pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Caiu a ficha de Marília Arraes...só agora?



 


Que nos perdoe a vereadora Marília Arraes, mas, em nenhuma hipótese essa posição dela no sentido de retirar sua candidatura a deputada federal, que vinha sendo costurada nas hostes socialistas, pode ser entendida como um "desencanto" com os rumos que a agremiação está tomando no Estado. Ela teria acusado Eduardo Campos de ser centralizador, o que não se constitui nenhum fato novo. Não se trata, obviamente, como tentou justificar a vereadora neo-socialista, de suas dificuldades em conviver com raposas felpudas das velhas oligarquias políticas do Estado, capitaneadas por partidos como o DEM, cujo ex-governador, Dr. Arraes, sempre combateu no passado. Também teria externado sua dificuldade de convivência com o senador Jarbas Vasconcelos, um ex-inimigo figadal da família Arraes, que Eduardo incorporou entre seus apoiadores. Apesar do discurso de "Nova Política", na província, permanecem as práticas políticas mais arcáicas e atrasadas. Estaria, em jogo, segundo comenta-se, os redutos eleitorais da mãe do governador, Ana Arraes, hoje no TCU. Esses "currais eleitorais" já teriam sido distribuídos, inclusive para viabilizar a candidatura de Jarbas Vasconcelos. Concretamente falando, o partido vem fazendo um arranjo político onde alguns atores, caso da vereadora, estão sendo, literalmente, apeadas. Essas questões valorativas ou de caráter ideológico não entram na agenda da realpolitik neo-socialista, principalmente quando está em jogo a disputa de "nacos" de poder ou "controle" da máquina. Questionado outro dia sobre Severino Cavalcanti e Inocêncio Oliveira, o "Galeguinho" teve o despropósito de afirmar que essas figuras haviam sido aposentadas da política pernambucana. O PR, de Inocêncio, é um dos partidos que mais vem causando problemas para o candidato do Palácio do Campo das Princesas ao Governo do Estado, Paulo Câmara. Deseja uma participação mais efetiva na máquina estadual, além do apoio aos nomes que o partido apresentará na disputa proporcional de 2014. Se, em algum momento a vereadora foi sincera, trata-se de um arrependimento tardio.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Se a direita ganhar

Se a direita ganhar

Engana-se quem imagina apenas uma reprise do que foram os tempos de FHC.  Para entender o que pode vir por aí, é melhor pensar no Tea Party estadunidense, no urbanismo colombiano, na direita ucraniana.
05/06/2014
por Igor Fuser
O Brasil enfrenta, nas eleições presidenciais deste ano, o risco de um brutal retrocesso político, com o eventual retorno das forças de direita – representadas, principalmente, pelo candidato tucano Aécio Neves – ao governo federal. Nesse caso, teremos uma guinada rumo a um país mais desigual, mais autoritário, mais conservador. Engana-se quem imagina apenas uma reprise do que foram os tempos de FHC.  Para entender o que pode vir por aí, é melhor pensar no Tea Party estadunidense, no uribismo colombiano, na direita ucraniana.
Limitando este exercício de imaginação apenas à política externa, é aposta certa supor que uma das primeiras medidas de um governo Aécio seria a expulsão dos profissionais cubanos engajados no programa Mais Médicos. Também imediata seria a adesão do Brasil a um acordo do Mercosul com a União Europeia nos termos da finada Alca, cujas “viúvas” – também conhecidas como o Partido dos Diplomatas Aposentados – recuperarão o comando do Itamaraty, ávidas por agradar aos seus verdadeiros senhores, as elites e o governo dos Estados Unidos.
O Mercosul, se sobreviver, voltará a ser apenas um campo comercial, destituído do projeto político de uma integração mais profunda. A Unasul e a CELAC, esvaziadas, se tornarão, sem a liderança do Brasil, siglas irrelevantes, enquanto a moribunda OEA – o Ministério das Colônias, na célebre definição de Fidel Castro – ganhará um novo sopro de vida. Quanto ao Brics, articulação central no combate ao domínio unipolar do planeta pelo império estadunidense, sofrerá um baque, com a deserção (oficializada ou não) do seu “B” inicial.
Golpistas latino-americanos, já assanhados após os triunfos em Honduras e no Paraguai (ações antidemocráticas combatidas com firmeza por Lula e Dilma), ganharão espaço, certos de contar com a omissão ou até o apoio de um governo brasileiro alinhado com os ditames de Washington. Que o diga a performática Maria Corina Machado, líder da atual campanha de desestabilização na Venezuela, recebida com fanfarra pelo governador Geraldo Alckmin e por uma penca de jornalistas tucanos, no programa Roda Viva.
Governos e movimentos sociais progressistas, na América Latina e no mundo, perderão um ponto de apoio; as forças das trevas, como o lobby sionista internacional, ganharão um aliado incondicional em Brasília. Isso é apenas uma parte do que está em jogo nas eleições brasileiras. Espantoso é que, no campo da esquerda, tantos pareçam não se dar conta.
(Publicado originalmente no Brasil de Fato)

Urariano Mota: Os bens de Jarbas Vasconcelos

publicado em 8 de julho de 2010 às 1:15
Os bens de Jarbas Vasconcelos
Urariano Mota, no Direto da Redação
Jarbas Vasconcelos, vocês lembram, é aquele senador que, com indignação à altura da revista Veja, um dia afirmou nas páginas amarelas que o Bolsa Família servia apenas para gerar malandros ou incentivar as pessoas do povo para a vadiagem. E como prova declarou que conhecia um garçom que deixara de trabalhar pra viver da “bolsa esmola” de Lula, como pode ser visto aqui.
Naquela altura, o bravo senador era um varão de Plutarco, segundo as páginas e imagens da imprensa amarela em inglês e marrom no Brasil. Indignado, ele protestava contra os desonestos, bandidos e ladrões do seu partido, a falar para o Jornal Nacional e a Folha de São Paulo… Paro um pouco pra notar que escrevi “bandidos do seu partido” num ato falho. Isso pode ser interpretado como bandidos da laia do insigne senador, mas tal não foi minha intenção, creiam: quis apenas dizer “bandidos” que existem no partido onde o senador ainda se encontra, o PMDB. Entendam.
Então? como perguntam os paulistas. Então, meus pacientes amigos, o senador apresentou ontem a sua última declaração, devo dizer, a declaração atualizada de bens ao TRE de Pernambuco:
“Jarbas Vasconcelos – Candidato a Governador
Obras de arte (jóias, quadros, objetos de arte) – R$198.217,20
Camarote nº1 do Estádio Adelmar da Costa Carvalho – R$11.254,68
Casa no Rosarinho – R$100.000,00
Apartamento Pier Mauricio de Nassau – R$130.000,00
Saldo Conta Corrente Banco Real – R$547,24
Saldo Conta Corrente Banco do Brasil – R$1.441,60
Casa no Janga – R$120.000,00
Conta Corrente Banco do Brasil – R$341,98
Automóvel Peugeot, fab.2009 mod. 2010 – R$35.690,00
Banco Santander Real fundo de investimento renda fixa – R$215.296,30
Apartamento Pier Mauricio de Nassau ( a ser pago em parcelas) – R$ 403.771,85”
Para dizer o mínimo, a declaração acima, assim como aquela sobre o garçom malandro, peca pela falta de verossimilhança. Ainda que por lei os candidatos não sejam obrigados a fornecer uma cópia da declaração de Imposto de Renda à Justiça Eleitoral, nós, comuns mortais, bem que podemos comparar os valores declarados com os do mundo real. Em se tratando de Jarbas Vasconcelos, paladino da boa moral, o que dizer do que ele afirma e firma? Primeiro, na sua declaração a parcela real é maior que o todo da soma de Plutarco. A saber: os dois apartamentos valem, no mundo imoral dos imóveis, algo em torno de 1.700.000 reais. (Informações da Moura Dubeux). Esses dois apartamentos dignos de um senador vão além do total 1.216.560,85 informado acima. É natural, eles estão no mais alto prédio do Recife, digamos.
Segundo, na parcela obras de arte então, Jarbas Vasconcelos dá um show de modéstia. Ou de esquecimento. Montaigne ensinava que a primeira qualidade do mentiroso é ter boa memória. Pelo visto, Jarbas Vasconcelos leu e esqueceu a lição, pois no que ele declara como 198 mil reais existem mais que bois e bonecos do mestre Vitalino. Em artigo publicado na revista Continente, pudemos ver que nas paredes de sua casinha no Rosarinho (que ele avalia em cem milzinhos), existem quadros de João Câmara, Reynaldo Fonseca, Cícero Dias, Siron Franco, Vicente do Rego Monteiro e Aldemir Martins. Bom gosto, reconheçamos, mas um só Vicente do Rego Monteiro e um modesto Cícero Dias, por exemplo, podem custar mais que 198 mil cangaceiros de barro. Mas o nobre senador esqueceu.
Na sua declaração ao TRE, o ínclito Jarbas só perdeu mesmo para o deputado federal Raul Jungmann, candidato a senador na sua chapa (de Jarbas). Raul, o ex-comunista da escola de Roberto Freire, declarou possuir bens num total de…. 17 mil reais. Notem que Raul recebe salários acima de 20 mil reais há dois mandatos e não tem, coitado, sequer uma casa pra morar, nem mesmo um fusca pra chamar de seu.
Dizer o quê diante desse modelo de pobreza, honra e virtude? – Para o PPS e assemelhados o cinismo não mata.

(Publicado originalmente no site Viomundo)