pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: O julgamento de Manuel Mattos.


O nosso blog está acompanhado o julgamento dos assassinos do advogado Manuel Mattos, que ocorre na Justiça Federal da Paraíba. Para quem não está inteirado sobre o caso, Manuel Mattos, então assessor do deputado federal Fernando Ferro, denunciava os grupos de extermínio com atuação na divisa dos Estados da Paraíba e Pernambuco, mais precisamente nas cidades de Itambé e Alhandra. Num dia, enquanto descansava com a família numa praia de Pitimbu, foi arrastado e morto covardemente. As investigações sobre os mandantes e executores se arrastavam, até que o crime, finalmente, foi federalizado e se chegou aos culpados, que hoje estarão sendo julgados. Recebemos a informação de que a Justiça Federal da Paraíba não está sendo muito hospitaleira com as pessoas que pretendem acompanhar o julgamento.

domingo, 17 de novembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Amanhã, o clima esquenta de vez no STF

A sessão da segunda-feira promete no STF. Depois de manobras, arbítrios e caprichos de um certo cidadão, é chegada a hora dos juízes daquela Corte restabelecerem o equilíbrio necessário tanto no que concerne às determinação das penas, quanto ao regime de sua aplicação. Os petistas foram condenados para cumprirem suas penas em regime semiaberto e estão encarcerados em regime fechado, em Brasília, no presídio da Papuda. Um deles, inclusive, doente. A relação de JB com os seus pares, que já não é das melhores, e tende a agravar-se.

Tijolaço do Jolugue: Engenho Corredor. Vale a pena conhecer.

Na semana passada, a convite da Prefeitura de Pilar, PB, tive a oportunidade de conhecer o Engenho Corredor, onde o escritor José Lins do Rego viveu a sua infância. Para mim, um momento único. O Engenho foi recentemente requalificado, depois de uma pendenga judicial que se arrastava há anos, comprometendo a preservação do conjunto arquitetônico que inspirou os melhores romances do ciclo da cana-de-açúcar na região. A vegetação dos arredores do Engenho ainda foram preservadas e ainda deu para sentir o cheiro das cajaranas em flor, como ele relata no seu "Menino de Engenho". Pelas vizinhanças, o Rio Paraíba, as crianças dando banho nos cavalos, outros "dando uma de jia", as mulheres lavando roupas naquele bailado gostoso relatados por Gilberto Freyre, um amigo e espécie de tutor intelectual do escritor. Homem de raízes, essa excursões pelo interior, um prato de fava, um pedaço de chã de bode acompanhada de uma suco de umbu, não tem preço.

Tijolaço do Jolugue: Julgamento dos assassinos de Manuel Bezerra Matos será na segunda-feira.

Na segunda-feira, acompanhado por entidades de direitos humanos internacionais, ocorrerá, no Estado da Paraíba, o julgamento dos acusados da morte do advogado Manuel Bezerra de Matos, assassinado no município de Pitimbu, onde se encontrava com a família. Um crime hediondo, motivado por suas denúncias contra os grupos de extermínio que atua(vam) na divisa dos Estados de Pernambuco e Paraíba. O jogo é pesado e várias pessoas que se colocaram sobre o assunto foram assassinadas. Matos era assessor do Deputado Federal do PT pernambucano, Fernando Ferro. Um outro Deputado do PT da Paraíba, Luiz Couto, que também denuncia os crimes cometidos por esses grupos de extermínio, já sofreu inúmeras ameaças de morte. Por ocasião de morte de Matos, uma revista de circulação nacional realizou uma grande reportagem sobre a ação desses grupos na cidade de Itambé, onde ficou registrado o valor pago para tirar a vida de alguém: R$ 50,00 (cinquenta reais). Mandantes e executores do crime foram identificados. Esperamos justiça.

Tijolaço do Jolugue: Atanção, João, o que fazer em 2014?

Atenção, João Santana. O que fazer em 2014. Essa tem sido a pergunta dirigida ao marqueteiro do Planalto sobre a melhor estratégia a ser adotada na campanha de 2014. Uma das possibilidades seria centrar esforços no debate sobre o mensalão tucano e dos demos, o que foi tido como um equívoco, posto que manteria a população antenada com a prisão dos petistas. Talvez a melhor estratégia a ser adotada para que as prisões não venham se refletir nas eleições de 2014 seja mesmo o esquecimento, embora seja quase certo que os fatos serão explorados pelos adversários. Sinceramente, não acredito que a prisão dos petistas irão se refletir nos bons índices obtidos por Dilma Rousseff até o momento. Até abril vamos ver se teremos alguma novidade.

Tijolaço do Jolugue: Os encontros de Eduardo com o "capital"

O painel da Folha de São Paulo informa a agenda do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ele teria encontro com várias entidades representativas do capital. Na agenda, nenhum encontro com os movimentos sociais. Outro dia, um jornal insuspeito, vinculado ao PIG, através de dados insofismável, evidenciou que o modelo de crescimento adotado no Estado não melhorou as condições sociais da população. Houve queda no IDH. Talvez seja por isso que o governador apenas tem agendado encontros com os representantes do capital. Quando era governador, Dr. Miguel Arraes foi taxado de retrógrado e atrasado exatamente em função de suas obras pontuais voltadas para a população mais humilde. Quando questionado por não ser "moderno", afirmava que modernidade para o nordestino era um bico de luz e eletricidade para fazer uma vitamina. O neto pensa diferente.

Tijolaço do Jolugue: O combate à corrupção no país é mais embaixo. (ou em cima?)

Observo pelas redes sociais uma espécie de regozijo e "alma lavada" de alguns brasileiros em função da prisão dos mensaleiros do Partido dos Trabalhadores. Alguns, equivocadamente, estão tratando o caso como um "divisor de águas' na histórica impunidade contra a corrupção no país. Um equívoco crasso. Nós poderíamos ocupar todo o espaço desse post informando os autores que trataram do assunto, observando que, em certa medida, temos uma república de corruptos. Melhor dizendo, um país de corruptos, posto que não se trata de um privilégio de nossa república, mas um estigma que nos acompanha desde a Colônia. A corrupção é uma prática entranhada em nossas instituições, que desenvolveram engenharias complexas de desvio de recursos públicos. A cada dia se descobre novos "jeitinhos" de desvios de recursos ou mecanismos de burlar licitações. Uma prática que deve ser sistematicamente combatida, mas que não se equacionará apenas com bravatas episódicas, seletivas, ou coisa do gênero. Exige o aprimoramento do sistema político, o fortalecimento das órgãos de controle e fiscalização de aplicação de recursos públicos, maior transparência das ações de políticas públicas, mecanismos de acompanhamento e denúncias do cidadão e um conjunto de outras medidas. Neste último caso, um judiciário que foi tão rigoroso no julgamento do "Mensalão", protela o julgamento do "Trensalão", um escândalo de dimensões ainda maiores, envolvendo, concretamente, desvio de recursos públicos. O ranking de partidos corruptos no país, por exemplo, como querem alguns, não é liderado pelo PT, mas, pela ordem, DEM, PMDB e PSDB.

Tijolaço do Jolugue: Advogados questionam arbítrio e espetacularização da prisão dos mensaleiros

Além dos questionamentos de praxe, surgiram mais duas controversas em relação à prisão dos mensaleiros do PT. Essas controversas obrigariam, necessariamente, o plenário do Supremo Tribunal Federal a se manifestar sobre o assunto, revogando os equívocos e impondo as decisões do colegiado e não apenas a vontade e o açodamento de um juiz daquela Corte. O advogado Antonio Carlos de Almeira, muito ligado a José Dirceu, acusa Joaquim de "espetacularizar" as prisões. Por outro lado, no seu ímpeto de justiçamento seletivo, o ministro, mais uma vez, passou por cima da decisão do colegiado da Corte, trancafiando em regime fechado os envolvidos no mensalão, no presídio da Papuda, em Brasília.O colegiado do Supremo Tribunal Federal determinou o cumprimento da pena em regime semi-aberto. A despeito da altivez com que vem se comportando diante dos fatos, José Genoíno passou mal ao chegar em Belo Horizonte. Segundo consta, ele tem problemas de pressão alta.

sábado, 16 de novembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Por que Joaquim odeia tanto o PT?

Qual a razão do ódio de Joaquim Barbosa pelo PT?

Sou relativamente informado sobre os bastidores da política, mas existe um fiozinho de meada que gostaria, sinceramente, de entender melhor: o indisfarçável ódio do ministro Joaquim Barbosa pelo PT. Talvez não seja possível compreender isso apenas pelas nuances da política. Seria necessário entrarmos em outras searas. Nossos últimos post foram comentados por pessoas que afirmaram, categoricamente, que ele jamais poderia deixar se influenciar pela sua nomeação no momento de julgar o processo do Mensalão, o que presume-se, seja uma opinião coerente e racional. Em última análise, ele foi nomeado para defender os interesses da República e não deste ou daquele grupo político. O problema é que ocorreram vários equívocos nesse julgamento, equívocos que, do ponto de vista de uma atitude igualmente republicana, não poderiam deixar de ser discutidos. Como resumiu um colega, um julgamento seletivo, parcial, político e sem provas. Um verdadeiro linchamento, mas isso já foi exaustivamente discutido. O que está em jogo é: confesso que tenho curiosidade de conhecer a origem dessa indisposição do ministro com o PT. Ele decidiu que iria punir o PT e pronto. Qual seriam suas motivações para passar "por cima", inclusive, da opinião de alguns dos seus pares e da opinião de juristas como Ives Gandra? Uma carreira política em curso? Uma oportunidade midiática única, patrocinada pelo PIG? O estímulo de "forças ocultas", que motivam suas aspirações políticas? Há até relatos de lobby produzidos por ministros daquela Corte para serem indicados, mas, aparentemente, isso não teria ocorrido no caso de Barbosa, escolhido a dedo, muito mais pelo desejo de Lula de nomear um negro para aquela Corte. Também há relatos de tentativas de tráfico de influência, mas isso ocorreu em relação a outro ministro do STF. A self-made-man, de origem humilde, filho de um pedreiro, em tese, Barbosa só chegou àquela Corte com o patrocínio de um partido com a sensibilidade social do Partido dos Trabalhadores. Não fosse sua indicação por Lula e talvez ainda não tivéssemos alguém do andar de baixo ocupando aquela cadeira. Volto a dizer que não estou afirmando que ele poderia se permitir que essas questões pudessem influenciar a sua decisão. Mas, o contrário, também é verdadeiro. Qual a razão de destilar tanta bilis em relação ao julgamento do mensalão quando aquela Corte praticamente engavetou o um outro escândalo, o do "trensalão", que envolve algumas figuras de proa do tucanato? Se há tanta sede de justiça, não se explica essa "seletividade". Há quem afirme que o ministro, vítima constante de adversidades durante a vida, tenha desenvolvido alguns recalques. Mas porque contra o PT? um partido também de pobres, pretos e "putas". Enfim, é difícil entender essa postura do ministro.

Tijolaço do Jolugue: José Genoíno demonstra resignação e altivez.

Nossa opinião sobre a prisão dos mensaleiros do PT já foi posta aqui. O que vem nos preocupando é o comportamento de José Genoíno, um misto de altivez, resignação e alguns lances curiosos, como o seu "envolvimento" naquela "bandeira" improvisada. Aos amigos e familiares, teria dito que se encontrava tranquilo. Cumpriria a pena com dignidade. Já havia enfrentado situações piores. Genoíno esteve participando da Guerrilha do Araguaia, um foco guerrilheiro organizado pelo PCdoB, esmagado pelos militares. Certamente, uma situação bem mais desconfortável do que a prisão. Confesso nunca ter lido muita coisa sobre o real papel exercido por Genoíno naquela guerrilha, mas isso pode ser creditado na conta da "clandestinidade". Houve um período em que ele exerceu a função de assessor no Ministério da Defesa. No nosso entendimento, algo contraditório, mas compreensível, se entendermos que se trata de um Ministério da Defesa, digamos assim, petista. Genoíno merece o nosso respeito por ter lutado por uma sociedade com maior justiça social. O julgamento do mensalão está envolto numa teia de nebulosidades que o torna o verdadeiro processo de "linchamento político", algo urdido por setores da mídia consorciados com o judiciário, "agendado" com o propósito explícito de prejudicar o Partido dos Trabalhadores. A prisão ocorre numa data emblemática - o 15 de novembro - praticamente num ano de eleições. Juridicamente, há uma série de questionamentos sobre as provas do mensalão, o que levou os juízes a trabalharem em torno da tese do "Domínio do Fato". Injunções políticas, certamente, influenciaram as decisões. No caso do "Trensalão", que envolve tucanos de alta plumagem, parece haver uma espécie de "blindagem" judicial em relação aos envolvidos. O processo não anda e, muito menos, nos feriados, apesar de "provas" robustas e confissões, um escândalo que envolve, concretamente, desvio de recursos públicos, o que não se configurou no caso do mensalão. Ontem publicamos uma postagem que suscitou enormes polêmicas, obrigando-nos a admitir que, numa atitude republicana, não se pode aplicar dois pesos e duas medidas. Respeito a opinião do STF, mas gostaria que o mesmo rigor e empenho fossem adotado em relação ao "Trensalão". Outro fato inegável é uma "indisposição" do ministro Joaquim Barbosa com o PT.

Tijolaço do Jolugue: "É Flávio Dino, é união, é Flávio Dino para mudar o Maranhão"

"É Flávio Dino, é união, é Flávio Dino para mudar o Maranhão". Dilma teve que ouvir constrangida o coro dos militantes durante o encontro dos comunistas do PCdoB. Um dos pleitos do partido ao Planalto seria o apoio ao nome de Flávio Dino ao Governo do Maranhão, mas isso torna-se inviável, uma vez que o morubixaba do clã Sarney já teria advertido o Planalto sobre eventuais consequências de uma decisão nessa direção. O Maranhão é um caso emblemático de uma possível "implosão" da coalizão que Governa o país. Desde as últimas eleições, em razão da intervenção da Executiva Nacional da legenda - que determinou o apoio ao nome de Roseana Sarney -, o PT já se encontra implodido. Até recentemente, a família Sarney fez gestões junto ao Planalto no sentido de censurar algumas inserções do partido pela TV. Flávio Dino deverá contar com o apoio do PSB do governador Eduardo Campos, o que fornece alguns ingredientes a mais na disputa naquele Estado. Outra implosão interna também está reservada ao PCdoB. Aqui na província e em outras praças eles estabeleceram uma parceria duradoura com os socialistas. Por quanto tempo? Quem eles vão apoiar para a presidência da República aqui em Pernambuco?

Nota Oficial da Direção Nacional do PT a respeito da decisão do STF

Nota assinada pelo presidente Rui Falcão sobre as decisões do STF a respeito da Ação Penal 470

A determinação do STF para a execução imediata das penas de companheiros condenados na Ação Penal 470, antes mesmo que seus recursos (embargos infringentes) tenham sido julgados, constitui casuísmo jurídico e fere o princípio da ampla defesa.
Embora caiba aos companheiros acatar a decisão, o PT reafirma a posição anteriormente manifestada em nota da Comissão Executiva Nacional, em novembro de 2012, que considerou o julgamento injusto, nitidamente político, e alheio a provas dos autos. Com a mesma postura equilibrada e serena do momento do início do julgamento, o PT reitera sua convicção de que nenhum de nossos filiados comprou votos no Congresso Nacional, nem tampouco houve pagamento de mesada a parlamentares. Reafirmamos, também, que não houve da parte dos petistas condenados, utilização de recursos públicos, nem apropriação privada e pessoal para enriquecimento.
Expressamos novamente nossa solidariedade aos companheiros injustiçados e conclamamos nossa militância a mobilizar-se contra as tentativas de criminalização do PT.

Rui Falcão
Presidente Nacional do PT

Charge! Paixão via Gazeta do Povo

Paixão

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: A prisão dos mensaleiros do PT


Curioso esse esforço incomum do Ministro Joaquim Barbosa para colocar os mensaleiros na prisão justamente no feriado da Proclamação da República. O mínimo que se pode dizer é que Joaquim tem sido uma pessoa ingrata com o PT. Não entro no mérito do julgamento porque não me compete fazê-lo, nem poderia deixar de reconhecer que, se há ilícito, ele deve ser punido independentemente de sua indicação para aquela Corte ter sido conduzida pelo PT. O que está em jogo são os interesses da res publica. Duas questões, no entanto, mereceriam alguns reparos. Uma delas diz respeito a essa marcação cerrada contra o PT, obrigando o ministro a um sobre esforço para prender os julgados durante o feriado, atraindo toda a atenção da mídia. Um espetáculo mórbido e exibicionista, com claras conotações políticas. O outro aspecto diz respeito ao escândalo que ficou conhecido como "Trensalão", envolvendo próceres figurões do tucanato, onde a justiça, pelo que informa a imprensa, em certa medida, vem protegendo os envolvidos, mesmo com a robustez de provas, algo não encontrado no julgamento do Mensalão, uma fichinha quando comparado àquele. A expectativa é saber como o STF irá se comportar nesse caso, mas, pelo andar da carruagem política, pode se prevê que, certamente, os juízes não abandonariam suas poltronas, num feriado, para mandar prendê-los. Não costumo julgar ninguém, mas Joaquim Barbosa é um sujeito estranho. Foi escolhido a dedo para aquela Corte por Lula. De família humilde, construiu uma sólida carreira jurídica - embora com alguns questionamentos de seus pares -, passando pela Sorbonne e universidades americanas. Acredito ser dúbia a avaliação sobre sua competência jurídica. In dúbio, pro reu, como diria o delegado Padilha. No seu segundo mandato, Lula determinou a Márcio Thomaz Bastos, seu ministro da Justiça, que escolhesse um juiz negro para aquela Corte. Foram poucas as opções de Thomaz Bastos. O próprio Lula teria enfatizado que ele estava sendo indicado por sua cor. O fato de ter votado em Lula, possivelmente, ajudou na indicação. Barbosa tem um temperamento ácido. Já se indispôs com jornalistas, com seus pares do STF, com juízes de outras instâncias, sempre externando uma postura autoritária. Há quem informe que ele alimenta alguma ambição política, estimulada, inclusive, por forças reacionárias e pouco democráticas. Definitivamente, não seria um bom nome.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Permanece o impasse em Petrolina

Permanece o impasse político em Petrolina, cidade da microrregião do Sertão do São Francisco. O TRE-PE cassou o mandato do prefeito Júlio Lóssio(PMDB) e seu vice, Guilherme Coelho. Como o PSB estava exigindo celeridade na execução da decisão, está programada a posse de Fernando Bezerra Coelho(PSB) para a próxima segunda-feira. Interinamente, assumiu o presidente da Câmara Municipal. Os advogados do prefeito destituído já recorreram ao STE, que deve ter a palavra final sobre o assunto. O caso de Lóssio evidencia a vulnerabilidade do Judiciário às injunções políticas. Ontem publicamos no blog a carta de despedida de Lóssio aos seus eleitores, enfatizando as suas grandes realizações no município e a sua crença na possibilidade de reassumir o mandato. Nas urnas, o médico infringiu duas fragorosas derrotas ao Palácio do Campo das Princesas, constituindo-se numa liderança política emergente, com grande prestígio junto à cúpula peemedebista. Mantida a sua cassação, ele certamente teria dificuldades em candidatar-se, mas já esboçou o desejo de continuar peitando os coronéis do asfalto, candidatando-se ao Governo do Estado em 2014. Há quem esteja convencido de que a decisão será revogada. Neste caso, depois de renunciar ao mandato, Fernando Bezerra Coelho Filho poderá perder o mandato de Deputado Federal.

Tijolaço do Jolugue: O "matuto" dá uma lição de articulação aos velhos companheiros do PT

Ao se confirmarem os nomes de Oscar Barreto e o da Deputada Estadual Teresa Leitão como os eleitos para gerir os destinos do Partido dos Trabalhadores no Recife e no Estado de Pernambuco, além da mudança substantiva na correlação de forças do partido, evidencia-se a grande capacidade de articulação e mobilização do grupo ligado ao ex-prefeito João da Costa. João saiu da prefeitura extremamente desgastado. A infantaria do PT moveu todas as suas forças no sentido de fazer de Humberto Costa o prefeito da cidade. Logo perceberiam que a "saturação" era mais complexa e que não poderia ser creditada tão somente à gestão de João da Costa. Matreiramente, com as lições de política obtidas em Angelim - talvez por entender que seria fundamental para a sua sobrevivência política - João da Costa passou a "minar" o sistema petista, articulando a manutenção de seus fiés seguidores na máquina municipal e usando de uma estratégia que a caciquia petista já havia abandonado, ou seja, fortalecendo-se junto às bases. O resultado é que, desde que deixou a prefeitura, o "matuto" não perde uma parada na agremiação.
Foto
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Tijolaço do Jolugue: Jango em Brasília. Um resgate histórico.


Confesso que sempre senti uma grande admiração pelo ex-presidente João Goulart. Um brasileiro admirável. Um cidadão realmente preocupado com o andar de baixo da sociedade brasileira, disposto a realizar as reformas de base que o país reclama até hoje. Uma leitura sobre os editoriais dos grandes jornais da mídia conservadora à época - não muito diferentes nos dias atuais - evidenciam, com riqueza de detalhes, as razões de sua deposição, algo que está sendo revisto, posto que criminosamente justificado por seus algozes. Seu corpo foi exumado e chegou hoje à Brasília. É bem provável que ele, assim como JK, tenham sido vítimas da Operação Condor, uma operação conjunta das ditaduras do Cone Sul para eliminar seus opositores. Jango era vigiado constantemente e há relatos de que ele poderia ter sido envenenado, hipótese confirmada por um agente encarregado de sua vigilância. Além de suas posições políticas, algo admirável no ex-presidente era a sua lealdade e convicções democráticas, qualidades que lhe custaram a vida e o mandato. Num livro clássico sobre o assunto, o hostoriador Muniz Bandeira sugere a possibilidade de Jango ter sido aconselhado a dar um Golpe de Estado pela esquerda, o que ele teria recusado. Outra sugestão seria afastar os "comunistas" do seu Governo, o que poderia acalmar os ânimos na caserna, o que ele também não fez. Até hoje se especula sobre o stopim do Golpe Militar de 1964. Hoje ninguém tem dúvidas de que uma conjunção de fatores determinaram a deposição de Jango. Uma rede de interesses tecidos, inclusive, com apoios e sabotagens americanos.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Lóssio se despede


Aos amigos, o meu muito obrigado pela solidariedade.

A cidade não pode parar, e se Deus permitir não vai parar.

Nossas crianças precisam frequentar as escolas. Nossos doentes, as AMES. Casas precisam ser construídas e lotes, regularizados. 

Quem menos tem, é quem mais precisa do governo.

A justiça interpretou e sentenciou-me com os olhos vendados à vontade popular.

Não serei demagogo e dizer que confio na justiça. Serei apenas racional em dizer que preciso e vou respeitar a justiça.

Confio mesmo é em Deus e na força que emana do povo que nos fizeram vencer os poderes e os poderosos.

A injustiça sempre esteve presente em muitos tribunais. Contudo, a justiça divina sempre se fez, com o tempo que recoloca cada homem em seu devido lugar.

Enquanto tempo eu tiver, manterei incansável a minha luta e a daqueles que me seguem por uma cidade mais justa, menos desigual. Onde todas as crianças possam estudar e se alimentar com dignidade. Onde cada família possa ter o direito à moradia. Onde a saúde seja de todos e não um privilégio de poucos.

Um dia haveremos de ter a verdadeira independência dos poderes. Cada um sendo influenciado pela consciência de seus pares, não pela interferência pautada por interesses de outros poderes.

Mantenho viva a esperança, representada no verde de nossas plantações. Quero ser como a caatinga que, parecendo morta, floresce com mais força a cada chuva.


Nota do Editor: Júlio Lóssio, prefeito reeleito de Petrolina, cidade da região do Sertão do São Francisco, foi cassado pela Justiça Eleitoral, em processo movido pelo grupo político que perdeu as eleições. Ainda existe a possibilidade de recorrer.

Tijolaço do Jolugue: O que não combina com boa gestão no Governo Eduardo Campos.

A decisão de destituir um terço dos cargos comissionados do Estado vem no bojo de alguns ajustes que o governador Eduardo Campos pretende introduzir na máquina pública estadual. Em entrevista recente ao Programa do Jô, o governador também anunciou uma possível redução no número de secretarias de Governo, o que vem causando muito ansiedade no atual secretariado. Na última reunião ministerial ocorrida em Brasília, a presidente Dilma não conseguiu reunir um treço dos seus 39 ministros de Estado. Foi um assunto bastante comentado pela imprensa, apontando um excesso de ministérios no Governo, tornando a situação praticamente inadministrável. O empresário Jorge Gerdau é um dos gurus da gestão de Eduardo Campos e preside o Conselho de Gestão da Presidência da República. Pois bem. Ele é um dos críticos ferozes do excesso de ministérios na Esplanada. Mesmo sem dar um bom exemplo na província, Eduardo passou a criticar o Governo Dilma Rousseff. As medidas saneadoras que o Governo Eduardo Campos vem tomando ultimamente estão soando como eleitoreiras. Algumas dessas medidas expõem, na realidade, sua tão propalada eficiência gerencial, um mantra explorado até as últimas consequências pelos marqueteiros e publicitários que cuidam da imagem do Governo. Tenho observado que, ultimamente, ele não tem falado muito nessa "Nova Política", talvez, por entender que ela já nasce "Velha", se considerarmos as alianças perpetradas pelo seu PSB em Pernambuco, seguindo um alinhamento político dos mais tradicionais; Embora haja distorções - os mais bem-posicionados socialmente reúnem melhores condições de competitividade - o concurso público ainda é a maneira mais republicana de ingresso na máquina pública. No seu Governo, para usarmos uma expressão do escritor Gilberto Freyre, a máquina simplesmente "inchou" com os chamados "DAS". Justiça seja feita, esse não é apenas um problema do Governo Estadual, mas do Governo Federal e dos governos municipais. Uma praga do clientelismo da sociedade brasileira; Um outro ônus que o seu Governo vai pagar diz respeito ao meio-ambiente. É nesse aspecto que espanta quando ele afirma existir algum tipo de convergência programática com a Rede de Marina Silva. Não precisamos entrar em detalhes sobre isso, mas os mega-projetos de investimentos no Estado comprometeram sensivelmente alguns biomas importantes como manguezais, vegetação de restinga, mata atlântica. A expansão de SUAPE talvez seja o exemplo mais vistoso. Amanhã vamos continuar esse debate, enfocando aspectos relacionados à area de saúde e educação.
Foto: O que não combina com boa gestão no Governo Eduardo Campos. 


A decisão de destituir um terço dos cargos comissionados do Estado vem no bojo de alguns ajustes que o governador Eduardo Campos pretende introduzir na máquina pública estadual. Em entrevista recente ao Programa do Jô, o governador também anunciou uma possível redução no número de secretarias de Governo, o que vem causando muito ansiedade no atual secretariado. Na última reunião ministerial ocorrida em Brasília, a presidente Dilma não conseguiu reunir um treço dos seus 39 ministros de Estado. Foi um assunto bastante comentado pela imprensa, apontando um excesso de ministérios no Governo, tornando a situação praticamente inadministrável. O empresário Jorge Gerdau é um dos gurus da gestão de Eduardo Campos e preside o Conselho de Gestão da Presidência da República. Pois bem. Ele é um dos críticos ferozes do excesso de ministérios na Esplanada. Mesmo sem dar um bom exemplo na província, Eduardo passou a criticar o Governo Dilma Rousseff. As medidas saneadoras que o Governo Eduardo Campos vem tomando ultimamente estão soando como eleitoreiras. Algumas dessas medidas expõem, na realidade, sua tão propalada eficiência gerencial, um mantra explorado até as últimas consequências pelos marqueteiros e publicitários que cuidam da imagem do Governo. Tenho observado que, ultimamente, ele não tem falado muito nessa "Nova Política", talvez, por entender que ela já nasce "Velha", se considerarmos as alianças perpetradas pelo seu PSB em Pernambuco, seguindo um alinhamento político dos mais tradicionais; Embora haja distorções - os mais bem-posicionados socialmente reúnem melhores condições de competitividade - o concurso público ainda é a maneira mais republicana de ingresso na máquina pública. No seu Governo, para usarmos uma expressão do escritor Gilberto Freyre, a máquina simplesmente "inchou" com os chamados "DAS". Justiça seja feita, esse não é apenas um problema do Governo Estadual, mas do Governo Federal e dos governos municipais. Uma praga do clientelismo da sociedade brasileira; Um outro ônus que o seu Governo vai pagar diz respeito ao meio-ambiente. É nesse aspecto que espanta quando ele afirma existir algum tipo de convergência programática com a Rede de Marina Silva. Não precisamos entrar em detalhes sobre isso, mas os mega-projetos de investimentos no Estado comprometeram sensivelmente alguns biomas importantes como manguezais, vegetação de restinga, mata atlântica. A expansão de SUAPE talvez seja o exemplo mais vistoso. Amanhã vamos continuar esse debate, enfocando aspectos relacionados à area de saúde e educação.

Tijolaço do Jolugue: A demissão de Donato evidencia uma corrupção generalizada na Prefeitura de São Paulo.



É evidente que o escândalo envolvendo os fiscais de tributos do município de São Paulo guarda uma relação mais estreita com as administrações anteriores a de Fernando Haddad(PT). O envolvimento de Donato, recentemente exonerado, tem uma relação mais direta com os tentáculos que foram montados em gestões anteriores, no que se poderia traduizr como uma espécie de "corrupção institucionalizada". Próceres petistas pediram a Donato para que ele não renunciasse, mas ele estava convencido de que não reunia a menor condição de continuar no cargo. Sua renúncia acabou colocando o escândalo no colo do prefeito Fernando Haddad. Haddad e Kassab estão mantendo algumas rusgas pela imprensa, o que já obrigou Lula a intervir, temendo que essas brigas possam respingar nas eleições de 2014, onde o PSD praticamente já fechou com o Planalto. Kassab, por sua vez, vem mantendo as disputas apenas na província, o que tranquiliza o staff de Dilma Rousseff.

Tijolaço do Jolugue: Ainda a entrevista concedida por Eduardo Campos ao Programa do Jô.

Ainda repercute na crônica política pernambucana a entrevista que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, concedeu ao Programa do Jô. Tanto o entrevistador como o entrevistado foram muito comedidos. Jô tem se notabilizado por realizar grandes entrevistas, algumas delas polêmicas, mas optou pela moderação, em alguns casos, até fazendo alguns links com a entrevista anterior, concedida por Marina Silva, ao mesmo programa. Evitou embaraçar o entrevistado. Eduardo, por sua vez, pareceu um boneco engomadinho, calculando milimetricamente a sua fala, esboçando, por vezes, um artificialismo indisfarçável. Pecou pelo "excesso de maquiagem", possivelmente orientado pelos seus assessores. Só não entro no mérito do conteúdo de suas respostas, em função de tratar-se de uma assunto exaustivamente comentado, o que cansaria os leitores. Mas, permita-nos fazer apenas uma observação: ele demonstrou bastante tibieza ao abordar alguns assuntos nevrálgicos de sua gestão e da aliança Rede/PSB, como a repressão e o excesso de criminalização dos movimentos populares; as contradições de uma gestão "moderna" que convive com as práticas mais tradicionais da política brasileira; e os "ajustes" que Rede/PSB precisam fazer para acertar os ponteiros programáticos etc. Eduardo, por exemplo, vê pontos de convergência programática entre os dois partidos? Alguém pode nos informar em quê?
Foto: Ainda a entrevista concedida por Eduardo Campos ao Programa do Jô. 


Ainda repercute na crônica política pernambucana a entrevista que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, concedeu ao Programa do Jô. Tanto o entrevistador como o entrevistado foram muito comedidos. Jô tem se notabilizado por realizar grandes entrevistas, algumas delas polêmicas, mas optou pela moderação, em alguns casos, até fazendo alguns links com a entrevista anterior, concedida por Marina Silva, ao mesmo programa. Evitou embaraçar o entrevistado. Eduardo, por sua vez, pareceu um boneco engomadinho, calculando milimetricamente a sua fala, esboçando, por vezes, um artificialismo indisfarçável. Pecou pelo "excesso de maquiagem", possivelmente orientado pelos seus assessores. Só não entro no mérito do conteúdo de suas respostas, em função de tratar-se de uma assunto exaustivamente comentado, o que cansaria os leitores. Mas, permita-nos fazer apenas uma observação: ele demonstrou bastante tibieza ao abordar alguns assuntos nevrálgicos de sua gestão e da aliança Rede/PSB, como a repressão e o excesso de criminalização dos movimentos populares; as contradições de uma gestão "moderna" que convive com as práticas mais tradicionais da política brasileira; e os "ajustes" que Rede/PSB precisam fazer para acertar os ponteiros programáticos etc. Eduardo, por exemplo, vê pontos de convergência programática entre os dois partidos? Alguém pode nos informar em quê?

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Michel Zaidan Filho: As duas obras do século


Por Michel Zaidan, sociólogo
A  ruidosa e midiática gestão do atual governador do estado de Pernambuco ficará conhecida na história por duas obras que, por si mesma,  são bastante eloquente sobre o espírito público desse governante "soi de si" socialista. A construção da chamada "Arena Pernambuco" e o presídio particular de Itaquitinga, destinado a abrigar os detentos de Itamaracá.

Qualquer  cidadão pernambucano menos desavisado pode ajuizar da relevância social (e o custo público) desses grandes empreendimentos.

Ambos foram financiados pelo Banco dos órfãos e desvalidos da República, também alcunhado de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES), através de um instrumento intitulado: Parceria Público-Privada (PPP), ou capitalismo sem risco, quer dizer, se o empreendimento não produzir o lucro esperado, o BNDES garante o retorno líquido e certo. Ambos são destinados a uma forma de gestão particular.

A Arena Pernambuco foi entregue ao Náutico Futebol Clube, que com os seus 3 mil torcedores,  não obtém a renda necessária. Daí o governador ter obrigado os demais clubes de futebol (Santa Cruz e Sport) a fazerem pelos menos 2 ou três jogos  na Arena, sob a ameaça de não serem contemplados com o programa da renúncia fiscal chamado "Todos pela Nota",  mal denominado de "educação fiscal". O caso do presídio de Itaquetinga é mais emblemático do estilo de gestão do gestor estadual. Configura-se como uma transferência de responsabilidade, no que diz respeito à custódia e integridade física dos detentos, para a iniciativa privada, como aliás vem sendo feito  com a saúde e a educação. Vai chegar o dia em que até a segurança pública e a cobrança de impostos serão terceirizadas no estado de Pernambuco. Prioridade mesmo é a eleição do governador à Presidência da República, objetivo a que tudo deve servir e ser subordinado.

Quando do início da primeira gestão estadual, o dirigente público fez uma reunião em sua ampla residência, no bairro de Dois Irmãos , para a qual convidou especialistas em política de segurança pública. Falou da situação das duas polícias, da dificuldade em encontrar um nome adequado para dirigi-las e apresentou, já naquela oportunidade, a ideia da privatização dos presídios, como solução do problema carcerário no estado.  Certamente influenciado pelo modelo norteamericano, o governador ouviu as críticas de especialista ao modelo carcerário privado e foi aconselhado a transformar as delegacias da Polícia Civil em órgãos de prestação de serviço público à comunidade: e a  desmilitarizar a polícia militar.

Infelizmente, essas e outras sugestões - apresentadas nesse encontro - foram jogadas na lata de lixo. E o gestor fez exatamente o contrário daquilo que ouviu ou fingiu que ouviu:  vai privatizar o sistema carcerário, às custas do erário público, e a nossa  gloriosa força policial foi transformada em mera força de repressão a cidadãos dignos e inocentes, pelo simples fato de protestarem contra a má gestão do governador.

Os pernambucanos vão se lembrar desse estelionato  eleitoral no dia da eleição para presidente da República. A propaganda insidiosa e falsa  produz resultados de curto prazo, mas os efeitos e as consequências danosas de uma péssima  administração são duradouras  o bastante para refrescar a memória dos eleitores.
(Publicado originalmente no blog de Jamildo, Jornal do Commércio)

Tijolaço: Dieese mostra o racismo que Ali Kamel diz que não existe

racism

11 de novembro de 2013 | 20:07

Através do Viomundo, chega o anúncio de que o Departamento Intersindical de Estudos Econômicos, que todo mundo conhece pela sigla Dieese, lança na quarta-feira um estudo sobre o tratamento inferior que os negros continuam recebendo no mercado de trabalho.
Embora o quadro seja muito melhor do que há anos atrás, as desigualdades persistem e nada tem a ver com o grau de educação: mesmo com nível superior, os negros ganham apenas 60% dos não-negros com a mesma formação.
É o contrário da “tese” do diretor da Globo, Ali Kamel, que em seu livro “Não somos racistas” se insurge contra ações afirmativas, dizendo que apenas o atraso da pobreza discrimina, e a negros e brancos. Claro que é verdade, mas não é toda a verdade. E, portanto, como mostram os números do Dieese, falso.
Veja o resumo do trabalho:
O estudo “Os negros nos mercados de trabalho metropolitanos” destaca que:
– Nas áreas metropolitanas, os negros correspondem a 48,2% dos ocupados, mas, em média, recebem por seu trabalho 63,9% do que recebem os não negros;
– A desvantagem registrada entre a remuneração de negros e não negros é pouco influenciada pela região analisada, horas trabalhadas ou setor de atividade da economia, ou seja, em qualquer perspectiva, os negros ganham menos do que os brancos;
– À medida que acrescentam anos de estudo a sua formação, pretos e pardos melhoram suas condições de remuneração, mas é nos patamares de maior escolaridade que se constatam as discrepâncias mais acentuadas de rendimentos entre negros e não negros;
– Na indústria metropolitana, o confronto de rendimentos-hora de trabalhadores com ensino superior completo indica que, em média, os ganhos dos negros ficam em R$ 17,39, enquanto os dos não negros ficam na ordem de R$ 29,03.
– Os negros ocupam os grupos ocupacionais de menor prestigio e valorização: Na RMSP, enquanto 18,1% dos ocupados não negros alcançam cargos de Direção e Planejamento, apenas 3,7% dos negros chegam lá.
Por: Fernando Brito, no site Tijolaço