pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: O "fenômeno" Nikolas Ferreira.
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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Editorial: O "fenômeno" Nikolas Ferreira.


Estamos participando de um curso sobre Inteligência Artificial para Educadores. O programa do curso é bastante amplo, contemplando assuntos como a questão da acessibilidade desses recursos pelos alunos; como os professores devem utilizá-la em seu planejamento em sala de aula; os vieses ideológicos que orientam as "respostas" das consultas aos chats de AI, além dos equívocos involuntários; os direitos autorais dos canais que alimentam essas inteligências artificiais, hoje um grave problema, com acionamentos na justiça; assim como o preparo dos usuários para fazerem um uso coerente, produtivo e consequente desses instrumentos. Uma aula recente, sobre educação midiática, ministrada pela professora Karina Santos, chamou a nossa atenção para um dos problemas mais graves envolvendo a recepção dessas informações. 

Como já havíamos previsto por aqui, algo confirmado pelo última pesquisa do Instituto Atlas\Intel, tem se tornando inútil a campanha massiva do Governo Lula 3 em tentar se eximir dos problemas relativos às fraudes do INSS. A pesquisa do Instituto mostra que 56% dos entrevistados responsabilizam o Governo Lula 3. Não vamos aqui entrar na discussão sobre como isso começou, quem facilitou ou se omitiu em relação à tomada de medidas que poderiam ter evitado essa fraude. A questão é que a bomba estourou no colo do Governo do PT. E aqui não tem mais como segurar a boiada. A surra que as forças do campo de esquerda sofre nas redes sociais em relação à direita é tamanha que, no dia de ontem, por ocasião do eleição que homologou o nome de João Campos como Presidente Nacional do PSB, praticamente todas as entrevistas às quais ele participou enfatiza que ele é um nome fora da curva na horizonte da esquerda, ou seja, o único que consegue ainda competir com as forças de direita neste terreno pantanoso. 

João, inclusive, numa dessas entrevistas, enfatiza que o Estado não consegue acompanhar a velocidade das redes sociais. É verdade. Basta um cochilo do Governo e, logo em seguida, é acionado o Nikolas Ferreira, quase no automático, com uma narrativa que, certa ou errada, atinge milhões de visualizações em seguida. É uma questão que precisa ser examinada com bastante cuidado. Seu último vídeo sobre o INSS atingiu 100 milhões de visualizações em 24 horas. João Campos sugere na entrevista que, num momento inicial, os vídeos contam com uma rede patrocinada que faz o serviço de projetar o vídeo, dando um up inicial, para a sua viralização logo em seguida. Realmente é um trabalho muito profissional. 

Ontem tivemos a oportunidade de acompanhar um desses vídeos, onde o parlamentar faz um apelo para os internautas inundarem os perfis de Davi Alcolumbre, Presidente do Senado Federal,  e Hugo Motta, Presidente da Câmara dos Deputados, no sentido de  exigirem a instauração da CPMI do INSS. Curioso é que, enquanto ele fala vai envelhecendo e assumindo o rosto de um desses aposentados, conforme a foto acima. O maior problema em relação a essas disseminação de noticias falsas, campanha difamatórias de cancelamento são os filtros dos receptores dessas informações. As pessoas simplesmente vão absorvendo e disseminando essas fake news de forma natural, sem checagens, sem reunirem condições de entender o papel da mídia, muito menos saber o que pode estar por trás. 

Agora ficamos sabendo que o Governo Lula está montando uma força tarefa para se contrapor a este vídeo. É pouco provável que obtenha êxito. Isso é um perigo. Salvo melhor juízo ainda em 1938 o cineasta Orson Welles narrou pelo rádio que a terra estava sendo invadida por alienígenas. A população entrou em pânico. Aqui no Recife já surgiram boatos sobre o estouro da barragem de Tapacurá e sobre uma tal de perna cabeluda que estaria atacando as pessoas. Esta última "fake news" foi inventada por um jornalista sem pauta. No dia seguinte, várias pessoas haviam sido atacados por esta tal perna cabeluda, produzindo um pânico na cidade, contingenciando o aparelho de Estado a tomar providências contra o jornalista. Isso é antigo. 

A questão é que antigamente ainda havia tempo para o cidadão tentar se explicar. Hoje o aparato tecnológico praticamente inviabiliza tal possibilidade. Estávamos numa de nossas últimas aulas, quando uma aluna nos alertou que havia recebido um Zap com uma difamação contra um padre de sua cidade. Logo a classe toda tomou conhecimento da fake news. Isso ocorreu numa noite. No dia seguinte, mesmo empreendendo todos os esforços, seria praticamente impossível a vítima evitar o estrago à sua imagem pública. Ela, com um filtro mais apurado, ainda ponderou que se tratava de uma mentira, pois estava convencida da integridade do padre. Mas quantos fizeram isso? 

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