pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Marina é o Lula de saia? que loucura! afirma José Dirceu.

Tijolinho do Jolugue: Eleições na Paraíba: entre expertises e espertezas.

No Estado da Paraíba acontecem algumas coisas curiosas com os Institutos de Pesquisa. Aliás, comentam os amigos, pesquisas eleitorais ali é caso de polícia. Existem alguns questionamentos que são comuns em todas as pesquisas de intenções de voto. O fato de alguns Institutos prestarem serviços aos governos, as metodologias utilizadas, os dados corretos sobre o eleitorado ouvido, a vinculação do Instituto a determinados órgãos de imprensa, etc. Incontáveis vezes o Datafolha é tratado por aqui como Datafalha. Ciro Gomes, em entrevista, já afirmou que o dono do IBOPE seria capaz de vender a própria mãe. No caso da Paraíba, há inúmeras questões em jogo, como a ausência de uma expertise sobre o assunto, a terceirização dos serviços, a ausência de profissionalismo, entre outros. Mas, igualmente, se há ausência de expertise, para haver, em contraponto, muita esperteza, a julgar pelos últimos acontecimento, no que parece haver uma relação temerária entre o Instituto Souza Lopes e o Sistema Correio de Comunicação. O Instituto já foi multado em mais de 200 mil reais, teve quatro pesquisas não autorizadas pela Justiça Eleitoral, todas repletas de informações desencontradas sobre a metodologia, os dados sobre o eleitorado etc. Na última delas, pasmem, omite deliberadamente o nome de alguns concorrentes.

Foto: Eleições na Paraíba: entre expertises e espertezas.

No Estado da Paraíba acontecem algumas coisas curiosas com os Institutos de Pesquisa. Aliás, comentam os amigos, pesquisas eleitorais ali é caso de polícia. Existem alguns questionamentos que são comuns em todas as pesquisas de intenções de voto. O fato de alguns Institutos prestarem serviços aos governos, as metodologias utilizadas, os dados corretos sobre o eleitorado ouvido, a vinculação do Instituto a determinados órgãos de imprensa, etc. Incontáveis vezes o Datafolha é tratado por aqui como Datafalha. Ciro Gomes, em entrevista, já afirmou que o dono do IBOPE seria capaz de vender a própria mãe. No caso da Paraíba, há inúmeras questões em jogo, como a ausência de uma expertise sobre o assunto, a terceirização dos serviços, a ausência de profissionalismo, entre outros. Mas, igualmente, se há ausência de expertise, para haver, em contraponto, muita esperteza, a julgar pelos últimos acontecimento, no que parece haver uma relação temerária entre o Instituto Souza Lopes e o Sistema Correio de Comunicação. O Instituto já foi multado em mais de 200 mil reais, teve quatro pesquisas não autorizadas pela Justiça Eleitoral, todas repletas de informações desencontradas sobre a metodologia, os dados sobre o eleitorado etc. A última delas, pasmem, omite deliberadamente o nome de alguns concorrentes.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Michel Zaidan: Avião fantasma




A serem verdadeiras as informações trazidas pela imprensa sobre as contas bancárias onde eram depositado o pagamento pelo aluguel (700.000,00) da aeronave que transportava o ex-governador de Pernambuco, cabe à Justiça Eleitoral investigar os fundos de campanha do PSB e quem está recebendo  pelas despesas de logística da referida campanha eleitoral. Segundo o noticiário, as contas são de "laranjas" ou de correntistas fantasmas, inexistentes ou que não teriam como prestar o serviço alegado pelo comitê de campanha do PSB. Fui questionado por um correspondente de um veículo de comunicação se sabia quanto se pagava pelos voos do jatinho (cujo custo é da ordem de 1 bilhão e meio de reais) que transportava o candidato falecido. Respondi que não sabia a origem desses gastos. Agora, com o mistério em relação a quem pertence a aeronave destruída - a quem cabe a responsabilidade civil e criminal pelos prejuízos causados pelo  desastre aéreo - e mais ainda em relação às contas bancárias abastecidas pelos recursos de campanha, é hora de dona Marina Silva, abandonar a pose de vestal e informar à Justiça Eleitoral quem são os doadores de sua campanha, o montante projetado para as despesas das atividades da campanha e finalmente, quem recebe esses recursos.

O sigilo é indício de alguma coisa errada ou que não pode ser publicizada. Em se tratando de uma campanha presidencial, onde quem vai ser eleito é o titular das decisões que afetam o povo brasileiro, não é um bom indício essas névoas que recobrem ou rodeiam o financiamento da campanha e seus beneficiários. Por que até hoje não se descobriu a titularidade da aeronave destruída? A quem cabe a responsabilidade civil e criminal das consequências funestas do desastre aéreo? Quem recebe o vultuoso pagamento pelo uso da aeronave sinistrada? - Quem são os "laranjas" que consta como beneficiários dos depósitos, aqui em Pernambuco?

Um dos pontos críticos da reforma política é exatamente aquele que se refere ao financiamento público das campanhas eleitorais. Quem financia o candidato, também apresenta a conta ao eleito, em forma de obras, recursos, cargos, nomeações etc. Ou seja, como controlar o abuso do Poder Econômico  nas eleições? Como garantir que o resultado das eleições traduza fielmente a verdade eleitoral, a vontade dos eleitores e não dos doadores (anônimos) de campanha? - Sem a resposta a essas questões, jamais teremos uma democracia digna desse nome. Mas sempre uma "ação entre amigos", grupos econômicos, lobbies, corporações e assim por diante. Como evitar que o financiamento privado das campanhas eleitorais deixe de ser uma  mera fachada legal para a "lavagem de dinheiro sujo"?
Os eleitores de Pernambuco e do Brasil esperam ansiosamente por essas e outras respostas, sob o rico de serem vítimas de mais um estelionato eleitoral. Esta é a hora dos esclarecimentos, para o que as instituições judiciárias e policiais podem e devem dar uma contribuição decisiva.


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Dilma e Marina travam o 1º embate

Por , postado em agosto 27th, 2014 | 65 comentários

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Algumas observações sobre o debate dos presidenciàveis na Band, ocorrido nesta segunda-feira 26 de agosto de 2014.
Dilma encaçapou algumas bolas. Conseguiu até mesmo se sair bem na pergunta sobre regulamentação da mídia, falando contra o monopólio e mencionando a ideia de fazer uma regulação econômica. Ótimo.
Mas se confundiu em outras. Poderia ter destruído facilmente Aécio Neves, quando ele começou a repetir baboseiras da mídia sobre geração de emprego segundo o Caged. Poderia ter respondido: não gera mais tanto emprego porque todo mundo está empregado!
Ela foi bem na parte em que falou da Petrobrás, falando com paixão. Ao rebater acusações de Aécio sobre o fato de haver um diretor preso, a presidenta lembrou que a prisão fora realizada por uma instituição federal, a Polícia Federal, aparelhada e incentivada durante os governos Lula/Dilma. Antigamente, ninguém ia preso não porque não houvesse desvios, mas porque não havia investigação.
A presidenta melhora sensivelmente o seu desempenho quando fica contrariada. Quando está “fria”, engasga muito e tem dificuldade para concatenar frases.
Ela também mandou bem ao afirmar, em resposta à Marina, que o programa Mais Médicos não é paliativo. Tratar de pessoas doentes jamais é um paliativo. E um programa que atende quase 50 milhões de pessoas já pode ser chamado de “estrutural”.
Ao responder uma pergunta de Boris Casoy sobre o salário pago aos médicos cubanos, porém, Dilma enrolou-se, por causa de sua dificuldade crônica para sintetizar os assuntos.
Perguntada sobre a carga tributária, faltou-lhe dados. Poderia ter respondido que é preciso avaliar o conceito de arrecadação tributária per capita, que é muito baixa no Brasil. A afirmação do Pastor Everaldo, de que temos a quinta maior carga tributária do mundo, é uma falácia completa, além de ser uma mentira.
Ela podia ter mencionado também a alíquota máxima de imposto de renda, que é muito maior em países avançados, como EUA, Europa, Japão, China, etc.
Marina Silva mostrou-se, mais uma vez, uma mulher incrivelmente astuta, de pensamento ágil. Faz acenos para a direita, através da defesa veemente do tripé econômico, e para a esquerda, ao fazer elogios a Lula e a programas sociais de governos petistas.
Mas não conseguiu responder a contento se acredita ou não no criacionismo, e pareceu simplesmente cínica ao explicar a participação da herdeira do Itaú na coordenação de sua campanha.
Com seu papo de “unir o Brasil”, Marina revela que o eixo central de seu discurso é a “despolitização”. A dicotomia PT e PSDB, ao invés de ser um exemplo saudável de divergência democrática, é pintada como o mal em si.
Será interessante assistir aos embates entre Dilma e Marina num eventual segundo turno, apesar do perigo de termos uma “Collor” de saias na presidência.
Aécio Neves fala bem, com agilidade, mas seu discurso não tem consistência. Ele age como um boneco da mídia. Na minha opinião, já era.
Ao final do discurso, faz uma coisa patética: nomeia Armínio Fraga para ministro da Fazenda, como se Armínio fosse alguém bem visto pela maioria dos espectadores. Ora, Armínio foi presidente do Banco Central cuja primeira medida foi elevar os juros básicos para 45% ao ano, de longe os maiores do planeta.
Luciana Genro, do PSOL, é extremamente blasé, quase uma caricatura de uma radical. Fala como um robô, usando argumentos clichês.
O Pastor Everaldo é um cão reaça furioso. Deveria ser o candidato da Veja.
Estava gostando muito de Eduardo Jorge, mas ele parece ter surtado perto do final. Virou um fanfarrão.
Triste, no entanto, é ver os jornalistas da Band, que deveriam guardar suas opiniões para si – ao menos durante o debate, durante o qual os telespectadores querem saber as opiniões deles, e não dos jornalistas. As perguntas sobre a regulamentação da mídia e o decreto sobre participação social vieram impregnadas de preconceito e ódio ideológico.
Assistam vocês e dêem sua opinião.
Parte 1/5
Parte 2/5
Parte 3/5
Parte 4/5
Parte 5/5
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- (Publicado originalmente no Cafezinho, do Miguel do Rosário. 

Michel Zaidan: As nuvens se movem (quanto mais as intenções de voto)




Como era de se esperar, a primeira pesquisa de intenções de voto, depois da morte do ex-governador e do ato político-eleitoral que a seguiu, juntamente com a exploração da mídia, mostrou os efeitos conjunturais da tragédia no comportamento eleitoral dos votantes. Já se sabia, há muito tempo, que o potencial político de uma eventual candidatura de Marina Silva era muito maior do que a de Aécio Neves, que convenhamos, não se constitui propriamente numa novidade para o eleitor brasileiro: representa a volta da agenda gerencial e privatista do governo do FHC, sem o brilho acadêmico deste último. A candidata pentecostal - vinculada à Assembléia de Deus - esta sim, poderia encarnar o espírito (e a carne) da novidade, ao esconder, com uma retórica ambiental, o conservadorismo de base de sua candidatura. Agradaria a gregos e troianos: aos religiosos fundamentalistas e aos verdes. Pousaria de defensora da família cristã unida e de protetora do meio-ambiente, como crítica das injunções entrópicas do chamado "desenvolvimentismo" de Dilma e, paradoxalmente, de Eduardo Campos.
           Mas, o que faz da candidata evangélica um cometa eleitoral é a marca "anti-Dilma" que ela carrega consigo depois da eleição passada. Apresentando-se como uma vestal no cenário sórdido da campanha política, Marina pode alegar que saiu do governo petista porque ele trocou o meio-ambiente pelos imperativos do crescimento econômico a qualquer custo, partiu o IBAMA em dois pedaços, acelerou a concessão de licenças ambientais, fez a opção pelo agro-negócio, abandonou a reforma agrária etc. etc. etc. Ela não, ainda tem as mãos limpas, é uma bem intencionada, acredita em sonhos, e esse discurso tanto pode arrebanhar votos da juventude, como da classe média urbana descontente com as denúncias de corrupção no governo petista, e ainda a extensa base religiosa das várias igrejas pentecostais e neo-pentecostais. Acrescente-se a isso a postura defensiva de Dilma Rousseff nos debates eleitorais, a sua insegurança, a sua tensão.
          No entanto, há algo de curioso nesse fenômeno eleitoral "postmortem" eduardiano. Há  algo de curioso e inquietante no engajamento de pessoas da classe média na exaltação político-eleitoral do PSB, nos bairros nobres da cidade. 0 que leva este extrato da população recifense a vestir  a camisa de uma candidata pobre, doente, negra e  pentecostal? - que fez toda carreira política e sindical no PT e no governo LULA - como se fosse a "virgem do contestado" que viria redimir a política brasileira de seu vícios de deformações seculares. Será que tudo isso é obra e graça da mera espetacularização do velório e funeral do esquife do ex-governador?0 que há por atrás disso tudo?  - As artimanhas da família e dos marqueteiros do PSB?
          É isso que tem de ser investigado com profundidade e isenção. 0 que alimenta o dinamismo da conjuntura e as mudanças de intenção de voto,  pode ser uma vontade de renovação - sobretudo de setores médios  e da juventude - numa disputa sem novidades políticas e eleitorais. Vontade capturada  pela candidatura de Marina Silva (como terceiro elemento). Mas não é de se desprezar o investimento emocional e material da oligarquia de Pernambuco, que naturalmente não deseja perder o controle da sucessão estadual e nacional.
          Vamos nos preparar para o embate entre o candidato de retrocesso, a candidata obscurantista (embora travestida de pós-moderna) e "mais do mesmo". 0 Brasil merece mais do que isso!

Michel Zaidan é filósofo, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Eleições 2014: A emoção em números

Qual o peso do fator "emoção" numa eleição? Como seria possível que, numa eleição de altíssima responsabilidade como a que se aproxima em Outubro, o emocional pudesse ser capaz de provocar um tsunami no quadro eleitoral? É o que está ocorrendo, a julgar pelos resultados mais recentes das pesquisas de intenção de votos divulgadas pelo Instituto IBOPE. O terreno é pantanoso, mas, a série histórica de eventos do gênero no Brasil indicam que tal fator pode exercer, sim, uma forte influência nas eleições. Já afirmamos aqui em outra oportunidade que o perfil de Marina Silva é o ideal para galvanizar os votos da emoção, sem querer entrar no mérito das propostas ou sobre o que a candidata representa. 

Brasil:
Dilma 34%
Marina 29%
Aécio 19%

Na eventualidade de um segundo turno: Dilma 38%
Marina 45%

Tijolinho do Jolugue: Neca Setúbal, André Lara Resende, Eduardo Giannetti. Marina apresenta seu time ao mercado.




Uma das maiores preocupações dos candidatos à Presidência da República é tornarem-se "confiáveis" ao mercado. Antes de falecer, Eduardo Campos já havia feito barba, cabelo e bigode, recebendo rasgados elogios de semanários conservadores como o The Economist. Na primeira eleição de Lula, o PT lançou uma carta de princípios e ainda trouxe para compor a chapa, na condição e vice, alguém do ramo, um empresário, o José de Alencar. As pesquisas oficiais devem sair apenas na Quarta-Feira, mas, em todos os trackings realizados até o momento, é inegável o avanço da candidata Marina Silva, abrindo considerável distância do candidato do PSDB, Aécio Neves, e aproximando-se perigosamente da presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição. Tanto o PT quanto o PSDB estão na tocaia. Nenhum deles ainda decidiram "bater" na acriana. Acredito que por cautela. O fato é que, em meio às turbulências envolvendo as explicações necessárias sobre os jatos utilizados na campanha, Marina monta o seu time. A única certeza que se sabe sobre Marina é que ela é evangélica. Nos demais quesitos, as dúvidas são evidentes. Agora, do ponto de vista de transmitir essa tal confiança ao mercado,a acriana já montou o seu time, formado por Neca Setúbal, André Lara Resende e Eduardo Giannetti da Fonseca. Um timaço! diria a direita conservadora. Neca é acionista da holding Itaú, André Lara Resende é um economista arrolado no escândalo do "confisco da poupança" da Era Collor, e Eduardo Giannetti, um economista de orientação ultra-liberal. Precisa mais vaselina?

IBOPE: Marina tecnicamente empatada com Dilma Rousseff.

O jornalista Lauro Jardim, do Radar da Veja, entecipa a tão aguardada pesquisa IBOPE, que deverá ser divulgada logo mais, no Jornal Nacional da Rede Globo. Marina Silva já aparece tecnicamente empatada com a candidata a reeleição, Dilma Rousseff. Pelas informações do jornalista, Dilma teria entre 31% e 32%, Marina Silva entre 27% e 28%, Aécio Neves 18% e 20%. Num eventual segundo turno, Marina põe dois pontos percentuais de diferença sobre Dilma.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Tijolinho do Jolugue: Neca: "Dilma é muito masculina para a política do século XX"

Já havia antecipado aqui sobre os riscos do empobrecimento dos debates das eleições presidenciais deste ano. Duas questões resumem isso: Uma delas é do professor Michel Zaidan, que em artigo no nosso blog, resumiu as posições políticas de Marina numa expressão: Ela é evangélica. Talvez seja essa a única convicção que temos sobre esta candidata. Imaginem a "Guerra Santa" que vem por aí. Numa outra declaração, Neca do Itaú teria declarado que Dilma é muito masculina para a política do século XXI. Profundamente infeliz a declaração da senhora. Nas últimas décadas, foram os Governos Petistas que mais avançaram na questão de gênero.

Foto: "Dilma é muito masculina para a política século XXI"

Já havia antecipado aqui sobre os riscos do empobrecimento dos debates das eleições presidenciais deste ano. Duas questões resumem isso: Uma delas é do professor Michel Zaidan, que em artigo no nosso blog, resumiu as posições políticas de Marina numa expressão: Ela é evangélica. Talvez seja essa a única convicção sobre esta candidata. Imaginem a "Guerra Santa" que vem por aí. Numa outra declaração, Neca do Itaú teria declarado que Dilma é muito masculina para a política do século XXI. Profundamente infeliz a declaração da senhora. Nas últimas décadas, foram os Governos Petistas que mais avançaram na questão de gênero.

Tijolinho do Jolugue: Flávio Dino na TV dos Sarney.

Muito curiosa a série de "entrevistas" que estão sendo realizadas pelas emissoras de TV com os candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais.Conhecido jornalista da Rede Plim Plim, por exemplo, fez uma ligeira confusão entre um jornalismo agressivo com deselegância, agressividade e grosseria.Quem escreveu muito bem sobre o seu comportamento foi o jornalista Luiz Carlos Azenha, embora a desaprovação à sua conduta tenha sido generalizada, o que o levou a publicar uma notinha tentando se explicar. No Paraná, recentemente, num programa semelhante, da mesma afiliada da emissora do Plim Plim, um repórter tentou "emparedar" ou constranger o candidato Roberto Requião(PMDB). Mexeu com a pessoa errada. Requião não apenas o "enquadrou" como encerrou abruptamente a entrevista, afirmando se sentir desrespeitado. Mas, nada comparável ao que ocorreu no Maranhão, onde a mesma afiliada tentou uma "arapuca" para o candidato do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, Flávio Dino. Dino é o maior inimigo dos Sarney naquele Estado. O clã vive um mal momento e tudo indica que seria quebrada uma hegemonia que eles exercem a 50 anos no poder. Acuados, eles não relutam em utilizar os mais nefastos expedientes. Andam espalhando um verdadeiro "terror" contra o candidato comunista, afirmando, inclusive - isso mesmo - que ele "come criancinhas". Pois bem. O repórter apelou para os velhos e surrados clichês da direita contra os comunistas, quando qualquer criancinha sabe que o que restou das velhas tradições do antigos comunistas foram assimiladas nas regras impostas pela democracia representativa burguesa. O PCdoB, hoje, em nada lembra as convicções de um Cristiano Cordeiro, Gregório Bezerra, Luiz Carlos Prestes. Quem, em sã consciência, poderia imaginar que, se eleito, Flávio tentaria implantar uma 
espécie de República Comunista do Maranhão. O candidato se saiu muito bem, inclusive lembrando ao repórter que não haveria contradição entre ser cristão e comunista. Ele se preparou bem para a "entrevista"

https://www.youtube.com/watch?v=zkwZ-0Mj4wg

Michel Zaidan: Marina. Que candidata é esta?






Estava em São Luiz, do Maranhão, fazendo palestras sobre a reforma

política, quando soube da mudança do coordenador de Campanha de Marina
Silva. Depois vieram as notícias sobre a deserção da base aliada, os
agro-exportadores e industriais, por não concordar com a agenda e ou
discurso da candidata neo-pentecostal. Afinal de contas, que candidata é
essa?

Convém lembrar que Marina Silva rompeu com o PT exatamente por conta das
contradições da política ambiental. A enfase do "desenvolvimentismo"
prejudicava as políticas de proteção do meio-ambiente. E que o
ex-governador falecido teve a prudência de colocá-la na vice, e não na
cabeça de chapa do PSB, prevendo as inúmeras resistências de sua base
aliada. Na verdade, uma  coisa seria usá-la, num acordo de mútua
conveniência, como cabo eleitoral qualificado para a eleição do
ex-governador do Estado. Outra coisa - muito diferente - seria colocá-la
como a candidata à Presidencia da República, pelo PSB. E isto porque a
ex-senadora do Acre não tem nada a ver com a agenda do PSB, nem na forma
nem no conteúdo. Não é e nunca foi socialista, ela é evangélica. Segundo, a
agenda do PSB está mais para o Estado regulatório, gerencial do que com a
agenda ambiental, de Marina Silva,

Era previsível que a tentativa da família do falecido em manter o controle
da chapa, através do nome de Marina Silva, iria - como está ocorrendo
agora- suscitar muitas questões da antiga base aliada, que se juntou ao
projeto sucessório em nome de outras idéias, outro discurso e outro
candidato. A mudança de nome não seria um mera formalidade, em se tratando de uma pessoa, como a líder do partido "Rede-sustentabilidade". O que ocorre é a presença de um partido dentro de outro partido, por mera
conveniência político-eleitoral.


Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco.

Nota do Editor: A charge é do impagável Aroeira, publicada no Jornal O Dia.

domingo, 24 de agosto de 2014

Tijolinho do Jolugue: Mostra o DARF, Neca. São 18,7 bilhões em impostos devidos à Viúva.

Deus e o Diabo na Terra do Sol. Ontem Marina esteve em campanha no país de Casa Amarela, para usarmos uma expressão do padre Reginaldo, saudoso pároco do Morro da Conceição. Penso que tenho tratado muito o assunto Marina em nossas postagens, mas nos permitam apenas uma referência ao seu desentendimento nas hostes do comando de campanha PSB/Rede e, ligeiramente, tentar entender esse apoio irrestrito do grupo Itaú à candidata. O pivô da indisposição interna, entre outros fatores, diz respeito à indicação, por parte de Marina, de Walter Feldman para a coordenação de campanha, indicação que não foi aceita por Carlos Siqueira. Feldman acabou ficando na vice-coordenação, tendo Erundina como coordenadora. Feldman é um político ligado a José Serra, o que explica as simpatias de Marina Silva por sua candidatura ao Senado, por São Paulo. O caso do Itaú é um pepino de uma dívida de 18,7 bilhões de impostos devidos à Viúva, que a Receita Federal resolveu cobrar. Ontem o Paulo Henrique Amorim já estava exigindo: Mostra o DARF, Neca.

Foto: Mostra o DARF, Neca. São 18,7 bilhões em impostos devidos à Viúva. 

Deus e o Diabo na Terra do Sol. Ontem Marina esteve em campanha no país de Casa Amarela, para usarmos uma expressão do padre Reginaldo, saudoso pároco do Morro da Conceição. Penso que tenho tratado muito o assunto Marina em nossas postagens, mas nos permitam apenas uma referência ao seu desentendimento nas hostes do comando de campanha PSB/Rede e, ligeiramente, tentar entender esse apoio irrestrito do grupo Itaú à candidata. O pivô da indisposição interna, entre outros fatores, diz respeito à indicação, por parte de Marina, de Walter Feldman para a coordenação de campanha, indicação que não foi aceita por Carlos Siqueira. Feldman acabou ficando na vice-coordenação, tendo Erundina como coordenadora. Feldman é um político ligado a José Serra, o que explica as simpatias de Marina Silva por sua candidatura ao Senado, por São Paulo. O caso do Itaú é um pepino de uma dívida de 18,7 bilhões de impostos devidos à Viúva, que a Receita Federal resolveu cobrar. Ontem o Paulo Henrique Amorim já estava exigindo: Mostra o DARF, Neca.

Tijolinho do Jolugue: Apertem o cinto. O piloto sumiu.

Que enredo curioso esse envolvendo a procedência do jato que transportava o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, recentemente falecido. É um enredo de fazer inveja aos melhores romancistas policiais. Não entro no mérito das investigações em torno das verdadeiras causas do acidente, o que tem suscitado inúmeras teorias conspiratórias, mas nas questões legais envolvendo a aeronave. Quanto mais se aprofunda no assunto, surgem elementos suspeitos, reveladoras de uma engrenagem de possíveis ilícitos. Como morto não pode dar explicações, o ânus está sendo creditado aos atores em franca ascendência na aliança entre a Rede e o PSB, caso de Beto Albuquerque e Marina Silva. Em evento de campanha, o candidato Aécio Neves exigiu que os adversários dessem uma explicação convincente sobre o assunto. Logo ele, que se encontra em pane. Numa coletiva, um repórter foi duramente criticado - e vaiado de "petista" - por insistir que a candidata Marina Silva se pronunciasse sobre o assunto.

Foto: Apertem o cinto. O piloto sumiu. 

Que enredo curioso esse envolvendo a procedência do jato que transportava o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, recentemente falecido. É um enredo de fazer inveja aos melhores romancistas policiais. Não entro no mérito das investigações em torno das verdadeiras causas do acidente, o que tem suscitado inúmeras teorias conspiratórias, mas nas questões legais envolvendo a aeronave. Quanto mais se aprofunda no assunto, surgem elementos suspeitos, reveladoras de uma engrenagem de possíveis ilícitos. Como morto não pode dar explicações, o ânus está sendo creditado aos atores em franca ascendência na aliança entre a Rede e o PSB, caso de Beto Albuquerque e Marina Silva. Em evento de campanha, o candidato Aécio Neves exigiu que os adversários dessem uma explicação convincente sobre o assunto. Logo ele, que se encontra em pane. Numa coletiva, um repórter foi duramente criticado - e vaiado de "petista" - por insistir que a candidata Marina Silva se pronunciasse sobre o assunto.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Tijolinho do Jolugue: Eduardo Campos ainda "escolhia" as raposas. Marina...

Curioso esse rearranjo de forças que está se desenhando na coordenação de campanha da candidata Marina Silva(Rede/PSB). O que nos parece é que, deliberadamente, Marina afasta da coordenação os nomes mais ligados ao ex-governador pernambucano, Eduardo Campos, recentemente falecido. Expõe-se as fraturas exposta de uma relação difícil, que a figura pública do ex-governador ainda tentava manter sob controle. Saíram Carlos Siqueira e Milton Coelho, enquanto Luíza Erundina assume como coordenadora de campanha. O curioso nessa arrumação é que a ex-prefeita de São Paulo, Erundina, guarda sérias divergências com a irmã Marina, o que prenuncia um relacionamento bastante complicado. Erundina não se cansa de afirmar que Marina "nega" a política. Quando em campanha, Eduardo ainda escolhia as "raposas". Marina, pelo andar da carruagem política, se chegar, vai governar sozinha.

Tijolinho do Jolugue: "Da Marina quero distância"

Quem conhece bem Carlos Siqueira, que até recentemente coordenava a campanha presidencial do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, recentemente falecido, afirma tratar-se de uma pessoa centrada, equilibrada, polida e calma. Não resistiu aos primeiros entreveros com a nova cabeça de chapa da aliança PSB/Rede, a irmã Marina Silva. Carlos Siqueira saiu atirando. Afirma que ela foi grosseira, quer mandar no PSB, e tem um temperamento difícil. A previsão é que os problemas de relação apenas começaram. Há alguns anos atrás escrevi um longo artigo sobre Marina Silva. Confesso que admirava sua trajetória de vida, envolvida com a defesa do meio-ambiente, mulher curtida pelas adversidades da vida, alfabetizada apenas aos 16 anos de idade. Confesso que, ao longo dos anos, passei a rever alguns desses conceitos.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Marina Silva: Um debate limitado aos temas religiosos nas eleições de 2014







Não é muito comum acompanharmos o programa Conexão Manhattan, transmitido pela Globo News, mas, em razão da presença do cientista político José Álvaro Moisés, resolvi acompanhar o programa de ontem, dia 18. A linha editorial do Programa todos conhecem, embora algumas situações fujam ao controle, como entrevistados com um grau de altivez e independência que costumam embaraçar os repórteres. Atualmente, José Álvaro Moisés é professor da USP e foi, durante um período de sua vida, muito ligado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Salvo algum engano, participou de sua assessoria. 

A grande questão posta era a última pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, realizada antes mesmo do funeral do ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos. Em analogia às pesquisas de boca de urna, essa pesquisa ficou popularmente conhecida como pesquisa de boca de cova, merecedora de muitas críticas por parte da imprensa. A pesquisa tentou aferir como o eleitorado iria se comportar diante da morte do ex-governador. Quem herdaria o seu espólio político, sobretudo com a sinalização clara de que Marina Silva(Rede) poderia substituí-lo na cabeça de chapa? Como ficariam Aécio Neves e Dilma Rousseff diante desse novo contexto? Apesar de Marina Silva aparecer bem na fita - com percentual que a coloca acima de Aécio Neves - o cientista político Álvaro Moisés sugere algumas ponderações. Há, de fato, uma grande comoção popular com a morte do ex-governador e isso, no Brasil, é um dado que costuma interferir nas eleições. Lembra o professor que o Golpe Civil-Militar no Brasil foi adiado por 10 anos, em razão da morte trágica do ex-presidente Getúlio Vargas. Foram os mesmos militares que derrubaram o ex-presidente João Goulart. 


Outro aspecto é que o perfil de Marina Silva reúne as condições de galvanizar essa comoção, sobretudo por sua figura aparentemente frágil, de olhos de ressaca, mansa, franzina, franciscana, possivelmente à lá dona Sebastiana. Soma-se a isso o caráter de religiosidade que sempre esteve afeito à sua figura. Por outro lado, existem uma série de outras questões embaraçosas que a candidata precisa enfrentar nessas eleições, o que pode determinar sua boa performance ou não. Exige-se, portanto, ponderação sobre a sua situação aparentemente confortável na pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha. Vamos aos fatos: a) Eduardo Campos era o grande articulador político da aliança PSB/Rede. Em vários momentos, nas quadras regionais, precisou aparar algumas arestas internas com a sua companheira de chapa, sempre com o propósito de costurar alianças locais. Como ficariam essas divergências regionais – em colégios eleitorais importantes – uma vez que ela assume a cabeça de chapa? b)A ortodoxia religiosa de Marina Silva também se constitui num grande entrave com segmentos sociais importantes, como os grupos LGBT e com grupos feministas; c)As posições ambientalistas de Marina Silva chocam-se frontalmente com setores econômicos como o agronegócio, que vive de birra com a irmão desde a época em que ela ocupava o Ministério do Meio-Ambiente, no Governo Lula. Marina, portanto, tem uma série de arestas a serem aparadas daqui para frente. Por seu temperamento, não costuma ceder em suas posições, o que, pragmaticamente, constitui-se num entrave. Muita cautela, portanto, com essa “onde” que está sendo inflada por setores sabidamente conservadores do eleitorado. Em artigo publicado aqui no blog, o professor Michel Zaidan observa que poderemos ter um embate eleitoral centrado na religiosidade, o que empobrece a discussão sobre as questões que realmente importam ao país. 

Michel Zaidan Filho: O Estado não é um prolongamento da família




Seguindo as lições de Hegel, Weber e o nosso brasileiríssimo Sérgio Buarque de Holanda - o pai de Chico Buarque de Holanda - a matriz formadora do estado brasileiro é a moral da família, ou a ética de Antígona, onde os deveres e as lealdades de sangue se sobrepõe  as do Estado republicano. Diz o historiador paulista que o patrimonialismo é a marca registrada das nossas instituições políticas locais e nacionais. Os chefes políticos e oligarcas pensam que o Estado é um mero prolongamento da organização familiar. E agem, segundo o famoso dito popular: "amigos e parentes, tudo. Aos inimigos, os rigores da lei". Nada mais contrário ao espírito do Estado Moderno (também chamado de racional-legal ou burocrático) do que a ética da família, dos irmãos, dos filhos, dos maridos ou dos avôs. O Estado não pode e não deve ser gerido como uma "Casa Grande", segundo a vontade e  as conveniências do chefe ou dono da organização de parentela, como diz a Maria Isaura Pereira de Queiroz.
             Uma família, por mais ilustre e importante que ela julgue ser, não pode se arrogar decidir os rumos de uma campanha presidencial. Muito menos os parentes de uma família. 0 Estado republicano é maior do que uma oligarquia familiar, seja o nome que ela carregue. O Estado é público, a oligarquia é da família e dos amigos e apaniguados. Os negócios do Estado são públicos, de todos os cidadãos. Os negócios da oligarquia dizem respeito aos interesses da família. A condução do processo sucessório da chapa do PSB e o tratamento dado a esse processo pela mídia e as instituições competentes em legislação eleitoral no Brasil e Pernambuco  não podem fechar os olhos para essa "ação entre familiares e amigos" que tem sido a questão sucessória do falecido candidato. Ou existe partido, instituição pública, com estatuto, comando e diretório, ou uma sociedade conjugal ou familiar se sobrepõe à organização partidária e decide como vai ser a disputa e eleitoral.  O luto de ninguém autoriza tal aberração institucional. Afinal, há leis ou tudo é permitido na República brasileira.
             A escolha de uma militante pentecostal, vinculada por votos de fé à Igreja evangélica Assembléia de Deus, por decisão do irmão e da esposa do falecido, reduz à disputa sucessória a quem acredita em Deus, no criacionismo, na Bíblia, no casamento heterossexual etc. E em quem não acredita ou aceita esses dogmas religiosos. A esfera pública-eleitoral dessas próximas eleições não pode se reduzir a um debate pobre, fundamentalista, conservador como esse, enquanto os problemas econômicos, administrativos, sociais e de infra-estrutura aguardam pacientemente por uma solução. Há um casamento do obscurantismo com o familismo amoral nessa saída. Nem um nem outro é salutar para a sociedade brasileira. Aqueles que defendem um estado laico, republicano e socialista têm que se manifestar diante de uma tal retrocesso nas conquistas democráticas do povo brasileiro.

Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco.