A eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2024 tornou-se uma verdadeira gangorra entre dois dos principais competidores ao Edifício Matarazzo, Ricardo Nunes, do MDB, atual prefeito que disputa a reeleição, e o candidato Guilherme Boulos, do PSOL, que conta com o apoio do Palácio do Planalto. Desde os início das pesquisas de intenção de voto sobre aquela disputa esses dois nomes sempre estão oscilando, ora com Guilherme Boulos na liderança, ora com a dianteira de Ricardo Nunes, quando não empatados dentro das famosas margens de erros dos institutos, ou seja, verificando-se diferenças quase sempre numéricas entre eles.
Não haveria um deslocamento significativo entre ambos, algo que sugerisse algum favoritismo. Não ainda. A dinâmica competitiva do pleito passou a incorporar dois nomes de perfil conservador, com forte apelo popular, como foi o caso do coach Pablo Marçal(PRTB-SP) e do apresentador José Luiz Datena(PSDB-SP), que mantém sua candidatura por enquanto, com 5% das intenções de voto, conforme a última pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas.
A entrada desses novos concorrentes no pleito municipal já nos sugerem fazer algumas indagações a respeito: Quem perde e quem ganha - entre os principais competidores até este momento, Boulos e Nunes - com a entrada desses dois nomes na corrida eleitoral? De quem eles poderiam estar tirando votos, uma vez que, de perfil conservador, ambos dirigem suas críticas preferencialmente ao nome do candidato da campo de esquerda, Guilherme Boulos? O que se vislumbra, claramente, neste primeiro momento, é uma espécie de definhamento da candidatura da Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP), que, segundo um jornalista conceituado, passou a comer terra na disputa.
De concreto, isso nos parece evidente. Ela ficou imprensada e desidratada, uma vez que sempre mirou um eleitorado médio, de preferência oriundo das tradições tucanas. E, por falar em desidratação, um jornalista do site Poder360 também observou que, se somado os votos de Tabata Amaral, Pablo Marçal e José Luiz Datena, consoante ainda os últimos dados da pesquisa do Paraná Pesquisas, haveria um afunilamento na disputa entre Boulos e Ricardo Nunes.
Outra questão que se coloca é sobre o impacto eleitoral produzido ao candidato Boulos por ter livrado o Deputado Federal André Janones na condição de relator do seu processo de cassação na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. O saldo certamente, será negativo para o candidato, uma vez que ele sempre será veementemente cobrado em relação ao assunto, sobretudo quando entrarmos na fase dos debates públicos. Para o seu eleitorado raiz este não seria o problema, mas, para viabilizar-se eleitoralmente, Boulos precisa angariar a simpatia de um eleitorado menos orientado idelogicamente. Aqui é que está o problema. Não foi por acaso que o coach Pablo Marçal esteve presente à sessão.
Outro dado que deve preocupar o seu staff de campanha é que todas as simulações de um eventual segundo turno apontam um favoritismo de Ricardo Nunes, num cenário de disputa onde as costuras de eventuais apoios ao seu nome são sensivelmente complicadas. Para continuarmos esses debates eleitorais, seja no tocante à conturbada conjuntura política e econômica que o país atravessa, assim como sobre as próximas eleições municipais em São Paulo e outras praças do país, assine e acesse nosso perfil da plataforma de conteúdos Privacy pelo link.