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terça-feira, 4 de abril de 2017

Le Monde: Negros e mídia: invisibilidades


NEGROS E MÍDIA: INVISIBILIDADES

Lançamos nesta edição a série “Racismo na mídia e na esquerda”, cujo objetivo é diagnosticar, problematizar e combater esse tipo de opressão presente nesses setores. Nas próximas edições, traremos contribuições de pesquisadores e ativistas negros sobre o tema. A seguir, confira o artigo da jornalista Ana Claudia Mielke, coordenadora do Intervozes
por: Ana Claudia Mielke
27 de março de 2017
flavia-bomfim-29
Há cerca de um ano a imagem do pequeno Matias Melquíades, fotografado pelos pais feliz da vida ao lado de um boneco do Finn, personagem de Star Wars, ganhava as redes sociais. A foto não apenas viralizou nas redes brasileiras, como chegou a John Boyega, ator norte-americano que interpretou o herói no filme O despertar da Força.
Essa historinha consolida o que os negros já vêm há muito tempo dizendo: representatividade importa, sim! Não apenas na televisão e no cinema, como também na publicidade, na literatura e na própria produção dos brinquedos. Afinal, Matias, de apenas 4 anos, quis comprar o boneco porque “se parecia com ele”.
A questão da representatividade do negro na mídia brasileira é algo que vira e mexe recebe holofotes em pesquisas e debates. Não é para menos, a indústria cultural midiática ainda é pouco permeável à ideia de ter o negro em papel protagonista e segue reproduzindo estereótipos, colocando o negro em papéis que configuram, quase sempre, subalternidade.
Os velhos papéis se repetem. Do lado negativo, o escravo, a “mulata” lasciva, a empregada doméstica, o preto bobo ou ignorante que faz a gente rir e o bandido. Do lado positivo, o jogador de futebol, o sambista ou aquele personagem que interpreta a exceção: o moço de família humilde que lutou muito e “venceu na vida”. Figuras que não são exclusividade dos produtos de ficção, visto que são assim também apresentados em programas de auditório e em quadros do jornalismo.
Até três anos atrás, a TV Globo veiculava nas noites de sábado, em seu programa humorístico Zorra Total, a personagem Adelaide, uma negra, pobre e desdentada, retratada como alguém sem higiene, que dividia a casa com uma ratazana e pedia dinheiro nos vagões do metrô, embora carregasse consigo aparelhos celulares de última geração – uma definição de seu caráter. E por que não mencionar a polêmica charge do Jaguar publicada na edição 111 deste Le Monde Diplomatique Brasil? Polêmica que, aliás, rendeu debates e provocou a produção deste especial sobre negros e mídia, que ocupará as páginas do jornal ao longo de 2017.
A eleição de certos atributos dos negros como metonímia para definir e consolidar determinado olhar negativo sobre a negritude vem sendo há muito tempo uma das mais contundentes estratégias para fixar sentidos e inviabilizar a diferença racial. O  indiano Homi Bhabha (2007) identificou essa estratégia ao estudar o discurso do colonialismo. Segundo ele, a diferença é reconhecida como parte da cultura, mas ao mesmo tempo é repudiada em nome da construção de uma identidade unificadora e idealizada. Dessa forma, mantém-se o controle sobre determinadas raças e culturas por meio do alijamento de suas próprias identidades.
No Brasil, o “espetáculo das raças”1 orientou a construção do mito da democracia racial, que por sua vez elaborou a ideia de miscigenação e convivência racial pacífica para forjar o sujeito social mestiço denominado “brasileiro”. Enquanto isso, violentamente produzia o apagamento sistemático e sistêmico da cultura e identidade negras, o que ocorreu pari passu a uma política de exclusão dos negros (do trabalho e dos centros urbanos) no Brasil pós-abolição.
O problema é que esses apagamentos e exclusões seguiram sendo reproduzidos – antes como política e violência, agora como discurso. E em uma sociedade midiatizada são as mídias de massa as principais responsáveis por isso. É como se algo estivesse sempre no mesmo lugar e, ao mesmo tempo, tivesse de ser exaustivamente repetido em uma relação ambivalente entre manutenção e repetição. E os estereótipos são, segundo Bhabha, exatamente isso, um modo de representação complexo, ambivalente e contraditório.
A característica da ambivalência é que dá ao estereótipo a garantia de “repetibilidade em conjunturas históricas e discursivas mutantes” (Bhabha, 2007, p.106) e faz muitos estereótipos continuarem sendo reproduzidos no cinema e na TV, e que estes sejam, por sua vez, temas provocadores de debates acalorados.
Ao mapear a evolução da presença negra na teledramaturgia e no cinema brasileiros, Joel Zito Araújo (2008) concluiu que a telenovela não dava visibilidade à verdadeira composição racial do país e reproduzia a ideologia da branquitude como padrão ideal de beleza. Segundo ele, compactuando “conservadoramente com o uso da mestiçagem como escudo para evitar o reconhecimento da importância da população negra na história e na vida cultural brasileira” (p.982).
A análise é precisa, basta lembrar que a primeira protagonista negra numa telenovela da TV Globo foi vivida pela atriz Taís Araújo em Da cor do pecado, no recentíssimo ano de 2004 – a mesma atriz havia interpretado Xica da Silva numa novela de época na extinta TV Manchete, nos idos de 1996, e voltou ao protagonismo a representar Helena na novela Viver a vida, em 2009. E a primeira protagonista negra de Malhação é de 2016.
A ausência de negros é, ao lado da reprodução de estereótipos, uma forma também de inviabilizar a diferença, apagá-la. Há o “trabalho do silêncio” (Orlandi, 1997), que se produz pela não presença de negros nas produções audiovisuais. Ausência essa que é, em alguma medida, deliberada, visto que seguimos vivendo no regime da normatividade branca, da branquitude2 como padrão. Então, o negro é ausentado, já que sua cor marca uma presença que produz estranhamentos dentro dessa normatividade branca.
O audiovisual é onde os silenciamentos são mais sentidos, visto que lidam com imagem. Para não ficar apenas nos exemplos das telenovelas, vale jogar luz sobre o que acontece no campo das séries de TV. No Estados Unidos, a presença de sitcons e seriados protagonizados por negros é uma realidade desde os anos 1970.3 No Brasil, por outro lado, as tentativas de produzir séries com protagonistas negros são muito recentes, datam da última década: na TV Globo, Antônia (2006), Suburbia (2012), Sexo e as negas (2014) e Mister Brau (2015).
Os exemplos mostram que existem avanços, impulsionados em sua maioria pelas ações históricas do movimento negro e pelo empoderamento dos jovens negros da periferia nos últimos quinze anos (graças ao hip hop ou a movimentos mais ligados à arte urbana e à estética). A adoção de cotas nas universidades, as organizações de cursinhos populares negros nas periferias e a produção de políticas de inclusão em âmbito federal corroboram neste cenário.
Mas estes avanços ainda são pequenos do ponto de vista da qualidade – é preciso garantir maior representatividade positiva do negro nos meios de comunicação – e também do ponto de vista da quantidade, visto que esta representatividade ainda está bem distante da proporção numérica da presença do negro na sociedade brasileira.
Saindo da esfera da ficção, é possível perceber que os silenciamentos operam também nos produtos jornalísticos. São raros os casos de especialistas negros entrevistados em matérias de economia e política. A lógica dos comentaristas segue sendo a da meritocracia: escreve sobre um tema ou responde sobre determinadas questões apenas aqueles que alçaram um nível de elevada qualidade “técnica” ou “intelectual” – nada mais conveniente para uma sociedade que sempre alijou seus negros do acesso a essa suposta qualificação.
Nas matérias de cotidiano, que pautam família, educação, transporte, saúde, moradia etc., quase nunca os negros são personagens das situações ordinárias. Contraditoriamente, estão sempre estampando os cadernos policiais e as imagens deletérias dos programas policialescos que promovem autoritarismo na TV, associando violência, pobreza e negritude.
Mantém-se, assim, tudo exatamente como está: naquela “repetição demoníaca” dos estereótipos descrita por Bhabha. E assim a repetição do estereótipo vai negando a articulação da ideia de raça como elemento cultural, histórico, identitário, permitindo que esta apareça tão somente em sua fixidez como racismo, conforme destaca o filósofo.
O frisson causado pela presença da jornalista Maria Júlia Coutinho no quadro fixo do Jornal Nacional é um bom exemplo da negação da diferença e da produção do racismo. Parte da sociedade não assume enxergar a diferença dela, a sua negritude. Mas bastou ela ocupar um lugar ao qual não era historicamente “destinada” para enxergarem a sua pretidão.
Na publicidade não é diferente. Conforme pesquisa de Carlos A. M. Martins (2010), em 1995 apenas 7% dos anúncios veiculados tinham a presença de modelos negros, número que subiu para 10% em 2000 e para 13% em 2005. Além disso, embora seja visível o aumento progressivo de negros escritores, ainda há limitações e barreiras inexplicáveis à entrada destes no mercado editorial tradicional ou, como afirmou certa vez Fernanda Felisberto, “a literatura negra é rotulada como fundo de catálogo”.4
Evitar a repetibilidade dos estereótipos e dos apagamentos da diferença produzidos na mídia é algo que requer política pública. Nesse sentido, a regulação dos meios, especialmente das mídias eletrônicas de massa (rádio e TV), que no país são objeto de concessão pública, é essencial para garantir a diversidade racial e a participação efetiva dos negros. Não se trata apenas de um debate sobre o consumo, mas do entendimento de que a não representatividade produz consequências devastadoras para a construção da identidade de um povo.
Na ausência de identificações positivas com negros na TV, nas revistas, nos livros, nos brinquedos, “a criança negra afasta-se de si própria, de sua raça, em sua total identificação com a positividade da brancura que é ao mesmo tempo cor e ausência de cor” (Bhabha, 2007, p.118). E são muitas as gerações que passaram por isso no Brasil (eu mesma tive dificuldade outro dia em me lembrar dos personagens negros que marcaram minha infância e adolescência).
A regulamentação do artigo 221 da Constituição Federal seria um primeiro passo na promoção da diversidade, visto que trata, entre outras coisas, da necessidade de garantir a regionalização da produção. Esta, por sua vez, possibilitaria que identidades e culturas regionais (dentre elas a negra, a quilombola) fossem mais bem representadas. Além disso, parece ser necessário retomar o debate sobre as políticas de ações afirmativas nos meios comerciais de comunicação, como inicialmente se previa com a elaboração do Estatuto da Igualdade Racial (Lei n. 12.288/2010) ou como se pretendia com o PL n. 4.370/1998.5
Por fim, se as mudanças são poucas diante da amplitude do problema, podemos dizer que elas seguem persistentes, à revelia daqueles que não aceitam a diferença e não querem promover a inclusão. Felicidade seria ver, daqui para frente, outras crianças podendo se identificar com personagens negros no cinema e na TV, tal como Matias.


1    Referência ao livro de Lilia Moritz Schwarcz que conta a história de como a  intelectualidade branca brasileira (e estrangeira que vinha para cá) elaborou os processos ideológicos (científicos) de branqueamento da sociedade no início do século XX.
2    A branquitude “é um lugar estrutural de onde o sujeito branco vê aos outros e a si mesmo; uma posição de poder não nomeada, vivenciada em uma geografia social de raça como um lugar confortável e do qual se pode atribuir ao outro aquilo que não se atribui a si mesmo” (Frankenberg, 1995, p.43).
3    Dentre as chamadas black sitcoms nos EUA estão com That’s My Mama, Good Times, Sanford and Son, What’s Happening?, nos anos 70; The Cosby Show, A Different World e Frank’s Place, nos anos 80; The Fresh Prince of Bel-air (Um maluco no pedaço), nos anos 90; e recentemente, Everybody Hates Chris (Todo mundo odeia o Chris).
4    Mais sobre esse assunto pode ser encontrado nas pesquisas de Fernanda Felisberto ou no mapeamento da Fundação Palmares, que resultou na publicação Africanidades e relações raciais: insumos para políticas públicas na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas no Brasil (2014).
5    De autoria de Paulo Paim (PT-RS), o projeto previa o estabelecimento de cotas mínimas de partição de negros, sendo 25% atores e figurantes dos programas de televisão – extensiva aos elencos de peças de teatro – e de 40% nas peças publicitárias apresentadas nas TVs e nos cinemas. O projeto foi arquivado em 2006.
Referências bibliográficas


ARAÚJO, Joel Zito. O negro na dramaturgia, um caso exemplar da decadência do mito da democracia racial brasileira. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v.16, n.3, p. 970-985, set./dez. 2008.
BHABHA, Homi K. A outra questão: o estereótipo, a discriminação e o discurso do colonialismo. In: ______. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.
FRANKENBERG, Ruth. The Social Construction of Whiteness: White Women, Race Matters [A construção social da branquitude: mulheres brancas, raça importa]. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1995.
MARTINS, Carlos A. M. Racismo anunciado: o negro e a publicidade no Brasil, 2010.
ORLANDI, Eni. As formas dos silêncios: no movimento dos sentidos. Campinas: Unicamp, 1997.

(Publicado originalmente no Le Monde Diplmatique Brasil)

Ensaio inéditos de Octávio Paz desdobram ideia de "dialética da solidão"


Ensaios inéditos de Octavio Paz desdobram ideia de ‘dialética da solidão’
O poeta Octavio Paz (Divulgação)

Reunidos no livro A busca do presente e outros ensaios, textos mostram um poeta que sempre refletiu sobre a solidão e os problemas do presente


Dois anos sem novas edições brasileiras, o poeta e ensaísta mexicano Octavio Paz, morto em 1998, tem três ensaios inéditos publicados no Brasil. Poesia de solidão e poesia de comunhão(1943), Estrela de três pontas: o surrealismo (1957) e A busca do presente (1990) foram reunidos no volume A busca do presente e outros ensaios (2017), que inaugura o selo Ensaio Contemporâneo da editora Bazar do Tempo. O lançamento em São Paulo acontece nesta quarta (5), às 19h30, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi.
Para Eduardo Jardim, estudioso de Paz, organizador e tradutor do volume, os três ensaios estão relacionados a algo que o poeta denomina “dialética da solidão”, ou seja, o diálogo que o homem empreende com o mundo para tentar sair de seu isolamento interior.
“Pode-se tomar duas experiências fundamentais para Paz: o amor e a poesia. Quando amamos buscamos nos fundir com a pessoa amada, mas será isso realmente possível? A poesia quer expressar o âmago da realidade. Mas há sempre algo que não pode ser dito. Os três textos do livro tratam dessas tensões e da tentativa nunca completamente sucedida de resolvê-las”, explica Jardim.
O primeiro texto, Poesia de solidão e poesia de comunhão, que Paz escreveu aos 29 anos, é considerado pelo organizador como o ponto de partida de sua obra ensaística. Ao apresentar as obras dos escritores espanhóis Francisco de Quevedo e São João da Cruz, Octavio “observa que o homem é dividido entre duas forças opostas e a vida é, na verdade, uma disputa entre elas”, de acordo com Jardim. “Um jogo que nunca é decidido.”

Octavio Paz recebe o prêmio Nobel de Literatura, em 1990 (Divulgação)

O segundo ensaio, Estrela de três pontas: o surrealismo, é uma apresentação da vanguarda artística feita na Universidade Nacional Autônoma do México em 1957. As três pontas do título são uma referência aos princípios surrealistas: liberdade, poesia e amor. Paz, que foi embaixador em Paris, tornou-se amigo de personalidades do movimento, como André Breton, o que o aproximou das ideias vanguardistas.
O último texto, que revela um homem mais maduro, aos 76 anos, é o discurso de Paz ao receber o Nobel de Literatura, em 1990. Nele, recupera um dos temas marcantes de toda sua obra: as tensões que existem entre o ser humano e o mundo, além de suas formas nunca completamente resolvidas de tentar superá-las. O mergulho no tempo presente, nessa perspectiva, seria uma forma de lidar com o desamparo e a desorientação da solidão humana.
Para Jardim, Octavio Paz percebe o esgotamento do século 20, com o fim da confiança no progresso, na ciência, na técnica, e até no futuro de dois modos distintos. De uma perspectiva negativa, ele teme que o ocaso do futuro traga de volta fundamentalismo e fúrias religiosas. Positivamente, no entanto, percebe uma brecha para intensificar o contato com o presente, sendo a poesia uma das principais maneiras de fazê-lo.
“Em um mundo em que retornam os fundamentalismos, em que muros são construídos entre os países, em que os imigrantes são rechaçados, é urgente sublinhar a importância do autor”, diz Jardim. “Ele quis construir pontes entre as culturas, falou de uma comunidade mundial de homens solitários, foi ao mesmo tempo mexicano e cidadão do mundo. Paz pode ser uma luz que nos oriente nesses tempos sombrios”.

(Publicado originalmente no site da Revista Cult)

Charge!Aroeira

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domingo, 2 de abril de 2017

Hans Staden e a violência endêmica no Rio de Janeiro

Foto: Anistia Internacional
Hans Staden e a violência endêmica no Rio de Janeiro
por Fábio de Oliveira Ribeiro
É impossível entender a realidade brasileira atual sem conhecer o passado colonial. Todavia, não existe apenas uma história (aquela que nos tem sido contada, de que os portugueses representavam a civilização e os índios eram apenas bárbaros). Outras representações históricas podem ser criadas. A pacificação do presente pode ser o resultado da problematização do passado.
Aqui mesmo no GGN tenho procurado encontrar perspectivas diferentes para compreender o passado para explicar o presente http://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/violencia-policial-em-sao-paulo-um-fruto-podre-da-falsificacao-historica
Nos primeiros meses de 2017 a PM do Rio de Janeiro matou 182 pessoas http://esquerdadiario.com.br/PM-do-Rio-mata-182-pessoas-nos-dois-primeiros-meses-de-2017-78-a-mais-que-em-2016, 35 policiais foram mortos http://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2017-03-16/rio-registra-35-pms-mortos-em-2017.html. A tragédia se multiplica quando esquecemos as estatísticas (que comparam dados recentes aos dados passados) e levamos em conta a terrível carga de sofrimento humano que foi despejada nos familiares dos mortos.
Os números se tornam ainda mais significativos se recuarmos mais no tempo. Hans Staden https://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Staden ficou cativo dos índios tupinambás por 9 meses. Ele nos deixou uma detalhada narrativa deste período. A minha edição do livro dele data de 2000 e foi publicada pela Dantes Editora e Livraria Ltda., Rio de Janeiro.
Durante este período ele soube da morte de uma criança no conflito entre tupinambás e tupiniquins, quando a aldeia Mambucaba foi atacada e destruída e presenciou a execução ritual e o consumo de um prisioneiro na aldeia Ticoaripe. Depois ele presenciou a execução e o consumo de um escravo Carijó dos tupinambás.
Quando os portugueses tentam inutilmente trocar Hans Staden por um caixote de mercadorias ele fica sabendo que a aldeia onde ele está cativo será atacada pelos inimigos dos tupinambás (tupiniquins e portugueses). Staden aproveitou a oportunidade para contar aos portugueses que os tupinambás pretendem atacar Bertioga.
Na batalha naval entre tupinambás (38 barcos com 18 homens cada) e tupiniquins, mamelucos e portugueses (5 barcos cheios) que foi  presenciada por Hans Staden, os tupinambás derrotaram e capturaram todos seus inimigos (aproximadamente 90 homens). Os feridos foram imediatamente sacrificados e metidos no moquém. Os demais foram repartidos entre os chefes das malocas tupinambás, cabendo a Cunhambebe, a quem Staden havia sido presenteado por Nhaepepo-oaçu e Alkindar-miri (seus captores originais) um total de 11 prisioneiros: 8 tupiniquins e 3 mamelucos que também seriam sacrificados e moqueados.  
A guerra permanente entre tupinambás e tupiniquins e entre os colonos e mamelucos e tupinambás é o principal fenômeno evidenciado pela narrativa de Staden. Se admitirmos a hipótese de que todos os tupiniquins, mamelucos e portugueses aprisionados na batalha naval narrada por Hans Staden foram executados e devorados pelos tupinambás, aproximadamente 93 pessoas foram mortas durante 9 meses. O conflito permanente noticiado pela imprensa entre PMs e bandidos (superlativo utilizado para designar inocentes, suspeitos e criminosos) resultou em de 217 pessoas mortas em apenas 3 meses.
Em números absolutos, o conflito atual no Rio de Janeiro é assustadoramente mais terrível do que o que existia no princípio da colônia. Isto não se deve apenas às diferenças tecnológicas (os índios usavam arcos e flechas, os colonos usavam arcabuzes, armas de uma eficiencia duvidosa há algumas dezenas de metros;  os PMs e seus adversários usam armas de fogo automáticas e semiautomáticas muito eficientes), mas aos objetivos a serem alcançados.
Tupinambás e tupiniquins não queriam apenas matar seus inimigos (como os PMs e seus contrários), eles queriam devorá-los. Há, obviamente, um limite biológico para a quantidade de carne que pode ser consumida por um homem ou por um punhado de homens em rituais ocasionais realizados para reforçar os elos entre malocas distantes que contavam com algumas centenas de habitantes.  Mas não há um limite definido para a quantidade de pessoas que podem ser mortas a tiros por armas automáticas e semiautomáticas numa cidade que tem aproximadamente 6,4 milhões de habitantes.  
Quem são os verdadeiros bárbaros: eles (os indígenas antropófagos do período colonial) ou nós mesmos? Esta é uma pergunta incômoda que eu tenho tentado responder http://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/cidadaos-bandidos-sintese-da-civilizacao-barbarie-produzida-no-brasil.  Se por um lado a antropofagia causa hoje em dia a mesma repugnância que causava entre os portugueses no século XVI, por outro uma repugnância ainda maior deveria causar a escalada de assassinatos entre pessoas que se dizem adeptas do cristianismo.
Com exceção dos parentes de algumas vítimas, parece que os  cariocas estão se acostumando à letalidade do conflito entre os policiais e seus adversários. Nas redes sociais se multiplicam ao infinito os comentários de apoio aos PMs ou aos adversários deles. Na TV, uma jornalista evangélica clama por mais sangue instigando a população a se vingar dos bandidos. Impossível dizer o que diria Hans Staden visitasse o Rio de Janeiro nos dias de hoje.

Холодная война на блоге. Русские вернулись!

Pela ordem, os nossos maiores leitores são os brasileiros, os americanos, os alemães e os russos. Os leitores brasileiros ainda lideram, mas tudo indica que isso será por pouco tempo, uma vez que os americanos, hoje, são hegemônicos no acesso ao blog. Se nós soubéssemos a chave para atrair os leitores de cada país, tudo seria mais simples. Esta, no entanto, é uma variável que não controlamos. Somos loucos para entrar nos países de língua espanhola e não conseguimos. São raros os leitores dos países que falam este idioma. Nem mesmo algumas publicações em espanhol ajudaram muito. Os leitores russos, que estavam relativamente afastados, estão de volta, disputando espaço com os leitores americanos. Os russos já foram mais fieis, sobretudo naqueles períodos nebulosos que antecederam ao golpe institucional que culminou com o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Um lance curioso nesse retorno dos russos, é que, desta vez, eles não voltaram apenas para o nosso blog de política, mas para um outro blog de pesquisa escolar que mantemos. Curioso isso, não? Sejam sempre bem-vindos. Resultados parciais para o dia de hoje, 02.04.2017.

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Indonésia
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Polônia
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Political Drops for Reflection: The Void of Political Leaders left bay the " Eduardolization of Politics in Pernambuco"


"Yesterday we went back to writing our articles of monitoring of Pernambuco's politics.We started with a survey by the IPMN, which indicates that 74% of the population of Pernambuco disapprove of the Government of the State of São Paulo, which makes it the worst evaluated governor in history. Of the opposition, but some leadership that galvanizes this delicate political moment of the governor, appearing as a great alternative.In fact, the indexes of intentions of possible candidates are still vicious.The conclusion is this: the process of " "It is no exaggeration to say that Paulo Câmara is the reflection of a" political chance "created by Eduardo Campos in the wake of his presidential project, Which shows that the former governor did not trust the political foxes that accompanied him. optical Paulo Câmara could even works. In other circumstances, that's what I said. "

José Luiz Gomes, political scientist, in an editorial published here in the blog

Drops político para reflexão: O vácuo de liderança política deixado pela "eduardolização da política pernambucana"

"Ontem voltamos a escrever nossos artigos de monitoramento da política pernambucana. Começamos por uma pesquisa do IPMN, que aponta que 74% da população pernambucana desaprovam o Governo Paulo Câmara, o que o torna o governador mais mal avaliado da história. Não surge no horizonte da oposição, porém alguma liderança que galvanize este momento político delicado do governador, despontando como uma grande alternativa. Na realidade, os índices de intenções de votos dos possíveis candidatos ainda são pífios. A conclusão é a seguinte: o processo de "eduardolização da política pernambucana" gerou um vácuo de lideranças políticas, um fenômeno sentido nas hostes socialistas e fora delas, na oposição. Não é exagero informar que Paulo Câmara é o reflexo de um "acaso político", criado por Eduardo Campos na esteira do seu projeto presidencial, o que demonstra que o ex-governador não confiava nas raposas políticas que o acompanhavam. Em outras circunstâncias políticas, Paulo Câmara poderia até dá certo. Em outras circunstâncias, foi o que eu disse."

José Luiz Gomes, cientista político, em editorial publicado aqui no blog

Editorial: Lula's contingency plan



As everyone knows, Lula must testify at a hearing convened for the beginning of May, at the 13th Federal Court of Justice, in Curitiba, in the presence of Judge Sérgio Moro, in the course of the investigations of Operation Lava Jato. There is great expectation about what is expected to happen in the capital of Paraná on that day, as supporters of the former president, apparently, do not stand by. These manifestations of solidarity with the former president would be natural, because of the public policies adopted during his administration, of an inclusive nature, strengthening the welfare state, now completely dismantled in only a few recently approved canetadas and laws, such as Outsourcing, which translates as a true dismantling of the CLT, which was the Constitution of the workers. I commented on social networks that the Law of Free Womb - so studied in our childhood - had just been revoked, because outsourcing will drastically precarious labor relations for our future generations.

But now there is something new about this front. A national circulation magazine has in its last edition a kind of contingency plan set up around former President Lula, and it is foreseen the moment of an eventual arrest by the Federal Police, determined by the courts. There is even a name for this plan, Operation Tamoios, which provides for the use of a WhatsApp group, with some numbers of party leadership and social movements, which will trigger the "device" once those facts are confirmed. With the coercive conduct imposed on blogger Guimarães, from the Blog da Cidadania, and the subpoena of Roberto Ponciano, for alleged crime of injury, by making some comments about Operation Lava Jato, we definitely entered a new phase of this operation. It begins to reach actors who are not directly involved in misappropriation or improper processing of public resources. Yesterday, through social networks, the blog editor kept in touch with Ponciano, to better understand what he is being accused of. We already have this material in hand. Soon we will inform our readers.

We will soon lose count of the number of people being sued by the court for an opinion offense, in uncontested proof that we are under a State of Exception. "Democratic normalcy" is nothing more than a play of the scene, much rehearsed by those who do not have the least respect for the rules of a Democratic State of Law. In a country where someone arises to affirm that Brazil owes a great deal to Eduardo Cunha, arrested in Paraná, accused of locupletar of deprived public resources, what would not be possible? We are thinking of dealing with this matter in more depth, building a kind of "Memorial of Arbitrary," dealing with each particular case. This country has a very short memory.

When Lula's coercive conduct was enacted for the first time - as they say to "protect him" - there have been some incidents to date that have not been fully understood. Circulated the information that the intention, in fact, was to lead the former president to be heard in the Federal Court of Paraná, more precisely, in the 13th Rod. In the end, Lula's testimony was given to the PF delegates, right there at the airport, avoiding major consequences. Despite these moments of anesthesia experienced by Brazilians - criticized by Paraguayans when they say that "we are not Brazilians" - I do not doubt that the PT can bring a legion of admirers to our beloved Curitiba on the day of their hearing. Strictly speaking, Lula is not running from anything and has no problem explaining himself. I would not refuse any invitation from justice for this purpose. The big thing is they do not want to just listen to you.

Charge!Aroeira

sábado, 1 de abril de 2017

O xadrez politico da eleição para o Governo do Estado de Pernambuco, em 2018: 74% dos pernambucanos rejeitam Paulo Câmara, de acordo com o IPMN.



Resultado de imagem para paulo câmara triste

José Luiz Gomes 
Cientista Político

Recentemente, foi divulgada nas redes sociais uma suposta reunião entre os socialistas locais, onde todos estavam bastante sorridentes, experimentando uma deliciosa caninha. Nada contra as caninhas, nada contra as festas, nada contra a vida social das pessoas, que são livres para viverem-na assim como o desejarem. Embora não seja um apreciador, a cachaça é uma bebida tipicamente brasileira, nascida nas senzalas, com os negros do eito. Logo se tornaria uma das bebidas mas apreciadas, contribuindo, inclusive, para o prolongamento do comércio de escravos trazidos do continente africano. Eles eram trocados pela bebida. Contraditoriamente, porém, as principais insurreições libertárias do país foram blindadas com a cachaça, como a Inconfidência Mineira e a Revolução Republicana de 1817, que completou 200 anos. Não se sabe muito bem o que comemoravam os socialistas tupiniquins, fazendo-se a ressalva de que na foto aparece alguns nomes conhecidos, mas alguns outros estão ausentes.

Já havia prometido que não abordaria mais esses assuntos por aqui, pela simples razão da ausência, aqui na província, de uma agenda mais consequente de debates. Outro dia, por exemplo, se perdeu um tempo enorme sobre a paternidade do Pacto pela Vida. As observações críticas são encaradas como forma de desancar ou desmerecer o trabalho deste ou daquele agente público, que, por sua vez, se defende atacando seus opositores, numa luta infindável, onde os problemas permanecem. Apesar do freio de arrumação realizado na cúpula de segurança pública do Estado, os altos índices de violência continuam assustando a sociedade pernambucana, num crescente sem paralelo, desde que o PPV foi criado, nos idos de 2007, quando o ex-governador Eduardo Campos iniciou o seu primeiro mandato. O PPV foi um projeto coletivo, do qual o sociólogo José Luiz Ratton foi uma espécie de sistematizador dos inúmeros seminários realizados para a sua materialização. 

Com segurança pública não se brinca. Todos somos vítimas em potencial, embora sempre existam aqueles extratos sociais mais vulneráveis que outros. O que ocorreu com o pedreiro Amarildo, na UPP da Rocinha, dificilmente ocorreria com um cidadão branco, de formação superior, de classe média-alta,bem-empregado, residente num bairro como Boa Viagem, aqui no Recife, por exemplo. Em todo caso, em maior ou menor proporção, todos temos o nosso grau de vulnerabilidade. Como afirmo sempre, nossa torcida aqui é que os entes públicos e privados possam juntos encontrar as saídas mais adequadas para o problema. Outro dia, a prefeita eleita de Caruaru, Raquel Lyra, convidou o chefe da Polícia Civil, delegado Joselito Kherle, para uma conversa em seu gabinete. Caruaru, como se sabe, em pouco tempo, tornou-se uma das cidades mais violentas do Estado, registrando, hoje, uma média de um assassinato por dia. São várias as razões apontadas para esse incremento da violência na capital do agreste, uma delas diz respeito ao tráfico de drogas que traz no seu bojo, como consequência natural, o aumento dos índices de violência. Como uma das maiores cidades do Estado, Caruaru vive o drama de cidades grandes, como rebeliões e mortes em suas unidades prisionais e coisas do gênero. 

Até bem pouco tempo, toda uma família foi dizimada naquela cidade, num crime de latrocínio. O pai, a mãe e uma jovem morreram na hora e um rapaz encontra-se internado num hospital do Recife. A polícia parece ter chegado aos suspeitos de praticarem este crime. Ontem, circulando pelas redes sociais, porém, me deparei com alguns dados preocupantes, como a ocorrência de 67 assassinatos apenas neste último final de semana. Nos 87 dias deste ano, nada menos do que 1.404 pessoas foram vítimas de crimes violentos, os chamados CVLI, o principal indicador de violência aferido pelas estatísticas do PPV. Creio que isso já era previsto, uma vez que os bons resultados no quesito segurança pública não são colhidos do dia para a noite. Devo ter escrito um dos primeiros artigos sobre os primeiros bons resultados no combate à violência, obtidos pelo PPV. O artigo foi publicado no site de uma instituição federal de pesquisa com sede no Estado. Chamava a atenção para os "urubus voando de costas", numa referência àqueles que não acreditavam no êxito daquela política de segurança pública. Portanto, sinto-me à vontade de também criticá-lo.  

É preciso observar, no entanto, qual foi o prazo que o governo se deu para que essa curva ascendente de violência possa apresentar uma redução, independentemente dos fatores estruturais que possam estar contribuindo para elevar esses índices, como essa grave crise recessiva e este momento de instabilidade política que o país atravessa.Pontualmente, há algumas coisas que podem ser feitas para atenuar esse caos em que o Estado de Pernambuco se encontra. O caso de Itambé, governador, é um bom exemplo disso. Havia um protesto legítimo da população contra os altos índices de violência naquela cidade. Num único dia, segundo fui informado, foram registrados 16 assaltos. Na fronteira desses dois Estados, como é do conhecimento de todos, existem grupos estruturados de crimes de extermínio. 

O advogado Luiz Mattos foi assassinado por denunciar os crimes cometidos por esses grupos. À época, uma revista de circulação nacional realizou uma matéria na cidade e descobriu que uma vida podia ser "encomendada" por apenas R$ 50,00. Isso mesmo! cinquenta reais. Um dos jovens que participavam das mobilizações foi atingido por uma bala de borracha e se encontra internado num hospital de Paulista, em estado grave. Por muito pouco não morreu, porque a bala teria atingido a sua veia femural. Seu estado de saúde, que já esteve melhor, voltou a piorar mais recentemente. O que é mais grave é que está sendo denunciado que nem um boletim de ocorrência a família do garoto consegue fazer, numa absoluta prática que beira ao corporativismo policial. Eis aqui um bom exemplo daquilo que "pode ser feito". 

A pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau apontando uma taxa de rejeição de 74% do governador Paulo Câmara(PSB), divulgada no dia de hoje, 01 de abril, por uma blog local, nos permitem várias observações. A primeira delas aponta o governador Paulo Câmara como o governador mais rejeitado de Pernambuco. Paulo Câmara quebrou todos os recordes de rejeição. Segurança pública, como já prevíamos, é um dos seus principais problemas, aliado ao desemprego, variável sobre a qual o seu controle é relativo. Apesar da enorme rejeição do governador, não surge no horizonte oposicionista um ator político que ocupe esse vácuo de liderança, tendo sido observado uma liderança "capenga" entre a oposição, como observou o responsável pela pesquisa. 

Sempre tive muito respeito pelas pesquisas de opinião ou intenções de voto, realizadas consoantes os mais rígidos critérios científicos. Naturalmente que há equívocos, distorções e erros cometidos por esses institutos. Alguns podem ser atribuídos às chamadas margem de erros, previsíveis e, em alguns casos, intenções políticas de favorecer este ou aquele candidato, num claro procedimento que depõe contra esses institutos, mas que todos sabem que podem ocorrer. No entanto, a tentativa da nota do presidente do Partido Socialista Brasileiro, Sileno Guedes, no sentido de "desacreditar" a pesquisa do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, chega a ser estapafúrdia, por entendermos que este instituto não teria o menor interesse de prejudicar o establichment que ora ocupa o poder político no Estado, se é que vocês nos entendem. Por outro lado, como demonstrou o próprio IPMN, não foram poucas as ocasiões em que eles apontaram vitórias dos socialistas aqui na província. 

O governador Paulo Câmara é o resultado de um "acaso político". Ele surgiu na esteira do projeto presidencial do ex-governador Eduardo Campos. Foi o técnico escolhido por Eduardo Campos para cuidar do seu reduto político enquanto ele alçava voo para a capital federal. O ex-governador não confiava nas raposas políticas que o acompanhavam. Às vezes, os acasos políticos podem dar certo. Em outros casos, como neste, não deu. Falta a ele a habilidade política, a capacidade de liderança, a tesão ou empoderamento pelo execício do cargo. Apesar de termos que percorrer um longo percurso até as eleições de Outubro de 2018, vejo que há uma tendência maior de as oposições consolidaram uma liderança competitiva - já que os índices de Armando Monteiro e Mendonça Filho são baixos - do que propriamente o governador Paulo Câmara vir a superar esse quadro, que hoje se apresenta bastante desfavorável. Não apenas pelos dados apresentados pelo Instituto Maurício de Nassau, mas pelo pulso das ruas, que não suporta conviver com episódios como o que ocorreu em Itambé; com a morte de 67 pessoas em um único final de semana; tampouco com o registro de 1404 mortes em apenas 87 dias; altos índices de assaltos a coletivos; obras paralisadas; promessas de campanha não cumpridas; uma legião de servidores insatisfeitos. 

Esses dados podem animar bastante as pretensões de candidaturas na situação e na oposição. É natural que assim o seja, sobretudo se entendermos que nada está assim tão consolidado. Creio que nem mesmo o projeto de reeleição do governador Paulo Câmara. Se, por um lado, Paulo não aparece bem avaliado, por outro lado os nomes que se apresentam na oposição ainda não conseguiram empolgar o eleitorado. Embora ainda esteja muito distante das eleições de 2018, é um fato que os índices oposicionistas ainda são anêmicos. É bom que alguém tenha atiçado o meio de campo politico do Estado. Nós, por exemplo, apenas pretendíamos iniciar esta série de artigos sobre a conjuntura política local apenas em 2018, com o quadro político mais consolidado. 

Inéditos de Dostoiéviski chegam ao país em abril


Inéditos de Dostoiévski chegam ao país em abril
O escritor russo Fiódor Dostoiévski (Foto: Reprodução/Arte Revista CULT)

Entre eles está ‘Domovoi’, conto inacabado jamais publicado no Brasil; escritos foram encontrados em meio aos papéis do autor após a sua morte


Na segunda quinzena de abril, a Editora 34 lança uma reunião de contos de Fiódor Dostoiévski, cinco deles totalmente inéditos no Brasil: Como é perigoso entregar-se a sonhos de vaidade (1846), Pequenos quadros (durante uma viagem) (1874), Plano para uma novela de acusação da vida contemporânea (1877), O tritão (1878) e Domovoi.
São 28 contos escritos entre 1846 a 1880, muitos dos quais serão publicados com tradução direta do russo pela primeira vez no país. Entre eles estão títulos como Romance em nove cartas (1847), Um menino na festa de Natal de Cristo (1876), Dois suicídios (1876) e Uma história da vida infantil (1876).
Entram como “anexo” o inacabado Domovoi, encontrado em meio aos papéis do autor após a sua morte, em 1881, e jamais publicado no Brasil; além de outros três contos inéditos no país enquanto narrativas separadas: A mulher do outro (1848) e O marido ciumento (1848) – originalmente publicados como A mulher do outro e o marido debaixo da cama (1860) –, e Histórias de um homem vivido, que veio a público também em 1848 como um conto em duas partes.
Um dos autores russos mais lidos e estudados no mundo, o autor de Crime e castigo (1866) e Os irmãos Karamazov (1880) iniciou sua carreira literária em meados dos anos 1840 e viveu em uma época de grandes transformações sociais. Teve grande influência no processo de evolução da literatura russa e mundial no século 20.
(Publicado originalmente no site da Revista Cult)

Political Drops for Reflection: The ruin of Government Temer



"The fronts of reluctance to the Temer government can be observed in" strategic "places, that is, in those locus of power that can define their political destiny. I believe that this will not be for long, since their last breath must be given in the arena of fight, in the streets, fighting for their rights.There is no other alternative, and sooner or later the population will be awakened from this lethargy. A very high price for not believing in the possibility of some political backsliding in the country.We are accustomed very poorly to the simulacrum of democracy that we had.As the French sociologist Claude Leffort warned, a democracy that does not expand, tends to die of starvation. , Already asking readers for forgiveness for the digression, what we would like to emphasize is that the Temer Government begins to ruin itself in those sectors that helped it to rise up, so to speak Er. "

(José Luiz Gomes, political scientist, in an editorial published here on the blog)

Charge! Nani