pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 20 de maio de 2014

Dilma Bolada recusa assédio de Aécio Neves.


Um dos principais operadores do candidato Aécio Neves nas redes sociais teria procurado Jeferson Monteiro, criador do "Dilma Bolada" o personagem fictício de maior sucesso nas redes sociais, para fazer uma proposta indecente. Foi convidado a abandonar Dilma e ir trabalhar para o candidato mineiro. O valor da proposta: R$ 500 mil reais. Jeferson Monteiro recusou. Continuará com a sua Dilma Bolada. Há pessoas que não movidas epenas pelas benesses proporcionadas pelo dinheiro. Até recentemente, Lula participou de um grande encontro entre blogueiros e ativistas virtuais. Esses blogueiros são os responsáveis pelos ditos blogs "sujos", segundo dizem, uma expressão cunhada por José Serra nas eleições de 2010. Esses blogs cumprem um papel fundamenta, ou seja, o de trazer ao público uma informação mais livre, isenta, menos susceptível às injunções econômicas e políticas impostas à chamada grande mídia. Pois bem. Salvo algumas exceções, esses blogs sobrevivem com muitas dificuldades. Alguns são mantidos com dinheiro do próprio bolso, outros financiados pelos próprios leitores, caso do Viomundo, do Tijolaço. Tento construir um blog com esse perfil aqui no Estado.

Nota do Editor: A grande mídia, como sempre, inflama o debate sugerindo que o senhor Jeferson Monteiro teria tentado negociar seu passe com o staff de campanha do senador Aécio Neves. Apenas depois que essas supostas negociações vazaram para a imprensa, ele, Jeferson teria denunciado o possível assédio. Ele alega que queria ver apenas até onde ia a cara de pau dos tucanos.

Desempenho em Pernambuco desqualifica candidatura de Eduardo Campos à presidência da República.

 Desempenho em Pernambuco desqualifica candidatura de Eduardo Campos à presidência
Pernambuco piorou sob Eduardo Campos. Não há porque imaginar que faria melhor, governando o Brasil. É sua performance que deve ser avaliada, e não sua juventude ou "novas idéias". Não cabem debates vazios sobre Marina Silva, e sua suposta santidade ou suposto fundamentalismo. Marina pode e deve ser avaliada - inclusive por associar sua força política a um gestor tão medíocre. Mas é o currículo de Campos que precisa ser esquadrinhado agora.
Eduardo tem 48 anos. É formado em economia. Nunca trabalhou na iniciativa privada. Com 21 anos, em 1986, foi ungido chefe de gabinete de seu avô, Miguel Arraes. Em 1990, 25 anos, se elegeu deputado. De lá para cá só fez política. Governa o estado desde 2007. Conquistou o eleitorado como herdeiro político de Arraes, três vezes governador de Pernambuco; Eduardo foi secretário da fazenda, em uma das gestões. Vem sendo apresentado como candidato moderno e independente, próximo de empresários e ambientalistas, de tucanos e petistas. Não quer ser do contra. Diz que é capaz de "fazer melhor".
Se é mesmo, porque não fez em Pernambuco? O discurso de Campos não resiste a uma brisa de realidade. A reportagem de Murilo Camarotto, do Valor, é um tufão. Camarotto fez um levantamento detalhado dos dois últimos censos da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), e cruzou com dados dos ministérios da Saúde e Educação. Ouviu especialistas em Pernambuco. Escreveu uma reportagem de uma página. O texto é de jornal, sóbrio. As conclusões são arrasadoras para a candidatura de Campos.
A maior parte dos indicadores sociais de Pernambuco não subiu na gestão Campos. Diversos caíram. O estado caiu no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ficou estagnado em expectativa de vida. Dos 23 estados brasileiros, Pernambuco está em 17º no Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Subiu somente um degrau desde 2005, um ano antes da eleição de Campos. No ensino médio se manteve em 17º, no período. O estado é o 8º com mais analfabetos. É o 16º em acesso a abastecimento de água, 19º em consultas médicas por habitante, e por aí vai.
A desculpa que é estado nordestino e pobre não justifica. Pernambuco teve performance pior que vários estados nordestinos. E foi dos estados que mais recebeu verba federal - recebeu mais de 2 mil obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.
A reportagem de Camarotto aponta melhora em alguns poucos indicadores. Mas revela um fato surpreendente. Explica porque o PIB pernambucano cresceu tanto (5,1% ao ano entre 2006 e 2012) e sua população continua com uma vida tão difícil. A professora da Universidade Federal de Pernambuco, Tatiane de Menezes, se baseia no chamado Índice Sintético de Pobreza Multidimensional para dar seu veredito sobre o governador. O índice agrega dados de acesso ao conhecimento e ao trabalho, disponibilidade de recrusos, desenvolvimento infantil, vulnerabilidade e condições habitacionais.
No Nordeste, Pernambuco foi o segundo estado que  menos baixou este indicador entre 200 e 2010. Sua posição no ranking da pobreza "multidimensional" inclusive subiu, de oitavo para sexto lugar. Segundo a economista, o crescimento do PIB se deu através de uma industrialização forçada, que atrai fábricas dando muitos benefícios fiscais e recursos do estado. "O PIB fica acima da média nacional", diz Tatiane, "mas vai para poucos empresários." E as melhores vagas, segundo ela, vão para trabalhadores que vêm do Sul e Sudeste. São fatia cada vez maior da população economicamente ativa de Pernambuco. Os pernambucanos não têm qualificação para estas vagas, justamente as melhor remuneradas.
Importante dizer que a violência caiu. Caiu 5,5% ao ano entre 2008 e 2013. Pernambuco foi dos poucos estados que conseguiu reduzir a violência no período. E com isso tudo, ainda é o segundo estado mais violento, com 38 assassinatos para cada cem mil habitantes, ficando apenas atrás de Alagoas.
A performance de Eduardo Campos faz as gestões pedestres de Aécio Neves e Dilma Rousseff parecerem brilhantes. Minas e Brasil avançaram muito mais que Pernambuco. Aliás, a maioria dos vizinhos de Pernambuco no nordeste também avançaram muito mais. Campos conquistou a avaliação de governador mais bem avaliado do Brasil à custa de factóides e relações públicas, que não resistem à análise fria dos dados.
O trabalho de Murilo, correspondente do Valor em Recife, é nova prova de que ainda há espaço - e necessidade - para o bom e velho jornalismo, investigativo e analítico. E demonstra que o Brasil não tem terceira via nas eleições de 2014. Por enquanto.
A íntegra da reportagem está aqui. É necessário se cadastrar. Vale a pena.
André Farastieri, Portal R7


PTB rebate Silene Guedes




Nota de José Humberto Cavalcanti, secretário geral do PTB de Pernambuco, à respeito de declarações de Sileno Guedes:
Sileno tem produzido sempre nano-avaliações sobre o processo político-eleitoral, que são próprias dos chamados tarefeiros de baixa patente.
Essas declarações deselegantes e irritadiças de Sileno traduzem a grande preocupação que existe hoje nas hostes socialistas pelo forte crescimento da candidatura do senador Armando Monteiro, evidenciada em todas as pesquisas e constatada em todas as regiões do Estado.
A trajetória de respeitabilidade, competência e liderança do senador Armando Monteiro é reconhecida em Pernambuco e no Brasil – e também pelo PSB pernambucano até a eleição de 2010.
Sileno vive a dificuldade de conseguir explicar uma fragilidade que o povo de Pernambuco já percebeu. A de tentar impor, junto com o seu grupo, aí, sim, como verdadeiros patrões políticos, um nome sem qualquer representatividade na sociedade, além daquela que deriva das circunstâncias de subordinação e parentesco, como o de Paulo Câmara.
Veja vídeo:

Energia nuclear e os pré-candidatos presidenciais



Heitor Scalambrini Costa
Professor da Universidade Federal de Pernambuco

Ano de eleições presidenciais. Espera-se que os pré-candidatos se posicionem sobre os diferentes temas de interesse da população. E um dos mais importantes temas é sobre a questão energética.

Até o momento, o quadro eleitoral apresenta sete pré-candidaturas. As três dos partidos que terão mais tempo na televisão e quatro dos “pequenos”. Estes em alguns casos fisiológicos, somente lançaram pré-candidaturas para negociar seus tempos de televisão, tendo também aqueles mais ideológicos, com posições bem definidas.

Neste espaço, sucintamente comentarei o que fizeram e o que propõem os pré-candidatos mais expostos na mídia com relação ao tema polêmico: energia nuclear.

O que predomina em comum nas três pré-candidaturas é a visão tradicional de associar desenvolvimento a aumento de consumo, consequentemente à produção sempre crescente, necessitando mais e mais de matéria prima e energia. Portanto, são pré-candidaturas que defendem a construção crescente de usinas de energia, dentre elas as nucleares.

Outro aspecto comum é modelo de gestão publica que adotaram nos cargos executivos que ocuparam, lançando mão de privatizações, concessões, terceirizações e parcerias público-privadas. Esses instrumentos são orientados para viabilizar o maior lucro para as respectivas operadoras, mesmo sacrificando o interesse publico e as necessidades básicas dos cidadãos. Nesse modelo, o Estado é capturado pelos interesses econômicos (privados) e atua em favor deles. O caso da energia é um exemplo claro, evidente.

A prestação dos serviços elétricos, essencial ao bem estar e à soberania do país, tem sofrido nos últimos anos  tropeços causados por políticas publicas contrarias aos anseios da população, que são a segurança energética com tarifas módicas e qualidade no fornecimento.


O ex-ministro de Ciência e Tecnologia, ex-governador de Pernambuco e pré-candidato pelo PSB, teve papel de destaque no renascimento do programa nuclear brasileiro, prevendo no Plano Nacional de Energia 2030 a construção de quatro novas usinas nucleares no país. Quando governador, defendeu a vinda de uma dessas usinas para Pernambuco.

Enquanto governador, priorizou em trazer para Pernambuco termoelétricas movidas a combustíveis altamente poluentes, como o óleo combustível. Foi o pai da absurda proposta de patrocinar a instalação em Pernambuco da “maior termoelétrica do mundo”, com 1.300 MW de potencia instalada, movida a óleo combustível. Projeto que acabou sendo abortado pela pressão popular. O que não foi possível impedir foi à instalação de outra termoelétrica a óleo combustível, esta de 320 MW, em território pernambucano.

O pré-candidato do PSDB, na questão nuclear, não precisa (não falou ainda) dizer muita coisa, pois se conhece a posição desse partido e de seus membros de apoio à instalação de usinas nucleares no país. O mais recente episodio nessa área está sendo protagonizado por um deputado paranaense, que apresentou em 2007 a Proposta de Emenda à Constituição – PEC no 122, que visa modificar os arts. 21 e 177 da Constituição Federal para excluir do monopólio da União a construção e operação de reatores nucleares para fins de geração de energia elétrica. Hoje, só a empresa estatal Eletronuclear constrói e opera no setor. Caso seja aprovada, aquela PEC permitirá a entrada de empresas estrangeiras na geração nucleoelétrica. Esta proposta está preste para ser submetida à votação em plenário.

Quanto à visão estratégica em relação à energia elétrica, não se pode esquecer que, quando estava no poder, o PSDB levou o país ao desabastecimento e racionamento energético em 2000/2001. Não precisa falar muita coisa mais sobre o que nos espera com o retorno desse partido político ao Executivo nacional.

E o PT, esses 12 anos em que esteve no poder, não somente fez renascer o Programa Nuclear Brasileiro, com a construção de Angra III, que estava havia mais de 20 anos parada, como, por meio da aprovação do Plano Nacional de Energia 2030, propôs a instalação de mais quatro novas usinas nucleares no país, sendo duas no Nordeste e duas no Sul/Sudeste. A contradição é evidente, pois vários de seus membros eram totalmente contrários ao uso da fonte nuclear. Mas, ao chegarem no poder, ....

Além, é claro, da “maior especialista em energia”, a ex-Ministra das Minas e Energias e atual Presidente da República, ter desarranjado por completo o sistema elétrico nacional, submetendo os consumidores a tarifas “padrão Fifa”, e trazer de volta o risco do desabastecimento elétrico.

Bem, esta é uma realidade nada alvissareira para quem em 2014 irá votar e escolher o Presidente do país.  Temos também outras pré-candidaturas que merecem atenção sobre esta temática. Duas delas, a do PV e da PSol, posicionam-se contrarias à instalação de usinas nucleares.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Mais uma lavagem de roupas sujas em Paulista


Naquele dia fatídico de 15 de maio último, a cidade de Abreu e Lima amanheceu um pandemônio. O ex-prefeito, Flávio Gadelha, que apoiou o atual prefeito da cidade, pastor Marcos José, foi proibido de entrar na Prefeitura. Estava sacramentado um rompimento político. Não sem acusações graves sobre a gestão do município. Uma verdadeira lavagem de roupa suja em praça pública. No dia de hoje, declarações de um ex-prefeito de Paulista, também suscitaram muitas polêmicas pelas redes sociais. Suas declarações foram fruto de uma entrevista concedida a um famoso radialista. Pela sua fala, ficava claro que um também ex-prefeito do município, havia "quebrado a cidade". Não consigo falar dos políticos de nosso torrão natal, Paulista, sem externar uma profunda indignação. Há ali a ausência de homens públicos sérios, que conduzam os destinos da cidade de maneira republicana, de fato, preocupados com as reais demandas da população. O cidadão que fez essa crítica é oriundo de uma das mais tradicionais oligarquias políticas locais. Patrocinou o gestor mais corrupto que o município já conheceu. Não tem moral, portanto, para fazer esse tipo de declaração. A esculhambação é generalizada. O ex-prefeito que ele critica passou duas gestões e não foi capaz de conceber um projeto estruturador para a educação do município, cujos índices estão caindo pela tabela. Não o defendo. Não poderia fazê-lo. Como prêmio, foi convidado, depois que deixou a prefeitura, para assumir uma assessoria especial. A população parece exaurida desse descaso do poder público. É preciso mudar urgentemente essa agenda.

Pernambuco: O fracasso do Pacto pela Vida

Uma arrojada estratégia de marketing institucional conseguiu "blindar" o Governo de Eduardo Campos. Ao afastar-se do Governo para candidatar-se à Presidência da República - rompendo a blindagem, portanto - as bombas de efeito retardado começaram a explodir, algumas delas no colo do governador atual, João Lyra Neto, como essa recente greve da Polícia Militar. A principal vitrine do seu Governo era o Pacto pela Vida, uma política de segurança pública concebida com o apoio de pesquisadores da UFPE, que o governador comandava pessoalmente. Recentemente uma revista de circulação nacional trouxe uma longa matéria sobre o assunto, apontando o programa como uma "solução" para o problema da criminalidade em Pernambuco. Em meio ao caos da segurança pública em todo o país, de fato, o fato de ter uma política pública para o setor, de fato, era um motivo para comemoração. Especialistas apontam que, sem o planejamento sistemático de ações para o setor, os índices de violência não poderiam diminuir. Ocorre, porém, alguns equívocos graves com esse programa denominado "Pacto pela Vida". Em situações de convulsão social - como ocorreu recentemente com os distúrbios sociais na cidade de Abreu e Lima - é possível enxergar, mais nitidamente, suas limitações. O programa, logo de início, resolveu priorizar as estatística relacionadas à estatísticas sobre os homicídios por causas violentas, praticamente ignorando outros tipos de delito - inclusive latrocínio - que, em alguns casos só tem aumentado nos últimos anos. O mais interessante, entretanto, são as observações do professor da UFPE, Michel Zaidan, em artigo publicado no nosso blog. Além do apelo midiático, fica evidente para o mestre que o Pacto pela Vida foi concebido a partir de alguns vieses perigosos, desconsiderando algumas questões fundamentais, de corte republicano. Em última análise, o conceito de "segurança pública" dos idealizadores do programa parece desconhecer que segurança pública inclui educação, saúde, mobilidade, habitação, lazer, saneamento básico, acessibilidade aos bens de consumo, entre outros itens. Parece-nos, de acordo com o professor, tratar-se de um programa policialesco, voltado para preservar as garantias patrimoniais e jurídicas dos cidadãos consumidores, estes sim detentores do título de cidadania. Os demais são reles vândalos, bandidos e saqueadores. Pau neles, portanto. Confesso que nos surpreendemos com uma observação de uma professora da UFPE tratando o programa como de corte "higienista". Um Estado de Exceção Episódico. As peças vão se juntando. Começa a fazer sentido.

Pelas redes sociais, Serra afirma que não deseja ser vice de Aécio Neves

O José Serra é uma pessoa difícil. Ontem fiquei sabendo que a expressão "blog sujo" é atribuída a ele, durante o calor dos debates daquelas eleições de 2010. Difícil e vingativa. Esperava que o partido fosse solidário com ele, mais uma vez, em torno de sua ideia fixa de tornar-se presidente das República. Afinal, Lula tentou três vezes antes de ser eleito. Não encontrado guarida no ninho tucano, ainda articularia outras alternativas que, depois, também se mostrariam inviáveis. Nunca resignou-se, entretanto. Passou a criar alguns embaraços para a candidatura do rival, senador Aécio Neves. Sabedores das consequências dessas ações, alguns grãos-tucanos sugeriram ao senador Aécio Neves que o convidassem para ser vice na sua chapa. Seria uma maneira de "isolá-lo". A julgar pelos seus pronunciamentos no dia de ontem, pela rede Facebook, ele não topa. Melhor assim, como sugeriu um blogueiro conhecido. A campanha será mais limpa. Diminuem as possibilidades da guerra de dossiês.

PT prepara contra-ofensiva contra a TV Revolta. A guerra está declarada.

O debate no nosso blog sobre a TV Revolta continua quente, mas, por aqui, a TV Revolta parece ter "esfriado" um pouco suas críticas ao PT. Não se enganem, porém. A TV Revolta é uma TV reaça, conservadora, de orientação anti-petista. Ontem, ao abrir a caixa-preta dos seus patrocinadores, fica evidente a tecitura armada entre o capital internacional consorciado com o capital nacional e setores ultra-conservadores. Quem desejar conhecer esses grupos, podem acessar a página da TV Revolta. Eles foram citados no contexto de uma resposta dos seus idealizadores a algumas críticas dirigidas pelos petistas. Como afirmou o diretor do Facebook no Brasil, Leonardo Tristão, essa será as eleições das redes sociais. O PT sempre foi muito competente por aqui. Seu pessoal deve estar afiando as garras para enfrentar as manobras dessa TV Revolta que, como disse um comentarista no blog, parece ter feito um pacto com o diabo para crescer tão assustadoramente. Com o Diabo nós não sabemos. Com a direita, certamente. Sua Fanpage já conta com mais de três milhões de curtidas. Até bem pouco tempo não passava de 200 curtidas. Já fomos informado que a contra-ofensiva já estaria em curso.

domingo, 18 de maio de 2014

O capitalismo não pode gerar liberdade para todos, igualdade nem para poucos e fraternidade de jeito nenhum

Por habanero

José Paulo Netto é um dos maiores intelectuais marxistas do país. Isso, as pessoas minimamente bem informadas sobre este campo, já sabem. Pensador decisivo da formulação teórica no campo do Serviço Social, o alcance de seu trabalho e de sua influência já extrapolou as fronteiras daquela área. Zé Paulo, como gostamos de chamá-lo, tem sido ao longo das últimas décadas um dos pontos de referência da esquerda que quer pensar e tem acolhido com extraordinária generosidade o amplo leque de matizes e subcolorações que ela comporta. Em suas muito concorridas aulas de pós-graduação – trata-se de um professor emérito em franca atividade – encontram-se olhares atentos de bons representantes de uma diversidade de siglas políticas e de movimentos da busca da mudança do mundo. A energia que empresta às suas convicções teóricas, adensada por sua erudição, ganha especial sentido para os que testemunham a humanidade calorosa com que trata os jovens em início de caminhada.
Esta entrevista tem também o sentido de homenagear outro grande mestre, professor, pensador e figura humana marcante para tantas e tantos de nós: o professor Carlos Nelson Coutinho, com quem Zé Paulo conviveu por frutíferas décadas. O entrevistado começou falando do amigo e o citando encerrou. A Carlos Nelson a revista Habanero dedica esta entrevista.
A atualidade do pensamento vinculado à superação do capitalismo, o significado dos processos sociais e políticos atuais, o lugar dos movimentos de “minorias” e do movimento ambientalista e sua relação com a luta de classes, o papel da militância partidária no mundo de hoje e, por todos, a possibilidade de um futuro humano emancipado, são alguns dos temas tratados com extraordinárias lucidez, atualidade e coerência por nosso entrevistado. Seu conhecido rigor teórico, exige advertir que a eventual brevidade com que alguns assuntos são tratados decorre das limitações temporais e técnicas e não do desconhecimento de que são apenas parte do debate. Mas seus entrevistadores – editores desta revista, que contaram com a valiosa colaboração do amigo Victor Neves – se perguntam: quantos poderiam ter dito tanto em tão pouco tempo?
 (Publicado originalmente na Revista Habanero)

Tijolaço: Cantanhede antecipa subida de Dilma nas pesquisas

18 de maio de 2014 | 12:10 Autor: Fernando Brito

dilmacantanhede
“Depois de estancar a queda, pois, Dilma deve voltar a subir. Na marra. Não significa, porém, que a eleição será fácil.”
Perdida, no penúltimo parágrafo do artigo da indefectível Eliane Cantanhêde, esta frase “premonitória” não deve ser desprezada como informação.
Afinal, a “colunista da massa cheirosa” – como dicou conhecida ao definir assim a “massa” de um encontro do PSDB é pessoa que vive próxima aos círculos de poder e, até por razões familiares – do “marquetismo” eleitoral.
O que ela fala traduz, provavelmente, menos uma esperança do lado “dilmista” e mais uma resignação “tucana”.
Claro que Cantanhêde doura esta pílula com afirmações de um inacreditável “beneficiamento” de Dilma na mídia, como se apanhar todo dia hora e minuto fosse positivo para imagem de alguém.
Quando eu passar para o outro lado, vou contar essa ao Brizola, que há de rir muito…
Objetivamente, porém, essa é a lógica – deus me livre de dizer que as pesquisas hão de seguir a lógica – de uma soma de fatores, que , aqui, eu chamei de “Rubicão” a ser atravessado pela Presidenta.
1- O período de aceleração da inflação no início do ano, sobretudo no grupo alimentos, este ano com o auxílio de uma das mais inclementes secas da história recente do Brasil, com o auxílio importante do transporte público, que ficara com reajustes represados desde os protestos de junho de 2013.
2. As pressões do capital internacional, que começou o ano colocando o Brasil na lista dos “Cinco Frágeis”  e exercendo uma forte pressão sobre o câmbio, que chegou a R$ 2,43 por dólar, para chegar, hoje, a uma relativa estabilidade em algo ligeiramente superior a R$ 2,20. Pressão cambial que fazia, também, pressão financeira extremamente alta, ao elevar os juros internos, que passavam a embutir o risco de ter de compensá-la aos “investidores”;
3. O período de pressões e chantagens da base político-parlamentar, que começa a ser reduzir à medida em que os barcos eleitorais estão mais definidos e só têm um mês de águas revoltas, até as convenções partidárias.
4. A campanha midiática, que encontrou a cereja de seu bolo no episódio Petrobras, causando um impacto significativo na imagem de austeridade que Dilma, aliás com toda a razão, construíra.
Este “mix” de problemas, entretanto e tardiamente, teve o condão de despertar o Governo de uma passividade que o matava em silêncio e fazer com que recobrasse o enfrentamento político em dois pontos que lhe são vitais: a característica nacional-popular e a transformação real que desde o segundo mandato de Lula vem se operando nas políticas públicas do neoliberalismo, estagnadoras e/ou recessivas, com os baixos níveis de investimento e uma ascensão social das grandes massas, quando muito, apenas em níveis “vegetativos”.
É, por tudo isso, reconhecer que na frases que reproduzi – e apenas nelas – Cantanhêde tem razão.
Não apenas Dilma deve voltar a subir e só isso abalará o que, desde a última leva de pesquisas, a direita deixou de dar como favas contadas: que a piora dos índices de Dilma fosse, ela própria, um elemento de realimentação de futuras quedas.
Subir – , no patamar em que as pesquisas – apesar de tudo – ainda  a colocam hoje, é uma situação em que só se discute se será o suficiente para liquidar a fatura já no primeiro turno – mas também que a eleição não será fácil.
Nunca foi e, agora, quando as pressões contra a esquerda se tornam maiores em toda a América Latina se tornam maiores, não é que iria ser.
Publicado originalmente no site O Tijolaço, escrito por Fernando Brito

"Ideias de Kollontai reacendem necessidade de uma saída do horror capitalista", diz pesquisadora.

“Ideias de Kollontai reacendem necessidade de uma saída do horror capitalista”, diz pesquisadora

Por Redaçãomaio 13, 2014 13:28
“Ideias de Kollontai reacendem necessidade de uma saída do horror capitalista”, diz pesquisadora

Em entrevista à Fórum, Diana Assunção fala sobre o livro “Mulher, Estado e Revolução”, de Wendy Goldman, que aborda os avanços da luta das mulheres após a revolução de 1917 na Rússia
Por Marcelo Hailer
Diana Assunção, pesquisadora e fundadora do grupo Pão e Rosas da USP (Foto: Arquivo pessoal)
Diana Assunção, pesquisadora e fundadora do grupo Pão e Rosas da USP (Foto: Arquivo pessoal)
Diana Assunção, que assina o prólogo do livro “Mulher, Estado e Revolução”, de Wendy Goldman,que estará no Brasil na próxima semana, recém-lançado pela edições Iskra em parceria com a Boitempo, acredita que a obra dialoga diretamente com o cenário político atual do Brasil. O livro, que recebeu o prêmio Berkshire Conference, examina as mudanças sociais pelas quais passou a sociedade da União Soviética nas duas décadas após a revolução de 1917, com foco nas mulheres.
“Em um momento em que nosso país entrou em consonância com as revoltas internacionais da classe trabalhadora e da juventude, após o que ficou conhecido como ‘jornadas de junho’ e as atuais ondas de greve, como a dos garis do Rio de Janeiro, acredito que trazer o livro ao público brasileiro é um enorme aporte para a luta das mulheres”, avalia Assunção, que é também autora dos livros A precarização tem rosto de mulher, que trata da greve das trabalhadoras terceirizadas da USP, e Lutadoras – Histórias de mulheres que fizeram história.
Assunção conversou com a Revista Fórum sobre a importância da publicação de Goldman no Brasil e o legado das feministas bolcheviques. As propostas de Alexandra Kollontai (foto acima), principal dirigente bolchevique da Revolução Russa, também estão no centro do debate proposto pela obra.
Kollontai defendia a ideia da construção de uma nova mulher, uma nova moral e o “amor-camarada”, que existiria para além das relações matrimoniais. Para Assunção, as ideias da dirigente bolchevique são “uma das tentativas de refletir como deve se dar as relações humanas numa sociedade sem exploradores e explorados”. “Que homens e mulheres possam pensar, por eles próprios, como são as relações afetivas sem o jugo capitalista é o mais avançado que uma sociedade comunista pode oferecer”, afirma a ativista. Confira a entrevista a seguir.
Fórum – Qual a importância da tradução de “Mulher, Estado e Revolução” no Brasil? 
Diana Assunção - Em um momento em que nosso país entrou em consonância com as revoltas internacionais da classe trabalhadora e da juventude, após o que ficou conhecido como “jornadas de junho” e as atuais ondas de greves, como a dos garis do Rio de Janeiro, acredito que trazer  o livro ao público brasileiro é um enorme aporte para a luta das mulheres. Temos visto já há alguns anos uma efervescência nos temas relacionados à luta dos setores oprimidos da sociedade, como as mulheres, e em cada debate podemos ver que existem diferentes estratégias sobre como encarar estas questões. O que a obra traz, de forma inédita e completamente distinta da biografia feminista existente no país até hoje, é uma visão concreta e contundente dos reais avanços que a Revolução Russa de 1917 trouxe no âmbito dos direitos das mulheres. Demonstra, com dados científicos, que estes avanços não estavam descolados de uma luta superior pelo fim da sociedade de exploração na qual vivemos hoje.
O livro permite compreender que foi justamente a classe operária tomando o poder que avançou nos direitos mais elementares das mulheres, legalizando o aborto e o divórcio, acabando com a perseguição a homossexuais e prostitutas, socializando as tarefas domésticas para livrar as mulheres da chamada “dupla jornada” de trabalho.  Colocava que, ainda assim, era preciso conquistar não somente a igualdade perante a lei, mas perante a vida. Este era o pensamento bolchevique. Em meio à guerra civil, os bolcheviques defendendo a manutenção do Estado Operário em transição para lutar pela revolução a nível mundial, estavam também debatendo como a família seria organizada, como as crianças seriam criadas, como as mulheres podem estar nos cargos de poder do Estado Operário avançando contra toda a alienação do trabalho doméstico. Na história da democracia burguesa não nada que tenha avançado tanto nos direitos das mulheres.
Por isso, este é um livro militante, não é um livro para ficar nas bibliotecas, mas um livro para mostrar para a juventude de hoje, às mulheres e às novas gerações da classe trabalhadora, que os operários e operárias russas, que tomaram o céu por assalto, chegaram muito perto de destruir as amarras da opressão e permitir a beleza da vida, sem exploração e violência.
Wendy Goldman vem ao Brasil para uma série de palestras. (Foto: Divulgação).
Wendy Goldman vem ao Brasil para uma série de palestras (Foto: Divulgação).
Fórum – A impressão que temos é que a ideia senso comum em torno da revolução vermelha e da consequente proposta de sociedade comunista se perdeu. Por exemplo, pouco se diz a respeito da proposta de união livre, a construção de uma nova moral, da criação socializada das crianças etc. Em sua opinião, por que tais propostas caíram no esquecimento?
Assunção -
 A década de 1990 foi uma década que podemos chamar de “restauração burguesa”, ou seja, um período de avanço neoliberal contra a classe trabalhadora e todas as suas conquistas, que teve seu correspondente também no campo ideológico. Buscou apagar da memória e da história a ideia de que é possível existir uma revolução operária triunfante, se apoiando no que ficou conhecido como “socialismo real”, tratando dos ex-Estados Operários burocratizados do Leste Europeu e da própria Rússia. A burguesia internacional, com o apoio de muitos intelectuais, inclusive que se diziam de esquerda, disseminaram a ideia de que a classe operária não existia mais, que se tratava do “fim da história”.
Esta operação ideológica e o ataque concreto à classe trabalhadora, que lhe imprimiu uma “derrota moral”, deixando de se ver como classe, são responsáveis também para que se perca o ideal da revolução, ao mesmo tempo que a propaganda stalinista busca colocar um sinal de igual entre o stalinismo e o bolchevismo. O livro de Wendy Goldman é bastante preciso neste sentido e demonstra todo o retrocesso que foi levado adiante a partir da burocratização do estado operário na Rússia com Stalin à frente. No âmbito das questões da mulher, imprimiu um retrocesso, proibindo o aborto e chamando as mulheres a “voltarem pro lar”, reconstituindo um papel de mãe e esposa, que nada tinha a ver com os ideias libertários dos bolcheviques.
Aqui não se tratava de opções táticas, mas de uma diferença estratégica muito profunda entre Stalin e a Oposição de Esquerda de Leon Trotsky, uma vez que o primeiro defendia que a tomada do poder já significava que 90% da revolução estava consumada. Já Trotsky e a Oposição de Esquerda diziam que a tomada do poder era apenas o começo do processo revolucionário. Para Trotsky,  era necessário levar adiante uma “revolução dentro da revolução” para conseguir alcançar uma sociedade verdadeiramente comunista, o que só poderia se dar a nível internacional, por isso uma revolução na Rússia, por mais gloriosa que fosse, tratava-se apenas do começo. Estas ideias são parte da Teoria da Revolução Permanente, que consideramos mais atual do que nunca pra responder a situação de crise capitalista em que vivemos, onde a burguesia demonstra que não pode proporcionar mais do que opressão e miséria para toda a população.
Neste sentido, as propostas mais interessantes que os bolcheviques também trouxeram à tona, como a união livre, a construção de uma nova moral e a socialização das crianças ficaram secundarizadas frente a um debate de estratégias para a revolução proletária – ao mesmo tempo que vale ressaltar que nenhuma obra havia trazido tamanha pesquisa de detalhes sobre os debates em torno destas propostas. Esse é um dos grandes trunfos desta publicação.
Fórum – Os textos de Alexandra Kollontai, principalmente o “Amor-camarada”, propõem, a partir de uma crítica estrutural, um amor que não mais aconteça apenas dentro do casamento, mas sim nas relações sociais e de forma liberta e solidária. A proposta de Kollontai ainda é uma utopia a ser buscada? 
Assunção - A proposta de Alexandra Kollontai é uma das tentativas de refletir como devem se dar as relações humanas, numa sociedade sem exploradores e explorados. Que homens e mulheres possam pensar, por eles próprios, como são as relações afetivas sem o jugo capitalista é o mais avançado que uma sociedade comunista pode oferecer. Isso é impossível no capitalismo, onde todas as relações são atravessadas por dinheiro e posse. Por isso é interessante o pensamento de Kollontai, que foi uma forte organizadora das mulheres trabalhadoras a partir do Partido Bolchevique.
Neste sentido não considero que se trata de uma utopia, mas uma possibilidade concreta da revolução. Ainda assim é preciso destacar que Kollontai teve uma série de posições políticas oscilantes, em especial após se colocar ao lado de Stalin durante o período de burocratização, chegando a dizer que, enquanto todas as conquistas das mulheres retrocediam, ali vivia a “mulher emancipada”.
Mas, independente do posicionamento de Kollontai, as ideias que levou adiante durante os primeiros anos da Revolução Russa somente reacendem, hoje, a necessidade de debater firmemente uma saída para o horror capitalista. Cada vez mais vemos o aumento de assassinatos e estupros de mulheres, inclusive por seus próprios companheiros, num mundo onde o amor tem como objetivo a posse do outro e não o conjunto da comunidade.
Fórum – Podemos dizer que a ascensão de Stalin é a grande responsável pelo enterro da proposta revolucionária de sociedade? 
Assunção - A burocratização era produto das contradições (dificuldades concretas) da revolução internacional e do próprio atraso da Rússia. Era neste cenário que Stalin deu passos contundentes no processo de burocratização do Estado Operário. A Revolução dirigida exemplarmente por Lenin e Trotsky foi uma experiência sem igual na história da humanidade. Mostrou o quanto a classe operária, com sua força, audácia e criatividade, é capaz de construir outra sociedade, se enfrentando com todos os ataques das potências internacionais que estavam em jogo.
Mas principalmente porque Stalin dirigiu uma burocracia, ou seja, uma casta de dirigentes que queriam viver justamente numa sociedade intermediária, que não era nem o capitalismo nem o comunismo, mas um período de transição onde eles poderiam gozar de vários privilégios e parar o processo revolucionário. Por isso defendiam firmemente a “revolução em um só país”, dizendo que tendo feito uma revolução na Rússia, já era suficiente, ou seja, 90% do comunismo estava garantido. Trotsky e toda a Oposição de Esquerda, que foi duramente perseguida e reprimida – inclusive assassinada, como no caso de Trotsky – diziam o contrário, que a Revolução Russa poderia abrir espaço pra revolução internacional inclusive se contribuísse para que países mais avançados conseguissem fazer também sua revolução em perspectiva internacionalista.
Fórum – Qual é o legado das feministas revolucionárias? 
Assunção - As feministas revolucionárias, diferentemente das burguesas e até mesmo das pequeno-burguesas e radicais, têm como legado serem mulheres que romperam com toda a ideologia machista burguesa para lutarem pela emancipação das mulheres e do conjunto da sociedade, ligadas à única classe que pode dar uma resposta estratégica: a classe trabalhadora. Os movimentos feministas dos últimos 40 anos em sua maioria foram cooptados, ou se dignaram a aceitar uma igualdade de direitos por dentro do regime capitalista. Com meia-dúzia de mulheres no poder – como Dilma Rousseff –, alguns direitos e políticas públicas, muitas feministas se dizem satisfeitas, e falam de emancipação por dentro da sociedade capitalista. Outras inclusive se dedicam a debater o machismo dentro da classe operária, dos sindicatos e da esquerda.
O que esquecem – ou querem esquecer – é que, por um lado, para aquelas que se consideram emancipadas no capitalismo, não há igualdade em um mundo baseado na desigualdade, ou seja, na exploração. Por outro lado, para aquelas que se dedicam a combater [o machismo] na classe operária, colocam um sinal de igual entre direita e esquerda, perdendo inclusive os contornos de classe, não levando em consideração justamente que a direita é ideologicamente machista. A esquerda é composta por pessoas que podem ser machistas, uma vez que continuamos vivendo numa sociedade capitalista, mas que se propõem lutar para mudar a sociedade. Neste processo, [essas pessoas de esquerda] enfrentarão as contradições para avançar, afinal, “não é possível se emancipar quem oprime o outro”. Por isso, as feministas revolucionárias que carregam a tradição bolchevique lutam para que a classe operária tome pra si a demanda das mulheres, com todas as contradições que carregam, que nada mais é do que a ideologia burguesa atuando para dividir esta classe, entre homens e mulheres, brancos e negros, homossexuais e heterossexuais.
Mas a estratégia revolucionária coloca para as mulheres a necessidade de escolher uma só classe, que deve ser a classe operária, uma classe que não tem nada a perder e que, como sujeito dirigente da revolução, pode fornecer a milhões de oprimidos de todo o mundo a possibilidade de uma vida sem opressão e exploração.
Fórum – E o que devemos a elas? 
Assunção - Devemos às revolucionárias bolcheviques, que tomaram o céu por assalto, tirar as lições da grandiosa experiência da Revolução Russa e completar sua obra no Brasil e no mundo inteiro!
 (Publicado originalmente na Revista Fórum)