José Casado, articulista da revista Veja, em sua coluna, faz uma análise dos reflexos dessa aproximação entre Lula e Gilberto Kassab, tendo como referência a quadra política do Estado da Bahia. Na realidade, as articualções entre PT e PSD envolvem os maiores colégios eleitorais do país, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, que seria o quarto colégio eleitoral. Naquele Estado, o PT poderia abrir mão da candidatura do ex-governador Jacques Wagner(PT-BA) em nome do senador Otton Alencar, do PSD, que se notabilizou nacionalmente pelo brilhante - e bem humorado - trabalho durante a CPI da Covid-19.
Rui Costa, atual governador, sairia como candidato ao Senado Federal, assumiria o governo o vice, João Leão, do PP, um partido que, apesar de integrar o Centrão, anda às turras com o presidente Jair Bolsonaro(PL), em razão, naturalmente, de alguns "mimos' não atendidos. Um arranjo de cúpula perfeito entre PT e PSD, exceto pelos danos colaterais nas bases petistas daquele Estado, por sinal muito ativas, que demonstra uma insatisfação com os arranjos entre os dois grêmios partidários. Depois de 16 anos consecutivos no poder, seria natural que a gestão petista enfrentasse uma espécie de fadiga de material, abrindo espaço político para o crescimento do Carlismo, representado ali pelo neto de Antonio Carlos Magalhães, ACM Neto, ex-prefeito da capital, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até o momento.
Acredita-se que, quando Lula entrar de sola na campanha, essa tendência possa ser revertida, trazendo bons ventos para o senador Otto Alencar. O neto de ACM joga pesado nessa eleição. Remove com precisão cirúrgica qualquer embaraço político que esteja sendo criado, entre os alidos, contra essa sua ideia fixa de retomar o poder naquele Estado. Naquela praça, certamente, será travada uma batalha política das mais renhidas do Brasil. Vamos ficar de olho e acompanhar os próximos passos.
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