pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A preocupante situação da Empresa de Correios e Telégrafos.
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terça-feira, 3 de junho de 2025

Editorial: A preocupante situação da Empresa de Correios e Telégrafos.



As estatais brasileiras acumularam déficit de R$ 2, 7 bilhões entre janeiro e  abril deste ano, conforme apurou o Banco Central. Entre essas estatais, talvez o caso da Empresa de Correios e Telégrafos seja o mais emblemático. Os Correios já estiveram entre as empresas melhores avaliadas pelos brasileiros. Ao longo dos anos, tornou-se alvo de políticos inescrupulosos,  má gestão, ineficiência e acúmulos de prejuízos. Na realidade, as variáveis acima se complementam, numa simbiose perniciosa ao interesse público. Recentemente a estatal adotou uma série de medidas com o objetivo de evitar o pior, como a interrupção de férias, incentivo à redução de jornadas de trabalho, prorrogação dos prazos de adesão ao programa de demissão voluntária. 

Medidas draconianas, adotadas no limite, quando já existe a mobilização de empresas que prestam serviços a estatal reclamando no atraso dos pagamentos; os planos de saúde se recusando a atender os segurados da empresa. Em meio a essas medidas drásticas, os funcionários se queixam dos patrocínios artísticos da estatal, quantia que ultrapassa os milhões, o que, convenhamos, realmente trata-se de uma contradição. Diante dos descalabros administrativos, sugere-se que não restou outra alternativa ao Governo Lula 3 que não adotar alguma medida, mesmo que pontual, como já se especula, no sentido de substituir a sua direção. O que não deixa de ser curioso é que o Centrão bateu o olho grande na estatal, mesmo diante de tais circunstâncias. 

No Governo Jair Bolsonaro, com as contas saneadas, a estatal entrou na mira da privatização, processo que não chegou a se materializar, sendo possivelmente interrompido no Governo Lula 3. Algumas entidades de classe do órgão nutrem uma identificação com o petismo e são, por tabela, contrárias ao processo de privatização. Em algumas análises a privatização é apontada como solução para todos os problemas e não é bem assim. Isso deve ser estudado caso a caso e, em relação aos serviços básicos, a exemplo do saneamento, existe um caminho inverso no mundo, o da reestatização. Aqui em Pernambuco, empresa estatal espanhola acabou arrematando a concessão dos serviços do aeroporto do Recife, um dos melhores e mais rentáveis do mundo. Não deixa de ser interessante que uma estatal estrangeira tenha comprado a concessão de uma empresa pública brasileira, indicando que o binômio estatal\privada não responde, em sua inteireza, à questão de eficiência.  

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