pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: O PT continua não resistindo ao tempero de Eduardo Campos.

 
 
 
Lá estavam o senador Humberto Costa e o Deputado Federal João Paulo na confraternização oferecida pelo governador Eduardo Campos. Essa turma parece que não resiste ao tempero servido na casa de Dois Irmãos. Segundo, dizem, feito por uma cozinheira de mão-cheia, especializada nas guloseimas da cozinha regional, com direito a um queijo de cabra especial, produzido lá pelas bandas do Cariri paraibano. Somos tido como uma pessoa radical em função de uma pauta de conduta muito orientada política e ideologicamente. Um belo dia, um coronel da política pernambucana convidou todos os cientsitas políticos do Estado para um jantar num restaurante badalado da cidade. Segundo ele, seria o momento de sua conversão ao socialismo. Afirmou que teria conseguido tudo na política e agora iria entrar nessa de socialismo. Pelo próprio contexto da situação, a sua conversão durou muito pouco. Apenas um jantar. Logo retomaria suas velhas práticas orientadas pelo patrimonialismo, pelo clientelismo, coordenando um séquito de prefeitos que seguem religiosamente suas orientações. Nos convidaram para esse pic nic, mas não estivemos presentes. Também costumo orientar minhas análises por algum critério científico, republicano ou algo similiar, o que nos parece, hoje, com poucas possibilidade de explicar as ações de alguns atores políticos pernambucanos ou mesmo algumas escolhas que estarão em jogo no pleito de 2014. Por exemplo, ao se colocar sobre o possível nome que deverá disputar a sucessão do governador Eduardo Campos, indicado pelo Campo das Princesas, devo ter abonadonado alguns dos critérios acima e orientado nossa percepção por outras váriáveis. Certamente, para nos aproximarmos de algumas previões, vamos ter que dividir esse jogo em várias unidades de análise. Apesar de ser um partigo orgânico, estruturado em torno de uma direção nacional, uma coisa é o PT pernambucano e outra e a Executiva Nacional da legenda. Conluios da Executiva Nacional com algumas tendências locais já culminaram até com o afastamento de alguns atores da agremiação. Hoje, a orientação da direção nacional é no sentido de integrar o partido - avanços significativos já foram obtidos nesse sentido -; definir uma candidatura, mas sempre na expectativa de uma composição com o senador Armando Monteiro; montar um palanque firme para Dilma no Estado. Não vejo com bons olhos como o partido possa manter esse padrão de relacionamento com o governador Eduardo Campos até o primeiro turno das eleições de 2014, quando a presidente Dilma Rousseff vem sendo execrada a cada pronunciamento do pernambucano.  A recomendação dos socialistas é no sentido de manter os quadros petistas tanto na máquina estadual quanto na máquina municipal. Ainda vejo essa situação como reflexo do quadro de eduardodependência em que o PT tornou-se no Estado. Que joguindo de esconde-esconde, em? Haja espírito de Natal. Já devem ter programado subirem juntos a serra para a cerimônia do beija-mão, na cidade serrana de Gravatá, que sempre ocorre por essa época do ano.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Onde está o legado de Arraes no Governo do Estado?

Onde está o legado de Arraes no Governo do Estado?

Há algumas coisas curiosas ocorrendo com o Governo do Estado. Três artigos recentes do professor Michel Zaidan Filho foram censurados pela imprensa pernambucana, todos com algumas ponderações sobre a gestão estadual e municipal. É impressionante a metamorfose que vem ocorrendo com os atuais ocupantes do Palácio do Campo das Princesas. Trata-se de uma geração que teve como inspiração política o Dr. Miguel Arraes., um político de convicções democráticas inquestionáveis. Até recentemente, numa instituição conhecida do Recife, o Dr. Miguel Arraes recebeu uma homenagem. A pessoa encarregada de fazer a saudação, representando o Governo do Estado, tinha que interrompê-la continuamente, dada as fortes emoções. É evidente que os órgãos de imprensa local não estão imune às injunções políticas e econômicas. Mas, por outro lado, também orientar suas ações mediante expedientes duvidosos, aplicando uma censura prévia aos articulistas que, por ventura, possam discordar da gestão do governante de turno. O papel da imprensa é exatamente preservar a liberdade de expressão, informando convenientemente o cidadão, denunciando equívocos da gestão pública, abrir espaço para o debate e não tolhê-lo. Isso talvez seja exigir muito num Estado onde até o diário oficial foi acusado de fazer propagando do Governo. Até mesmo os comentários, segundo fomos informados, estão sendo censurados, como se não bastasse o séquito de áulicos que passam o dia agredindo quem tenta se pronunciar livremente sobre nossos gestores. Outro dia um deles nos perguntou, imaginem, se o nosso artigo havia sido escrito a pedido de José Dirceu. O governador é cria de uma geração que surgiu nos estertores do regime militar. Quando jovem, fazia campanha para políticos como Fernando Lyra, um dos artífices da redemocratização do país. Nesses momentos, sempre surge alguém mais ponderado que põe ordem na casa, sugerindo baixar as armas em nome do bom-senso e dos princípios norteadores da convivência democrática. Quem se habilita? Será aquele cara que chora ao falar em Arraes? O que você aprendeu com ele, afinal?

Tijolaço do Jolugue: Pibinho, mas com melhorias no IDH.

Nos últimos anos, o IPEA tem passado por boas mãos. Com a saída de Márcio Pochmann para disputar a Prefeitura de Campinas (SP), em 2010, dentro de um projeto articulado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu aquele órgão o também economista Marcelo Nery, tido como o maior especialista brasileiro na "nova classe média". Pois bem. Muito tem se falado nesses índices acachapantes de crescimento do PIB brasileiro. Um prato cheio para a oposição, que não poupa críticas ao Governo de Dilma Rousseff. Leia-se aqui Aécio Neves(PSDB) e Eduardo Campos(PSB). Apenas para ficar na província, aqui em Pernambuco os indicadores informam que não ocorreram substantivas no social, apesar dos comemorados índices do PIB estadual. Ao contrário, de acordo com uma professora da UFPE, trata-se de um crescimento atípico, orientado por uma política de renúncia fiscal predadora, negligente com a sustentabilidade ambiental, gerando empregos para profissionais de outras regiões e, sobretudo, caracterizado pelo não crescimento do IDH. Contrapondo-se ao PIB nacional, em defesa de Dilma, apesar dos índices modestos, trata-se de um crescimento pequeno, mas com melhorias nas índices de desenvolvimento humano. No contexto do BRICS, no tocante ao social, estamos bem. 

Tijolaço do Jolugue: Quem será o nosso Andrei Gromiko?

Hoje amanheci com a intuição mais apurada. Na medida em que aproxima-se o momento de o governador anunciar o nome de quem deverá concorrer à sua sucessão no Palácio do Campo das Princesas, surgem todo tipo de especulação entre os cronistas de política do Estado. Em algum momento, talvez orientando-se pela sua escolha de Geraldo Júlio para concorrer à Prefeitura do Recife, as previsões indicavam um quadro de perfil técnico, formado entre os seus auxiliares, quem sabe até sem experiência no ramo. Com as movimentações dos quadros políticos e a contingência de uma candidatura presidencial - o que limita seu raio de ação no Estado - as possibilidades indicavam alguém com esse perfil, posto que precisava caminhar com as próprias pernas. Alguém sugeriu que poderia ser um nome sintonizado com a "Nova Política". Então seria alguém da velha guarda, uma vez que essa "Nova Política" não traz nada de novo. O governador poderia encomendar algumas pesquisas qualitativas, indicando, imaginem, alguém que se adequasse à agenda que surgiu das manifestações que ocorreram no país a partir de junho. Comentei sobre a discrepância dessa tese, considerando-se o fato de que a postura e as políticas públicas estaduais se afastarem substantivamente da agenda da rapaziada. Hoje, pela manhã, matei a xarada. Não sei se vocês se lembram de Andrei Gromiko, o eterno ministro das relações exteriores do antigo império da União Soviética. Gromiko, portador de uma habilidade política incomum, sobreviveu a vários expurgos, num império marcado pelo jogo pesado da política, com escaramuças armadas em todas os recantos do Kremlin. Poucos sobreviverem por muito tempo, exceção de Gromiko. Certa vez, numa entrevista, o ex-primeiro ministro Nikita Kruschev - vítima de expurgo - questionado a respeito da "sobrevivência" Gromiko, utilizou uma analogia. Se o chefe mandasse, Gromiko seria capaz de sentar-se numa barra de gelo e só se levantar se o senhor ordenasse. De fato, mas não pelas razões apontadas por uma cronista de política no dia de ontem, o nome será da "cozinha" do Campo das Princesas. Diria mais. De preferência com o cheiro da "inhaca" dos quartos e corredores daquela casa, para lembrar de uma expressão muito ao gosto do escritor Gilberto Freyre. É alguém de fidelidade canina, de absoluta confiança do mandatário, azeitado com os esquemas da máquina. Podem nos cobrar depois. Quem será o Andrei Gromiko tupiniquim?

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Gilberto Freyre gostava mesmo era de literatura e não sabia dançar em inglês.


Gilberto Freyre possuía uma inteligência privilegiada, embora apresentasse, na meninice, algumas dificuldades com a leitura. Preocupado com sua aprendizagem, o pai contratou um professor particular que o alfabetizou, primeiro, em língua inglesa. Depois dessa fase, desabrochou de vez, passando a adolescência em universidades americanas, onde conclui um mestrado com uma dissertação sobre a vida social no Brasil em meados do século XIX, embrião de Casa Grande & Senzala. Um dos seus professores teria sugerido transformar o livro numa tese de doutorado, com o que ele não concordaria. A rigor, Gilberto nunca teria sido muito afeito à vida acadêmica, embora frequentasse o ambiente, ministrasse aulas e recebesse suas honrarias. Não sem razão, a primeira reportagem que um jornal local publicou sobre o mestre de Apipucos, em homenagem aos 80 anos de Casa Grande & Senzala, enfatiza o caráter literário da obra, ou seja, une ciência e literatura. Seus mestres americanos também teriam recomendado que ele escrevesse em inglês. Quem sabe estivéssemos diante de um novo Joseph Conrad. Gilberto sempre afirmava que não sabia "dançar" em inglês, algo que ele fazia muito bem em língua portuguesa. Um fato curioso, relatado pelo repórter Geneton Moraes Neto, diz respeito à sua organização mental. Conta Geneton que ele e muitos outros repórteres frequentavam os jardins da Fundação Joaquim Nabuco para entrevistá-lo. Eram papos informais, descontraídos, sobre vários temas. Quando os repórteres transcreviam as conversas, estavam diante de uma artigo muito bem escrito do mestre de Apipucos. Penso que, muito mais que os livros, a paixão de Gilberto era a produção desses artigos, alguns depois organizados em livros. Um professor nosso dizia que os considerava uma produção até mais profícua do que Casa Grande & Senzala. Durval Muniz vai informar que alguns desses artigos, produzidos num período específico, contribuíram bastante para, digamos assim, "inventar o Nordeste". Devo admitir que gostava muito de lê-los, ainda na adolescência, quando eram publicados, sempre aos sábados, no Diário de Pernambuco, que chegava logo cedinho às imediações da Igreja de Santa Elizabeth, no centro de Paulista.

Michel Zaidan Filho: Liberdade de imprensa e democracia

  

Nenhum governo é tão perfeito, tão moderno e eficiente, que dispense o duro ofício da crítica. A liberdade de opinião não é um beneplácito da autoridade de plantão, por mais bem avaliada que ela seja nas pesquisas de intenção de voto. Ainda que vivêssemos num paraíso socialista (apesar de o estado ser governado pelo PSB), seria necessário, indispensável a liberdade de pensamento e de expressão. O erro dos países do Leste Europeu foi ter esquecido esse princípio. Os partidos, os sindicatos, as associações e a imprensa transformaram-se em meras correias de transmissão dos ocupantes do aparelho estatal. Por outro lado, como dizia Rosa Luxemburgo, a liberdade só faz sentido para os que pensam diferente de nós. Não faz a menor diferença para os que pensam com o nós.
Pelo visto, nossos democratas de ocasião não assimilaram bem essa missão. Quando a opinião é a nosso favor, ela é bem vinda, ela é aceita. Quando contraria nossos interesses, ela é calúnia, injúria e difamação. E tem que ser tratada como crime. Já se passou o tempo em que o Visconde da Boa Vista, Sebastião do Rego Barros, dizia que "em Pernambuco, quem não é cavalcanti, é cavalgado". Portanto, aqui em não está comigo, está contra mim. Ou ainda, aos amigos tudo. Á oposição, os rigores da lei. Imagina-se que em nosso estado, graças ao baixo nível de socialização da política, não tenha aparecido uma terceira força política, independente seja da situação ou da oposição. O último ensaio dessa tentativa foi o PT, e deu no que deu: foi esfacelado pelo atual mandatário estadual. Pior, o grau de dependência dos meios de comunicação social em relaç ão ao governador é tão grande, que o exercício público da crítica à administração pelos cidadãos torna-se uma mendicãncia, um favor. É como se fôsse uma dávida. Não sabem os profissionais do meio que a liberdade de opinião não é uma concessão estatal, que tem que ser tratada com muito cuidado, para não desagradar os poderosos do dia.
Deviam estudar mais e entender o que significa "esfera pública democrática", que como disse um estudioso, é a moralidade do regime democrático. Onde os cidadãos livres e iguais não podem se reunir e discutir racionalmente as questões públicas, para produzir consensos ou construir racionalmente a vontade coletiva à base do melhor argumento, não há "esfera pública", há dois partidos: uma da situação e um da oposição. E é a força bruta ou a cooptação que produz "o consenso". Não há idéias, princípios, interesses públicos. Só interesses particulares, ainda que travestidos de públicos.
Do que alguns ainda não se deram conta foi de que amordaçar as vozes que contrariam o governo de turno não se constitui em salvo conduto para que digam o que dizem ou façam o que fazem. Como dizia o poeta alemão, hoje quem é amordaçado sou eu. Mas amanha pode ser você, ele ou todos aqueles que se constituam em empecilho para os fabulosos negócios de quem detém o poder.
Michel Zaidan Filho, sociólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Cúpula petista não gostou da decisão de José Dirceu

O Painel da Folha, no dia de hoje, traz a informação de que não pegou bem entre a cúpula dirigente petista a decisão de José Dirceu no sentido de pedir autorização ao STF para trabalhar como gerente de um hotel em Brasília. Não fosse suficiente o mal-estar interno apenas pela decisão do ex-ministro, o PIG caiu em cima do episódio, investigando todas as relações de Dirceu e do PT com o proprietário do estabelecimento, criando um estardalhaço sem tamanho, numa manobra muito bem urdida, onde praticamente "esqueceram" da cocaína transportada por um helicóptero abastecido com dinheiro público, de propriedade de um conhecido senador de alta plumagem e bico longo. Para complicar mais ainda a situação, colocando mais lenha na fogueira, ontem surgiu a informação de que o proprietário do hotel, na realidade, é um "laranja". Mais uma vez, a julgar pela repercussão do episódio, José Dirceu talvez não tenha sido muito feliz. (Charge do Paixão, Gazeta do Povo)

Tijolaço do Jolugue: Governador motosserra não é um título muito bom para quem deseja ser presidente



Em 2011 falávamos o quanto seria desastroso para um governante deixar o Governo com alguns índices tão negativos, como, por exemplo, tornar-se conhecido como o governador motosserra. Os tempos passaram e criou-se uma Secretaria de Meio-Ambiente, convidando-se para assumi-la um até então crítico ferrenho da política ambiental do Governo Estadual, homem de ligação entre socialistas e marinistas. Pelo andar da carruagem política, parece-nos que pouca coisa mudou desde então. Na semana passada, o Legislativo Estadual teria autorizado o Estado a desmatar mais 25 hectares de mata atlântica às margens do Rio Beberibe, que passa por um processo de dragagem. Seria muito interessante que a Assessoria do Palácio do Campo das Princesas se propusesse a responder os questionamentos da população aqui pelas redes sociais. Ontem fizemos uma pergunta e voltamos a insistir: até que ponto esse desmatamento seria necessário, considerando-se o processo de dragagem com efeito no Rio Beberibe? O projeto de expansão do Porto de SUAPE é algo que compromete sensivelmente os biomas de restingas, mata atlântica e manguezais. Trata-se de um projeto polêmico, onde até os órgãos de fiscalização ambiental do Estado aplicaram multa ao Governo. As entidades ambientais da sociedade civil, então, rejeitam substantivamente o projeto, apontando seus inúmeros equívocos. Hoje circula pelas redes sociais, uma foto, salvo engano produzida por uma equipe do Ministério Público, onde pode-se observar uma ferida aberta no meio da vegetação de mangue. Isso nos fez lembrar de um grande projeto de uma empresa de pescado local, na Mata Norte do Estado, na cidade de Goiana. Foram desmatadas centenas de hectares de vegetação de mangue para a construção de uma fazenda de criação de camarão em cativeiro. Nas imediações do local, existe uma comunidade quilombola que sobrevive, basicamente, da pesca e captura do caranguejo uçá. Pois bem. Hoje eles enfrentam grandes dificuldades de sobrevivência, em função da escassez do crustáceo. Não fosse suficiente o desmatamento, a ração utilizada para alimentar os camarões, diluída nas águas, é extremamente danosa à reprodução dos crustáceos. Há indicadores informando que este Governo é o responsável pelo maior desmatamento de mata atlântica de toda a história de Pernambuco. Um recorde nada interessante, conforme advertíamos alguns anos atrás.

O famoso licor de pitangas de Gilberto Freyre

Gilberto Freyre era um homem de muitas amizades. Costumava recebê-las no Solar de Apipucos e brindá-las com um tradicional licor de pitangas, preparado por ele mesmo, com frutas colhidas no próprio quintal da propriedade. Por ali passaram grandes personalidades do mundo acadêmico e político, que vinham se "consultar" com o autor de Casa Grande & Senzala. Edson Nery da Fonseca, uma espécie de biógrafo oficial do escritor, afirma que para todos os questionamentos, ele sempre apontava sua obra-prima como sendo uma fonte de consulta para as respostas. Seu maior amigo, possivelmente, foi o escrito paraibano, José Lins do Rêgo, com quem deve ter degustado muito licores. O escritor teria levado para o túmulo o segredo do seu licor. Sem nenhuma dúvida, o ex-presidente Jânio Quadros foi o responsável pelos episódios mais engraçados do folclore político brasileiro. De passagem pelo Recife, logo cedinho, resolveu fazer uma visita ao sociólogo Gilberto Freyre, em sua residência do tradicional bairro de Apipucos. Quando aproximou-se do sociólogo, agachou-se, numa atitude de reverência, balbuciando rasgados elogios, o que deixaria o autor de Casa Grande & Senzala desconcertado. Assim que o cerimonial encerrou-se, Gilberto Freyre teria feitos alguns comentários, desaprovando a atitude esquisita de Jânio. Possivelmente, não atreveu-se a oferecer a Jânio o tradicional licor de pitanga que costumava servir a todos os visitantes do Solar de Apipucos. Concluiu que o ex-presidente, apesar do horário, já teria ingerido bebida alcoólica suficiente. O licor de Gilberto, preparado com os frutos das frondosas pitangueiras dos arredores do sítio, ficaria famoso, sempre muito elogiado pelas pessoas que o experimentaram. Depois da morte do sociólogo, que teve sua residência transformada em Casa Museu, a tradição teria sido mantida pela família. Há de se estranhar, portanto, as declarações do jornalista Joel Silveira, num documentário realizado pelo repórter Geneton Moraes Neto, afirmando ser este hábito o mais esquisito já presenciado por ele, além do seu desconhecimento sobre a pitanga, uma fruta saborosíssima, muito utilizada em sucos, sorvetes e licores. Amanhã tem mais historietas sobre Gilberto. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O intimismo à sombra do poder - Michel Zaidan Filho.

  

Essa expressão, cunhada pelo filósofo húngaro Georg Lucaks, foi usada para designar aqueles casos onde os intelectuais se beneficiam profissionalmente de sua proximidade física ou política junto ao Poder. No caso brasileiro, esse fenômeno é mais complicado, porque - além das benesses materiais e culturais - há também o chamado "tráfico de influências", sobretudo quando se é parente em primeiro grau do governante de turno.
Como se não bastasse a imensa pletora de familiares que ocupam cargos na administração estadual (e municipal), temos o agravante daqueles que utilizam vínculos de parentesco para obterem vantagens profissionais. É o caso de um conhecido advogado, dublê de escritor, poeta e promotor cultural, que se vale do parentesco com o mandatario estadual para se apresentar como patrono ou mecenas das letras e das artes em Pernambuco, mobilizando os meios de comunicação de massa, contratando figurinhas carimbadas nos meios literários e editorais oficiais e organizando feiras, tertúlias e convescotes literários.
Se essas atividades fôssem promovidas no âmbito privado, com recursos privados e destinados ao mercado, não haveria nada a comentar sobre o assunto. Intitularia-se "Showbusses", industria cultural, mercado cultural ou coisa do gênero. No entanto, o problema começa com a estreita proximidade desses negócios culturais com o Poder Público e isso numa época em que se fala tanto de "transparência", "acontability", "prestação de contas" da gestão etc. De nada adianta fazer propaganda da gestão, quando esse "intimismo" compromete a essência republicana e democrática da administração. É como se fôsse um cosmético ou uma simples maquiagem, destinada a ocultar os outros negócios e atividades que grassam à sombra do Poder, sem nenhum controle ou fiscalização.
Ninguém, em são consciência pode ser contra o patronato privado de atividades culturais, pagas e destinadas a um público pagante. No entanto, quando este patronato é bafejado pelo influxo da sempre generosa proteção estatal, aí a coisa muda de figura. Esse arranjo é bem conhecido: o estado investe, constrói, gasta recursos públicos, e o particular se beneficia, às vezes cobrando dos usuários e espectadores ingressos ou pedágios exorbitantes.
É preciso submeter esse modelo de financiamento público-privado da cultura, das letras e das artes a uma séria, isenta e equilibrada auditoria pública, para que isto não se configure, mais uma vez, num modo de privatização de lucros e socialização de prejuízos ou na reedição do velho e conhecido patrimonialismo familiar no estado de Pernambuco.
Michel Zaidan Filho, sociólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Tijolaço do Jolugue: As polêmicas posições políticas de Gilberto Freyre


Prometi que durante toda a semana, em comemoração aos 80 anos de Casa Grande & Senzala, faríamos algumas considerações sobre o escritor Gilberto Freyre. Muitos fatos pitorescos sobre o sociólogo são conhecidos, outros nem tanto. No dia de hoje, gostaríamos de comentar sobre as posições políticas de Gilberto Freyre. Em determinado artigo, chegamos a considerar que as posições políticas de Gilberto Freyre constituíam-se numa verdadeira gangorra ideológica, tais as oscilações que sempre a caracterizaram. Depois, reavaliando essa posição, chegamos a fazer uma auto-crítica, considerando que as posições do escritor, de um modo mais constante, seguem uma alinhamento de corte conservador. Filho de pai evangélico, na adolescência, Gilberto costumava frequentar algumas favelas do Recife e realizar as suas pregações. Não se sabe muito bem se o teor dessas pregações ultrapassavam o caráter religioso e enveredava por outras vertentes. Em todo caso, uma conhecida personalidade da esquerda pernambucana - que nos deixou até recentemente - costumava elogiar essa postura, tendo escrito um artigo num jornal local, com o título "Volta ao púpito, pregador". O artigo, como ele nos confidenciou, lhes rendeu algumas dores de cabeça e a perda de uma bolsa de mestrado por sua esposa, mas isso já é uma outra história. Na década de 40, Gilberto compunha o grupo que formava a "Nova Esquerda". Mantinha na Faculdade de Direito do Recife uma espécie de trincheira contra o Estado Novo, representado em Pernambuco por Agamenon Sérgio de Godói Magalhães. Em 47 foi eleito Deputado Constituinte com o apoio maciço dos estudantes daquela faculdade, que organizaram uma passeata do Recife até o Solar de Apipucos em apoio ao seu nome. O Nordeste de Gilberto, como todos sabem, é o Nordeste da cana-de-açúcar. Até em suas representações - caso do Museu do Homem do Nordeste - isso ficou bastante evidente desde a sua primeira exposição permanente, inaugurada em 1979, concebida a quatro mãos, pelo próprio Gilberto e pelo museólogo Aécio de Oliveira. Politicamente, era também com essa aristocracia açucareira que ele mantinha vínculos orgânicos. Foi chefe-de-gabinete de Estácio Coimbra, um representante dessas oligarquias. Reconhecemos o mérito de sua contraposição ao Estado Novo, sobretudo no que concerne à defesa de liberdade religiosa em relação aos cultos de origem afro-brasileiros, violentamente perseguidos no Governo de Agamenon Magalhães. Com o afastamento de Estácio Coimbra, precisou amargar um exílio, foi preso, vítima de atentado. Mas, a rigor, no nosso entendimento, sua indisposição com Agamenon Magalhães não seriam movidas por ideais republicanos, mas, sim, por uma briga de oligarquias.Uma prova insofismável do que estamos falando era boa relação de Gilberto Freyre com Getúlio Vargas. Gilberto frequentava o Catete e Getúlio teria feito gestões para tirá-lo da cadeia. Agamenon era do sertão de Serra Talhada, um ilustre representante das aligarquias pecuaristas e algodoeiras. Pontualmente, divergiam sobre o destino dos mocambos do Recife - que o sociólogo considerava uma experiência de arquitetura interessante - ao passo que o outro preferia adotar uma política higienista, propondo que seus moradores fossem abrigados para lá dos macacos, uma região geográfica próximo à cidade de Camaragibe. Com a valorização do metro quadrado naquela área, em função da Arena da Copa, até que hoje eles estariam muito bem. Bricandeira, gente. Em certa medida, as soluções urbanas que os atuais gestores estão propondo sobre a ocupação dos espaços de favelas do Recife, parecem ter inspiração em Agamenon. . Em 1964, ocorreu o Golpe Militar. Gilberto foi um dos primeiros intelectuais a manifestar apoio ao regime. Salvo algum engano, isso está registrado no documentário de Eduardo Coutinho, Cabra Marcado para Morrer. Existia entre Gilberto e os militares uma relação de muita cumplicidade, inclusive teórica. Gilberto, por encomenda, chegou a escrever uma opúsculo sobre a Reforma Agrária. Certamente, essa foi uma das decisões mais polêmicas do escritor. Além dessas "afinidades" que se revelariam inerentes, até hoje se especula sobre os motivos, digamos assim, pragmáticos dessa decisão. Arrisco um palpite: Gilberto desejava ser indicado como governador de Pernambuco pelos militares. Não conseguiu a indicação. Também não aceitou o convite para o Ministério da Educação. Os militares consideravam o escritor muito vaidoso. Amanhã tem mais.

Tollat qui non noverit, artigo de Michel Zaidan Filho.

   

Essa é uma expressão latina que significa literalmente "quem não te conhece, que te erga", que traduzimos em bom português como "quem não te conhece, que te compre". Esta é a advertência que se deve colar na embalagem da candidatura do atual governador de Pernambuco, filho do escritor Maximiano de Campos e da ministra e deputada Ana Arraes. Muita gente indaga da procedência do governador. outros o acham diferente, por esse ou aquele aspecto Gostaria de fazer essa discussão por outro lado, outro aspecto: o político, o ideológico e o administrativo. Nesse artigo, me interessa sobretudo a metamorfose política do governador. 
Quem escreve essas linhas teve a oportunidade de acompanhar reuniões do PSB, ainda quando o avò era vivo, de participar de debates programáticos do PSB (o da juventude) e de acompanhar de perto a montagem da equipe administrativa do atual mandat� �io, na condição de cientista político, não de filiado ou confrade político. Aliás, frise-se, sempre fui um crítico muito duro dos dois mandatos de Miguel Arraes em Pernambuco. Achei que o neto poderia encarnar um projeto político diferente daquele do ex-governador do estado, hoje seu aliado. Naturalmente, me enganei como vários pernambucanos, pensando que o governandor seria o paladino na luta contra a guerra fiscal, em favor de um novo pacto federativo e a regionalização do Orçamento da União, como forma de combate às desigualdades regionais. Ledo engano. A raposa se travestiu de cordeiro e aprofundou a política criminosa de lesa-federação do seu antecessor. Quem não te conhece, que te compre, como diz a sabedoria popular.
A chamada política de "polos de desenvolvimento" posta em prática pelo atual governador (Arena de Pernambuco, Suape, Polo petroquímico etc.) tem um antecedente em inglês: traduz como "region-state". É uma política de fragmentação geo-economico do território, através da formação de "ninchos de competitividade" (clusters) diretamente associados ao mercado internacional. Essa política de "desenvolvimento" produz verdadeiros enclaves autonomos, com jurisdição própria, nos munícipios onde estão localizados. O entorno ou a periferia desses enclaves não é automaticamente beneficiada pela suposta produção e circulação dessa riqueza, mas recebe todos os malefícios de uma população trabalhadora sanzonal, transplantada sem família, sem lazer, sem assistência médica adequada e, as vezes, sem os devidos direitos trabalhistas.
Seriam, os ninchos, plataforma de lanç amentos ou zonas de processamento, como na China, em Taiwan, na India, no Paquistão ou no resto do Brasil mesmo. No lugar de um projeto nacional de desenvolvimento regional integrado, com recursos do Orçamento da União, o que se tem é a "caixa preta" da renúncia fiscal bilionária e a desregulamentação selavagem do mercado de trabalho e a depredação das zonas de preservação ambiental, entre outros favores governamentais. Findo o empreendimento, auferidas as vantagens, os empregados são entregues a própria sorte e os governos municipais que se danem para administrar as consequências sociais e ambientais, sem terem provado do "bem bom", da riqueza prometida pelos arautos do "hobbesianismo municipal e estadual". Esse é o portfólio desenvolvimentista do atual governador de Pernambuco. Quem não te conhece, que te compre.
Contrasta vivamente com essa generosidade governamental o que vem se fazendo com a oferta e o financiamento dos bens de utilidade pública: saude, educação, cultura, saneamento público etc. Aí, o que deveria ser considerado a produção do "antivalor", como contrapartida da lógica privatista do mercado - focado na obtenção desenfreada do lucro pelas empresas e agentes individuais - o mandatário estadual entregou de "mãos beijadas" a gestão e operação de hospitais, centros, núcleos, escolas a fundações privadas - que cobram por seus serviços - como faz o Imip através da Faculdade Pernambucana de Saude - provocando uma lesgetimação do SUS, que já enfrenta o preconceito e a rejeição da classe média. A educação foi confiada à fundações empresariais "desinteressadas", "Altruisticas", "sem fins lucrativos", é o que dizem. Além da perda da aut onomia científica e pedagógica, a educação é "publicizada", as custos do erário público e contribue para a agregação de valor a marcas como a Fundação Roberto marinho, o Instituto Airton Senna etc., fartamente beneficados com renúncia fiscal.
No quesito fomento à cultura e ao lazer, permanece o tão condenado patronato estatal, com seus artístas e produtores culturais-funcionários do estado, com uma cultura a serviço dos interesses estratégicos (eleitorais) da gestão. Nunca o governante foi tão hostil à liberdade de criação cultural, como o atual governador: ele não proibe nem censura. Ele compra, coopta, alicia os produtores culturais, através de esquemas clientelísticos, familiares, típicos da política do amigo e do inimigo. Se é possível pensar uma forma de colonização perversa pela lógicado estado e do mercado da cultura de Pernambuco, essa é a da atual mandatário estadual. Cultura dos compadres e das comandres, vestindo a camisa da administração pública.
Não podia encerrar essa operação de desmistificação da fraude política sem deixar de mencionar o trabalho do aparelho policial em Pernambuco, chefiado por um membro graduado da Polícia Federal.
Ao invés de oferecer proteção e serviços de utilidade pública à sociedade civil (como aliás foi sugerido ao governador, a propósito da refuncionalização da Polícia Civil) vai assediar cidadaos de bem dentro dos ônibus, com a revista ilegal de bolsas e sacolas e no próprio corpo das pessoas, durante as noites de domingo ou os estudantes e militantes sociais que protestam contra a gestão do governador. Por que não faz isso como os condutores de automóveis de luxo, que andam desbaratadamente por aí? Polícia de classe, preconceituosa e arbitrária. Estado de exceção? Quem não te conhece, que te compre.

Michel Zaidan Filho, sociólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Contra o "escudo popular" dos Governos Petistas, não adianta "berrar".

Na última pesquisa do Datafolha, tanto Marina quanto Eduardo Campos caíram alguns pontinhos, sendo mais evidente a queda de Eduardo Campos, em torno de 04 pontos em relação à ultima pesquisa do Instituto, um índice superior a margem de erro. Aliás, todos caírem, apenas Dilma subiu ( de 42% para 47%). Com o Barbosa na simulação, embora ele possa embaralhar o meio de campo, Dilma venceria de 48% a 15%. Agora vamos ler nas entrelinhas ou nos "ventos" que, segundo Eduardo Campos, indicam que Dilma perderia as eleições. De antemão, gostaria de afirmar que não sou nenhum especialista em pesquisas. Aliás, segundo a imprensa, o Campo das Princesas possui bons especialistas no assunto. Um deles, o mais festejado, registrou o seu Instituto como Campus, dadas as afinidades entre ambos. Imagino que os ventos aos quais o governador se refere talvez seja o percentual de eleitores que desejam mudanças, algo em torno de 2/3 dos entrevistados pelo Instituto. Tenho a ligeira impressão que é nesse vácuo que ele pretende estabelecer suas estratégias. Se aprofundássemos essa questão, possivelmente, apesar das ponderações, o eleitorado creditaria maior possibilidade de que essas mudanças possam ser viabilizadas pela coalizão petista. O PSDB não teria essas credenciais e, muito menos, o governador de Pernambuco, cujo Governo é marcado por profundas contradições, inclusive caracterizado pelo desrespeito ambiental e pouca sensibilidade social. Agora, se os seus marqueteiros expusessem quais são esses "ventos", talvez pudéssemos debater com mais clareza. Apesar dos problemas, a coalizão petista possui um "escudo popular", governador, que garantirá um segundo mandato para Dilma Rousseff. Não adianta "berrar" como sugeriu FHC em artigo recente. Aliás, como bom nordestino, Vossa Excelência deve saber que cabrito bom não berra. 

Tijolaço do Jolugue: 80 anos de Casa Grande & Senzala


Neste final de semana, o jornal Diário de Pernambuco trouxe uma longa matéria sobre os 80 anos do livro Casa Grande & Senzala, escrito em primeiro de dezembro de 1933. Preparem as suas emoções, porque, ao longo da semana publicaremos uma série de historietas envolvendo o livro e seu autor. Gilberto publicou 67 livros, entre os quais Casa Grande & Senzala, o mais festejado deles. O livro, na realidade, é fruto das adversidades enfrentadas pelo sociólogo. Exilado em Portugal e passando por dificuldades econômicas, Gilberto lecionava e escrevia para sobreviver. Casa Grande & Senzala, uma das mais importantes interpretações sociais do país, portanto, é resultado das adversidades do seu autor. O jornal também promete uma série de reportagens sobre o livro, num espaço de tempo que vai deste Domingo até Quinta-Feira. Pela natureza de suas análises e por suas posições políticas, polêmicas sempre existirão sobre o mestre de Apipucos. jornal tomou o cuidado de convidar, até o momento, pessoas que guardam alguma afinidade com as teses defendidas pelo autor, como a escritora Fátima Quintas, que recentemente organizou um livro com as melhores frases de Casa Grande & Senzala. Fátima é o que se poderia chamar de uma "gilbertóloga", um grupo de estudiosos que gravitam em torno das ideias do escritor e sociólogo. O grupo é extenso. Gilberto tinha por hábito orientar seus "pupilos", indicando as linhas de investigações que eles deveriam seguir. Um dos mais conhecidos deles, sem dúvida, foi o escritor paraibano, José Lins do Rego, a quem aconselhou a romancear o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro. Em toda a sua obra, percebe-se a influência de Gilberto Freyre. No livro "Usina", por exemplo, é possível  perceber a afinidades entre ambos, quando Carlinhos, personagem de José Lins, lamenta profundamente que a arquitetura das edificações das usinas estavam afastando o espaço de convivência entre senhores e escravos. Essa convivência harmoniosa, aliás, é uma das grandes polêmicas do livro "Casa Grande & Senzala", ao afirmar indiretamente, que tivemos uma espécie de colonialismo açucarado, diferentemente do que ocorrera com a experiência colonial inglesa, marcada pelo segregacionismo. "A presença da negra no âmbito familiar, como ressalta Fátima Quintas, amenizou as asperezas do dia-a-dia patriarcal da Casa Grande" Será? Em que condições a elite permitiu sua presença nesse recinto, minha estimada senhora?

domingo, 1 de dezembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Dilma venceria no primeiro turno. Que venha Brabosa.

Como informa o jornalista Josias de Souza, do Portal UOL, se as eleições presidenciais fossem hoje, de acordo com Instituto Datafolha, Dilma Rousseff seria reeleita por WO. Antes dele, num artigo seminal, publicado alguns meses atrás, o cientista político Marcos Coimbra, do Vox Populi, também já havia comentado que essas seriam as eleições mais definidas da história recente do país. Tudo leva a crer que iremos nesse diapasão até outubro de 2014, conforme já comentamos. Enquanto Dilma cresce, seus opositores perdem espaço. Aécio Neves continua morgado e insosso. Ao invés de cuidar de sua campanha, esboça um chilique em defesa dos companheiros tucanos envolvidos nas denúncias do propinoduto. Saiu de 21% pela última Datafolha, para 19%, uma oscilação que ainda se enquadra na margem de erro, mas começa a incomodar os tucanos de bico longo. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, perdeu 4 pontos percentuais desde a última pesquisa. Oscilou de 15% para 11%. Esse casamento de jacaré com cobra d'água não vem dando muito certo não. Eles só conseguem consenso entre os banqueiros paulista. A expectativa de que Barbosa poderia entrar na simulação do Datafolha também seria confirmada. Neste cenário, Dilma dá uma lapada de 44% a 15%. Que venha Barbosa. Ele está sendo muito estimulado a entrar no jogo. Diante das circunstâncias, é bem provável que esse "chamamento" continue crescendo, entre os setores conhecidos da sociedade brasileira.