Nos últimos anos, a "turma do cozido", um grupo que se reúne em torno
do senador Jarbas Vasconcelos, vem crescendo bastante, inclusive
agregando atores das hostes arraesistas, que, antes,
ironizavam esses encontros de orgias gastronômicas - e políticas -
sempre realizados na residência que o senador mantém no bairro do Janga,
em Paulista. Comentam os convivas que o cardápio gastronômico é
impecável, mas nos parece que, do ponto de vista político, esses
encontros podem trazer algumas indigestões, sobretudo se considerarmos a
situação do PMDB local, que segue a orientação de Jarbas Vasconcelos,
salvo algumas honrosas exceções, como o prefeito de Petrolina, Júlio
Lóssio. Jarbas está fechado com a candidatura presidencial do governador
Eduardo Campos, que entrou para a turma recentemente. Uma federação de
interesses regionais, com morubixabas em cada região, a Direção Nacional
do PMDB, quase sempre, tem respeitado essa característica, evitando um
conflito aberto com os seus "dissidentes". Há algum tempo, com a
conivência do próprio Jarbas, a Direção Nacional da legenda vem
melhorando o diálogo com os representantes do partido no Estado. O
objetivo seria a montagem de um palanque para Dilma Rousseff no Estado. O
processo é intrincado, uma vez que, além dos problemas com a "turma do
cozido", a montagem prevê o estreitamento da relação com o PT e algumas
rodadas de negociações no "Bodódromo", envolvendo o senador Humberto
Costa, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho - de
namoro com a legenda -, e o deputado Odacy Amorim(PT), responsável por
um affair, muito comentado nas eleições do ano passado, ao trocar o PSB
pelo PT. Valdir Raupp, que responde pelo comando nacional da legenda,
convidou os representantes estaduais para um encontro em Brasília. O
palanque de Dilma Rousseff deve mesmo sair. Reproduzindo o que ocorre
nacionalmente, o PMDB, em Pernambuco, deverá marchar desunido nas
eleições de 2014. Uma ala seguirá a orientação do senador Jarbas
Vasconcelos e a outra ala apostará suas fichas na candidatura de...
façam as suas apostas.
terça-feira, 7 de maio de 2013
Paulista entra na era da pós-modernidade?
Estudar o imaginário - que na minha época de pós-graduação ainda gozava
de uma grande resistência nos meios acadêmicos - tem sido muito
importante na medida em que agrega novos elementos para a compreensão
da realidade. Ajuda a entender, por exemplo, porque numa casa de taipa,
no interior do Estado, onde falta o que comer, você observa uma antena
parabólica. A necessidade de comunicar-se e de "sonhar' é tão importante
ou até mais importante do que comer. Talvez por esse ângulo possamos
entender como o Secretário de Educação de Paulista, que pega um quadro
caótico, parque escolar deteriorado, desempenho acachapante no IDEB,
professores desmotivados, convoque uma seresta para o dia das mães.
tenho profundo respeito pelas mães, elas merecem muito mais do que uma
seresta, mas penso que o momento exije mais austeridade, trabalho e
compromisso em tirar o município do atoleiro em que foi jogado pelas
duas gestões socialista, incapaz de criar um único programa educacional
estruturante. Quero dizer que gosto muito do cantor Augusto César, com
quem tive o prazer de estudar no Colégio Áurea de Moura Cavalcanti.
Certamente ele fará uma boa seresta e as mães sairão felizes da vida.
Talvez eu precise mudar os conceitos e entrar de sola na
pós-modernidade. Afinal, como diria Michel Maffesoli, o Brasil sempre
foi pós-moderno.
Lyra, o grande arquiteto da redemocratização do país.
Bastante comovente os depoimentos em homenagem ao ex-ministro da Justiça, Fernando Lyra, no dia de ontem. O senador Pedro Simon inalteceu suas qualidades como articulador da transição democrática no Brasil, apontando-o como o arquiteto e edificador da redemocratização do país, após o período de ditadura militar. De fato, foi Lyra quem teceu a embricada rede de apoio ao nome de Tancredo Neves, que sagrou-se vitorioso no Colégio Eleitoral, expediente que encerrou o ciclo da ditadura militar. Como ministro da Justiça, uma de suas missões foi remover os entulhos autoritários que impediam que o país voltasse à normalidade democrática. Surpreendeu a todos o discurso do deputado federal pelo PT, José Genoíno, um ex-guirrilheiro da Guerrilha do Araguaia, um foco de luta armada dizimado pelos militares. Lyra teria mantido várias conversas com Genoíno tentanto convencê-lo, sem sucesso, sobre a necessidade de viabilizar a redemocratização através da via institucional. À época, Genoíno, considerava que o único caminho possível seria a luta armanda. Em seu depoimento reconhece que Lyra tinha razão.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Eduardo Campos vai responder à sabatina de Ciro Gomes?
Ciro Gomes parace mesmo disposto a sabatinar o governador de
Pernambuco, Eduardo Campos, sobre o seu projeto de candidatar-se à
Presidência da República em 2014. Qual, afinal, a motivação do ex-governador
cearense ao dirigir suas críticas a Eduardo Campos? Seria apenas o
ressentimento de ter sido preterido do mesmo projeto quando Dilma
Rousseff, como ele mesmo afirma, era apenas uma ilustre desconhecida?
Pouco importa. O fato é que, apesar de representarem apenas dois votos
na Executiva Nacional do PSB, os irmãos Ferreira Gomes vem provocando
uma dor de cabeça para a legenda. Ambos estão numa saia justíssima. Cid
está comprometido até o pescoço com o Planalto. Não apenas com o
Planalto. Uma mudança de posição, neste momento, também provocaria um
desarranjo em sua base de sustentação política no Ceará. A alternativa
de mudança de legenda já foi aventada - Cid chegou a conversar com
Kassab - mas ambos já reafirmaram que pretendem continuar no PSB. Com
uma verve ácida, uma espécie de Carlos Lacerda cearense, desta vez, Ciro
voltou ao melho estilo Ciro, afirmando que o PT e o PMDB realizam um
banquete fisiológico, onde o PSB come acocorado, debaixo da mesa, sem
emitir opinião sobre o tempero, mas come, o que constitui-se uma
contradição uma candidatura própria. Ciro deseja que Eduardo responda
por quê e para quê é candidato. Como ele mesmo já afirmou, essa história
de "fazer mais" é coisa de marqueteiro. De qual marqueteiro? Pelo
visto, de ambos, uma vez que Dilma passou a usar "posso fazer muito
mais", num jogo de retórica, que nos leva a concluir que o cearense
tenha mesmo razão.
domingo, 5 de maio de 2013
Repercutiu nas redes: Josué de Castro.
"Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça,
quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça."
Chico Science - Da lama ao caos
Chico Science e Josué de Castro (vídeo) - http://migre.me/eoak6
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quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça."
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- Jadson O Birosca, Fábio Henrique e outras 2 pessoas curtiram isso.
- José Luiz Silva De fato, pernambucano de nascimento, natural de Água Preta, Mata Sul do Estado, Josué emprestou à discussão sobre a fome um "status" político. Tinha uma frase quq se tornou célebre: "Nordeste, estrutura fundiária que tritura cana e homens, transformando tudo em bagaço".
- Fábio Henrique Ele descreveu a fome dentro de um contexto politico e social, alertando sobre os efeitos nocivos desse mal,E isso é visível quando se vir o aumento excessivo da criminalidade devido a esse fator.Ele sem duvida previu o futuro e expôs a solução mas infelizmente não puseram em prática as suas idéias.
- José Luiz Silva Boa noite, Fábio. Sem sombra de dúvida, ele foi um dos maiores intérpretes do Brasil. Quando o Brasil iniciou o processo de industrialização, sabiamente, ele comentou que o país precisava fazer uma opção entre aço ou fome. Nos tornamos uma das miaores economias industrializadas do mundo, mas com bolsões de miséria capazes de fazer inveja aos países africanos. Um forte abraço!
- José Luiz Silva Desenvolvo com meus alunos um trabalho bem interessante na comunidade quilombola de São Lourenço, Goiana, uma comunidade que sobrevive exclusivamente da captura do caranguejo uçá, ameaçado de extinção. Os livros de Josué de Castro estão em nosso bibliografia recomendada.
- Fábio Henrique obrigado meu amigo,espero que um dia possamos debater mais sobre Josué de Castro pessoalmente,um grande abraço,felicidades.
- José Luiz Silva Obrigado, Fábio. Foi um grande prazer. Josué de Castro morreu na França depois de implorar para voltar ao Brasil, particularmente o Recife, para voltar a fazer uma das coisas que mais gostava: percorrer os manguezais da cidade e conversar com os "homens caranguejos". Num dos vídeos sobre sua vida, em depoimento, o antropólogo Darci Ribeiro afirma que, entre os tantos crimes cometidos pela didatura militar, relegar ao exílio um homem como Josué de Castro foi o maior deles. Felicidades. Um bom domingo para você.
- Nota do editor: Na realidade, a frase correta é: "Nordeste, estrutura fundiária que tritura não apenas cana, mas homens, transformando tudo em bagaço."
Governador, não esqueça da província.
O senador Armando Monteiro(PTB), que trabalha como um leão e não
esconde de ninguém sua candidatura ao Governo do Estado, segundo dizem,
estaria olhando com uma lupa as gestões petebistas em cidades
estratégicas, como Garanhuns, Gravatá, Goiana e Igarassu, verdadeiras
vitrines de seus projetos. Nas eleições passadas, o governador Eduardo
Campos também apostou algumas fichas, emprestando seu prestígio pessoal
para eleger alguns prefeitos da Região Metropolitana do Recife, como a
cidade de Paulista, por exemplo, onde foi eleito Júnior Matuto, um jovem
militante socialista. À época, comentou-se até mesmo que o Palácio do
Campo das Princesas daria uma especial atenção a esses gestores,
inclusive repassando tecnologia de gestão. A julgar pelo andar da
carruagem política na cidade das chaminés, lamentavelmente, isso não vem
ocorrendo. Ao colocar em sua sala no Palácio do Campo das Princesas o
mapa do Brasil, o governador não deveria ter retirado o mapa do Estado
de Pernambuco.
Os Arraes tomam gosto pela política.
Quando o saudoso Dr. Arraes estava em plena atividade política,
falava-se muito na ausência de seus herdeiros políticos. Nenhum dos seus
filhos seguiu carreira política. Durante muito tempo, o único herdeiro
do espólio político arraesista foi o hoje governador do Estado, já em
seu segundo mandato, Eduardo Campos, que é neto de Arraes. Depois que
Eduardo Campos assumiu o governo, abriu-se a porteira política entre os
Arraes. Já entraram para a política partidária Marília Arraes, Ana
Arraes. Em matéria publicada no dia de hoje, a Folha de São Paulo
informa que uma possível candidatura de Renata, esposa do governador,
estaria sendo preparada na cozinha do Palácio do Campo das Princesas.
Renata seria candidata à Câmara. Especula-se, também os nome de Antônio
Campos, irmão do governador, e, quem sabe, o filho mais velho do
governador, segundo a matéria.
Mulher de Eduardo Campos pode se candidatar à Câmara.
DANIEL CARVALHO
DE SÃO PAULO
FÁBIO GUIBU
DO RECIFE
DE SÃO PAULO
FÁBIO GUIBU
DO RECIFE
Discreta, ela fala pouco, mas ouve e vê muito. Presente nos bastidores e
ao lado do marido em eventos, Renata Campos, 45, pode trocar o papel de
primeira-dama de Pernambuco pelo de candidata a deputada federal.
Com a bênção do marido e governador Eduardo Campos (PSB), ela é opção
para dar sequência à tradição da família de ter representante no
Congresso há quase 30 anos.
O ex-governador Miguel Arraes (1916-2005), avô de Eduardo Campos, foi eleito deputado federal três vezes, a exemplo do neto.
A mãe de Campos, Ana Arraes (PSB), foi eleita duas vezes para a Câmara.
Em 2010, foi a deputada federal mais bem votada em Pernambuco, com
387.581 votos.
Mas não há ninguém da família na Câmara desde 2011, quando o governador
garantiu à mãe uma vaga como ministra do Tribunal de Contas da União
(TCU). O espólio eleitoral de Ana, portanto, ainda não tem herdeiro.
A eleição de Renata manteria os votos "em casa" e ainda garantiria o
espaço político do marido, caso ele perca uma provável disputa pela
Presidência da República.
"Não seria estranho o governador apresentar a mulher como candidata. A
relação familiar não foi impedimento para uma experiência ocorrida
recentemente [as eleições de Ana Arraes]", disse Túlio Velho Barreto,
cientista político da Fundação Joaquim Nabuco.
Barreto, contudo, diz acreditar que o governador ainda deverá calcular o
impacto que a indicação da mulher e prováveis acusações de "nepotismo" e
"coronelismo" terão sobre o seu voo nacional.
FAMÍLIA
Renata não costuma dar entrevistas --não aceitou, por exemplo, o pedido
da Folha para falar a esta reportagem. Também não gosta de ver os
filhos, Maria Eduarda (21), João (19), Pedro (17) e José (8), expostos
nos jornais.
Uma pessoa próxima à família afirmou que a primeira-dama teme prejudicar o marido e, por isso, é arredia com jornalistas.
encontro na infância
encontro na infância
Campos e Renata eram vizinhos quando crianças. Começaram a namorar
quando ele tinha 15 anos e ela, 13. Entre namoro e casamento, estão
juntos há 32 anos.
O governador se refere a ela como "dona Renata", expressão que caiu no
gosto da presidente Dilma Rousseff, que também a trata dessa forma
quando vai ao Estado.
A exemplo do marido, é economista. Funcionária de carreira do Tribunal
de Contas do Estado, licenciou-se em 2007, quando o marido assumiu o
governo de Pernambuco e ela foi cedida à administração estadual.
Na gestão de Campos ela comanda o "Mãe Coruja", programa de assistência a grávidas pobres. Seu salário de R$ 13,7 mil (já com os descontos) continua sendo pago pelo tribunal --ela não recebe pelo governo.
Renata procura projetar a imagem de pessoa simples, que não abre mão do
papel de mãe e dona de casa. Não tinge os cabelos e evita roupas de
grife. Usa adornos regionais e comanda uma grande feira anual de
artesanato.
Mas quem convive com Renata a descreve também como exigente e
detalhista, alguém que fala com desenvoltura sobre qualquer assunto e
tem opiniões levadas em conta por secretários e assessores do marido.
Lula admite equívocos do PT
Será lançado no próximo dia 13 o livro “10 anos de
governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma.” Em meio a duas
dezenas de textos analíticos, a obra traz uma entrevista de Lula. Ocupa
20 das 384 páginas. Foi concedida ao educador argentino Pablo Gentili e
ao sociólogo Emir Sader, organizador do livro, em 14 de fevereiro –nas
pegadas das condenações do mensalão.
Em vários pontos da conversa,
Lula fez algo muito parecido com uma autocrítica. A certa altura, disse
que “o PT cometeu os mesmos desvios que criticava” nos outros partidos.
Atribuiu o rebaixamento ético ao peso do dinheiro
nas eleições. Disse que seu partido precisa voltar a acreditar nos
“valores” que o inspiravam no passado, para “provar que é possível fazer
política com seriedade.”
De repente, Lula saiu-se com essa: “Você
pode fazer o jogo político, pode fazer aliança política, pode fazer
coalizão política, mas não precisa estabelecer uma relação promíscua
para fazer política. O PT precisa voltar urgentemente a ter isso como
uma tarefa dele e como exercício prático da democracia.”
O
Lula do livro destoa do Lula que, em nome dos arranjos de 2014,
aconselhou Dilma Rousseff a devolver à Esplanada representantes dos
esquemas partidários que haviam sido varridos na pseudofaxina de 2011.
Esse Lula que dá aulas de balcão não orna com o Lula da entrevista: “Às
vezes tenho a impressão que partido político é um negócio, quando, na verdade, deveria ser um item extremamente importante para a sociedade.”
Em
todo o livro, a expressão “mensalão” foi utilizada uma mísera vez.
Pingou dos lábios do próprio Lula. Ainda assim para insinuar que a mídia
e a oposição se portaram mal. “Tentaram usar o episódio do mensalão
para acabar com o PT e, obviamente, acabar com o meu governo.”
Nesse
ponto, Lula carregou na ironia para alfinetar FHC, recém-retirado do
armário pelo tucanato: “Na época, tinha gente que dizia: ‘O PT morreu, o
PT acabou.’ Passaram-se seis anos e quem acabou foram eles. O DEM nem
sei se existe mais. O PSDB está tentando ressuscitar o jovem Fernando
Henrique Cardoso porque não criou lideranças.”
Lula chamou de
“tropeços” os crimes em série que renderam no STF a condenação de 25
pessoas. “Tivemos tropeços, é lógico. Muitos tropeços. O ano de 2005 foi
muito complicado.” Contou que parou de acompanhar o noticiário nessa
época. “Se não tivéssemos cuidado, não iríamos discutir mais nada do
futuro, só aquilo que a imprensa queria que a gente discutisse.”
Numa passagem que beirou o sincericídio
Lula confessou que foi radicalmente contra a divulgação da célebre
“Carta ao pobo brasileiro” –aquele documento veiculado na campanha de
2002 em que assumiu compromissos como honrar contratos, combater a
inflação e conservar o equilíbrio fiscal. “Ela dizia coisas que eu não
queria falar, mas hoje reconheço que ela foi importante.” Vão abaixo
trechos da entrevista.
— Qual o balanço que o sr. faz dos anos de governo do PT e aliados?
Esses
anos, se não foram os melhores, fazem parte do melhor período que este
país viveu em muitos e muitos anos. Se formos analisar as carências que
ainda existem, as necessidades vitais de um povo na maioria das vezes
esquecido pelos governantes, vamos perceber que ainda falta muito a
fazer para garantir a esse povo a total conquista da cidadania. Mas, se
analisarmos o que foi feito, vamos perceber que outros países não
conseguiram, em 30 anos, fazer o que nós conseguimos fazer em dez anos.
— Qual foi o grande legado dos dez anos de seu governo?
[...]
As pessoas sabem que este país tem governo, que este país tem política,
que este país passou a ser tratado até às vezes como referência para
muitas coisas que foram decididas no mundo. Esse é um legado que vai
marcar esses dez anos. E eu tenho convicção de que, com a continuidade
da companheira Dilma no governo, isso vai ser definitivamente
consagrado. Parto do pressuposto de que chegaremos a 2016 como a quinta
economia do mundo.
— Quando começou o governo, o sr.
devia ter uma ideia do que ele seria. O que mudou daquela ideia inicial,
o que se realizou e o que não se realizou, e por quê?
Tínhamos
um programa e parecia que ele não estava andando. [...] Eu lembro que o
ministro Luiz Furlan, cada vez que tinha audiência, dizia: “Já estamos
no governo há tantos dias, faltam só tantos dias para acabar e nós
precisamos definir o que nós queremos que tenha acontecido no final do
mandato. Qual é a fotografia que nós queremos.” E eu falava: “Furlan, a
fotografia está sendo tirada” [...] Tem que ter paciência. Eu acho que
fui o presidente que mais pronunciou a palavra “paciência”. Senão você
fica louco.
— Quando o sr. perdeu a paciência?
[...]
No começo tinha muita ansiedade. “Será que nós vamos dar conta de fazer
isso? Será que vai ser possível?”, eu me perguntava. Tivemos tropeços, é
lógico. O ano de 2005 foi muito complicado. Quando saiu a denúncia (do
mensalão) foi uma situação muito delicada. Se não tivéssemos cuidado,
não iríamos discutir mais nada do futuro, só aquilo que a imprensa
queria que a gente discutisse. Um dia, eu cheguei em casa e disse:
“Marisa, a partir de hoje, se a gente quiser governar este país, a gente
não vai ver televisão, a gente não vai ver revista, a gente não vai ler
jornal.” Eu tinha uma equipe e criamos uma sala de situação, da qual
participavam Dilma, Ciro (Gomes), Gilberto (Carvalho) e Márcio (Thomaz
Bastos). E era muito engraçado: eu chegava ao Palácio e eles estavam
todos nervosos. E eu estava tranquilo e falava: “Vocês estão vendo?
Vocês leem jornal… Vocês estão nervosos por quê?”
— Por
que seu governo provocou tanta reação da elite e da mídia? A reação das
oposições aos governos do PT não é desproporcional, tendo em vista os
resultados que foram apresentados?
[...] Eles achavam que nós
não passaríamos de uma coisa pequenininha, bonita e radical. E nós não
nascemos para sermos bonitos, nem radicais. Nós nascemos para ganhar o
poder.
— Mas vocês nasceram radicais… O
PT era muito rígido, e foi essa rigidez que lhe permitiu chegar aonde
chegou. [...] Eu era um indesejado que chegou lá. Sabe aquele cara que é
convidado para uma festa, e o anfitrião nem tinha convidado direito?
[...] E depois, tentaram usar o episódio do mensalão para acabar com o
PT e, obviamente, acabar com o meu governo. Na época, tinha gente que
dizia: “O PT morreu, o PT acabou.” Passaram-se seis anos e quem acabou
foram eles. O DEM nem sei se existe mais. O PSDB está tentando
ressuscitar o jovem Fernando Henrique Cardoso porque não criou
lideranças.
— A negociação é a pré-condição para a solidez do governo?
[...]
Nós aprendemos a construir as alianças necessárias. Se não for assim, a
gente não governa (…). O meu medo é que se passe a menosprezar o
exercício da democracia e se comece a aplicar a ditadura de um partido
sobre os demais. Não gosto muito da palavra hegemonia, sabe. O exercício
da hegemonia na política é muito ruim. Mesmo quando você tem
numericamente a maioria, é importante que, humildemente, você exerça a
democracia. É isso que consolida as instituições de um país e foi isso
que eu exercitei durante o meu mandato, e que a Dilma está exercitando
agora com muita competência.
— Os tabus foram quebrados à direita e à esquerda? Como se sentia com isso? [...]
Foram oito anos que permitiram que a gente, ao concluir, pudesse dar de
presente ao Brasil a eleição da primeira mulher presidenta. Essa foi
outra coisa muito difícil de fazer. Eu sei o que aguentei de amigos
meus, amigos mesmo, não eram adversários, dizendo: “Lula, mas não dá.
Ela não tem experiência, ela não é do ramo. Lula, pelo amor de Deus.” E
eu: “Companheiros, é preciso surpreender a nação com uma novidade.”
O
Brasil mudou nesses dez anos.
— E o sr., também mudou?
[...]
Mudei porque eu aprendi muito, a vida me ensinou demais, mas continuo
com os mesmos ideais. Só tem sentido governar se você conseguir fazer
com que as pessoas mais necessitadas consigam evoluir de vida.
— E o PT mudou?
[...]
Hoje, ou nós fazemos uma reforma política e mudamos a lógica da
política, ou a política vai virar mais pervertida do que já foi em
qualquer outro momento. É preciso que as pessoas compreendam que não só a
gente deveria ter financiamento público de campanha, como deveria ser
crime inafiançável ter dinheiro privado nas campanhas; que você precisa
fazer o voto por lista, para que a briga se dê internamente no partido.
Você pode fazer um modelo misto – um voto pode ser para a lista, o outro
para o candidato. O que não dá é para continuar do jeito que está.
— Por quê?
Às
vezes tenho a impressão de que partido político é um negócio, quando,
na verdade, deveria ser um item extremamente importante para a
sociedade.
— O PT não mudou necessariamente para melhor?
O
PT mudou porque aprendeu a convivência democrática da diversidade; mas,
em muitos momentos, o PT cometeu os mesmos desvios que criticava como
coisas totalmente equivocadas nos outros partidos políticos. [...] Você
começa a ser questionado quando vira alternativa de poder. Então, o PT
precisa saber disso. O PT, quanto mais forte ele for, mais sério ele tem
que ser. Eu não quero ter nenhum preconceito contra ninguém, mas acho
que o PT precisa voltar a acreditar em valores que a gente acreditava e
que foram banalizados por conta da disputa eleitoral. É o tipo de legado
que a gente tem que deixar para nossos filhos, nossos netos. É provar
que é possível fazer política com seriedade. Você pode fazer o jogo
político, pode fazer aliança política, pode fazer coalizão política, mas
não precisa estabelecer uma relação promíscua para fazer política. O PT
precisa voltar urgentemente a ter isso como uma tarefa dele.
(Publicado originalmente no blog do Josias de Souza, Portal UOL)
sábado, 4 de maio de 2013
Júlio Lóssio: surge um nome contra a hegemonia socialista no Estado.
Lançado a candidato a governador, em primeira mão pelo nosso blog, crescem as
expectativas em torno de uma possível candidatuta do prefeito de
Petrolina, Júlio Lóssio, ao Governo do Estado, em 2014.
Estimulado pela Direção Nacional do PMDB, Lóssio espera contornar as
arestas locais com o partido no Estado, controlado pelo senador Jarbas
Vasconcelos. Há indícios de que as negociações entre Lóssio e a Direção
Nacional da legenda estão em estado avançado. Peemedebistas ligados ao
senador Jarbas Vasconcelos já teriam percebidos as nuvens se formando no
céu da rainha do Sertão do São Francisco. Lóssio teria levado "falta"
numa reunião recente entre os caciques regionais da legenda.Conforme
costumo repetir, o jovem médico já infringiu duas derrotas ao Palácio do
Campo das Princesas nas últimas eleições. No último pleito, o
rolo-compressor incluia uma oposição forte de uma das alas dos Coelhos -
liderada pelo Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho -
o Governo do Estado, que colocou o município como prioridade das
prioridades - e o Governo Federal. Lóssio vem realizando uma gestão que
conta com a aprovação da população e é bom de briga. Compara a situação
de uma candidatura sua à condição enfrentada por Eduardo Campos como
virtual candidato à Presidência da República, ou seja, há problemas, mas
isso não quer dizer que eles não possam ser superados. O Palácio do
Campo das Princesas já teria colocado as barbas de molho. Há especulações dando conta de
que o PT e o PSDB poderiam compor com o prefeito de Petrolina.
Novo Secretário de Educação do Paulista promete recuperar o parque escolar.
Já na condição de Secretário de Educação de Paulista, o vereador
licenciado Antonio de Lima Valpassos, em reunião com os professores,
colocou como uma de suas prioridades a
recuperação do parque escolar da cidade, hoje bastante comprometido,
apesar de duas gestões socialistas anteriores. Não sei qual era a
relação do então presidente do Legislativo Municipal com os gestores
socialistas da cidade. Ives Ribeiro foi prefeito por dois mandatos,
entregando a prefeitura a Júnior Matuto. Ontem, aqui mesmo pelas redes
sociais, discutindo questões ambientais, surgiram uns "ressentidos" das
gestões anteriores afirmando que "abandonaram" o barco em razão de
divergências, uma das hipóteses menos prováveis. Sou franco e não tenho a
menor expectativa da gestão de Júnior Matuto. Há décadas o município
vive uma profunda crise de representatividade. Os cargos são ocupados
unicamente para satisfazer arranjos políticos de natureza pouco
republicana. A Mata do Frio agoniza e os poderes públicos fecham os
olhos para o problema. Para não dizer que não falei das flores, num
ponto o Secretário de Educação acertou: Quando, no Governo FHC ocorreu a
"desfederalização" das nossas criancinhas, os muncípios tiveram que
arcar com espaços físicos improvisados, além de outros problemas,
comprometendo ainda mais a qualidade do ensino. O que seria uma situação
transitória, acabou se tornando permanente.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
Candidatura presidencial de Eduardo Campos desarruma a fila de seus possíveis sucessores.
O projeto de candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, literalmente, desarrumou a fila de seus possíveis sucessores no Palácio do Campo das Princesas. Vislumbra-se, possivelmente, abertura de uma cisão na sua base de apoio no Estado, em virtude da necessidade quase inatingível de conciliar tantos interesses. Neste cenário, é bastante compreensível as movimentações do Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, em torno de um possível plano "B". O senador Armando Monteiro "colou" nas andanças que o governador vem fazendo pelo Agreste do Estado, acompanhado-o nas cerimônias de inaugurações de obras. Salvo engano, a última estação é Garanhuns, no Agreste Meridional, também conhecida como a "terrinha da garoa". Na cozinha do Palácio do Campo das Princesas, uma penca de candidatos que estão sendo preparados como "solução caseira', no caso dos arranjos políticos se complicarem. Correndo por fora, o nome de José Múcio Monteiro, sempre apresentado como um coringa nas mãos do governador. Fala-se até no nome de Geraldo Júlio, mas é pouco provável que ele abandone sua "missão" em relação à cidade do Recife, cidade estratégica nos planos presidenciais de Eduardo Campos.
Governador, vamos discutir as críticas de Michel Zaidan no campo das ideias!
Curioso o expediente utilizado pelas oligarquias políticas
pernambucanas para responder às críticas do professor Michel Zaidan
Filho. Nesses últimos anos, nós, que acompanhamos esses embates, nunca
vimos um artigo assinado por aqueles que se sentiram diretamente
atingidos ou réplicas de caráter republicano, respeitando-se o direito
do dissenso, a liberdade de expressão de um cidadão em externar seus
pontos de vista. Nenhuma reposta que trate diretamente das questões que
estão sendo apontadas pelo professor. Acintosamente, esse áulicos,
bajuladores, assessores ou outro bicho que o seja, partem para a
agressividade, atacam a honra do professor ou disseminam informações
capciosas sobre o seu perfil psicológico, algo que mereceria uma
representação das entidades que disciplina a atuação desses
profissionais. Que nos conste, nenhum deles tem formação em psicologia
ou psiquiatria para emitirem laudos nessa área específica do
conhecimento. Vamos debater, caros, no terreno das idéias. Ainda prefiro
com o acento. Uma das questões apontadas pelo professor no seu último
artigo dizia respeito à política de isenção fiscal praticada no Estado
de Pernambuco. Ele, que anda de ônibus, afirmou que até as empresas de
transporte coletivos estão sendo beneficiadas. De acordo com Michel, o
Governo do Estado comete uma contradição. Fala num novo Pacto
Federativo, advogando que os tributos da União sejam melhor
distribuídos, e aqui, no província, deixa de recolher impostos que
poderiam ser financiadores de políticas públicas para atender as
demandas sobretudo dos estratos populacionais mais empobrecidos. Se o
"dono do cofre', um dos nomes que estão cotados para suceder Eduardo
Campos for consultado, é bem possível que estabeleça o mesmo raciocínio.
Quem se incomoda com isso, possivelmente, são aqueles coronéis
representantes das oligarquias políticas do Estado, que consideram que
recursos públicos são para cavar poços em suas propriedades ou adquirir
terrenos superfaturados. É muito difícil conviver num Estado forjado
numa cultura hierarquizada, demarcada em pólos tão díspares: senhores e
escravos. Ou se é Cavalcanti ou se é cavalgado. Encasteladas nas
estruturas do Estado, essas oligarquias políticas passam vaselina nos
"novos" discípulos e usam de todos os expedientes para silenciar quem
naõ se submete às suas razões. Até bem pouco tempo, o governador Eduardo
Campos falava em mudar os "costumes" políticos onde, apenas orientadas
pelo critério político, são indicadas pessoas para ocuparem funções
públicas. Falava-se até mesmo nos chamados comitês de busca que, se
merece alguns aperfeiçoamentos, ainda assim é melhor do que a simples
indicação por algum coronel. Logo ele percebeu que não teria como
enfrentar os Sarney da vida, quem mantém suas capitanias hereditárias e
alguns feudos intocáveis nesse arremedo de república. À época,
um dos senadores de Pernambuco falava na nessidade de, em algum momento,
alguém emendar o bigode com Sarney. Quanto ao outro tema, tratado pelo
professor Michel, é um fato que a saúde virou um grande negócio nas mãos
de capitalistas inescrupolosos, que se tornaram detendores do direito
de viver ou de morrer. Tudo isso com a leniência ou complacência do
Estado. O professor usa o SUS, mas vocês que possuem plano de saúde
sabem disso. Enquanto você só faz exames de rotina para conhecer os
andamentos das taxas de glicose, colesterol está tudo bem. Precisando de
uma UTI, somente recorrendo à Justiça. Basta fazer uma pesquisa simples junto
aos leitos dos hospitais da elite pernambucana, localizados notadamente
na Ilha do Leite. Convidamos os senhores secretários da Fazenda
Estadual e da Saúde para se pronunciarem sobre as críticas do professor.
Agora, por favor, utilizem um procedimento mais republicano. Não
fiquem atacando a honra ou fazendo ilações descabidas, assinadas por
bajuladores de plantão.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Michel Zaidan critica José Adalberto Ribeiro, assessor de Inocêncio.

Por Michel Zaidan
Quando o atual líder do Partido Republicano (PR) em Pernambuco, o deputado Inocêncio de Oliveira se bandou para o lado do governador e do governo Lula, incumbiu ao seu assessor de imprensa, um antigo colunista do Diario de Pernambuco, de contactar os intelecutais e analistas políticos da cidade, para uma reunião social num restaurante do Paço da Alfândega. O assessor, depois de ter perseguido pela sua coluna vários dos convidados, se viu na contingência de ter que convidá-los para o convescote, onde o ilustre deputado de Serra Talhada, iria anunciar as razões de sua mudança de orientação política.
Depois de se dizer um homem realizado na vida e na política, afirmou que agora ia se dedicar a fazer bem a humanidade, e começaria a nova carreira como aliado de Eduardo Campos e do presidente Lula. Naturalmente, que os presentes ouviram, comeram mas não se convenceram da súbita conversão do depu tado ao evangelho social . E não foi por puro preconceito pelo aspecto de coronel bem sucedido que o parlamentar sempre teve (e de que se queixou, na reunião).
Mas essa introdução foi feita para contextualizar o reaparecimento do citado assessor de Inocêncio de Oliveira. Eis que discutindo a ambivalência tributária e fiscal (para não dizer federativa) do governador de Pernambuco, o camarada aparece para defender o governandor e me atacar, como sempre fêz, quando era jornalista.
Eduardo e Dilma, adversários cordiais
Não tenho nada contra quem é simpatizante, seguidor, admirador, eleitor ou fâ do atual mandatário pernambucano. Outra coisa bem diferente é ser criticado, só pelo fato de não concordar com as atitudes e as palavras sofísticas do dirigente político, em plena campanha eleitoral para presidencia da República.
Ao que eu saiba não está proibida a liberdade de opinião em nosso estado, embora outros governadores já tenham querido cassá-la. E estranho muito esse método de áulicos, comissionados ou favorecidos tomarem a defesa desabrida do chefe, as vezes com ataque pessoal á hon ra dos críticos da política do Imperador. Se fôsse em outros tempos, diria que se trata de uma prática fascista essa, com o beneplácito dos donos do poder.
Mas vamos aos fatos.
Fui injustamente acusado de "desconstruir o governo de Eduardo Campos" e de não concordar com a renúncia fiscal praticada, pelo dirigente político, como política de desenvolvimento regional e industrial. E que, como devo ganhar muito dinheiro, deva estar satisfeito com a política tributária brasileira, me preparando para pagar as minhas dívidas fiscais ao Leão.
Aviso aos navegantes que sou usário do SUS, servidor público e ando de transporte público. Logo, sou o maior interessado que os agentes públicos respeitem os chamados "direitos republicanos", entre os quais está a combrança devido dos impostos, sem os quais não há como financiar os serviços públicos. Naturalmente, a classe média brasileira (onde se inclui o citado jornalista) não usa o SUS, não anda de ônibus ou metrô nem valoriza o serviço público, que deve confundir com uma mera "prebenda" ou um "cargo" ou " emprego".
Nunca escondi que sou a favor de uma reforma tributária, de caráter progressivo, que poupe os assalariados, a cesta básica, a produção e que grave mais pesadamente os que ganhem mais, os que especulam, que vivem parasitariamente da renda da terra, as grandes heranças etc. E que se faça uma regionalização do orçamento para se corrigir as disparidades regionais.
Em suma, sou contrário a iníqua e injusta política tributária brasileira: regressiva, indireta e ineficaz.
Mas confundir reforma tributária como "guerra fiscal", "renúncia fiscal" unilateral é uma modalidade de hobinhoodismo" de cabeça para baixo. Tira de quem não tem para dar a quem tem muito.
E que nem precisa dessa cortesia, com chapéu alheio. Essa política já mereceu um estudo do tribunal de contas da União e chegou a conclusão que o custo do emprego gerado com renúncia fiscal é tao alto, que seria melhor dar o dinheiro direto ao s trabalhadores. Além de prejudicar os entes subnacionais e a sociedade como um todo. É um jogo de soma zero, como dizem os politicólogos americanos. Pior: essa política é praticada por quem defendem nacionalmente um novo pacto federativo e uma reforma tributária. Afinal, como quem está a razão?
Como um simples servidor público que nem possui carro, casa e plano de saúde (o milagre distributivo do PT) pode desconstruir a obra faraônica da "Arena de Pernambuco", os fabulosos corredores da mobilidade, a educação tecnológica e internacional dos nossos secundaristas? - Deve haver algo de podre no reino da Dinamarca, para uma simples crítica de um blog ameaçar uma gestão tão extraordinária assim!
Não tenho nada contra quem é simpatizante, seguidor, admirador, eleitor ou fâ do atual mandatário pernambucano. Outra coisa bem diferente é ser criticado, só pelo fato de não concordar com as atitudes e as palavras sofísticas do dirigente político, em plena campanha eleitoral para presidencia da República.
Ao que eu saiba não está proibida a liberdade de opinião em nosso estado, embora outros governadores já tenham querido cassá-la. E estranho muito esse método de áulicos, comissionados ou favorecidos tomarem a defesa desabrida do chefe, as vezes com ataque pessoal á hon ra dos críticos da política do Imperador. Se fôsse em outros tempos, diria que se trata de uma prática fascista essa, com o beneplácito dos donos do poder.
Mas vamos aos fatos.
Fui injustamente acusado de "desconstruir o governo de Eduardo Campos" e de não concordar com a renúncia fiscal praticada, pelo dirigente político, como política de desenvolvimento regional e industrial. E que, como devo ganhar muito dinheiro, deva estar satisfeito com a política tributária brasileira, me preparando para pagar as minhas dívidas fiscais ao Leão.
Aviso aos navegantes que sou usário do SUS, servidor público e ando de transporte público. Logo, sou o maior interessado que os agentes públicos respeitem os chamados "direitos republicanos", entre os quais está a combrança devido dos impostos, sem os quais não há como financiar os serviços públicos. Naturalmente, a classe média brasileira (onde se inclui o citado jornalista) não usa o SUS, não anda de ônibus ou metrô nem valoriza o serviço público, que deve confundir com uma mera "prebenda" ou um "cargo" ou " emprego".
Nunca escondi que sou a favor de uma reforma tributária, de caráter progressivo, que poupe os assalariados, a cesta básica, a produção e que grave mais pesadamente os que ganhem mais, os que especulam, que vivem parasitariamente da renda da terra, as grandes heranças etc. E que se faça uma regionalização do orçamento para se corrigir as disparidades regionais.
Em suma, sou contrário a iníqua e injusta política tributária brasileira: regressiva, indireta e ineficaz.
Mas confundir reforma tributária como "guerra fiscal", "renúncia fiscal" unilateral é uma modalidade de hobinhoodismo" de cabeça para baixo. Tira de quem não tem para dar a quem tem muito.
E que nem precisa dessa cortesia, com chapéu alheio. Essa política já mereceu um estudo do tribunal de contas da União e chegou a conclusão que o custo do emprego gerado com renúncia fiscal é tao alto, que seria melhor dar o dinheiro direto ao s trabalhadores. Além de prejudicar os entes subnacionais e a sociedade como um todo. É um jogo de soma zero, como dizem os politicólogos americanos. Pior: essa política é praticada por quem defendem nacionalmente um novo pacto federativo e uma reforma tributária. Afinal, como quem está a razão?
Como um simples servidor público que nem possui carro, casa e plano de saúde (o milagre distributivo do PT) pode desconstruir a obra faraônica da "Arena de Pernambuco", os fabulosos corredores da mobilidade, a educação tecnológica e internacional dos nossos secundaristas? - Deve haver algo de podre no reino da Dinamarca, para uma simples crítica de um blog ameaçar uma gestão tão extraordinária assim!
(Publicado originalmente no blog do Jamildo)
Júlio Lóssio candidato ao Governo do Estado com o apoio do PT?
Um dos assuntos mais comentados da crônica política pernambucana no dia
de hoje é a situação do prefeito de Petrolina Júlio Lóssio. O médico
peemdebista infringiu duas derrotas ao
Palácio do Campo das Princesas nas últimas eleições, tornando-se uma
estrela ascendente na constelação política do Estado. Em pernambuco, o
nosso blog foi o primeiro a alertar sobre a contra-hegemonia criada a
partir de sua liderança, abrindo espaço para voos mais alta, para além
da rainha do Sertão do São Francisco. Habilidoso, a exemplo do
governador Eduardo Campos, tem fama de agregador. Alinhavado com um
tronco do clã da família Coelho, sempre se que refere ao ministro da
Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho - da outra ala dos Coelhos -
é sempre de uma maneira respeitosa e polida. Vem fazendo uma boa gestão
na cidade, e, hoje, desponta como um ator político estratégico nos
planos da agremiação. Os arranjos internos é que são bastante
complicados. Embora seja estimulado nacionalmente pelo presidente da
legenda, Valdir Raupp, ala expressiva do PMDB local, que segue a
orientação de Jarbas Vascocncelos, está com o governador Eduardo Campos.
Por enquanto, são apenas especulações, mas, comenta-se entre os
convivas do Bodódromo, que é cada vez mais estreita as relações entre o
PMDB local e o PT, suscitando uma discussão no PMDB Estadual.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
Sessão da Assembleia venezuelana termina em pancadaria.
Agência Estado
CARACAS - A briga entre a oposição e o governo na
Venezuela se intensificou nesta terça-feira e acabou em pancadaria
durante sessão da Assembleia Nacional. Pelo menos 17 deputados da
oposição e cinco governistas ficaram feridos após confronto físico. A
confusão começou depois que os partidários do governo, que são maioria
na Assembleia de 165 deputados, negaram pela segunda sessão ordinária
consecutiva o direito de palavra à oposição, até o reconhecimento dos
resultados eleitorais.
Boris Vergara/Efe
O deputado da oposição, Julio Borges, ficou com o olho esquerdo inchado
O presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, disse que suspenderia o
direito de palavra da oposição até que ela reconheça o herdeiro
político de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, como presidente eleito.
Nas eleições de 14 de abril, Maduro venceu por uma apertada margem de
votos o candidato de oposição, Henrique Capriles, atual governador do
Estado de Miranda. Contudo, a oposição não reconhece a vitória e pediu
logo em seguida recontagem de votos, que foi negada. Nesta semana,
Capriles anunciou que pedirá a impugnação das eleições por acreditar ter
vencido as eleições. Ele diz que Maduro é um líder "ilegítimo".
Em entrevista concedida à AP por telefone, o deputado da oposição
Ismael García relatou o confronto. "Sem mediar palavras, feito covardes
vieram pelas costas, eram várias pessoas, nos bateram brutalmente,
inclusive nas deputadas María Corina Machado e Nora Bracho. Atacaram o
deputado Julio Borges, que ficou ferido no rosto", disse.
Borges apareceu pouco depois na televisão privada Globovisión com o
rosto ensanguentado e inchado. Os parlamentares governistas também
apareceram na TV acusando membros da oposição de atacá-los. As
informações são da Associated Press.
Fernando Bezerra Coelho, o vermelho.
Fernando Bezerra Coelho já enfrentou alguns desgastes no Governo Federal. Não o suficiente, porém, para perder as rédeas da pasta da Integração Nacional, sob seu comando. Comenta-se que ele não entra em bola dividida. Em suas articulações visando uma possível ruptura com o PSB e filiação ao PT para habilitar-se a concorrer ao Governo do Estado pela legenda, em 2014, teria feito algumas exigências ao Planalto. Entre as quais, a confirmação da candidatura em qualquer circunstância, independentemente do resultado do cabo de guerra entre Eduardo Campos e Dilma Rousseff. Conhecendo bem o PT no Estado, também teria pedido garantias de que não enfrentaria problemas em relação à indicação do seu nome. Em off, alguém nos confidenciou que, de fato, o ministro entra em campo em 2014 com a camisa vermelha. Vamos aguardar.
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