pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : IBGE
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sexta-feira, 24 de maio de 2024

Editorial: Escolas Casa Grande & Senzala.


Não faz muito tempo, publicamos por aquiaqui um texto onde abordamos o drama do alto índice de analfabetismo adulto no país. Segundo as últimas estimativas divulgados pelo IBGE. São 11,4 milhões de analfabetos, em sua maioria concentrados em regiões como a Norte e Nordeste. Logo em seguida, nos deparamos com a leitura de uma artigo onde o articulista assinala ser um tremendo retrocesso civilizatório ainda termos que tratar de analfabetos adultos no Brasil, o que se constitui num indicador seguro sobre o nosso renitente atraso. 

No dia de hoje, 24, lemos um artigo escrito pelo pernambucano Cristóvam Buarque, publicado na revista Veja, tratando de dois graves problmas que o país nunca enfrentou defintiivamente: A reforma agrária e uma reforma educacional que pudesse facultar às camadas mais fragilizadas e empobrecidas da nossa sociedade - em alguns casos possíveis descendentes de escravos - um sistema educacional de igual qualidade ao dos nossos senhores de engenhos de hoje. Ou seja, no raciocínio do pesquisador, o país ainda comporta um sistema educacional onde existe uma escola para a Senzala e uma escola para a Casa Grande, assim como nos velhos tempos colonialismo português. Vale o simbolismo e a licença poética, mas, a rigor, para sermos mais precisos, nessa época nem escola para os habitantes da senzala existiam.  

Cristóvam Buarque sempre faz muitas referências ao abolicionista Joaquim Nabuco, ao tratar deste assunto. Joaquim Nabuco falava sempre sobre a necessidade de se conceber um projeto de inserção dos ex-escravos à sociedade, sob pena de que, embora abolida institucionalmente a escravidão, a condição social desses escravos não mudaria. Eram pessoas sem teto, sem terra, sem emprego, sem profissão, sem educação formal. É curioso como perfil do analfabeto brasileiro remete-nos, inexoravelmente, às preocupações do abolicionista pernambucano. Em geral são mulheres envelhecidas, pobres, negras, residentes em regiões como a Norte e a Nordeste. Alguém precisa fazer um estudo de gênero sobre o analfabetismo no país. 

Ao longo dos anos, a reforma agrária na foi realizada e o sistema educacional permaneceu com essa clivagem. Faz sentido quando, em determinado momento do texto, o pesquisador observa que os escravos foram soltos e não libertos. O mais espantoso disso é que, mesmo sob governos de perfil progressista e popular oa avanços continuam sendo pontuais e não estruturais. É o Brasil. 

Você precisa ler também: 

Brasil - ainda um país de analfabetos adultos.   

domingo, 19 de maio de 2024

Editorial: Brasil: Ainda um país com elevados índices de analfabetismo.



O drama do analfabetismo no país possui um dos componentes políticos dos mais perversos. Foi forjado no colonialismo, sob o regime de trabalho escravo, e mantem-se como decorrência da insensibilidade de nossas elites aos problemas estruturais daqueles cidadãos e cidadãs que ocupam o andar de baixo da pirâmide social. Quando se verifica o perfil dos analfabetos do país - não pecisa ser um especialista no assunto - evidencia-se as premissas apresentadas acima: Em sua maioria sao mulheres pobres, envelhecidas, negras, majoritariamente habitando regiões caracterizadas por profundas desigualdades sociais, a exemplo do Norte e Nordeste. 

A perversão desta insensibilidade é tão gritante, que não se observam avanços seqnificativos nem mesmo quando o país está sob um governo de corte progressista ou popular. O analfabetismo ainda é um dos grilhões que não foi rompido, deixado pelos séculos de regime de trabalho escravo. No segundo Governo Lula o MEC chegou a contratar alguns especialistas no assunto, com doutorado em educação. O objetivo seria o de estabelecer articulações com gestores de educação dos principais municípios onde tais índices eram elevados. Quase 100% desses municípios se concentravam nas regiões Norte e Nordeste. 

Até hoje não se sabe o resultado desse trabalho, tampouco se ele foi, de fato, concretizado. Nossos índices de analfabetismo entre a população adulta até aumentaram desde então. As atenções se voltaram sobre este assunto depois da divulgação do índice atual de analfabetos do país,num trabalho realizado pelo IBGE. O Brasil ainda possui 11,4 milhões de analfabetos. Só houve um momento, lá pelos idos da década de 60 do século passado, onde se levou a sério este drama, propondo-se sua erradicação. Um amplo programa de combate ao analfabetismo estava na agenda das Reformas de Base do Governo João Goulart. A elite política e econômica, aliada a setores militares, deram um golpe de Estado para não permitir sua viabilização. É o Brasi, DaMatta!