer (PP)
Eduardo da Fonte (PP)
Agnaldo Ribeiro (PP)
Aline Correa (PP)
Carlos Magno (PP)
Ciro Nogueira (PP)
Dilceu Sperafico (PP)
Gladson Camelli (PP)
Gerônimo Pizzolotto (PP)
João Felipe Leão (PP)
Luiz Argolo (Solidariedade)
Sandes Júnior (PP)
Afonso Ham (PP)
Padre José Linhares (PP)
Missionário José Olímpio Silveira (PP)
Lázaro Botelho (PP)
Mário Negromonte (PP)
Pedro Corrêa (PP)
Pedro Henry (PP)
Renato Molling (PP)
Renato Balestra (PP)
Romero Jucá (PMDB)
Valdir Raupp (PMDB)
Vilson Covatti (PP)
Waldir Maranhão (PP)
Fernando Collor (PTB)
Antonio Anastasia (PSDB)
Arquivados:
Aécio Neves (PSDB)
Henrique Eduardo Alves (PMDB)
Delcídio Amaral (PT)
PS do Viomundo: Acrescentamos os partidos à lista. Incrível, não houve um vazamentozinho sequer envolvendo Aécio ou Anastasia para a imprensa desde que começou a Lava Jato!
(Publicado originalmente no site Viomundo)

Tijolinho real: Marta Suplicy e Geraldo Alckmin juntos.


Em certo sentido, o PT não teria muitos argumentos para criticar a ex-ministra da Cultura, Marta Suplicy. Quem possui os "aliados" aos quais o partido se juntou no plano nacional, possivelmente, essa crítica soaria como o sujo falando do mal lavado. Marta foi rifada pelo partido nas eleições em que Fernando Haddad, afilhado de Lula, conquistou a Prefeitura da Cidade de São Paulo. Embora vaidosa, ninguém se convenceu de sua satisfação em ocupar o Ministério da Cultura. Embora o cargo lhe oferecesse projeção nacional, ali, no seu reduto político paulista, era ficou menor. Trata-se de uma questão de geografia local. Apeada da disputa, ela se sentiu fragilizada no seu berço político. Tornou-se um poço até aqui de mágoa. Sua carta de despedida do Ministério, assim como suas declarações em torno da nomeação de Juca Ferreira para a pasta que ela havia ocupada são reflexos de que as coisas não iam muito bem na sua relação com o partido. Os caciques da legenda, à exceção de Rui Falcão, optaram por manter o silêncio sobre o assunto. Segundo comenta-se, ela estaria prestes a se desligar da legenda, o que não seria muita surpresa. Surpresa mesmo talvez seja as movimentações de algumas peças do xadrez político paulista, como o governador Geraldo Alckmin. Nas coxias, especula-se que ele estaria estimulando as manobras de Marta, que incluiriam uma filiação ao PSB e, certamente, uma candidatura nas próximas eleições, o que implicaria enfrentar nas urnas o ex-ministro da educação, Fernando Haddad. Dizem que se pode chamar Marta de perua e isso não se constitui nenhuma ofensa. A justiça já julgou um caso a esse respeito, criando uma jurisprudência. O que se não se pode é publicar aqui o que alguns petistas mais renhidos estão falando a respeito da ex-ministra. Vocês bem podem imaginar. O que move Marta são as contingências impostas pela realpolitik, num cenário onde o ator PSDB continua muito forte. Ela deve ter calculado muito bem esse passo, inclusive se escudando sobre as eventuais críticas dos próximos ex-aliados. Fica estranho, soa aético, mas é a política, meu filho.

·

Tijolinho real: Afinal, sai ou não sai essa tal lista Janot?

O mundo político está em polvorosa e a nossa combalida democracia representativa cada vez mais vulnerável. Praticamente abdicando dos avanços progressistas conquistadas nas últimas décadas de governo da coalizão petista - em nome de uma suposta governabilidade - a presidente Dilma Rousseff estabeleceu um link com os setores mais conservadores do espectro político brasileiro que, praticamente, aplicaram um torniquete ao seu Governo - que vive sob a ameaça até mesmo de um pedido de impeachment - com um "Fora Dilma" programado para o próximo dia 15 de março. As centrais sindicais - inclusive a CUT - também estão nas ruas protestando contra as recentes medidas provisórias que atentam contra os interesses dos trabalhadores. Neste arremedo de mundo político, ser republicano pode significar a morte. É o que possivelmente está ocorrendo com a tal lista do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Através da delação premiada, tanto o doleiro Alberto Youssef quanto o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, citam nominalmente o nome de dois figurões do PMDB, ambos ocupando espaços relevantes no poder Legislativo. Um deles, o Eduardo Cunha, é o presidente da Câmara dos Deputados e o outro, o senador Renan Calheiros, preside o Senado Federal. Estamos diante de uma possível combustão política de efeitos imprevisíveis. Segundo se informa, o presidente do PMDB, Michel Temer, em reuniões de "trabalho" com o próprio Janot e o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, teria sido informado sobre os nomes que constam da lista das 54 pessoas denunciadas, com ou sem mandato parlamentar, envolvidas nas falcatruas da Operação Lava Jato. Janot deve enviar 28 pedidos de abertura inquéritos ao STF. As escaramuças já começaram. Renan deixou de participar de um jantar com a presidente e devolveu a medida provisória que reduz a desoneração da folha de pagamento, algo crucial para a área econômica. Janot cumpre o seu papel de zelar pelo interesse público e o Governo Dilma, mais uma vez, demonstra sua disposição de punir, com os rigores da lei, os maus feitores da Viúva. Pena que, num contexto político como o nosso, isso pode trazer inúmeros problemas para essa tal governabilidade. Posso imaginar o que diriam os estudiosos de uma democracia cujas instituições não sobrevivem à punição exemplar dos gatunos do Erário.

quarta-feira, 4 de março de 2015

George Stinney Jr. é declarado inocente 70 anos após sua execução.

Por Loulla-A-Eleftheriou Smith
Do The Independent
Traduzido por JNS

O garoto negro foi considerado inocente, 70 anos após a execução, aos 14 anos de idade, na cadeira elétrica na Carolina do Sul
Stinney Jr tornou-se a pessoa mais jovem a ser executada no século 20, nos EUA, quando foi enviado para a cadeira elétrica em 1944, após ser condenado por uma sentença que foi anulada, mais de 70 anos depois da sua morte.
A juíza Carmen Tevis Mullen disse que a velocidade com a qual o Estado condenou o menino foi chocante e extremamente injusta e que o seu caso foi uma "grande injustiça", decidindo pela inocência de Stinney Jr.
O garoto negro de 14 anos de idade foi condenado à morte pelo assassinato de duas meninas brancas em uma cidade segregada na Carolina do Sul, em um julgamento que durou menos de três horas e, segundo informações, sem nenhuma evidência e quaisquer depoimentos de testemunhas.

Amie Ruffner recebeu apoio da família e amigos após prestar depoimento na audiência para reabrir o caso do irmão
Ele foi mantido afastado dos seus pais e de qualquer assistência jurídica, quando foi interrogado pelas autoridades. Seus defensores afirmam que o menino pequeno e fragilizado estava tão assustado que teria dito tudo o que ele imaginava que poderia fazer os investigadores felizes, apesar de não existir nenhuma evidência física ligando-o à morte das meninas.
Stinney Jr e sua irmã Amie Ruffner foram as últimas pessoas a ver as duas meninas, com idades entre 7 e 11 anos, vivas quando elas passeavam em uma área rural perto da cidade de Alcolu. O pai de Stinney Jr fez parte da equipe de buscas que encontrou os corpos das meninas, horas mais tarde, em uma vala, espancadas com golpes que provocaram o esmagamento dos seus crânios.
Apontado como o autor dos crimes, Stinney Jr foi preso e executado no espaço de cerca de três meses. Os carrascos notaram que ele era muito pequeno para a cadeira elétrica, porque as correias não se encaixavam nele e o eletrodo era grande demais para a sua perna. Para encaixar corretamente na cadeira, Stinney Jr teve que se sentar em uma bíblia.
O caso de Stinney Jr tornou-se um exemplo de como uma pessoa negra era atropelado por um sistema de justiça durante a era das leis de segregação Jim Crow, quando os investigadores, promotores e júris eram todos brancos.
A família do garoto insistiu que ele era inocente, e, em janeiro, pediram ao juiz local um novo julgamento para declarar inocente e limpar o nome de Stinney Jr, alegando que não havia novas provas sobre o crime.

Katherine Stinney-Robinson testemunha na defesa do irmão em janeiro de 2014
Desta vez, foi concedida uma audiência de dois dias para julgar o caso de Stinney Jr, permitindo que os especialistas questionassem a sua confissão e os resultados da autópsia, enquanto o juiz ouvia relatos dos irmãos e irmãs do menino e de pessoas que tinha sido envolvidas nas buscas das meninas desaparecidas. A maioria das evidências do julgamento original tinha desaparecido e quase todas as testemunhas já tinham morrido.
Comparado com o prazo da prisão e execução em 1944, a juíza Carmen Mullen demorou quase quatro vezes mais tempo para publicar a sua decisão sobre o caso de Stinney Jr. Ela disse em sua decisão que ela nunca poderia "pensar em nenhuma injustiça maior" do que a condenação do garoto indefeso.

Carmen Tevis Mullen ouve o defensor Ernest Finney no caso de George Stinney | Foto: REUTERS/Randall Hill
Mullen descobriu que a confissão de Stinney Jr foi, "altamente provável", obtida sob coação das autoridades, porque nenhuma testemunha foi encontrada para revelar como ocorreu o julgamento.
A juíza disse que ela estava derrubando a convicção sobre a culpa do menino porque o tribunal Carolina do Sul não tinha conseguido conceder um julgamento justo em 1944. [ Reportagem adicional de AP ]
Cenas chocantes da execução de Stinney Jr apresentadas em "Carolina Skeletons" de David Stout  - 1988
A leitura da sentença determinando a absolvição de George Stinney Jr em 17 dezembro de 2014
Stinney Jr foi condenado, após um julgamento injusto, pelo assassinato de duas meninas brancas.

Tijolinho do Jolugue: Hospital da Mulher Eduardo Campos?



Não faz muito tempo, aqui mesmo pelas redes sociais, alguém informou que logo Pernambuco seria um Estado muito parecido com Alagoas e o Maranhão. Fazia referência, sobretudo, ao recrudescimento dos costumes políticos oligárquicos aqui na província, fenômeno observado com a morte do ex-governador Eduardo Campos. A morte do ex-político foi exaustivamente explorada, através de uma bem orquestrada campanha publicitária, que foi capaz, inclusive, de eleger seu sucessor sem muitas dificuldades. Mas não ficou por ai. Trata-se, na realidade, de um filão que se propõe a perpetuar a consolidação de uma nova oligarquia política no Estado, formada por parentes e aderentes do finado. Até recentemente, o artista plástico que desenhou o Galo da Madrugada o fez com os olhos azuis. A bem da verdade, se bem observado, o galeguinho tinha os olhos verdes. No dia de hoje, dois fatos envolvendo essa figura pública estão repercutindo bastante nas redes sociais. O nome do hospital da mulher, que deverá ser inaugurado em breve, deverá ter o seu nome, se depender do gestor da Prefeitura da Cidade do Recife. As mulheres, naturalmente, estão protestando, mas não se trata, apenas, de uma questão de gênero. Elas protestam, sobretudo, argumentando que o ex-governador não merecia tal homenagem. No momento em que se especula em torno do assunto, num Estado onde tantas e tantas mulheres poderiam ser homenageadas com o nome do hospital, os jornais estampam mais uma declaração do doleiro Alberto Youssef, informando que o ex-governador teria levado, de propina, nas transações ilícitas da Petrobras, algo em torno de 10 milhões de reais, confirmando-se a suspeita levantada pelo ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, de que ele seria um dos maiores - se não o maior - beneficiário do esquema de desvio de dinheiro público que atuava na empresa.

terça-feira, 3 de março de 2015

Miguel do Rosário: Especulações conspiratórias sobre a Lava Jato




Siga o dinheiro, pensei comigo mesmo, e entrei no site Donos do Congresso, para verificar quem foram os principais doadores para o senador Alvaro Dias, do Paraná.

Pensei em Alvaro Dias por causa de suas antigas relações com o doleiro Alberto Youssef. Na campanha de 1998, Dias andava para lá e para cá no jatinho do doleiro.

Como é tucano, porém, não houve problema, nem na época nem agora.

Dias é da mesma região de Sergio Moro e Alberto Youssef, e se há uma conspiração na maneira como a Lava Jato passou a ser tocada, o senador provavelmente está envolvido.

Outra figura central na conspiração é o advogado de Youssef, o doutor Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, que tem feito astutas dobradinhas com a mídia.

Sempre que alguém próximo a Alberto Youssef faz denúncias envolvendo o PSDB, Basto trata de ocupar todos os jornais com veementes negativas.

O exemplo mais notório é de Leonardo Meirelles, o laranja de Youssef. Meirelles afirmou que Youssef operava para o PSDB. A mídia deu a informação, mas logo em seguida a neutralizou com negativas frenéticas do advogado de Youssef.

A Lava Jato começou investigando, como o nome diz, esquemas de lavagem de dinheiro.

Quando esbarrou em contratos da Petrobrás, porém, mudou completamente de direção e passou a ser instrumentalizada como uma arma da oposição contra o governo.

Aí teria começado o que tomo a liberdade para chamar de conspiração.

Quando o uso o termo, não penso em “illuminatis”, nem em algo parecido ao Protocolo dos Sábios de Sião.

Todas as forças políticas conspiram, de uma forma ou de outra. É normal. Se não gostar do termo, use “operação política”.

A coisa só não é normal quando envolve, por exemplo, a manipulação desonesta de um processo legal, através de aparelhos do Estado, como o Ministério Público, setores da PF e membros do Judiciário.

Também não é normal quando a imprensa, organizada num regime de cartel ideológico, passa a promover uma perseguição unitaleral a um campo, lançando mão dos instrumentos mais sujos à sua disposição: não promove um debate plural, estimula o linchamento, não dá o contraponto; age, em suma, com o mesmo espírito panfletário de um jornalzinho radical editado por extremistas.

Uma conspiração política envolve um conjunto de agentes, nem todos necessariamente conscientes dos métodos usados, mas unidos em torno do objetivo central.

No presente caso, o objetivo central é derrubar a presidenta Dilma, criminalizar o PT e destruir politicamente o ex-presidente Lula.

O principal doador de Alvaro Dias é o homem mais rico do Paraná e um dos mais ricos do país, o empresário Joel Malucelli.

Em 2014, Malucelli doou, através de duas de suas empresas, quase R$ 1,3 milhão a Alvaro Dias.

ScreenHunter_5536 Mar. 02 14.58



Malucelli atua pesadamente no ramo da construção civil, incluindo concessões públicas de estradas, hidrelétricas, aterros sanitários, etc.

Aí eu descobri algumas coincidências curiosas.

A mídia procura abafar essa informação, mas a gente a tem repetido. Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, advogado de Alberto Youssef, foi conselheiro da Sanepar, estatal do Paraná, por um bocado de tempo (sempre durante governos tucanos).

Nesse período, achei um processo, onde consta apenas a sua assinatura, no qual Basto homologa a vitória de uma empresa de Joel Malucelli numa licitação para a estatal.

Aparentemente não há nada demais, mas acredito que devemos divulgar esse tipo de coincidência, quando aparecer. Se o caso envolvesse um petista, iria para a capa dos jornalões, em tom de denúncia. Aqui a gente tenta divulgar com prudência.

Numa ata de 2011, Basto aprova um contrato da Malucelli Seguradora, no valor de R$ 1,6 milhão, para um “seguro de garantia judicial” da Sanepar.

sanepar

Em 2014, Joel Malucelli tentou ser candidato a governador pelo PSD. Ao cabo, porém, o partido se coligou ao PSDB de Beto Richa, que venceu no primeiro turno.

O principal patrocinador do PSD do Paraná foi o próprio Joel: doou R$ 3,45 milhões para o PSD em 2014.

Malucelli também é dono das repetidoras da TV Bandeirantes do Paraná; e das principais rádios integrantes do Sistema Globo, CBN e Rádio Globo.

Outra construtora fortemente ligada ao PSDB, que teria bastante interesse em ver as grandes empreiteiras destruídas, é a Valadares Gontijo, que doou, através de uma de suas herdeiras, Ana Maria Baeta Valadares Gontijo, mais de R$ 16 milhões para o PSDB, em 2010.

O valor é bem superior à doação de qualquer outra empreiteira ao PSDB, ou a qualquer partido.

É também a doação individual mais alta já feita no país, em qualquer época.

Doações individuais muito altas, em geral, são feitas por doadores-candidatos, o que não é o caso de Ana Maria.

Malucelli e Valadares Gontijo, portanto, são os primeiros suspeitos de integrarem o elo financeiro de uma conspiração que pode lucrar, e muito com os desdobramentos da Lava Jato.

Em novembro de 2013, a JMalucelli anuncia o maior contrato da história da construtora, R$ 800 milhões, para participar das obras da hidrelétrica de Jirau, substituindo a Camargo Correa, cujas relações com o Consórcio Energia Sustentável do Brasil, controlador da Jirau, haviam “azedado”.

A informação confirma que a JMalucelli, cujo dono é suplente do senador Alvaro Dias, além de seu maior doador, tende a ser uma das principais beneficiadas com a destruição das empreiteiras acusadas na Lava Jato.

O grupo Malucelli possui, dentre dezenas de empresas, um importante banco, o Paraná Banco, que registrou um lucro líquido de R$ 150,2 milhões em 2014, alta de 15% sobre o ano anterior. Os ativos totais do banco totalizaram R$ 6,1 bilhões ao final do ano passado, avanço de 25%.

Possivelmente, o Paraná Banco, que trabalha principalmente com oferta de crédito para o funcionalismo público do estado, foi um dos grandes beneficiados com o desaparecimento do Banestado, o banco público do Paraná, vendido para o Itaú por uma bagatela.

O Banestado foi destruído após o saque promovido por sucessivos governos demotucanos.

Mais tarde, o juiz Sergio Moro – mais coincidências –  seria o responsável por julgar os desdobramentos penais do escândalo Banestado, que tinha como pivô o mesmo Alberto Youssef.

As relações de Joel Malucelli com a Globo, sua rede de relações no Paraná, sua ligação orgânica com o PSDB, fazem dele um dos principais suspeitos de integrar o núcleo de uma operação política para derrubar Dilma Roussef.

Essa é uma investigação, de qualquer forma, que está só começando.

 (Publicado originalmente no site O Cafezinho)

Especulações conspiratórias sobre a Lava Jato

netosampaio-veja-golpe-contra-dilma-lula-democracia-bandida (1)


Siga o dinheiro, pensei comigo mesmo, e entrei no site Donos do Congresso, para verificar quem foram os principais doadores para o senador Alvaro Dias, do Paraná.
Pensei em Alvaro Dias por causa de suas antigas relações com o doleiro Alberto Youssef. Na campanha de 1998, Dias andava para lá e para cá no jatinho do doleiro.
Como é tucano, porém, não houve problema, nem na época nem agora.
Dias é da mesma região de Sergio Moro e Alberto Youssef, e se há uma conspiração na maneira como a Lava Jato passou a ser tocada, o senador provavelmente está envolvido.
Outra figura central na conspiração é o advogado de Youssef, o doutor Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, que tem feito astutas dobradinhas com a mídia.
Sempre que alguém próximo a Alberto Youssef faz denúncias envolvendo o PSDB, Basto trata de ocupar todos os jornais com veementes negativas.
O exemplo mais notório é de Leonardo Meirelles, o laranja de Youssef. Meirelles afirmou que Youssef operava para o PSDB. A mídia deu a informação, mas logo em seguida a neutralizou com negativas frenéticas do advogado de Youssef.
A Lava Jato começou investigando, como o nome diz, esquemas de lavagem de dinheiro.
Quando esbarrou em contratos da Petrobrás, porém, mudou completamente de direção e passou a ser instrumentalizada como uma arma da oposição contra o governo.
Aí teria começado o que tomo a liberdade para chamar de conspiração.
Quando o uso o termo, não penso em “illuminatis”, nem em algo parecido ao Protocolo dos Sábios de Sião.
Todas as forças políticas conspiram, de uma forma ou de outra. É normal. Se não gostar do termo, use “operação política”.
A coisa só não é normal quando envolve, por exemplo, a manipulação desonesta de um processo legal, através de aparelhos do Estado, como o Ministério Público, setores da PF e membros do Judiciário.
Também não é normal quando a imprensa, organizada num regime de cartel ideológico, passa a promover uma perseguição unitaleral a um campo, lançando mão dos instrumentos mais sujos à sua disposição: não promove um debate plural, estimula o linchamento, não dá o contraponto; age, em suma, com o mesmo espírito panfletário de um jornalzinho radical editado por extremistas.
Uma conspiração política envolve um conjunto de agentes, nem todos necessariamente conscientes dos métodos usados, mas unidos em torno do objetivo central.
No presente caso, o objetivo central é derrubar a presidenta Dilma, criminalizar o PT e destruir politicamente o ex-presidente Lula.
O principal doador de Alvaro Dias é o homem mais rico do Paraná e um dos mais ricos do país, o empresário Joel Malucelli.
Em 2014, Malucelli doou, através de duas de suas empresas, quase R$ 1,3 milhão a Alvaro Dias.
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Malucelli atua pesadamente no ramo da construção civil, incluindo concessões públicas de estradas, hidrelétricas, aterros sanitários, etc.
Aí eu descobri algumas coincidências curiosas.
A mídia procura abafar essa informação, mas a gente a tem repetido. Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, advogado de Alberto Youssef, foi conselheiro da Sanepar, estatal do Paraná, por um bocado de tempo (sempre durante governos tucanos).
Nesse período, achei um processo, onde consta apenas a sua assinatura, no qual Basto homologa a vitória de uma empresa de Joel Malucelli numa licitação para a estatal.
Aparentemente não há nada demais, mas acredito que devemos divulgar esse tipo de coincidência, quando aparecer. Se o caso envolvesse um petista, iria para a capa dos jornalões, em tom de denúncia. Aqui a gente tenta divulgar com prudência.
Numa ata de 2011, Basto aprova um contrato da Malucelli Seguradora, no valor de R$ 1,6 milhão, para um “seguro de garantia judicial” da Sanepar.
sanepar

Em 2014, Joel Malucelli tentou ser candidato a governador pelo PSD. Ao cabo, porém, o partido se coligou ao PSDB de Beto Richa, que venceu no primeiro turno.
O principal patrocinador do PSD do Paraná foi o próprio Joel: doou R$ 3,45 milhões para o PSD em 2014.
Malucelli também é dono das repetidoras da TV Bandeirantes do Paraná; e das principais rádios integrantes do Sistema Globo, CBN e Rádio Globo.
Outra construtora fortemente ligada ao PSDB, que teria bastante interesse em ver as grandes empreiteiras destruídas, é a Valadares Gontijo, que doou, através de uma de suas herdeiras, Ana Maria Baeta Valadares Gontijo, mais de R$ 16 milhões para o PSDB, em 2010.
O valor é bem superior à doação de qualquer outra empreiteira ao PSDB, ou a qualquer partido.
É também a doação individual mais alta já feita no país, em qualquer época.
Doações individuais muito altas, em geral, são feitas por doadores-candidatos, o que não é o caso de Ana Maria.
Malucelli e Valadares Gontijo, portanto, são os primeiros suspeitos de integrarem o elo financeiro de uma conspiração que pode lucrar, e muito com os desdobramentos da Lava Jato.
Em novembro de 2013, a JMalucelli anuncia o maior contrato da história da construtora, R$ 800 milhões, para participar das obras da hidrelétrica de Jirau, substituindo a Camargo Correa, cujas relações com o Consórcio Energia Sustentável do Brasil, controlador da Jirau, haviam “azedado”.
A informação confirma que a JMalucelli, cujo dono é suplente do senador Alvaro Dias, além de seu maior doador, tende a ser uma das principais beneficiadas com a destruição das empreiteiras acusadas na Lava Jato.
O grupo Malucelli possui, dentre dezenas de empresas, um importante banco, o Paraná Banco, que registrou um lucro líquido de R$ 150,2 milhões em 2014, alta de 15% sobre o ano anterior. Os ativos totais do banco totalizaram R$ 6,1 bilhões ao final do ano passado, avanço de 25%.
Possivelmente, o Paraná Banco, que trabalha principalmente com oferta de crédito para o funcionalismo público do estado, foi um dos grandes beneficiados com o desaparecimento do Banestado, o banco público do Paraná, vendido para o Itaú por uma bagatela.
O Banestado foi destruído após o saque promovido por sucessivos governos demotucanos.
Mais tarde, o juiz Sergio Moro – mais coincidências –  seria o responsável por julgar os desdobramentos penais do escândalo Banestado, que tinha como pivô o mesmo Alberto Youssef.
As relações de Joel Malucelli com a Globo, sua rede de relações no Paraná, sua ligação orgânica com o PSDB, fazem dele um dos principais suspeitos de integrar o núcleo de uma operação política para derrubar Dilma Roussef.
Essa é uma investigação, de qualquer forma, que está só começando.
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Especulações conspiratórias sobre a Lava Jato

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Siga o dinheiro, pensei comigo mesmo, e entrei no site Donos do Congresso, para verificar quem foram os principais doadores para o senador Alvaro Dias, do Paraná.
Pensei em Alvaro Dias por causa de suas antigas relações com o doleiro Alberto Youssef. Na campanha de 1998, Dias andava para lá e para cá no jatinho do doleiro.
Como é tucano, porém, não houve problema, nem na época nem agora.
Dias é da mesma região de Sergio Moro e Alberto Youssef, e se há uma conspiração na maneira como a Lava Jato passou a ser tocada, o senador provavelmente está envolvido.
Outra figura central na conspiração é o advogado de Youssef, o doutor Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, que tem feito astutas dobradinhas com a mídia.
Sempre que alguém próximo a Alberto Youssef faz denúncias envolvendo o PSDB, Basto trata de ocupar todos os jornais com veementes negativas.
O exemplo mais notório é de Leonardo Meirelles, o laranja de Youssef. Meirelles afirmou que Youssef operava para o PSDB. A mídia deu a informação, mas logo em seguida a neutralizou com negativas frenéticas do advogado de Youssef.
A Lava Jato começou investigando, como o nome diz, esquemas de lavagem de dinheiro.
Quando esbarrou em contratos da Petrobrás, porém, mudou completamente de direção e passou a ser instrumentalizada como uma arma da oposição contra o governo.
Aí teria começado o que tomo a liberdade para chamar de conspiração.
Quando o uso o termo, não penso em “illuminatis”, nem em algo parecido ao Protocolo dos Sábios de Sião.
Todas as forças políticas conspiram, de uma forma ou de outra. É normal. Se não gostar do termo, use “operação política”.
A coisa só não é normal quando envolve, por exemplo, a manipulação desonesta de um processo legal, através de aparelhos do Estado, como o Ministério Público, setores da PF e membros do Judiciário.
Também não é normal quando a imprensa, organizada num regime de cartel ideológico, passa a promover uma perseguição unitaleral a um campo, lançando mão dos instrumentos mais sujos à sua disposição: não promove um debate plural, estimula o linchamento, não dá o contraponto; age, em suma, com o mesmo espírito panfletário de um jornalzinho radical editado por extremistas.
Uma conspiração política envolve um conjunto de agentes, nem todos necessariamente conscientes dos métodos usados, mas unidos em torno do objetivo central.
No presente caso, o objetivo central é derrubar a presidenta Dilma, criminalizar o PT e destruir politicamente o ex-presidente Lula.
O principal doador de Alvaro Dias é o homem mais rico do Paraná e um dos mais ricos do país, o empresário Joel Malucelli.
Em 2014, Malucelli doou, através de duas de suas empresas, quase R$ 1,3 milhão a Alvaro Dias.
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Malucelli atua pesadamente no ramo da construção civil, incluindo concessões públicas de estradas, hidrelétricas, aterros sanitários, etc.
Aí eu descobri algumas coincidências curiosas.
A mídia procura abafar essa informação, mas a gente a tem repetido. Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, advogado de Alberto Youssef, foi conselheiro da Sanepar, estatal do Paraná, por um bocado de tempo (sempre durante governos tucanos).
Nesse período, achei um processo, onde consta apenas a sua assinatura, no qual Basto homologa a vitória de uma empresa de Joel Malucelli numa licitação para a estatal.
Aparentemente não há nada demais, mas acredito que devemos divulgar esse tipo de coincidência, quando aparecer. Se o caso envolvesse um petista, iria para a capa dos jornalões, em tom de denúncia. Aqui a gente tenta divulgar com prudência.
Numa ata de 2011, Basto aprova um contrato da Malucelli Seguradora, no valor de R$ 1,6 milhão, para um “seguro de garantia judicial” da Sanepar.
sanepar

Em 2014, Joel Malucelli tentou ser candidato a governador pelo PSD. Ao cabo, porém, o partido se coligou ao PSDB de Beto Richa, que venceu no primeiro turno.
O principal patrocinador do PSD do Paraná foi o próprio Joel: doou R$ 3,45 milhões para o PSD em 2014.
Malucelli também é dono das repetidoras da TV Bandeirantes do Paraná; e das principais rádios integrantes do Sistema Globo, CBN e Rádio Globo.
Outra construtora fortemente ligada ao PSDB, que teria bastante interesse em ver as grandes empreiteiras destruídas, é a Valadares Gontijo, que doou, através de uma de suas herdeiras, Ana Maria Baeta Valadares Gontijo, mais de R$ 16 milhões para o PSDB, em 2010.
O valor é bem superior à doação de qualquer outra empreiteira ao PSDB, ou a qualquer partido.
É também a doação individual mais alta já feita no país, em qualquer época.
Doações individuais muito altas, em geral, são feitas por doadores-candidatos, o que não é o caso de Ana Maria.
Malucelli e Valadares Gontijo, portanto, são os primeiros suspeitos de integrarem o elo financeiro de uma conspiração que pode lucrar, e muito com os desdobramentos da Lava Jato.
Em novembro de 2013, a JMalucelli anuncia o maior contrato da história da construtora, R$ 800 milhões, para participar das obras da hidrelétrica de Jirau, substituindo a Camargo Correa, cujas relações com o Consórcio Energia Sustentável do Brasil, controlador da Jirau, haviam “azedado”.
A informação confirma que a JMalucelli, cujo dono é suplente do senador Alvaro Dias, além de seu maior doador, tende a ser uma das principais beneficiadas com a destruição das empreiteiras acusadas na Lava Jato.
O grupo Malucelli possui, dentre dezenas de empresas, um importante banco, o Paraná Banco, que registrou um lucro líquido de R$ 150,2 milhões em 2014, alta de 15% sobre o ano anterior. Os ativos totais do banco totalizaram R$ 6,1 bilhões ao final do ano passado, avanço de 25%.
Possivelmente, o Paraná Banco, que trabalha principalmente com oferta de crédito para o funcionalismo público do estado, foi um dos grandes beneficiados com o desaparecimento do Banestado, o banco público do Paraná, vendido para o Itaú por uma bagatela.
O Banestado foi destruído após o saque promovido por sucessivos governos demotucanos.
Mais tarde, o juiz Sergio Moro – mais coincidências –  seria o responsável por julgar os desdobramentos penais do escândalo Banestado, que tinha como pivô o mesmo Alberto Youssef.
As relações de Joel Malucelli com a Globo, sua rede de relações no Paraná, sua ligação orgânica com o PSDB, fazem dele um dos principais suspeitos de integrar o núcleo de uma operação política para derrubar Dilma Roussef.
Essa é uma investigação, de qualquer forma, que está só começando.
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Emir Sader: Quem tem medo de Lula??

Lula é odiado porque deveria ter dado errado e deixado as elites para seguirem governando o Brasil. Odeiam nele o pobre, o nordestino, o trabalhador.

 

Emir Sader
A direita – midiática, empresarial, partidária, religiosa – entra em pânico quando imagina que o Lula possa ser o candidato mais forte para voltar a ser presidente em 2018. Depois de ter deixado escapar a possibilidade de vencer em 2014, com uma campanha que trata de colocar o máximo de obstáculos para o governo de Dilma – em que o apelo a golpe e impeachment faz parte do desgaste –, as baterias se voltam sobre o Lula.

De que adiantaria ajudar a condenar a Dilma a um governo sofrível, se a imagem do Lula só aumenta com isso? Como, para além das denuncias falsas difundidas até agora, tratar de desgastar a imagem de Lula? Como, se a imagem dele está identificada com todas as melhorias na vida da massa da população? Como se a projeção positiva da imagem do Brasil no mundo está associada à imagem de Lula? Como se a elevação da auto estima dos brasileiros tem a ver diretamente com a imagem de Lula?

Mas, quem tem tanto medo do Lula? Por que o ódio ao Lula? Por que esse medo? Por que esse ódio? Quem tem medo do Lula e quem tem esperanças nele? Só analisando o que ele representou e representa hoje no Brasil para entendermos porque tantos adoram o Lula e alguns lhe têm tanto ódio.

Lula deu por terminados os governos das elites que, pelo poder das armas, da mídia, do dinheiro, governavam o pais só em função dos seus interesses, para uma minoria. Derrotou o candidato da continuidade do FHC e começou uma serie de governos que melhoraram, pela primeira vez, de forma substancial, a situação da massa do povo brasileiro.

Quem se sentiu afetado e passou a odiar o Lula? As elites politicas que se revezavam no governo do Brasil há séculos. Os que sentiram duramente a comparação entre a formas deles de governar e a de Lula. Sentiram que o Brasil e o mundo se deram conta de que a forma de Lula de governar é a forma de terminar com a fome, com a miséria, com a desigualdade, com a pobreza, com exclusão social. Eles sofrem ao se dar conta que governar para todos, privilegiando os que sempre haviam sido postergados, é a forma democrática de governar. Que Lula ganhou apoio e legitimidade, no Brasil, na América Latina e no mundo justamente por essa forma de governar.

Lula demonstrou, como ele disse, que é possível governar sem almoçar e jantar todas as semanas com os donos da mídia. Ele terminou seu segundo mandato com mais de 80% de referências negativas na mídia e com mais de 90% de apoio. Isso dói muito nos que acham que controlam a opinião publica e o pais por serem proprietários dos meios de comunicação.

Lula demonstrou que é possível – e até indispensável – fazer crescer o pais e distribuir renda ao mesmo tempo. Que uma coisa tem a ver intrinsecamente com a outra. Que, como ele costuma dizer, “O povo não é problema, é solução”. Dinheiro nas mãos dos pobres não vai pra especulação financeira, vai pro consumo, para elevar seu nível de vida, gerando empregos, salários, tributação.

Lula mostrou, na pratica, que o Brasil pode melhorar, pode diminuir suas desigualdades, pode dar certo, pode se projetar positivamente no mundo, se avançar na superação das desigualdades – a herança mais dura que as elites deixaram para seu governo. Para isso precisa valorizar seu potencial, seu povo, elevar sua auto estima, deixar de falar mal do país e de elogiar tudo o que está lá fora, especialmente no centro do capitalismo.

Lula fez o Brasil ter uma política internacional de soberania e de solidariedade, que defende nossos interesses e privilegia a relação solidaria com os outros países da America Latina, da África e da Ásia.

Lula foi quem resgatou a dignidade do povo brasileiro, de suas camadas mais pobres, em particular do nordeste brasileiro. Reconheceu seus direitos, desenvolveu politicas que favoreceram suas condições de vida e uma recuperação espetacular da economia, das condições sociais e do sistema educacional do nordeste.

Lula é odiado porque deveria dar errado e deixar em paz as elites para seguirem governando o Brasil por muito tempo. Um ódio de classe porque ele é nordestino, de origem pobre, operário metalúrgico, de esquerda, líder máximo do PT, que deu mais certo do que qualquer outro como presidente do Brasil. Odeiam nele o pobre, o nordestino, o trabalhador, o esquerdista. Odeiam nele a empatia que ele tem com o povo, sua facilidade de comunicação com o povo, a popularidade insuperável que o Lula tem no Brasil. O prestígio que nenhum outro político brasileiro teve no mundo.

A melhor resposta ao ódio ao Lula é sua consagração e consolidação como o maior líder popular da  historia do Brasil. A força moral das suas palavras – que sempre tentam censurar. Sua trajetória de vida, que por si só é um exemplo concreto de como se pode superar as mais difíceis condições e se tornar um líder nacional e mundial, se se adere a valores sociais, políticos e morais democráticos.

Quem odeia o Lula, odeia o povo brasileiro, odeia o Brasil, odeia a democracia.

O Lula é a maior garantia da democracia no Brasil, porque sua vida é um exemplo de prática democrática. O amor do povo ao Lula é a melhor resposta ao ódio que as elites têm por ele.   

(Publicado originalmente no Portal Carta Maior)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Neopetistas, "lobos domesticados de estômago elástico"


publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 22:35
dirceu
Ódio sem fim ao PT
Manchete da Folha de São Paulo no dia 12 de fevereiro de 2015: “Doleiro Afirma que José Dirceu Sabia de Repasses de Desvios da Petrobrás ao PT”. Nenhum acusado por um criminoso sob delação premiada mereceria uma primeira página. Exceto se ele for do PT.
José Dirceu foi condenado e já cumpriu parte de sua pena. Aguarda sua liberdade plena para pedir a revisão criminal de seu julgamento e, eventualmente, apelar a tribunais internacionais. A sua condenação não teve sustentação nos autos, como juristas de diferentes posicionamentos ideológicos declararam.
Obviamente que Dirceu cometeu erros políticos que deveriam, em outras circunstâncias, ser julgados pelo seu partido. Foi ele quem escolheu o caminho de um partido social democrata de massas com alianças amplas para chegar ao poder.
O PT entrou no governo pedindo licença – não precisava. Vinha sustentado pelas ruas, com a identidade dos militantes dos sindicatos, dos movimentos populares e da esquerda. Mas introjetou a ideia de que tinha ganho a partir de uma artimanha publicitária, a Carta ao Povo Brasileiro. Tanto que ao primeiro sinal de golpe em 2005, Lula colocou o boné do MST e quer repetir a dose hoje com o MTST. Mas agora a nova geração de lutadores sociais não levará borrachada por ele.
NEOPETISMO
Os dirigentes neopetistas1 até poderiam ter rifado Dirceu e Genoíno para salvar a própria pele, mas não deveriam ter abandonado o partido às hienas míopes para que a sua rebeldia, história e prontidão fossem transformadas em moranguinhos2 e burocratas da estrutura do Estado.
Depois, o PT conseguiu a proeza de escolher os juízes que colocaram na cadeia dois de seus ex-presidentes: Dirceu e Genoíno. Eles pagaram pela ideologia do republicanismo periférico: aquele que considera neutras instituições forjadas pela classe dominante apenas para seu uso egoísta.
Mas José Dirceu também foi condenado pelo seu “sucesso” político. Arquiteto da chegada do PT ao poder e oriundo da luta armada, os de cima não o perdoariam jamais.
A causa disso é aquilo que Florestan Fernandes denominava a resistência sociopática da burguesia periférica a qualquer mudancismo social. A insistência na fabricação de escândalos como arma política e a tentação recorrente de derrubar o PT de um governo para o qual foi eleito legitimamente demonstram que nem mesmo as mudanças ordeiras produzidas pelo neopetismo foram assimiladas.
A perseguição atinge até mesmo executivos de empresas no exercício de seu “sagrado” direito de financiar todos os partidos em troca de favores públicos. Inconformados em suas celas, perguntam-se: “O que fizemos de errado?”. A resposta é uma só: juntaram-se ao PT. O objetivo da maioria do poder judiciário é secar as fontes de financiamento do partido infligindo o pânico nos doadores de campanha.
CAOS
No entanto, há um preço a se pagar. O PT foi a última chance da burguesia legitimar sua “dominação democrática”. A derrocada “ética” do PT e seu afastamento de práticas socialistas não ensejaram novas formas permanentes de luta na esquerda. Junho ainda não decantou e as derrotas populares de 2014 o comprovaram. O neopetismo, mistura de covardia republicana e repressão aos novíssimos movimentos sociais colaborou com aquelas derrotas.
O PT seguiu o caminho da água, o mais fácil, porque os neopetistas não são leões famintos, mas lobos domesticados de estômago elástico. Mesmo assim insultou com a sua mera presença na festa das figuras medíocres da política nacional, da elite sem berço que vê o Brasil como uma criança branca que volta de Miami carregada de brinquedos de plástico.
O único que eles temiam, e temiam porque já teve um revolver na mão, era Dirceu. Era preciso, portanto, reduzir a pedaços os seus nervos e a sua vontade. Mas não conseguiram porque o ódio não tem data de validade.
O destino de José Dirceu é um símbolo do futuro de seu partido. À sua direita o seu próprio governo; à sua esquerda, os reclamos de sua militância desorganizada, sem núcleos e perdida nas ruas desde junho. Dali ecoam cada vez menos discretamente os sons da insurreição.
Na encruzilhada, o PT hesita entre a debandada e outra revolta dos bagrinhos3. Só que os bagrinhos de hoje estão nas ruas, ocupações, na educação popular, nos mesmos lugares em que apanham sob o olhar cúmplice de dirigentes que se calam para proteger seus glúteos recostados em cadeiras irresistíveis.
NOTAS
1 O neopetismo não diz respeito a pessoas que adentraram recentemente no partido. O PT mais que dobrou de tamanho nos primeiros 3 anos de governo Lula, mas muitos jovens aderiram não apenas por oportunidade de carreira, e sim porque a imagem do PT continua incomodando as elites das classes dominantes. Por outro lado, muitos dirigentes neopetistas são antigos membros do partido que aderiram ao nepotismo, ao conservantismo e apoiam a repressão policial e judiciária de manifestantes.
2 Primeira leva em massa de militantes pagos pelo PT em São Paulo.
Alusão à imagem de revolta interna da base petista nos anos 1980.
***
Lincoln Secco é professor de História Contemporânea na USP. Publicou pela Boitempo a biografia de Caio Prado Júnior (2008), pela Coleção Pauliceia. É organizador, com Luiz Bernardo Pericás, da coletânea de ensaios inéditos Intérpretes do Brasil: clássicos, rebeldes e renegados, e um dos autores do livro de intervenção da Boitempo inspirado em Junho Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil

(Publicado originalmente no blog da Boitempo e Viomundo)

Pacto Pela Vida. Apertem o cinto. O piloto sumiu?


 


JOSÉ LUIZ GOMES ESCREVE:

Neste domingo,dia 22/02, li uma matéria publicada no Jornal do Commércio, assinada pelo jornalista Jorge Cavalcanti, sobre os problemas de segurança pública no Estado, mais precisamente sobre o Pacto Pela Vida. Eventualmente, ainda encontramos esses rompantes de bom jornalismo na imprensa pernambucana. São exceções, mas existem e convém registrá-los. Muito interessante a matéria, sobretudo porque remonta, mesmo que anpassant, aos problemas de segurança pública encontrados no Estado antes da implantação do Pacto Pela Vida, quando o ex-governador Eduardo Campos passou a ocupar o Palácio do Campo das Princesas, no seu primeiro Governo, a partir de 2007.

Desde então, Pernambuco, que era um dos Estados mais violentos do Brasil, reduziu sensivelmente suas taxas de crimes letais intencionais por cada 100 mil habitantes, um parâmetro sempre usado para mensurar os níveis de violência numa determinada região. A editoria local do JC repercute essa questão já faz algum tempo, sempre suscitando o debate sobre os rumos dessa política de segurança pública do Estado, hoje sob risco de descontinuidade, apresentando alguns indícios de fragilização, como a volta da ocorrência de elevação das taxas  de homicídios registradas no ano de 2014, algo que não ocorria desde que o PPV foi criado. Estamos observando uma tendência ascendente da violência em nosso Estado. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2015 já são contabilizados 199 mortes. Apenas na última quarta-feira, num único dia, portanto, segundo reportagem do NE-TV, da Rede Globo, foram registrados 10 homicídios na região metropolitana do Recife. Jaboatão e Cabo de Santo Agostinho merecem uma atenção especial no tocante ao assunto, embora ninguém tire a liderança de Itamaracá nesse campeonato macabro.

A matéria, de duas páginas, também traz uma entrevista com o sociólogo José Luiz Ratton. Integrando uma das assessorias especiais do ex-governador, Ratton sempre esteve identificado com as políticas do Pacto Pela Vida. Em repostas que prezam pelos conceitos acadêmicos e a polidez política, Ratton, no final, acaba admitindo os problemas do PPV, como a ausência de integração de alguns atores envolvidos( Judiciário e Ministério Público), a desarticulação entre os componentes técnico e político; assim como a ausência da liderança política, que sempre foi exercida pelo ex-governador Eduardo Campos. Os novos ocupantes do Palácio do Campo das Princesas, que sucederam o ex-governador, por alguma razão, não tiveram o mesmo empenho de se reunirem sistematicamente com os atores envolvidos, cobrar resultados, monitorar o que vinha ocorrendo. Paulo Câmara assegura que seguirá as lições do padrinho político. Vamos aguardar.

Segurança pública é um problema muito complexo e, como tal, deve ser tratado com muita cautela, discernimento e equilíbrio. Diz respeito a todos nós, competindo ao cidadão comum, tanto quanto possível, colaborar com as ações do Estado no sentido de promover a paz coletiva, assim como contribuir com críticas construtivas que possam aprimorar essas ações. Em outras oportunidades, já escrevemos bastante sobre este assunto. Em alguns casos, observa-se os egos acadêmicos inflados, sobretudo entre cientistas sociais, no que concerne a melhor maneira de enfrentar o problema ou mesmo pela ocupação de "cadeiras" nas concepções de políticas públicas para a área de segurança. Essa disputa de egos, certamente, não ajuda muito. Neste aspecto, parece haver uma convergência sobre o que pensamos e as observações do professor José Luiz Ratton, quando assinala que convém ficar atento a capilaridade dessa política, que deve envolver e integrar ações conjuntas da comunidade, dos municípios, das políticas preventivas de segurança pública, assim como as ditas políticas de "ressocialização", hoje um verdadeiro caos no Estado. 

O Governo do Estado cometeu muitos equívocos na condução de sua política de segurança pública. Durante as manifestações da juventude, as conhecidas "Jornadas de Junho', por exemplo, estivemos à beira de um Estado de Exceção, onde se delegou aos policiais operacionais um poder demasiado, excessivo, capaz de reprimir, prender, julgar, condenar. Sempre que isso ocorre, chacinas como a que ocorreu em Salvador, no último dia 06 de fevereiro, no bairro conhecido como Cabula, onde 16 jovens foram mortos pela Polícia Militar, podem se tornar comuns.Há uma testemunha ocular que assegura que os jovens estavam desarmados e rendidos. Com essas prerrogativas concedidas ao aparato repressor do Estado, os desaparecimentos físicos dos "Amarildos" da vida passam a ser lugares comuns. 

Esse é o maior problema das Unidades de Polícias Pacificadoras, no Rio de Janeiro, as chamadas UPPs, onde, no campo de batalha, a polícia recuperou e ocupou territórios, mas isso não foi acompanhado de outras políticas públicas promotoras da cidadania, que permitissem o acesso a uma escola de qualidade social, um serviço de saúde decente, espaços de convivência e lazer um pouco melhores do que os tradicionais churrasquinhos de gato na laje. O Estado precisa se fazer presente não apenas com homens armados, mas com a efetivação de políticas públicas que permitam à comunidade e o exercício da sua cidadania. Do contrário - e é isso que vem ocorrendo - vira-se um bangue-bangue diário, com os chefes do tráficos armando escaramuças constantes contra  as unidades policiais. A "guerra" que o Estado precisa vencer contra os chefes do tráfico é, sobretudo, de outra natureza.

Pontualmente, alguns possíveis equívocos conceituais também são apontados no PPV, a começar por eleger como indicador privilegiado apenas os crimes violentos letais intencionais, como os causados por assassinatos, lesões corporais graves e latrocínios. Durante o período em que se comemoraram a queda das taxas de crimes dessa natureza, outras modalidades de crimes até registraram aumento no Estado. Talvez entrássemos aqui numa longa polêmica, mas até organizações respeitadas como o Conselho Cidadão para a Segurança Pública, do México, aponta o indicador da taxa de homicídio por cada 100 mil habitantes para definir as cidades mais violentas do mundo. Por esses dados, nossa querida João Pessoa ostenta o título de quarta cidade mais violenta do mundo. Outro fato determinante para construção da opinião do cidadão comum é a chamada "sensação de segurança", quando ele ou parente próximo é atingido por um ato de violência e não há dados do "Pacto Pela Vida" que o demova da ideia de que, coletivamente, estamos mais seguros.Vamos deixar, portanto, essa discussão para os acadêmicos. Salvo engano, a Organização das Nações Unidas utiliza-se do mesmo indicador.

O PPV também previa algumas ações indispensáveis para o seu êxito, como observa Ratton, para falarmos apenas de seu planejamento interno, como estatísticas precisas, geografia das áreas de maior incidência de criminalidade, estabelecimento de metas, planejamento constante das ações e monitoramento dos resultados. De olho no Planalto e tendo o Pacto Pelo Vida como uma plataforma política nacional, o ex-governador Eduardo Campos monitorava sistematicamente os seus resultados, cobrando - às vezes esmurrando a mesa e gritando com os subordinados - o cumprimento das metas traçadas, como a diminuição de crimes num determinado bairro ou área. Segundo comenta-se, isso causava uma pressão imensa no pessoal da Polícia Militar e Civil, que se sentiam na contingência de intensificar diligências, elaborar inquéritos às pressas e encaminhá-los ao judiciário. Como, em razão da pressa, os inquéritos eram inconsistentes, acabavam voltando. 

Registro aqui uma observação do presidente do SINPOL, Áureo Cisneiros, onde ele argumenta sobre um erro estatístico. Os dados dos inquéritos encaminhados acabavam alavancando os números positivos do PPV, embora eles posteriormente fossem devolvidos. Publicamente, também se falava bastante nas políticas de valorização, premiação, qualificação e valorização do agente público envolvido na execução dessa política de segurança. A julgar pelos problemas encontrados na área, possivelmente, pode-se concluir por muita cobrança e condições de trabalho muito aquém das exigências. O déficit de agentes penitenciários no Estado é hoje de aproximadamente 6 mil homens. A Polícia Civil apresenta outro "rombo" e encontra-se sucateada.



Durante um bom tempo, o Estado de Pernambuco foi apontado como um dos poucos que podia se orgulhar de ter uma política de segurança pública. Estados que adotaram o mesmo procedimento - mesmo com os equívocos apontados - conseguiram reduzir sensivelmente seus índices de violência, como Rio de Janeiro e São Paulo, até bem pouco tempo. Políticas públicas bem planejadas são decisivas no enfrentamento desse problema. Qualificação dos agentes públicos envolvidos, condições de trabalho decentes, tecnologias operacionais atualizadas. Os problemas do PPV, em grande medida, podem ser atribuídos à desarticulação dos elos dessa cadeia. Aqui, se cochilar o cachimbo cai. E nos parece que caiu.

Outro gravíssimo problema no Estado são os crimes de pistolagens no interior, quase sempre cometidos por grupos muito bem organizados, alguns deles ceifando a vida de agentes públicos em pleno exercício de suas funções. Pernambuco ainda ostenta algumas zonas de exclusão, onde impera a lei do mais forte, onde o poder de Estado permanece profundamente comprometido ou contingenciado por arranjos políticos. O mais recente deles envolve a morte de 3 conselheiros tutelares e uma avô materna de 64 anos, em Poção, agreste do Estado, quando retornavam de uma audiência da Vara da Infância em Limoeiro. O crime tem todas as características de crime de execução, assim como outros que já ocorreram, e que ainda não foram devidamente elucidados. 

O governador Paulo Câmara enfrenta um inferno astral logo no início do seu Governo. O sistema carcerário está aos frangalhos, com rebeliões e insatisfações dos agentes penitenciários - que já se encontram em indicativo de greve, algo que pode se estender para a Polícia Civil, que reivindica a equiparação de um índice de periculosidade com os delegados de policia. É como se a vida de um delegado valesse mais do que a de um agente.Também aqui, essa questão é bem complexa. Há de se observar, por exemplo, a lentidão da Vara de Execuções de Penais, o que leva a muitos presos que já cumpriram suas penas continuarem encarcerados, acarretando as superpopulações nas unidades prisionais. Mais um elo dessa cadeia que precisa ser urgentemente repensado. O Estado é responsável pela integridade física daqueles que cumprem pena, mas, não raro, eles são entregues à própria sorte, como observou outro dia o professor Michel Zaidan Filho.

Torço que o governador Paulo Câmara volte a agendar suas reuniões com o seu staff de segurança; cubra, através de concurso e formação adequada, o déficit de agentes civis, penitenciários e militares existentes no Estado; enfrente o problema do banditismo rural de forma republicana; aprimore as   políticas públicas adjuntas,de caráter preventivo, que possam minimizar a delinquência. Enfim, que ganhe essa batalha para o Estado.