pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 12 de novembro de 2024

Editorial: Vereador que desejava licença de órgão público para se fazer caridade, torra 76 mil em verbas públicas em padaria.


Este país, realmente, não pode ser levado muito a sério. No ano passado repercutiu de forma bastante negativa uma proposta de um vereador que desejava que as entidades ou pessoas que distribuíam quentinhas aos moradores de ruas passassem pelo crivo do poder público, que deveriam emitir uma licença para se fazer tal caridade. Do contrário, essas pessoas ou entidades deveriam ser proibidas. Especulou-se à época que o propósito era o de atingir o programa desenvolvido pelo Padre Júlio Lancellotti, que, ao longo de sua vida, em razão do seu trabalho social, construiu algumas inimizadas com pessoas de perfis conhecidos. 

Ontem, dia 11, esteve ocupando o topo do Trending Topics X, uma matéria com a informação de que o tal vereador teria gasto algo em torno de 76 mil reais em dinheiro, pago pelo erário, numa padaria conhecida. Não raro, surgem notícias assim pelos jornais ou redes sociais, sempre envolvendo homens públicos.  Além dos apreciados pães de queijo mineiro, outro duto de desvios são os combustíveis, sempre realizados em locais e postos específicos, envolvendo tanques cheios para ir daqui à esquina, gasolina que daria para dá a volta ao mundo, numa evidência clara de irregularidades. Num período não muito distante, até o lanche da rapaziada das motociatas eram pagos com cartões corporativos. 

A proposta de licença para se fazer caridade soou tão mal que foi retirada. Pelo perfil de quem torra 76 mil em lanchinhos numa padaria, sugere-se que a proposta indecente tinha como objetivo mesmo atingir o trabalho humanitário realizado pelo sacerdote. Continuamos carecendo de bons exemplos, de homens com espírito público, capazes de separar a verba do erário dos seus proventos.  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Editorial: Lula tenta uma reaproximação com os evangélicos.



Mesmo antes das eleições presidenciais de 2022, o nicho eleitoral dos evangélicos passou a representar uma grande preocupação para o morubixaba petista. Uma das afirmações de Lula é não saber como este divórcio se deu, ao longo dos anos, quando essas relações já teriam sido bem melhores no passado. Essa discussão já foi amplamente debatida por este blog, onde tratamos deste assunto em inúmeras ocasiões. Para não saturar os nossos leitores, vamos aos fatos. Nesta minirreforma ministerial que estaria sendo pensada no Planalto, depois da refrega das últimas eleições municipais, prevê-se o convite a um evangélico, de preferência uma mulher. 

Primeiro que não é com a abertura de espaço na Esplanada dos Ministérios que o problema da relação truncada com os evangélicos será sanada. Longe disso. O problema é bem mais complexo. Mais uma vez, ao sugerir convidar uma mulher, o partido sugere não ter entendido que essa discussão identitária chegou ao limite em amplos segmentos sociais. Uma das razões pelas quais ocorreu o sucesso da candidatura de Donald Trump nos Estados Unidos foi exatamente a insistência de Kamara Harris em insistir nessa pauta de gênero, quando a inflação estava nas alturas, o americano comum endividado e a avaliação de Joe Biden descendo as escadarias. 

A notícia boa é que já existem alguns segmentos dentro do PT manifestando uma preocupação efetiva com este assunto, sugerindo focar no bolso, no emprego, na segurança, nos salários e menos em lacrações. O PT perdeu essa organicidade com os evangélicos depois do processo de oligarquização a que foi submetido, quando se criaram as castas dirigentes, muito mais preocupadas com o processo eleitoral do que com a atenção às suas bases. Houve um tempo em que existiam núcleos evangélicos dentro da legenda, que faziam essas interlocuções. Este é um dos motivos. Existem outros, talvez ainda mais determinantes. 

Editorial: E os cortes, Haddad?


Algo sugere que vamos ter alguns problemas por aqui. Os cortes não deverão sair conforme as expectativas do mercado. O mercado, aliás, passou a ser o grande vilão do Governo Lula3, que passou a identificar nesta entidade um inimigo de suas políticas públicas. Ceder aos seus "caprichos" - que neste caso poderia ser traduzido como por ordem nas contas pública - significa boicotar o próprio governo, praticamente inviabilizando suas pretensões de continuar como inquilino do Palácio do Planalto.  Ninguém consegue convencer o morubixaba petista do contrário, embora uma ala mais consequente considere a possibilidade da adoção dessas medidas como uma credencial positiva junta à população. 

O que ninguém aguenta mesmo é a corrosão do poder de compra dos salários, para satisfazer os desejos incontroláveis do dragão da inflação, que já começa a rondar as gôndolas dos supermercados. Principalmente os estratos mais pobres, com os quais as relações do PT estão truncadas. Os ricos se protegem com os juros da taxa selic nas alturas.  Segundo os economistas, o bicho gosta de boa iluminação, de coxão mole e, para variar, de vitamina de abatate, que chegou a R$ 35,00 reais o quilo num mercadinho aqui próximo. Não se pode negar o bom gosto do bicho. 

Penso que o morubixaba petista tinha bons planos para o pupilo Fernando Haddad. Hoje é visível o seu desgaste no Governo Lula3. Segundo o próprio ministro, não há mais o que conversar. Já ocorreram várias conversas. A chiadeira, no entanto, é generalizada. Vai desde os petistas que se contrapõem às medidas draconianas, aos que temem os cortes em suas respectivas pastas. Alguns até ameaçam com pedido de demissão. Lula deve bater o martelo esta semana. 

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 10 de novembro de 2024

Editorial: "Quem não se comunica, se trumbica, PT"



Esta expressão tornou-se popular através do comunicador pernambucano Abelardo Barbosa, o Chacrinha, que comandou um programa de auditório durante anos, sempre com grande audiência. Hoje, dia 10, tivemos a oportunidade de acompanharmos duas entrevistas concedidas por dois atores políticos relevantes do Partido dos Trabalhadores, o senador pernambucano, Humberto Costa, e o Ministro da Educação, Camilo Santana. Se nos pedissem uma síntese dessas duas entrevistas, diríamos, sem medo de errar, que a ênfase foi dada sobre a necessidade de o PT enfrentar o problema de comunicação. Há um verdadeiro hiato entre o PT e amplos setores da população. 

Há algum tempo o Governo Lula3 almeja fazer mudanças nessa área da comunicação institucional. Verbas estão sendo previstas - possivelmente essas não entrarão na tesoura dos cortes - e existe a possibilidade de mudanças de nomes que hoje comandam esta área nevrálgica. Antes de materializar essas mudanças, o PT precisa, na realidade, debater o que vai propor à população. Há uma narrativa histórica, que acompanha o partido desde a época de 80, que se encontra completamente dissociada da sociedade. Se, por um lado, os princípios devem ser mantidos, por outro lado, aquele conjuntos de medidas com o propósito de superar as desigualdades sociais, atender aos mais necessitados - sempre através dos programas sociais conhecidos - estão completamente superados. 

A pauta de costumes é outro grandiosíssimo problema. A direita ganhou a narrativa neste terreno. Mantidas as condições atuais, como sugere o próprio Humberto Costa, uma derrota de Lula nas eleições presidenciais de 2026 entra na condição de uma possibilidade concreta. O partido precisa ser submetido a uma profunda autocrítica. A periferia pobre de São Paulo votou majoritariamente em Ricardo Nunes. O pessoal da USP ainda votou em Boulos, mas as universidades já esboçam suas insatisfações com o Governo Lula3, sobretudo se considerarmos a última greve dos docentes. Sugere-se que as pessoas estão cansadas dessas "lacrações". 

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 9 de novembro de 2024

Charge! Adão Iturrusgarai

 


Drops Político: Bolsonaro desautoriza movimentações de candidaturas em sua base política.


Embalado pela vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro passou a considerar que todas as amarras que dificultavam sua candidatura presidencial em 2026 foram rompidas. Bolsonaro está em lua de mel, em céu de brigadeiro. Não é bem assim. Alguns observadores até sugerem que os processos que existem contra ele ganhem até alguma celeridade. Mas, não vamos jogar uma ducha de água fria neste momento de tranquilidade do ex-presidente. Assim, ele considera tão certa a sua candidatura em 2026 que já andou até nomeando o ex-presidente Michel Temer para ocupar a vaga de vice numa futura chapa, convite que foi rejeitado. Hoje, dia 09, os jornais preconizam que ele não irá tolerar movimentações para sucedê-lo em sua base política. Só depois de morto. Curioso que Pablo Marçal entabula conversas com o União Brasil.  

Drops Político: As veias abertas do Recife.



Um dos aspectos positivos desta última campanha eleitoral no Recife foi a exposição dos problemas urbanos que ainda permanecem na capital pernambucana, uma das mais desiguais do país. Um em cada quatro moradores vivem em favelas no Recife e Grande Recife. A população deu um crédito de confiança ao prefeito João Campos em razão de suas entregas e compromissos de enfrentar esses problemas. Antenado, ele já deve ter no retrovisor as diretrizes que devem nortear esta segunda gestão. Pessoas consequentes não temem as críticas e autocritica. Aprendem com elas. No Brasil, existem mais de 16,5 milhões de pessoas residindo em favelas. Um percentual expressivo delas no Recife. Pernambuco é o terceiro em número de favelas no país. Em favelas ou vivendo nas ruas, o que é ainda mais grave. 

Drops Político: Raquel nomeia um petista para o ProRural.


A governadora Raquel Lyra nomeou o ex-candidato à Prefeitura de Águas Belas, Maurício de Josué, para a direção do Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural -(ProRural). A partir de então, começaram as especulações em torno do assunto, sugerindo que a governadora estaria dando uma demonstração no sentido de efetivar os laços de amizade com o partido aqui na província, como indicativo de consolidar uma aliança com o Planalto para as eleições de 2026. Alguns membros da legenda, a exemplo do deputado estadual João Campos, sugerem que o raciocínio é este mesmo, enquanto a governadora confirma o namoro. Outros membros, a exemplo de Oscar Barreto, do Diretório Estadual do PT, que ocupa a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, afirma que não há negociação institucional neste sentido. O ex-candidato teria uma relação pessoal com a governadora. Nossa opinião é a de que, a governadora está, sim, estreitando sua relação com o PT. 

Editorial: Salão de beleza no TCU



O Brasil não é um país para amadores, como observam os analistas.  Tampouco pode ser levado muito a sério, concluem outros observadores. A coluna do jornalista Cláudio Humberto noticiou que estava em andamento a instalação de um salão de beleza nas dependências do Tribunal de Contas da União, onde servidores seriam atendidos no horário de expediente, com um mix de serviços que incluíam massagens relaxantes e até depilação do contorno. O processo teria sido revogado pelo presidente do órgão, Bruno Dantas, que afirmou desconhecer, até então, a tramitação da licitação exótica. 

A repercussão da notícia foi sensivelmente negativa, principalmente por se tratar de um órgão de fiscalização e controle das contas públicas, de onde se espera sempre bons exemplos de austeridade. Por outro lado, no Executivo, também há exemplos que se contrapõem aos princípios de racionalidade e austeridade que se impõem à máquina neste momento delicado, onde o propósito, em princípio, seria atingir as meta de controle do déficit público. O governo permanece firme no propósito de renovar a frota de aeronaves oficiais - um estouro de bilhões - algo que o atual gestor só poderia usufruir a partir de 2026, quando já estaria fora do Palácio do Planalto. A não ser que ele deseje continuar no cargo, habilitando-se a mais um mandato, apesar da idade avançada. 

Até lá, o monstro da inflação, que já começa a rondar as gondolas dos supermercados, precisará ser devidamente contido; o déficit público zerado e sua popularidade atinja escores melhores do que o atual. 35% de bom e ótimo não seria suficiente. A economia foi um dos suportes que alicerçaram a volta da extrema direita nos Estados Unidos. São esses deveres de casa que precisam ser feitos. Dizer que vai continuar para impedir a volta do bolsonarismo não será suficiente para se contrapor a essa onda. Se essa retórica não for acompanhada de medidas práticas, teremos problemas. 

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Drops Político: Boulos reunirá esquerda para definir rumos.



Guilherme Boulos reunirá a esquerda para discutir os novos rumos. É difícil fazer algum prognóstico acerca sobre o que deverá sair desse encontro. Para começo de conversa, Boulos andou dando algumas declarações no sentido de que as teses históricas que sempre caracterizam a esquerda não devem mudar, consoante essas ondas neoliberais ou de extrema-direita, que insiste em atirar a esquerda nas cordas do centro político. É como se no ambiente político atual - depois do esgarçamento anticivilizatório como resultado desses tempos bicudos que vem no bojo dessa onda conservadora - não houvesse mais espaço para a esquerda tradicional. Ou vai para o centro, ou perde completamente a interlocução com a população. Não vai de boa vontade, mas está sendo empurrada. Literalmente. A foto acima, escolhida aleatoriamente, é bem emblemática. Mostra uma senhora idosa, possivelmente no Chile ou Argentina, enfrentado policiais jovens e bem armados, com uma pedra na mão. A situação é um pouco esta. Para completar, o aloprado já assegurou que fortalecerá a direita latino-americana. 

Drops Político: Marçal é indiciado pela Polícia Federal.



Depois de ouvido no dia de hoje, 08, acerca da divulgação de laudos falsos sobre o candidato Guilherme Boulos, durante o processo eleitoral em São Paulo, o empresário Pablo Marçal foi indiciado pela Polícia Federal. Este laudo falso representou um verdadeiro tiro no pé do então candidato Pablo Marçal. A campanha em São Paulo desceu ao subsolo, atingindo o limite de tolerância dos eleitores, que resolveram repelir tais práticas nas urnas. Os analistas acreditam que Pablo Marçal perdeu a chance de ir para o segundo turno naquele momento. Continua na ribalta, em conversas com o União Brasil, de olho em 2026. Quem sabe vai à posse de Donald Trump. 

Drops Político: Dragão da inflação mostra as garras em outubro.



O dragão da inflação mostrou as sua garras neste mês de outubro, período em que, ao que se sugere, o Governo Lula3 está realmente empenhado em equilibrar as contas públicas. Mesmo que pairem muitas incertezas sobre onde a tesoura deve atuar, de preferência que não atinge os mais necessitados, aquele contingente dos programas sociais, conforme observou o morubixaba petista. O fato é que o índice de inflação do mês de outubro esteve acima das expectativas do mercado, o que se constitui num sinal de alerta para a volta do dragão, que sai por aí cuspindo fogo e corroendo salários. Fala-se no aumento da tarifa de energia, assim como das carnes, o que teria produzido essa alta. Há sempre um vilão. O abacate, por exemplo, embora não seja aquele alimento de estrita necessidade, apresentou um aumento absurdo. Não conhecemos a realidade de todas as praças do país, mas aqui em Pernambuco ele chegou a R$ 32,00 o quilo num supermercado. 

Drops Político: Guilherme Boulos não assimilou o resultado das eleições paulistas.


É curioso como o deputado Guilherme Boulos sugere-se não ter assimilado, ainda, o resultado das últimas eleições em São Paulo, onde perdeu para Ricardo Nunes. Afirmou recentemente que ficou espantado com a diferença de votos entre ambos. Hoje, 08, em matéria do Jornal do Commércio, ele tece algumas críticas ao prefeito do Recife, João Campos, que teria feito alguns comentários sobre as possíveis causas de sua derrota, durante uma entrevista ao Programa Roda Viva, da TV Cultura. João, supostamente, teria insinuado que a mudança de comportamento durante a campanha o teria prejudicado. Mencionaríamos aqui, por exemplo, a polêmica live com Pablo Marçal, onde formou-se um consenso sobre o equívoco. Dissecar as causas da derrota é uma outra questão. Vamos simplificar: A gestão de Nunes tinha índices de aprovação que o credenciaria a um novo mandato. Soma-se o amplo arco de alianças que ele montou, que ia de comunista arrependidos à extrema-direita. 

Drops Político: Marçal no União Brasil?


Segundo noticia-se no dia de hoje, 08, o empresário Pablo Marçal, que disputou a Prefeitura de São Paulo nas últimas eleições municipais, estaria de malas prontas para ingressar no União Brasil. Ninguém nega os entendimentos, embora o partido, a rigor, estivesse comprometido com o projeto do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que poderá disputar as próximas eleições presidenciais. No próximo ano, o governador já daria início a sua maratona pelo país, com o propósito de credenciar-se junto ao eleitorado. Ancorado nos bons índices de segurança pública obtidos no estado que administra, Caiado espera angariar o apoio do eleitorado ao seu projeto. 

Editorial: Onde o Governo Lula vai cortar?

 



Ainda há muitas controvérsias em torno deste assunto. O que estão se tornando explícitas mesmo são as indisposições entre diversos ministérios e o Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, na realidade, o dono da tesoura. O ministro já manteve diversas conversas com o morubixaba petista e sabe que a construção de consensos, quando se trata de cortar a mesada, embora seja uma medida necessária, provavelmente produzirá algumas insatisfações. Chegaram a sugerir que o governo deveria focar na linha de minimizar eventuais desvios irregulares de recursos públicos, mas, como se sabe, embora a medida seja salutar, não seria suficiente para cobrir os rombos no orçamento. 

Essa história de furar o teto de gastos começou logo no início do governo Lula3 e permanece até este momento. Em entrevista recente Lula advogou a defesa de que esses cortes não atingissem os menos privilegiados da sociedade brasileira. Essa segunda quadra do governo, ou seja, pelos próximos dois anos, é a última chance de o governo colocar as contas públicas em ordem, zerando déficit público. Se a sangria não for estancada, teremos dias difíceis pela frente. É visível o "cansaço" do ministro Fernando Haddad, que sempre defendeu medidas no sentido de zerar o déficit público. Naturalmente um cansaço produzido em razão de manter posições que se contrapõem a setores influentes e significativos do governo Lula.

Compete, neste caso, ao morubixaba petista bater o martelo no tocante a esses cortes. A questão é que Lula também ressente-se em desagradar amplos setores petistas, que veem na medida o comprometimento de algumas políticas públicas que se inserem no escopo dos compromissos históricos da legenda. Um dilema. 

 

Charge! Cláudio Mor via Folha de São Paulo.

 


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Drops Político: Boulos não quer ir para o centro.


Contrariando uma tendência que já se verifica no próprio PT - sugere-se que não há outra saída - o deputado federal Guilherme Boulos considera um equívoco essa corrente que tenta atirar os partidos de esquerda para o centro do espectro político. Essa discussão promete, uma vez que, ao fazer essa transição, muitas pautas historicamente vinculadas à esquerda poderão vir a ser comprometidas, conforme aponta o psolista. Uma das causas apontadas por alguns setores para a sua derrota na disputa pela capital está concentrada, justamente nesta premissa. Ele precisaria compor mais com o centro para equilibrar aquela disputa. Por outro lado, a agenda histórica da esquerda precisa de reavaliada. Não empolga maios os eleitores. A direita ou extrema-direita, por algum motivo, consegue ser mais convincente. Tempos difíceis, meu caro Boulos. 

Drops Político: Entusiasmado com vitória de Trump, Bolsonaro já monta chapa para 2026.


Incontáveis vezes afirmamos por aqui que o ovo da serpente conservadora está sendo chocado em São Paulo. Agindo nos bastidores, Michel Temer foi um dos principais artífices da vitória de Ricardo Nunes nas últimas eleições municipais paulista. A vitória de Nunes é um pouco do avant premiere do que deve ocorrer em 2026. Com um feeling político bastante apurado, o morubixaba petista sabia disso. Não deu para o Planalto. Boulos continua invocado com a diferente de votos entre ele e Ricardo Nunes. Admitia que poderia perder, mas nunca com uma diferença de votos tão expressiva. Pois bem. Entusiasmado com a vitória do republicano Trump nos Estados Unidos, Bolsonaro já apresenta sua chapa para 2026, tendo o ex-presidente Michel Temer como vice. Temer já afirmou que já encerrou sua vida pública. Será? 

Drops Político: Para Lavareda, economia e rejeição de Biden foram decisivas para a vitória de Trump.


No Programa Passando a Limpo, do grupo Jornal do Commércio, transmitido no dia de ontem,06, o cientista político pernambucano, Antônio Lavareda, aponta que a rejeição de Joe Biden, além dos tropeços na condução da economia, foram determinantes para a derrota da democrata Kamala Harris. Lavareda, em meio à turbulência dessas ondas de extrema direita, vai direto ao ponto: São duas variáveis que interditam uma reeleição ou o favorecimento de um apadrinhado, no caso apadrinhada, como Kamala Harris. Lula deve ir colocando suas barbas de molho. Com aprovação de apenas 35% ele não se reelege. O escore é a partir de 40%. Com abacate custando R$ 35,00 o quilo, também não. 

Editorial: O que fazer depois da vitória de Donald Trump.



A vitória do republicano Donald Trump nas eleições americanos produziu um verdadeiro frisson nas forças do campo progressista no país. Arrisco-me a dizer que nem a tesoura dos cortes que ronda a Esplanada dos Ministérios conseguiu ser mais comentada nos burburinhos entre os integrantes do Governo Lula. O próprio Lula, por dever de ofício, reconheceu a vitória do republicano de forma bastante burocrática, sem qualquer entusiasmo. A grande questão que se impõe é o que esperar, em termos de desdobramentos geopolíticos e econômicos, da presença de Trump na Casa Branca. 

Se a esquerda anda esmorecida, a direita está em festa. Jair Bolsonaro comemorou efusivamente a vitória de Trump, deixando antever, em sua fala, a necessidade de que a sua inelegibilidade seja reavaliada, quem sabe até com uma forcinha do americano. Ele não vê motivo algum para continuar inelegível.  Bolsonaro aguarda a liberação do seu passaporte pelo STF para comparecer à posse do compatriota. Numa charge publicada no dia de hoje, 07, pelo jornal Folha de São Paulo, o talentoso artista Laerte Coutinho produziu uma arte onde observa, através dos traços, que essa discussão entre extrema direita e as forças do campo progressista em torno da pauta identitária pode ter sido decisiva para a vitória de Trump sobre Kamala Harris. 

Essa questão tem sido observada por outros analistas políticos, enfatizando sempre como a direita jogou  esta isca para a esquerda e conseguiu ganhar a batalha das narrativas. Como Laerte é genial, talvez ele queira dizer outra coisa e nós não acompanhamos o raciocínio. A charge está publicada aqui no blog. O grande mal que está em curso é este retrocesso civilizatório que vem na esteira da ascensão desses grupos de ultra-direita. Estávamos recentemente acompanhando uma discussão na Câmara dos Deputados entre integrantes da Bancada da Bala e a deputada federal mineira Duda Salabert, onde ela demonstrava a sua indignação de ver proibido a entrada de papel higiênico nos presídios femininos. É a este nível que chegamos, daí se entender que, dificilmente, o Governo Lula3 construirá algum consenso com esse pessoal. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo.

 


quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Editorial: Onde o governo deve passar a tesoura?

Crédito da Foto: Fábio Rodrigues. 


Economistas liberais costumam afirmar que o PT se divide entre aqueles que gastam e os que gostariam de gastar mais. O próprio Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, que conhece as consequências de se gastar mais do que se arrecada, já teria sido desautorizado em suas metas de zerar o déficit público. Sugere-se que o Governo Lula3 está se endividando para honrar seus compromissos com políticas públicas. Na realidade, não há lastro para gastar. Finalmente, depois de muita peleja, parece que as autoridades financeiras convenceram o morubixaba petista de que já passa da hora de controlar a gastança. 

Uma das áreas de maior atrito do Governo Lula3 é justamente com o mercado, com quem vive às turras. Fernando Haddad enfrenta um fogo cruzado no governo com a sua linha de medidas com o objetivo de sanear as despesas, algo que pode comprometer algumas metas políticas importantes para o governo. Metas ou políticas sociais sem lastro econômico, registre-se. Agora chegou a hora de passar a tesoura e todo mundo na Esplanada dos Ministérios está apreensivo sobre aonde incidirão esses cortes de gastos. Saúde, Educação, Previdência, Gestão, todos estão preocupados. Andei observando as colunas de políticas no dia de hoje, 06, à procura de informações sobre o assunto. Nenhuma informação mais precisa. 

Entre as muitas reflexões que o PT precisa fazer para começar bem o ano de 2025 diz respeito à linha econômica que rege o partido, caracterizado pelo desastre que foi o Governo Dilma Rousseff neste aspecto. Sugere-se que não aprenderam nada desde então. Corremos um sério risco de entrarmos numa espiral preocupante. O abacate, aquela frutinha que se tornou um queridinho por se tratar de um superalimento, já está sendo vendido a R$ 32,00 o quilo em alguns supermercado. 

A ressaca!

 


Editorial: Será que a esquerda aguenta o Trump?



Nas primeiras horas do dia hoje, ainda acompanhávamos a votação nos Estados Unidos, quando o mapa do país passou a ficar perigosamente vermelho, indicando a supremacia(Ops!) da candidatura republicana de Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris. Donald Trump foi reeleito na esteira dessa onda de ultradireita que varre mundo, nos cinco continentes. Um pouco antes das eleições americanas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua preocupação sobre a eventualidade de uma vitória do republicano, principalmente sobre seus reflexos para o mundo e para o Brasil em particular. 

Enquanto as forças do campo progressistas estão hoje preocupadas com os rumos da geopolítica internacional com um homem com a personalidade de Donald Trump assumir o comando do país mais poderoso do mundo, assessorado por gurus da extrema-direita como Steve Bannon e com o apoio de rede social conhecida, a direita comemora o feito, sabendo que pode surfar nesta onda. Aqui no Brasil, o ex-presidente Bolsonaro já havia manifestado congratulações ao americano, afirmando que está inelegível sem motivo algum. Lula com o peso da idade, sem lideranças que possam substituí-lo, a esquerda amargando sucessivas derrotas eleitorais. Tempos difíceis. 

O Governo Lula3 prepara um pacote de metidas para enfrentar o tranco. Prevê-se uma boa lavagem de roupa suja no encontro do PT, que deve ocorrer no próximo ano; uma minirreforma ministerial com o objetivo da "acomodar" novas forças políticas do centro, como resultado das últimas eleições municipais; ajuste fiscal para atender às demandas do mercado, entre outras. Na década de 80, quando o partido foi fundado, aqui em Pernambuco, mais precisamente na cidade de Petrolina, ocorreu um fato curioso. O hoje senador Humberto Costa, homem da estrita confiança do morubixaba petista aqui na província, fazia um longo discurso abordando à época a crucial questão das comissões e filiações, fundamental para o partido ser criado no estado. Uma senhora o ouvia atentamente. Ao final do discurso, apresentou-se ao então militante informando-o: Essa tal de filiação não precisa porque filho aqui já tem demais, mas essa tal de comissão se vier é bom porque a fome aqui é grande.  

O tempo passou, a época é outra, mudaram as demandas, mas o PT tem um sério problema sobre o que comunicar aos eleitores. Quando chegou ao poder, vieram os programas assistencialistas, políticas sociais inclusivas e redistributivas de renda, reconhecimento e atendimento das demandas de minorias. Hoje, aquela senhora da década de 80 é evangélica, mora na periferia, vota na direita, abomina o PT pela pauta de gênero e incorporou a pregação da prosperidade. Milícias e crime organizado, até mesmo pela proximidade geográfica, conseguem um diálogo melhor com ela, como já se tem observado. 

Editorial: Onde cortar na administração pública?




Atribui-se ao antropólogo pernambucano Gilberto Freyre a criação do termo "urbanismo", durante uma série de conferências realizadas em São Paulo. De volta à província pernambucana, o mestre de Apipucos cunhou a expressão "inchaço" para se referir à ocupação do espaço urbano do Recife. Pelos idos da década de 20 do século passado, quando retornou de uma temporada de estudos nos Estados Unidos e Europa,  já naquela época, Gilberto se queixava das intervenções urbanas na cidade. Apontava que até mesmo as árvores utilizadas para enfeitarem as ruas vinham de outros países, quando tínhamos soluções muito melhores por aqui. Já imaginaram o Recife repleto de árvores frutíferas da Mata Atlântica? 

O Brasil tem um quadro de servidores públicos dos mais qualificados no mundo. Constitui-se numa falácia a afirmação de que a nossa máquina pública esteja inchada. Ao contrário, convivemos com uma grande carência de pessoal, inclusive em setores estratégicos, que desenvolvem políticas públicas fundamentais, como é o caso do IBAMA, do ICMBio, FUNAI, entre outros. Podem ter certeza de que o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos conta com demandas enormes de reposição dos quadro de pessoal de diversas instituições públicas. O problema é que há alguns contingenciamentos. Há distorções em termos de salários e benefícios que, na medida do possível, com o empenho pessoal da ministra Esther Dweck, estão sendo corrigidos. 

Por outro lado, o termo "inchaço" se aplica à máquina pública brasileira, principalmente quando nos referimos aos cargos de confiança, os chamados DAS's, que sempre foram muito questionados, sobretudo em relação ao seu montante. Pelos últimos cálculos, este número atinge o índice de 22 mil cargos, distribuídos pelos Três Poderes. Com a "militarização" da máquina ocorrida durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, muitas dessas funções foram delegadas aos militares, o que ampliou sensivelmente as críticas, estabelecendo-se a necessidade de enfrentamento do problema. É bem possível que a presença de militares nesses cargos tenham sido reduzidas, mas se esperara um pouco mais de um governo com o perfil da coalizão petista. Há controvérsias sobre o assunto, mas estima que entre 8 a 10 mil militares estavam ocupando cargos na máquina antes da chegada de Lula ao Planalto.  

Matéria recente, depois de um levantamento realizado pelo Jornal O Globo - que cruzou dados de filiação partidária entre os ocupantes desses cargos - verificou-se que a ocupação dos postos passou a ter a primazia de membros filiados ao PT. Até aqui as coisas parecem óbvias, mas é preciso enfatizar que sempre se propôs a redução do número desses cargos como uma forma de enxugar as despesas. Pesquisa é uma coisa complicada. Afirmar que o PT, por exemplo, é campeão dessas nomeações por vinculação partidária talvez seja um equívoco se raciocinarmos, por exemplo, que os militares que incharam a máquina na gestão de Bolsonaro não eram filiados ao PL, mas mantinham vínculos orgânicos com o projeto que estava em curso. Simples assim. 

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Drops Político: Em meio às especulações, Raquel afirma que, por enquanto, permanece no ninho tucano.



Não deixa de ser curiosa essa análise de discurso. Depois de uma nota que saiu na coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, dando conta de que a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, estava de malas prontas para deixar o ninho tucano e ingressar no PSD, comandado nacionalmente por Gilberto Kassab, de lado a lado ocorreram inúmeras manifestações em torno do assunto. Hoje, numa conversa com a imprensa, a governadora Raquel Lyra afirmou que daria publicidade quando houvesse uma mudança de partido. Observem que ela não disse que fica. Caso se materialize sua saída, o lance já faz parte das tessituras do Planalto para 2026, diante da refrega das últimas eleições municipais. Com Lula ou sem Lula.