pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 22 de julho de 2022

Editorial: Louve-se o esforço de Ciro em pensar o país.

Crédito da Foto: PDT Nacional - Divulgação


O jornalista e articulista José Casado, em seu espaço no site da revista Veja, faz uma análise de alguns trechos do programa do candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, concluindo que, de fato, estamos diante de uma proposta consistente em meio a um deserto de ideias. Essa é a quarta tantativa do cearense Ciro Gomes de chegar à Presidência da República. Ao longo desses anos, exercendo vários cargos públicos e debatendo o país aqui e no exterior - sempre acompanhado de grandes inteligências, a exemplo de Roberto Mangabeira Unger - Ciro foi aprimorando o seu conhecimento sobre os problemas do país. 

Seria até natural que, hoje, ele apresente a melhor proposta, embora encontre grandes dificuldades de convencer os eleitores sobre o assunto. Ao longo de suas candidaturas, ele cativou um eleitorado fiel ao seu projeto, mas, por alguma razão, não consegue ampliá-lo. Desta vez, fez o possível e o impossível para quebrar a polarização representada pelas candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva(PT) e Jair Bolsonaro(PL), mas sem sucesso. Tentou atrair outras forças políticas para o seu projeto, mas igualmente sem muito êxito, como o PSD, de Gilberto Kassab. As articulações não passaram de alguns arranjos localizados em praças específicas.

Esta polarização política no país constitui-se numa verdadeira centrífuga, turvando a nossa visão no que concerne a outros olhares sobre o cenário social, político e econômico brasileiro. Com a sua larga espertise, Ciro é capaz de observar os equívocos cometidos, por exemplo, pelo PT quando foi governo, advertindo que os atuais problemas econômicos enfrentados pelo país tiveram origem nas opções adotadas pelos governos da coalizão petista. Os casos de corrupção na máquina pública à época também são responsáveis pela ascensão do bolsonarismo. 

O programa do candidato, de fato, apresenta um conjunto de respostas para os principais gargalos enfrentados pelo país, apostando na educação como uma das principais ferramentas para enfrentá-los. Uma pena que o eleitorado não preste mais atenção neste rapaz de Sobral que,de fato, fez o dever de casa, aquele dever exigido de quem deseja dirigir os destinos de uma nação, ou seja, se dedicou a estudar o país. Com uma inteligência privilegiada, associado a outros nomes igualmente inteligentes, foi capaz de construir uma proposta de governo que, se vier a ser viabilizada, lança luzes sobre nossas trevas de educação, de fome, de abandono da população, de obscurantismo político.  

Editorial: Um diálogo institucional urgente e necessário


Crédito da foto: Marina Ramos - Divulgação

Nenhum brasileiro de bom-senso, hoje,tem alguma dúvida sobre a necessidade urgente de um diálogo institucional entre os três Poderes da República,envolvendo as próximas eleições de outubro. A corda, de tão esticada, na realidade, já teria arrebentada, segundo alguns observadores. Depois do encontro do presidente Jair Bolsonaro(PL) com embaixadores estrangeiros para discutir o processo eleitoral brasileiro, o Ministro Edson Fachin, do STE, procurou o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra, e o Presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, no sentido de conversarem acerca do tema, possivelmente, com o objetivo de fechar questão em torno do assunto eleições. 

Corrobora com esta tese, a sua determinação para que o Presidente da Republica, no prazo de 05 dias, explique-se sobre as as suas falas em torno do assunto. Como sempre, depois do diálogo, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, assumiu uma postura mais incisiva, independente e republicana ao falar sobre o tema. Lyra, como sempre, é comedido demais ao tratar desses assuntos nevrálgicos, possivelmente em razão de suas cordiais relações com o Chefe do Executivo. Mas, se, por um lado, esse diálogo, embora fundamental para a sobrevivência de nossas instituições democráticas torne-se difícil, por outro lado, a despeito de sua inegável abertura para o diálogo, o pessoal do STE pretende deixar explícito um posicionamento conjunto daquela Corte em torno do assunto, rebatendo eventuais ilações descabidas.  

Conforme a imprensa chegou a divulgar - espero que não seja uma dessas fake news - o Ministro Edson Fachin, depois das falas absurdas e equivocadas sobre as eleições brasileiras, teria externado um sonoro: Basta!!! Desde a redemocraticação do país, realizamos eleições limpas, soberanas, com os vencedores sufragados pela Justiça Eleitoral. O Brasil, embora com alguns outros problemas relativos à consolidação de nossa democracia - que sobrevive com bastante desigualdades sociais - é um exemplo para o mundo no quesito eleições.   

quinta-feira, 21 de julho de 2022

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Os atos falhos na presença de Lula em Pernambuco.


Logo que desembarcou no Aeroporto dos Guararapes, aqui no Recife, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esboçou uma cara de poucos amigos, no dizer nordestino, apresentava um semblante carrancudo, ensimesmado, muito sério. Parecia antever o que estava por vir durante suas andanças pelas mesorregiões do Sertão, Agreste e a capital pernambucana. Segundo informações de bastidores, ele teria confidenciado que havia muito pouco coisa a se fazer pelo candidato da aliança PT\PSB, Danilo Cabral. 

Envolto numa série de dificuldades, Lula seria a bala de prata para tentar reverter sua situação nas pesquisas de intenção de voto. Mas, rigorosamente, quase tudo deu errado. Apoiadores de Marília interromperam seus discursos gritando o nome da candidata, invadiram os espaços onde a comitiva se encontrava para distribuir seus santinhos, as redes sociais foram utilizadas para mostrar à população que Danilo Cabral votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. 

Mas, a rigor, nem precisava esse esforço da militância de Marília, uma vez que os próprios integrantes da comitiva, por mais de uma vez, cometeram aquilo que psicanalista Segmundo Freud clssificava de "ato falho". O nome do Marília está no subconsciente petista, assim como uma nódoa de caju, que não sai de jeito nenhum. Desta vez foi o presidente da legenda petista, Doriel Barros, que esqueceu que a candidata ao Senado Federal pela aliança é a Deputada Estadual Teresa Leitão e não Marília Arraes, como ele acabou soltando no Classic Hall, levantando a massa de apoiadores de Danilo(?), que ecoaram o nome da candidata do Solidariedade. Na realidade, ato falho mesmo ocorreu quando da presença de Lula, no Poço da Panela, atendendo a um convite de Danilo Cabral para um almoço. Imperdoável a atitudes de alguns moradores do prédio, hostilizando o candidato.   

O vídeo acima foi publicado no blog do Magno Martins.

Comitiva de Lula foi recebida com chuva de ovos em prédio de Danilo

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Um almoço da intolerância para o ex-presidente Lula.


Conforme o previsto, Lula continua cumprindo a sua agenda aqui no Estado de Pernambuco, conforme acordo firmado com as lideranças socialistas. Pela manhã, esteve no Teatro do Parque, ouvindo os reclames do pessoal da cadeia da cultura, acerca dos problemas enfrentados por este setor, hoje praticamente ausente das políticas públicas deste governo. O Estado de Pernambuco, inclusive, dá um bom exemplo neste campo, através da espertise de décadas do Funcultura, o maior fundo de fomento à cultura do país. 

Encerra sua maratona aqui na Marim dos Caetés, no espaço do Clássic Hall, onde deve receber os militantes e simpatizantes. Como disse ontem, bom mesmo seria um encontro de rua, mas os organizadores estão alegando problemas com as chuvas que, embora espassas, poderiam atrapalhar. Mas, para ser sincero, Lula já teve melhores momentos em suas visitas ao nosso Estado. Chega num momento difícil enfrentado pelo candidato oficial da coligação PT\PSB, que não vai muito bem nas pesquisas e quase não consegue falar em público, tendo que aturar manifestantes gritando o nome de Marília Arraes, a candidata do Solidariedade, que rompeu com o PT, mas continua com um forte vínculo orgânico e afetivo com o partido e com o próprio Lula. 

Assim, Lula teve que enfrentar alguns constrangimentos em sua visita ao Estado, forçando a barra para cumprir os compromissos e não ser deselegante com quem o tratou tão mal em passado recente, ainda nas eleições de 2018, quando atores das hostes socialistas o associaram à corrupção. Naqueles tempos, de mais respeito e tolerância política, Lula vinha a Pernambuco e era melhor recepcionado pelo governador Eduardo Campos, um fiel aliado, com direito a degustar as delícias da culinária pernambucana, no reduto da família Campos, no aprazível bairro de Dois Irmãos. Com direito a um pedaço de rapadura e a prosa do saudoso Ariano Suassuna.  

Hoje, infelizmente, os tempos são outros, de bastante acirramento político, intolerância e animosidades. O anfitrião da visita, o candidato ao Governo do Estado, Danilo Cabral, dentro do espírito dos pernambucananos de bem receber os convidados, agendou um almoço para o ex-presidente em sua residência, um apartamento localizado no bairro de Poço da Panela, que, no passado, era uma espécie de estância de inferno dos recifenses abastados, que não suportavam o calor da Veneza Brasilieira. 

Ontem, até brincamos sobre o cardápio, mas isso já é uma outra discussão, sobretudo nesses tempos não menos bicudos na economia, onde 33 milhões de brasileiros estão na condição de insegurança alimentar. O grave é que morador do prédio, através de um vídeo, convocou partidários para protestarem contra a presença de Lula no local, dando bem a dimensão das consequências desses tempos difíceis que atravessamos, onde a civilidade política anda ausente. 

Editorial: O terceiro round de Lula


O jornalista e consultor Thomas Traumann, em matéria no site da revista Veja, traz um debate bastante interessante - que atinge dimensões preocupantes - mesmo antes das conclusões das eleições presidenciais de 2022: Como se dariam as relações entre o Executivo e o Legislativo numa eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Independentemente da maré política, como é do conhecimento de todos, o Centrão mobiliza o seu exército e os seus ardis e expedientes para costurar os pactos de governança com os mandatários de turno, seja lá qual for o seu quandrante político, se de direita, se de esquerda ou de centro, mesmo conhecendo os limites dessas abordagens ideológicas.  

O Centrão atua numa lógica própria, movida por cargos e liberação de recursos através das emendas parlamentares, facilitada pelo nosso presidencialismo de coalizão, que, se Luiz Felipe de Alencastro nos permite, pode ser traduzido como uma espécie de semipresidencialismo. Essa turma é aliada de cargos e emendas, não deste ou daquele ator político. Agora mesmo, por ocasião das próximas eleições, o grupo está preocupado não com a eleição do presidente Jair Bolsonaro(PL) - que seria apenas um detalhe - mas em ampliar sua base de sustentação congressual, tornando refém do ocupante do Palácio do Planalto. 

Mesmo antes de ser eleito, Lula já anda às turras com Arthur Lyra, por conhecer esses mecanismos, responsável direto pelo escândalo do Mensalão e pela deposição da ex-presidente Dilma Rousseff. Como as eleições de outubro devem ir mesmo para uma decisão de segundo turno, se vencer tais eleições, Lula terá um terceiro round a ser disputado com o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra, hoje apenas preocupado em ampliar o seu exército de apoiadores, formando uma boa bancada para negociar com o governante de turno.    

Editorial: Geraldo Alckmin: Entre a Avenida Paulista e a Casa de Dona Lindu



São curiosas as circunstâncias que reaproximaram Luiz Inácio Lula da Silva(PT) do ex-governador Geraldo Alckmin(PSB). Certamente uma das motivações de Lula seria a de pavimentar o caminho do Palácio dos Bandeirantes para o pupilo Fernando Haddad(PT-SP), quando se sabia que Geraldo Alckmin liderava todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até então. Uma outra estratégia do petista seria uma aproximação com o centro político, uma manobra utilizada desde longas datas, por entender que, no país, um candidato com o seu perfil só chega ao Palácio do Planalto com um pé no Beco da Fome e outro na Faria Lima. 

Alckmin ponderou bastante antes de tomar a decisão, pois se tratava de deixar o certo pelo duvidoso. O duvidoso é exatamente o seu futuro como vice-presidente, numa eventual vitória do petista. Talvez sonhe com o seu apoio em 2026, uma vez que Lula já declarou que, depois do mandato, pretende cuidar dos netos e pescar traíras. Já estaria com a idade bastante avançada. Para tanto, não deverá ser um vice meramente decorativo. 

Rejeitado por alguns setores do PT, Alckmin assumiu a ideia fixa de que precisa tornar-se mais palatável. Não tem jeito mesmo para esses setores passarem a gostar de chuchu, mesmo que ele repita - à exaustão - que Lula com chuchu vai bem. Na realidade, o que ele precisa - conforme observam os coordenadores de campanha do petista - é facilitar o trânsito de Lula com a Faria Lima e, certamente, ajudar a combater o antipetismo do eleitorado paulista. Ele tem um papel estratégico a cumprir, portanto. 

Por enquanto, ainda tenta ser mais palatável a esses setores do PT. O importante é que Lula, tanto quanto possível, tem ajudado bastante aparar essas arestas, como no dia ontem, quando esteve em campanha no Estado de Pernambuco, se derramando em cortesias com o companheiro de chapa. Como se observa pelas conclusões acima, as diferenças entre ambos podem somar e não dividir. O importante é que cada um deles - sem mudanças radicais no seu perfil - cumpram bem o seu papel na campanha.     

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Editorial: A PEC das bondades pode levar a disputa presidencial para o segundo turno.



A despeito do favoritismo de Lula, não é improvável que esta eleição seja mesmo decidida no segundo turno. Ainda hoje, dia 20\07, o Instituto Paraná Pesquisas divulgou mais uma rodada de pesquisas sobre a corrida presidencial de 2022, onde a diferença entre os principais competidores, Luiz Inácio Lula da Silva(PT) e Jair Bolsonaro(PL) diminuiu para apenas 6 pontos percentuais. Lula aparece com 43% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro crava 37%. O DataPoder e o Paraná Pesquisas foram os primeiros institutos a apontarem o esboço de uma reação do presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, causando um certo rebuliço no debate das eleições de outubro, principalmente entre os partidários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Percentualmente, Lula perdeu um pontinho e o candidato a reeleição Jair Bolsonaro ganhou outro, mas, a rigor, se considerarmos as margem de erro do instituto, de 2,6 pontos para mais ou para menos, um bolsonarista raiz poderia ficar ainda mais otimista. Em princípio, o que se pode concluir, concretamente, é que o tal pacote de bondades provenientes da PEC Kamikaze está produzindo os efeitos esperados pelo staff político do presidente Jair Bolsonaro. 

Tudo leva a crer que, pelo menos do ponto de vista da competitividade, teremos uma eleição equilibrada. Do ponto de vista institucional, lamentavelmente, não podemos afirmar a mesma coisa,mas isso já é uma outra discussão. Não deve ser por acaso que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva não tem poupado esforços no sentido de criticar e apontar os equívocos desse pacote de bondades. Hábil em comunicar-se com as massas, não entra no mérito dos pormenores do estrago que tais medidas poderão provocar nas contas públicas, mas joga com uma narrativa que o povão entende: Peguem, mas não votem nele.   

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: O "Lulômetro" de Marília continua em alta.

Publicada no blog do Magno Martins


Havia uma grande expectativa em torno da presença de Lula, aqui no Estado, sobretudo em razão da formação dos palanques estaduais,quando praticamente três candidatos endossam o apoio ao seu projeto de voltar a ser inquilino do Palácio do Planalto a partir de 2023: Danilo Cabral, do PSB, Marília Arraes, do Solidariedade, e João Arnaldo, do Psol\Rede. Dizem que ele teria chegado com um semblante fechado - em bom nordestinês, carrancudo - mas preferimos não entrar no mérito de suas razões. Ele poderia estar simplesmente cansado da viagem. 

Sua agenda sofreu algumas alterações, sob o argumento, a princípio curioso, de que o Recife estava meio chuvoso. Embora tenha feito sol a maior parte do dia, ao cair da tarde as chuvas, de fato, vieram, embora leves.  Ao longo do dia, ficamos atentos não apenas aos sinais da natureza, mas aos sinais políticos, esses que poderiam nos dar a real dimensão do impacto da presença do candidato petista no que concerne ao palanque do candidato oficial da da coligação PT\PSB, o Deputado Federal Danilo Cabral(PSB-PE). 

Como se sabe, Danilo não vai muito bem nas pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento e a presença de Lula aqui, assumindo oficialmente a sua candidatura, poderia ser uma espécie de tábua de salvação para o candidato. Um outro aspecto que aguçou nossa curiosidade era observar como a militância e o staff de campanha da candidata do Solidariedade, Marília Arraes, iriam se comportar para não perderem alguns pontinhos preciosos no termômetro político do "Lulômetro", salvo melhor juízo criado pelos publicitários da candidata, com o objetivo de mensurar o padrão de relação que os concorrentes ao Palácio do Campo das Princesas teriam com o morubixaba petista. 

O andar da carruagem política indicava que Marília Arraes poderia perder alguns pontinhos preciosos nesse ranking. Lula não poderia deixar de assumir os compromissos oficiais com os socialistas. Ela, por sua vez, não iria constrangê-lo. Coube aos seus apoiadores a tarefa de não permitir que ela caisse neste ranking. Até mesmo candidatos apoiadores da aliança PT\PSB não deixaram de dar a sua contribuição, como ocorreu com a candidata ao Senado Federal, a Deputada Estadual Teresa Leitão(PT), que, em Garanhuns, quando discursava para a multidão, no afã de citar uma vereadora local com o mesmo nome de Marília, acabou se enrolando e, ao invés de dizer: Marília Ferro, por pouco não disse Marília Arraes. O público, por sua vez, vaiou o  governador Paulo Câmara(PSB-PE), vaiou o prefeito local, Sivaldo Rodrigues, do PSB, e, na hora do discurso de Danilo Cabral, gritaram:Marília!!! Marília!!! Marília!!!Assim, sua posição no "Lulômetro" parece não ter sofrido alterações significativas.    

Enquanto Danilo discursa, multidão grita por Marília Arraes

Editorial: Simone Tebet questiona postura de dirigentes do MDB



Dirigentes da legenda emedebista se reuniram recentemente e decidiram que deverão endossar o apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, à Presidência da República, ainda no primeiro turno das eleições de outubro. Pelo menos 11 diretórios estaduais da legenda resolveram seguir tal orientação, o que, naturalmente, levantou algns questionamentos da candidata do partido à Presidência da República, a senadora Simone Tebet, que considera um equívoco a postura desses dirigentes, contribuindo para inviabilizar um nome que pudesse constituir-se como alternativa aos extremos políticos representados por Luiz Inácio Lula da Silva(PT), de um lado, e Jair Bolsonaro(PL), do outro lado. 

Na realidade, não há surpresas aqui. Desde que o nome da senadora foi cogitado como alternativa da legenda como candidata da terceira via, tais segmentos do partido já manifestavam uma opinião em contrário, alguns deles em processo avançado de negociações com a candidatura de Lula, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país. Algumas dessas lideranças, sequer, estiveram presentes no ato que homologou a candidatura de Simone Tebet à Presidência da República, numa clara demarcação de posições. Como o partido sempre foi controlado por uma federação de oligarquias familiares regionais com autonomia, fica difícil impor uma deliberação da cúpula partidária. 

Assim, pode-se concluir que a senadora Simone Tebet - como se já não fossem suficientes os problemas inerentes à consolidação de uma alternativa de terceira-via - enfrenta sérios problemas dentro de sua própria agremiação partidária. O consolo é que inúmeros equívocos foram cometidos no processo de construção de uma alternativa política rigorosamente viável como terceira-via. Esta é uma contingência ditadas pelos padrões ou dinâmica de disputas políticas imposto pela quadra política brasileira, algo que foge completamente à sua alçada. A bem da verdade, como temos enfatizado por aqui, ela seria uma excelente alternativa.   

Teresa Leitão com Marília na cabeça

Editorial: Implode a aliança entre PT e PDT no Ceará.



Matéria publicada no site da revista Veja informa que o PT rompeu uma aliança bem-sucedida da esquerda naquele Estado, mantida desde 2006,com o PDT, com sucessivos mandatos na condução do Palácio da Abolição. Na realidade, dois mandatos de Cid Gomes(PDT-CE), irmão do candidato à Presidência da República, Ciro Gomes(PDT-CE), e dois mandatos de Camilo Santana, do PT, que precisou se desencompatibilizar-se do cargo para concorrer ao Senado Federal nas próximas eleições de outubro, sendo substituído por sua vice, Izolda Cela, do PDT. 

Com uma gestão muito bem avaliada pela população e bem articulada junto às instâncias do PT local - inclusive com simpatias nacionais dos dirigentes da legenda - Izolda credenciou-se para continuar no cargo, disputando as próximas eleições no Estado. Izolda, na realidade, nunca foi bem-digerida por setores do PDT que, numa manobra avaliada como de "arrogante", decidiu que o candidato ao Governo será o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio(PDT-CE). 

Roberto é médico, um técnico que foi pinçado à condição de político pela família Ferreira Gomes, teve uma boa passagem como prefeito da cidade, mas, neste momento, não fez muito bem para os arranjos políticos no que concerne à condução da aliança entre as duas legendas. Diante da decisão de ruptura, restaria ao PT dois caminhos: apoiar o nome de Eunício Dias(MDB-CE), como candidato ao Governo, opção que poderia ter o apoio do PT nacional, ou  lançar o nome de Izolda Cela(PDT-CE), mesmo diante da exiguidade de tempo para as convenções partidárias. 

Editorial: Lula muda roteiro para visitar primeiro os parentes

Foto da equipe de Lula - Divulgação


A cúpula política do PSB recebeu, hoje, dia 20\07, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Aeroporto Internacional dos Guararapes\Gilberto Freyre. Comenta-se que ele teria chegado com o semblante um pouco fechado - carrancudo seria um termo mais apropriado - mas este editor se reserva ao direito de não entrar nos pormenores das motivações de Lula para não demonstrar aquele entusiasmo de antes, quando vinha ao Estado na época, por exemplo, que o ex-governador Eduardo Campos era vivo. 

Depois dos compromissos políticos, se dirigia à residência dos Campos, no bairro de Dois Irmãos, onde degustava as delícias da culinária pernambucana, e, no final, durante a sesta, ainda dava boas gargalhadas com os causos narrados pelo dramaturgo Ariano Suassuna. Por vezes, o cardápio era anunciado pela imprensa, o que enchia a nossa boca d'água só de imaginar. Amanhã, segundo agenda divulgada, Lula irá almoçar na residência do candidato do PSB ao Governo do Estado, Danilo Cabral, mas o cardápio está mantido sob sigilo. O que está sendo muito divulgado mesmo nas redes sociais, é um vídeo onde o hoje candidato ao Governo do Estado anuncia seu voto a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG). 

Pela programação inicial, o primeiro compromisso de Lula seria em Serra Talhada, no Sertão do Pajeú, mas ele resolveu, em primeiro plano, voltar às suas origens, ou seja, foi visitar os parentes em Caetés, cidade localizada no Agreste Meridional do Estado, onde conhecerá a réplica da casa de dona Lindu, sua mãe, construída pelos dirigentes petistas locais. Salvo melhor juízo, nem mesmo os organizadores da visita haviam colocado essa casa na sua agenda inicialmente, mas ele fez questão de afirmar que gostaria de visitá-la. Participará de evento em Garanhuns e Serra Talhada. No final da tarde do último dia, 22, vem ao recife - melhor dizendo, Olinda - onde se encontra com os partidários na Casa de Show Classic Hall. 

Segundo dizem, a motivação da mudança teria a ver com as previsões de chuva na capital pernambucana, mas, na realidade, está fezendo um sol maravilhoso. Um pouco de chuva, igualmente, também não iria atrapalhar as suas andanças pelas ruas do Recife, tampouco afungentaria os simpatizantes. A questão é que eles prepararam um roteiro sob medida para evitar eventuais "surpresas".    

terça-feira, 19 de julho de 2022

Editorial: O intrincado e equilibrado jogo de forças políticas em Alagoas



A vida já esteve melhor para a clã Calheiros no Estado de Alagoas. Nessas próximas eleições, o jogo de disputas políticas no Estado encontra-se bastante equilibrado sugerindo-se que o mínimo de deslize de algum competidor pode ser determinante no resultado do jogo. Neste caso específico, o grupo do Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra, dos Progressistas, disputam voto a voto as eleições estaduais deste ano com o grupo liderado pelo senador Renan Calheiros, do MDB. Correndo por fora, mas tecnicamente empatados com os principais concorentes, o ex-presidente Fernando Collor de Mello(PTB) esboça o desejo de voltar a dirigir os destinos do Estado, bastante incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro, a quem deverá apoiar no Estado, uma vez que Lyra segue uma raia própria, a despeito da proximidade com o presidente.  

No dia ontem, o senador Renan Calheiros esteve num encontro com dirigintes emedebistas que se inclinam a apoiar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT), que já conta com apoio dos Calheiros no Estado. O grupo sempre defendeu a tese do não lançamento da candidatura da senadora Simone Tebet(MDB-MS) para a Presidência da República, contrariando os acertos dos dirigentes da legenda.Pelo que ficou decidido na reunião, 11 diretórios estaduais da legenda decidiram que apoiarão o candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Uma pá de cal nas pretenções da senadora Simone Tebet. 

Em razão dos problemas inerentes à terceira via, é um fato que talvez a candidatura da senadora não se viabilize mesmo, independentemente dessas defecções. Nem o ex-governador Eduardo Leite, do PSDB, que esteve junto nessas costuras para a definição de um nome para tentar quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro, irá votar nela, conforme ele mesmo declarou recentemente, pois não conseguiu fechar um acordo com o MDB no seu Estado, que tentará voltar a governar. 

Na realidade, a disputa no Estado terá suas repercussões no plano nacional, uma vez que poderá, dependendo dos resultados, fortalecer a posição de Arthur Lyra no Legislativo, mas também pode alavancar os projetos políticos do senador Renan Calheiros, que deverá ser um interlocutor privilegiado de Lula naquela Casa caso o ex-presidente seja eleito. Eis os números do Real Time Big Data, em pesquisa realizada entre os dias 04 e 05 e julho. TSE:AL 04092\2022. A margem de erro do Instituto é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. 

Rodrigo Cunha (União Brasil-AL)    20%

Fernando Collor (PTB-AL)           20%

Paulo Dantas(MDB-AL)               26%

Editorial: Aliança do PDT com o PT no Ceará ameaçada?


Com dois candidatos presidenciais concorrendo ao Palácio do Planalto nas próximas eleições, a boa convivência das duas legendas naquele Estado da Federação, naturalmente, produziria alguns ruídos. Esta parceria entre o PDT e o PT, eventualmente uma relação não necessariamente harmoniosa em alguns momentos, produziu alguns bons frutos na gestão da máquina estatal. Um dos políticos hoje mais prestigiado no Estado é o ex-governador Camilo Santana, do PT, que se afastou do cargo para concorrer ao Senado Federal, numa eleição tida como certa. 

Camilo chegou a ser cotado, inclusive, como um potencial candidato à Presidência da República. Camilo foi substituído no Palácio da Abolição por sua vice, Izolda Cela(PDT-CE), que vem fazendo uma gestão muito bem avaliada pela população, o que elevou sua cotação para continuar no cargo. Era uma das possibilidades, inclusive muito bem aceita pelas hostes petistas dentro e fora do Estado. Na realidade, Izolda Cela era o nome para manter a aliança entre os dois partidos mais azeitada. Em suas redes sociais, o ex-governador Camilo Santana lamentou que a primeira mulher a governar o Estado não pudesse concorrer à reeleição.  

Não se sabe como o PT irá se comportar a partir de agora, uma vez que no dia de ontem, o Diretório Estadual do PDT, em votação, bateu o martelo e ratificou o nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio(PDT-CE) para a disputa. Políticos relevantes daquela praça lamentaram a opção do PDT, afastando a atual governadora da disputa. Optaram por um nome que guarda algumas rusgas com a legenda petista. Roberto Cláudio é uma espécie de cria dos Ferreira Gomes. Salvo melhor juízo, era um técnico pinçado para exercer um cargo político e deu certo na condução da máquina, quando foi prefeito de Fortaleza.   

Editorial: Preparem o bolo de rolo que Lula está chegando



Lula chega ao Recife no próximo dia 20, onde deve permanecer até o dia 21, cumprindo uma série de compromissos políticos assumidos oficialmente com o candidato do PSB, Danilo Cabral. Uma pena mesmo que, por razões de segurança - ou seriam políticas? - ele não irá arruar pelas ruas do Recife ou experimentar um sarapatel no Mercado de São José, reduto do folclorista Liêdo Maranhão, um anfitrião de primeira, que, no passado acompanhou até o cineasta Orson Welles em suas noitadas pelos bairros boêmios do Recife.Quando esteve aqui na província, na década de 40 do século passado, este sarapatel fazia a festa do cronista capixaba Rubem Braga, que dividia a iguaria com Gilberto Freyre e Capiba. Outro apreciador de nossa boa mesa era o escritor Jorge Amado, assídio frequentador do Restaurante Leite. Jorge gostava de arruar pelas pontes do Recife. 

Bolo requintado, de origem portuguesa, dos tempos da colonização, o Bolo de Rolo tornou-se um patrimônio dos pernambucanos. Os portugueses o recheavam com nozes e avelãs. Na ausência dessas oleaginosas, os pernambucanos colocaram o recheio de creme de goiaba que, possivelmente, o tornou ainda mais gostoso. Em sua origem não, mas com recheio de goiaba é coisa nossa, tipicamente pernambucana, daí a sugestão deste editor no título deste editorial. 

Naqueles tempos de vacas magras, ainda na década de 80 do século passado - período em que o PT estava em formação - quando vinha a Pernambuco para visitar os campanheiros e a família em Caetés, Lula parava nas estradas deste sertão para saborear um bom capão com sangue de cabidela, feijão verde recheado de quiabo e maxixe e suco de umbu. Não sem antes, para abrir o apetite, uma boa cachaça com tira-gosto de préa ou arribaçã. Nessas andanças, era sempre acompanhado do fiel escudeiro, o hoje senador Humberto Costa, que  conduzia a turma numa surrada Brasília Amarela.

Agora, naturalmente, os tempos são outros, mas, mesmo assim, Lula teria manifestado o interesse em conhecer uma réplica da residência em que ele viveu com os familiares na cidade de Caetés, próxima a Garanhuns. As cenas gravadas ali, ao que fui informado, poderão ser utilizadas em sua campanha pela televisão. Como disse no início, contingências outras, infelizmente, irão confiná-lo a um encontro fechado no Classic Hall, sem que ele possa se misturar à multidão, como ocorreu recentemente na Bahia.    

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Editorial: O estranho suicídio de um personagem chave do caso Marcelo Arruda.



A Polícia Civil do Estado do Paraná acaba de confirmar ter encontrado o corpo do vigilante Claudinei Coco Esquarcine, que, em princípio, teria cometido suicídio.  Claudinei Esquarcine é um dos personagens-chave no enredo que envolveu as indisposições e culminou com a morte do militante petista Marcelo Arruda, na cidade de Foz do Iguaçu, enquando comemorava seu aniversário de 50 anos com os familiares. Num crime com todos os ingredientes de motivações políticas, Marcelo se desentendeu com o Policial Penal Federal, Jorge Garanhos que estava num outro clube, mas através de Claudinei obteve a senha que permitiu que ele tivesse acesso às câmaras e pudesse acompanhar a organização da festa de Marcelo Arruda. Em princípio, não seria usual a liberação do acesso a essas filmagens. 

Possivelmente incomodado com os "temas" da decoração da festa de Marcelo Arruda - em homenagem ao ex-presidente Lula - Jorge Garanhos teria ido ao local e provocado Marcelo, que revidou atirando algo no carro de Garanhos. Depois de deixar a família em casa, Garanhos voltou ao local da festa para tomar satisfações com Marcelo, já de arma em punho, as gritos de "Aqui é Bolsonaro", de acordo com uma testemunha arrolada durante os depoimentos à polícia. A autoridade policiail que conduziu o inquérito sobre o caso não o tipificou como crime com conotações políticas, mas como um homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe. 

Salvo melhor juízo, de acordo com a Constituição Federal, seria, legalmente complicado tipificar um crime de natureza política, mas que houve uma clara motivação de ódio induzido por intolerância política, ah isso houve, de acordo com proeminentes figuras do mundo jurídico ouvidos pela imprensa. Desconheço se ele teria sido ouvido durante a condução do inquérito policial. Sua morte não deixa de ser algo controverso, pois, segundo dizem, ele teria pulado de uma ponte e cometido suicídio. Não temos nenhum elemento para duvidar da versão inicial de suicídio, mas isso faz lembrar um enredo policial do passado, onde se chega àquela situação de mortes sucessivas, assim como ocorreu com o assassinato do presidente John Kennedy, onde Le Harvey Oswald foi assassinado e o seu matador foi morto na prisão.  

Editorial: "A grande obra é cuidar das pessoas."



O ex-prefeito do Recife por dois mandatos, João Paulo Lima e Silva, anda um pouco esquecido do nosso mundo político, mas hoje foi lembrado - de uma maneira bastante positiva - em artigo do jurista Maurício Rands, publicado no Blog do Magno Martins. Como se sabe, João Paulo foi eleito prefeito do Recife, em 2000, pela primeira vez, numa condição bastante particular, quebrando um projeto da então União por Pernambuco, que já havia estabelecido um rodízio de nomes que deveriam se revesar na gestão da Prefeitura da Cidade do Recife e do Governo do Estado de Pernambuco. Sua vitória, em 2000, na realidade, implodiu a União Por Pernambuco. Realizou duas gestões bem-avaliadas pela população do Recife, traduzidas no slong: A grande obra é cuidar das pessoas

Mas, afinal, o que significou isso na prática, na vida do cidadão comum, aquele que reside nos morros e alagados do Recife, uma gente vulnerável às intempéries da natureza, como as provocadas por estas últimas chuvas que caíram na capital, ceifando a vida de 130 pernambucanos, recifenses em particular. Observa o articulista que os nossos gestores não estão cuidando das pessoas como deveriam, o que explica o crescente empobrecimento de nossa população, traduzida na ocupação de praças e logradouros públicos por pessoas sem teto, ou nos pedintes que se aglomeram nos semáforos das nossas ruas engarrafadas, uma vez que o trânsito também não vai muito bem, meu caro Maurício. 

Em suas duas gestões, João Paulo teria reduzido sensivelmente as áreas de risco do Recife, que voltaram a ser ampliadas nas gestões seguintes, por falta de cuidados com as pessoas, de onde se conclui que tragédias como aquela poderiam ser evitadas ou seus danos minimizados. Além do princípio republicano e programático, sobressaia-se em João Paulo uma profunda sensibilidade social, construída ao longo de sua trajetória política, sempre alinhado com os segmentos mais esquecidos da sociedade.   

Editorial: TSE: equilíbrio e rigor na defesa da democracia.



O Tribunal Superior Eleitoral irá enfrentar uma de suas batalhas mais difíceis nessas eleições que se aproximam. Em todos os momentos, exige-se equilíbrio e ponderação nos momentos certos, assim como rigor e determinação quando as circunstâncias assim o exigirem. Há pouco tempo, o atual presidente daquela Corte, Ministro Edson Fachin, convocou a Polícia Federal e as Forças Armadas para acompanhar uma preleção dos técnicos da Casa sobre o acompanhamento das eleições, numa atitude equilibrada e conciliadora. 

Na outra ponta, a ponta do rigor na observância às regras estipuladas para a condução do pleito, mesmo antes de assumir a Corte - fato que só ocorre a partir - de agosto -  o ministro Alexandre de Moraes, determinou que fossem retiradas das redes sociais uma série de postagens que associavam o candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao PCC. Caso as determinações não sejam cumpridas, multas pesadas aos responsáveis, dando a linha que será adotada contra os infratores das boas regras de convivência política exigidas por um regime democrático. 

Como enfatiza o próprio ministro, liberdade de expressão não pode ser confudida com liberdade de agressão. O grande problema para o disciplinamento dessas fake news é que elas se tornaram uma poderosa arma política nas mãos de atores que não dão a mínima para o regime democrático. Elas se constituem numa verdadeira distorção do processo político, pois - além de ferir a honra e promover uma espécie de linchamento moral de alguns atores políticos - dispersa o eleitorado daquilo que realmente importa numa eleição: a discussão de um projeto para o país.   

Editorial: Afinal, a morte de Marcelo Arruda foi ou não um crime politico?



 A maior parte das matérias e artigos que li sobre o assunto, refere-se ao episódio como um crime de natureza política, bastante tipificado. Refiro-me, aqui, naturalmente, ao crime que vitimou o tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, no momento em que comemorava com a família o seu aniversário de 50 anos. O crime foi cometido por um bolsonarista convicto, o policial federal penal, Jorge Garanhos, que também foi atingido e se encontra em estado grave no hospital. 

O resultado do inquérito policial, conduzido pela Polícia Civil do Estado do Paraná, conclui por um crime duplamente qualificado, por motivo torpe. Segundo a autoridade policial, não haveria elementos para qualificá-lo como um crime político, embora tais conclusões estejam causando bastante polêmicas no meio político. Nem mesmo os advogados da família de Marcelo Arruda ficaram satisfeito com o resultado do inquérito, argumetando que talvez tenha havido um certo açodamento na sua conclusão. 

Ontem, um determinado veículo de comunicação trouxe uma matéria tratando do assunto, onde o articulista teve acesso a um depoimento do inquérito, com a oitiva de uma vigilante, onde a mesma confirma que Jorge Garanhos, de arma em punho e disparando contra Marcelo, gritava "Aqui é Bolsonaro". Com todo no nosso respeito ao trabalho da Polícia Civil do Estado do Paraná, fica cada vez mais difícil a sustentação da tese de que não se tratou de um crime político.  

Editorial: A queda do antipetismo pode reconduzir Lula ao Planalto


O vice-presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, determinou que algumas postagens fake sobre Lula fossem retiradas das redes sociais. Nas eleições de 2018, o presidente Jair Bolsonaro foi eleito na esteira de uma narrativa anticorrupção - que envolvia setores do PT - no bojo da Operação Lava-Jato. Seria natural, portanto, que, diante de algumas dificuldades na campanha de reeleição de Jair Bolsonaro, este tema fosse retomado ou, para ser mais preciso, requentado. 

Em artigo tratando deste assunto, o cientista político Felipe Nunes, do Instituto Quaest\Genial, observa que, em 10 anos - de 2002 a 2022 - os escores de antipetismo, que eram de 37% no início, baixaram para 30%. De acordo com o analista, este fato justifica a resistência do candidato Luiz Inácio Lula da Silva na liderança das pesquisas de intenção de voto. O artigo de Felipe Nunes repercutiu nas páginas da revista Veja, em matéria assinada pelo jornalista Matheus Leitão.  

Particularmente, consideramos um índice ainda alto, mas, segundo o cientista político, insuficiente para impedir uma eventual vitória de Luiz Inacio Lula da Silva nas eleiçoes presidenciais de 2022. Além do pacote de bondades - corporificado na PEC Kamikaze - os estrategistas do staff político do presidente Jair Bolsonaro consideram a possibilidade de retomarem essa narrativa daqui para frente, intensificando a polarização da campanha, uma das razões para que não se abra espaço para uma terceira via, já então sepultada por alguns observadores mais atentos de nossa cena política.   

Charge! Duke via O Tempo!

 


domingo, 17 de julho de 2022

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado.



Aqui e ali, os setores mais orgânicos do Partido dos Trabalhadores questionam a ampliação do leque de abertura de Lula para o centro do espectro político, envolvendo atores que estiveram diretamente envolvidos no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG). Até mesmo com o ex-presidente Michel Temer(MDB-SP), que era vice de Dilma e assumiu o governo após sua deposição, Lula estabeleceu este diálogo, conhecendo suas habilidades de interlocuções com as diversas tribos políticas. Tal abertura, no entanto, é vista como fundamentalmente importante para o seu projeto de voltar a ocupar a cadeira do Palácio do Planalto, de acordo com observadores e assessores de perfil mais pragmático. 

Quando Lula enfrentava um dos seus momentos políticos mais delicados - no período em que estourou o escândalo do Mensalão - que hoje passou a ser institucionalizado através do orçamento secreto, como observou em reserva um ator político  - Dr. Miguel Arraes largou suas atividades no Campo das Princesas e, num gesto de grandeza política, tomou um avião e foi até Brasília emprestar sua solidariedade ao amigo, que depois retribuiu a gratidão beneficiando enormemente o governo do neto de Arraes, Eduardo Campos. 

À época existia um fundo de recursos para a regiao Nordeste, dos quais pernambuco, sozinho, levava 25% do montante. Eduardo viveu em lua de mel com Lula e Dilma até que o projeto presidencial do neto de Arraes entrou em rota de distanciamento do PT. Por ocasião do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff existia uma grande interrogação sobre como se comportaria o PSB naquele contexto político. Depois de muitas idas e vindas, eles resolveram esquecer a lição de solidariedade política do Dr. Arraes e votar a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff. 

Como se sabe, eles foram fundamentais para que o projeto de impeachment fosse aprovado pela Câmara dos Deputados. Aqui em Pernambuco houve caso de então secreatários que se afastaram da pasta apenas para sufragar o voto pela impeachment de Dilma Rousseff. Agora, diante das contingências de uma reaproximação com o ex-presidente Lula, os socialistas do Estado tentam apagar essa imagem de antes, quando votaram, com tanto entusiasmo, pelo deposição da ex-presidente Dilma Rousseff. Os eleitores, no entanto, ainda sabem o que vocês fizeram no verão passado. 

Editorial: A necessidade de construção de um pacto de convivência política civilizada.


O ministro da Justiça, Anderson Torres, determinou que fossem investigados os responsáveis por um vídeo que anda fazendo sucesso em uma rede social, onde o presidente Jair Bolsonaro(PL)seria, supostamente, vítima de um atentado, caracterizado com a devida indumentária que costuma usar, ao lado de sua moto, o que sugere que o atentado se dá durante uma dessas motociatas organizadas por sua campanha. O clima político do país, como se sabe é um dos mais acirrados. Possivelmente, nunca antes tivemos uma eleição realizada em tais circunstâncias de tamanha instabilidade política e institucional. 

Neste domingo, mesmo que anpassant, este editor andou acompanhando as reflexões dos principais formadores de opinião do país. Todas convergem para um ponto: a necessidade de formalizarmos um pacto de convivência política civilizada. Este clima de animosidade pode produzir novas tragédias, como a que vitimou o tesoureiro do PT, Marcelo Arruda,na cidade de Foz do Iguaçu, assassinado quando comemorara o seu aniversário de 50 anos, junto com os familiares. 

Certamente, situações como a relatada acima não contribuem para que possamos baixar as armas e firmarmos esse pacto de convivência política, seja lá quem seja os responsáveis pela produção dessa situação. Não vamos aqui, igualmente, tapar o sol com a peneira, pois sabemos como chegamos a este quadro caótico, estimulado como arma política, sobretudo em razão da ausências de argumentos e projetos para o país. Por outro lado, também não somos crianças para mantermos aquela postura dos velhos tempos, das peladas de várzea, onde repetíamos exaustivamente: foi você quem começou!    

sábado, 16 de julho de 2022

Editorial: A aula de transparência e tolerância do Ministro Edson Fachin



O Presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Ministro Edson Fachin, tem demonstrado o equilíbrio necessário na condução daquela Corte, que devará ser entregue, em agosto, ao colega Alexandre de Moraes, que se constituirá numa espécie de xerife das eleições de 2022. Dele se espera a tranquilidade e a ponderação - no momento certo - mas igualmente a  energia e o rigor para agir, sempre que alguma regra estipulada para aquelas eleições vier a ser violada. O ministro Edson Fachin já enfrenta inúmeras intempéries, mas isso parace ser apenas o início do vendaval, a julgar pelo andar da carruagem política. 

Infelizmente, a possibilidade de termos eleições tranquilas são remotas, porque nos parece que fomentar a discordia integra a plataforma da estratégia política de alguns atores. A partir da promulgação da Constituição Cidadã de 1988, um dos indicadores da saúde de nossa incipiente democracia era exatamente a realização de eleições regulares e limpas, com os atores políticos aceitando o resultado do pleito, devidamente referendado pelo Justiça Eleitoral. 

Uma espertise de décadas, aperfeiçoada sistematicamente, que culminaram com o advento tecnológico das urnas eletrônicas. O ministro Edson Fachin, inúmeras vezes, tratou deste assunto, sempre enfatizando a sua segurança, rebatendo as acusações levianas em contrário. Mas, numa atitude de transparência, tolerância e respeito pelo processo democrático, mais uma vez, está convocando representantes das Forças Armadas e da Polícia Federal para acompanhar uma explicação dos técnicos daquele órgão sobre a segurança das urnas eletrônicas.  

Editorial: ACMLula


Se considerarmos a margem de erro do Instituto Quaest\Genial, um pouco acima de 3 pontos para mais ou para menos, os escores de Lula e ACM Neto estão rigorosamente iguais, um pouco acima de 60% do eleitorado baiano. Isso signfica que um percentual expressivo do eleitorado do Estado pretende sufragar os nomes dos dois candidatos nas próximas eleições de outubro, encaminhando um deles para o Palácio de Ondina e o outro para o Palácio do Planalto. Alguns analistas políticos já dão como favas contadas o favoritismo do neto de Antonio Carlos Magalhães naquele Estado. 

Seria muito pouco provável que a situação pudesse ser revertida em favor do candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, desconhecido por 74% do eleitorado baiano. Lula até tem se esforçado, como no último dia 02 de julho, quando esteve no meio da multidão que acompanhava o desfile em comemoração à Independência dos baianos, pedindo voto para o candidato do partido. Mas trata-se de uma tarefa hercúleo, pois nem mesmo os eleitores que se identificam com Lula, ao que indicam as pesquisas, pretendem votar casado com o nome de Jerônimo Rodrigues. 

Lula e o PT tem uma forte presença no Estado. Há 16 anos controlam o Palácio de Ondina, sempre com boas votações quando dos pleitos presidenciais. O atual governador, Rui Costa(PT-BA), inclusive, conta com uma boa aprovação dos baianos. Desta vez, no entanto, os eleitores tem demonstrado que pretendem devolver o controle do Estado ao herdeiro do carlismo, Antonio Carlos Magalhães Neto, depois de creditarem ao PT 16 anos de poder. Tanto tempo de exercício de poder sempre produz algum desgaste natural, o que se convenciona chamar de fadiga de material. É isso, meu caro Jerônimo Rodrigues(PT-BA).   

Charge! Via Twitter

 


O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: O "teste"de palanque de Lula no Estado.

 


As "barrigas" - ou notícias falsas - tornaram-se relativamente comuns aqui no Estado de Pernambuco, levando-nos a sempre manter uma devida cautela sobre o que se divulga em alguns blogs ou através das redes sociais. A prudência impede-nos de replicar ou reproduzir as chamadas "fake news", causando um dano ainda maior às pessoas envolvidas. Ontem foi divulgado, por exemplo, que supostamente, Lula teria mantido um diálogo com dirigentes sociaslistas, informando sobre a impossibiidade de respeitar a condição de um palanque único em pernambuco. 

Não foi possivel "checar" se a notícia procede ou não, o que aconselha mantê-la em stand by. Aliás, se o dileto leitor realizar uma pesquisa na internet sobre este assunto, irá encontrar uma série de informações desencontradas, ora Lula acenando para a possibilidade de ampliação de palanques, ora fazendo juras de amor eterno e fidelização ao palanque da aliança entre o PSB e o PT no Estado, reafirmando o seu compromisso com o candidato Danilo Cabral(PSB-PE). 

Mas, a rigor, com o afunilamento do calendário eleitoral, logo saberemos qual será sua postura em relação aos seus três palanques no Estado, pois, além do "oficial", existem o palanque de Marília Arraes, do Solidariedade, e o palanque de João Arnaldo, do Psol. Marília, como se sabe, vem construíndo sua campanha colada à imagem do morubixaba petista, assim como ocorre, de forma mais modesta, com o candidato do Psol. 

Ambas as legendas, no plano nacional, tanto o Solidariedade quanto o Psol estão na aliança que pretende recuperar a cadeira do Palácio do Planalto para Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os dias 20 e 21 Lula deverá estar no Estado, em compromissos formais assumidos com o candidato do PSB, Danilo Cabral, quando deverá visitar as cidades de Serra Talhada, Garanhuns e Recife. Este será o primeiro grande "teste" de palanque do candidato. 

Como a campanha de Marília criou uma espécie de "Lulômetro", a grande questão é saber como o tal termômetro político irá se comportar durante esses dias. Resta saber o que a equipe de Marília Arraes estaria "aprontando" para não perder sua liderança nesse instrumento, dando um jeitinho de acompanhar a visita do ex-presidente Lula ao Estado. Lideranças políticas que acompanham a candidata, inclusive - como é o caso do seu vice, Sebastião Oliveira - possuem base política na cidade de Serra Talhada, a primeira a ser visitada por Lula.    

Editorial: No Ceará, enquanto PDT e PT não chegam a um acordo, Capitão Wagner segue na frente


O Ceará é um desses Estados onde o União Brasil faz uma grande aposta para chegar ao Governo. Enquanto PDT e PT não chegam a um acordo, o União Brasil joga suas fichas na candidatura do Deputado Federal Capitão Wagner(UB-CE), que lidera a corrida pelo Palácio da Abolição, em todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento. Com uma plataforma que atrai o eleitorado bolsonarista - num passado recente apoio mobilizações de policiais militares - Capitão Wagner cresce, igualmente, no impasse existente entre o PDT e PT no que concerne à definição de um nome para a disputa. 

Enquanto o PT é simpático ao nome da atual governadora, Izolda Cela(PDT-CE), o PDT prefere o nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio(PDT-CE), ligado aos Ferreira Gomes. Em princípio, pelos dados da última pesquisa de intenção de voto realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas naquele Estado e divulgada no dia de hoje, Roberto Cláudio aparece mais competitivo num confronto direto com o Capitão Wagner, mas há de se considerar a boa avaliação da população sobre a gestão da governadora Izolda Cela, que pode se refletir nas urnas. 

Como se desenha pelo cenário, o Ceará é mais um desses Estados nordestinos onde o candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PT) terá problemas de palanques. Aqui em Pernambuco, segundo comenta-se, Lula teria mantido um diálogo com dirigentes socialistas informando que não respeitará a exclusividade de palanque, ou seja, irá prestigiar os três candidatos ao Palácio do Campo das Princesas que o apóiam: Danilo Cabral, do PSB, Marília Arraes, do Solidariedade,e João Arnaldo, do PSOL, que já esteve com Marília, na condição de vice-candidato a prefeito do Recife nas últimas eleições. A encrenca é grande. 

A pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas divulgada hoje, 16\07 sobre a corrida eleitoral no Ceará, ouviu 1.540 eleitores, entre os dias 11 e 15 de julho, com margem de erro de 2,6 para mais ou para menos, e está registrada no TSE-CE - 05080\2022.