Por razões óbvias, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manterá uma conversa com o presidente Lula ainda nesta terça-feira, 3, antes da viagem do mandatário à França, onde deve apresentar um conjunto de propostas para assegurar um mínimo de equilíbrio das contas públicas, em substituição ao IOF. Há várias especulações em torno deste assunto, algumas sensivelmente preocupantes, como uma eventual mudança no piso da saúde e da educação, áreas estratégicas, cujos cortes, se ocorrerem, produzirão consequências graves. O aumento da alíquota do IOF foi sepultado de vez. Desagradou a todo mundo, inclusive gente do próprio Governo. Sem considerarmos as indisposições ou atritos produzidos junto ao Legislativo, ampliando as ranhuras entre os dois Poderes.
O Governo mantém uma expectativa ou projeção em relação aos leilões de exploração de petróleo que poderia levar ao caixa da União algo em torno de R$ 35 bilhões, o que poderia significar um refresco nas pendências de equilíbrio fiscal. Não sabemos se já estamos projetando aqui as prospecção junto à Foz do Amazonas, onde o IBAMA já teria autorizado os primeiros projetos de sondagens. Haddad, no entanto, não conta com esses aportes, algo já apresentado ao Legislativo pelo Ministério das Minas e Energia. Conforme já enfatizamos por aqui em outras ocasiões, preocupa o fato de o Governo não adotar uma diretriz única, coordenada, passando a ideia de que estamos diante da evidência de várias tendências dentro do Governo.
O Ministro Fernando Haddad está visivelmente cansado e com um arsenal de alternativas bastante limitado. Especula-se que ele poderia voltar a discutir a imposição do teto dos supersalários, algo já rejeitado pelo Legislativo quando ele apresentou seu primeiro grande pacote fiscal. No aperreio, chegou a sugerir a suspensão do pagamento de emendas parlamentares, azedando de vez sua relação com o Legislativo.
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