Comenta-se que ninguém se perde no caminho de volta, mas, convenhamos, a Marta Suplicy que volta a se refiliar ao Partido dos Trabalhadoras não é aquela militante de antes, da década de oitenta do século passado, quando o partido ainda era cheio de pudores e queria mudar o mundo. Na realidade, se é verdade que Marta não é mais a mesma, o PT, igualmente, também não é mais o mesmo. Mudaria bastante durante os anos seguintes. O convite para que a ex-prefeita voltasse ao partido foi articulado pelo próprio Lula, com o propósito de torná-la vice na chapa encabeçada por Guilherme Boulos.
Como se sabe, Marta saiu atirando contra a agremiação petista, com duras críticas ao partido, por ocasião em que membros da agremiação foram enredados em escândalos de corrupção. Logo em seguida, seguiu uma trajetória política errática, filiando-se ao partido do ex-presidente Michel Temer. Salvo melhor juízo, endossou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, provocando a ira dos petistas raízes. A resistência desses grupos foram expressivas, mas, como afirmamos antes, já não estamos na década de 80, quando os grupos orgânicos da legenda reuniam condições de vetar este ou aquele nome. Hoje, o morubixaba bate o martelo e estamos conversados.
Quando Lula resolveu reconvocá-la para mais uma missão, a senhora Marta Suplicy ocupava a Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, subordinada à gestão de Ricardo Nunes. Ricardo Nunes, aliás, se queixa que as articulações foram mantidas sem o seu conhecimento. A conclusão é que Marta pode ajudar bastante a campanha de Guilherme Boulos. Numa pesquisa recente, realizada pelo Genial\Quaest, Marta foi escolhida como a melhor prefeita da capital. Ocorreram uma série de políticas públicas perenes durante a sua gestão, com seus efeitos positivos até os dias atuais. Boulos, durante uma entrevista à Jovem Pam no dia de ontem, fez várias referências a tais políticas públicas.
Hoje também será batido o martelo sobre a escolha do vice na chapa de Ricardo Nunes, que deverá ser indicado por Jair Bolsonaro. Acredita-se que o nome deverá ser o do coronel Rcardo Mello, que foi comandante da Rota, a Rondas Ostensivas Tobias Aguiar. Os principais "padrinhos" políticos passaram a considerar aquela eleição como um terceiro turno das eleições presidenciais de 2022. Ricardo Nunes tem conseguido juntar em torno de sua candidatura um conjunto de forças políticas robustas, que inclui o próprio governador Tarcísio de Freitas, que não se descola do vice em eventos importantes.
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