pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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domingo, 24 de abril de 2022

Editorial: Mergulhamos de vez numa grave crise institucional.



Através da crônica política, somos informados de que o ex-presidente Michel Temer teria procurado o presidente Jair Bolsonaro(PL) com o intuito de convencê-lo a revogar o indulto concedido ao Deputado Federal Daniel Silveira(PTB-SP). Por razões republicanas, em nome da convivência civilizada e o respeito recíproco entre os Três Poderes, tal medida só deveria ser tomada depois do trânsito em julgado da sentença em relação ao processo ao qual responde o deputado, conforme entendimento do ex-presidente, doutor em Direito Constitucional.  

Embora a relação entre ambos seja a melhor possível - tendo o presidente Jair Bolsonaro, em outras ocasiões, recorrido aos seu capital político e jurídico para sanar crises no Planalto - a resposta foi um sonoro não, indicando que a temperatura política pode esquentar daqui para a frente. Tudo indica que Bolsonaro resolveu afagar a sua base de apoiadores mais consolidada, o que significa que as rusgas com o Judiciário estão longe de serem dissipadas, comprometendo, ainda mais, o nosso tecido democrático, historicamente tão fragilizado. 

A nova pesquisa de intenção de voto, conduzida pelo Instituto IPESPE, não traz muitas novidades no tocante à disputa presidencial de 2022, exceto, talvez, ao confirmar a boa performance do azarão André Janones(Avante), que aparece com escores de empate, dentro da margem de erro, com figuras carimbadas como o ex-governador de São Paulo, João Dória(PSDB-SP), que disputa a indicação na aliança entre o União Brasil, o MDB, o PSDB e o Cidadania. André Janones é um fenômeno nas redes sociais. Neste aspecto, temos até uma grande novidade, ou seja, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RS), afastou-se da disputa e poderá dar suporte às aspirações do ex-governador paulista. Eduardo Leite é uma espécie de queridinho da velha guarda da mangueira tucana.

Num país de democracia consolidada, as prerrogativas dos Três Poderes seriam respeitadas, as eleições ocorrreriam sem maiores transtornos e os seus resultados seriam solenemente respeitados pelos atores envolvidos no pleito. No Brasil, infelizmente, as coisas não funcionam assim. O clima está acirrado, a corda está esticada e o momento tornou-se delicado. É torcer que haja as ponderações necessárias e os atores relevantes consigam - assim como num passado recente - evitar o descarrilhamento do trem de nossa democracia.   

sábado, 23 de abril de 2022

Editorial: A crise de comunicação na campanha de Lula



É pouco provável que os recentes equívocos de comunicação cometidos pelo pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), tenha sido objeto de algum plano estratégico elaborado por algum marqueteiro. Mas, em todo caso, acabou sobrando para o marqueteiro Augusto Fonseca, segundo dizem, indicado por Franklin Martins, um grande companheiro de outras jornadas petistas, que, até recentemente, passou a ter ascendência junto ao pré-candidato. A um pré-candidato, em muitas ocasiões, não se aconselha falar com o coração, mas com o cérebro. Para o "cercadinho", até pode-se abrir alguma exceção. Para o grande público, não. 

Principalmente quando se sabe que o "cercadinho" são votos contados e, hoje, Lula precisa penetrar em redutos tradicionalmente não petistas. A fala do ex-governador da Bahia, Jaques Wagner de que ele, se eleito, não irá realizar um governo do PT é emblemática. Mais franqueza impossível, embora saibamos dos seus efeitos, suficientes para causar calafrios nos petistas do cercadinho, aqueles eleitores de base histórica, mais renhidos, portanto. 

É bom deixar claro, no entanto, de que não se trata, tão somente, de um problema de comunicação do pré-candidato. O crescimento de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto é muito mais resultado dos seus acertos do que dos eventuais erros cometidos pelo petista. E, por falar em comunicação, segundo o articulista Ricardo Rangel, de Veja, ele acaba de dar um banho com esta decisão de indultar o Deputado Federal Daniel Silveira. Ele lucra seja qual for o resultado dos recursos que estão sendo encaminhados ao STF, que deverá julgar o mérito da decisão. 

A decisão do presidente Jair Bolsonado gerou, de imediato, as reações previsíveis, inclusive as positivas para a sua campanha, independente dos protestos de setores do campo político e jurídico. Como sugere o articulista de Veja, foi uma jogada de comunicação exitosa, independentemente do seu desfecho posterior. O grande problema que percebemos aí é esse cabo de guerra entre os poderes Executivo e Judiciário, nada salutar para as nossas instituições democráticas.   

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Editorial: O voto cristão ( e em favor da democracia) do ministro André Mendonça.




A decisão de ontem, do STF, envolvendo o julgamento do Deputado Federal Daniel Silveira(PTB-RJ), era, como se diz no jargão esportivo, um jogo que nem precisava ser jogado, em razão de sua previsibilidade. Não entro no mérito da decisão por não ser jurista,mas, como homem das Ciências Sociais, entendo que o fator "corporativo" deve ter pesado bastante, uma vez que as palavras agressivas dirigidas ao ministro Alexandre de Moraes, certamente, foram entendidas como uma agressão à própria Corte Suprema. Num outro acontecimento recente, o ministro Luiz Fux havia dado o mote: "Mexeu com um, mexeu com todos". Espero que, ao afirmar isso, não estejamos ultrapassando os limites estabelecidos pela chamada "liberdade de expressão". 

Como seria previsível, os bolsonaristas esperavam muito mais do ministro André Mendonça. Até mesmo um pedido de vistas do processo, uma manobra para adiar o julgamento. Nada disso aconteceu, André Mendonça acabou votando orientado por sua formação jurídica e cristã, referendando a condenação do Deputado Daniel Silveira, embora sugerindo uma penalidade bem menor do que a proposta dos seus pares, que envolvem 08 anos e 09 meses de prisão, cassação do mandato e inelegibilidade. 

Choveram críticas à decisão do ministro André Mendonça, notadamente de setores organicamente vinculados ao bolsonarismo. Daniel Silveira foi acompanhado até o STF por um dos filhos do presidente,Eduardo Bolsonaro, o que indica que ele seria do núcleo duro do bolsonarismo. Numa outra frente, o Deputado Federal Arthur Lira PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, antevendo aperreios pela frente, já emitiu o entendimento de que apenas o Congresso Nacional teria prerrogativas para cassar um deputado judicialmente condenado.

Em meio às críticas, o ministro André Mendonça, através de suas redes sociais, acabou emitindo algumas postagens alusivas ao caso, avaliando o seu voto como um voto de um cristão que não poderia concordar com o incitamente às práticas de violência. Votou orientando pelos seus conhecimentos jurídicos, pela sua crença religiosa e, sobretudo, imune às pressões de natureza política. Embora contrarie alguns interesses políticos evidentes, a decisão de André Mendonça possui um lastro democrático e republicano, a partir de uma Corte que se constitui num dos últimos bastiões em defesa de nossas instituições democráticas. 

Charge! Via Folha de São Paulo

 


domingo, 17 de abril de 2022

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


Editorial: Um noticário político "morno" neste Feriado de Páscoa



Por razões óbvias, nesses feriados prolongados, o noticiário político fica mesmo "morno" e "burocrático", sem que surja, no horizonte, algum acontecimento mais relevante, uma vez que a classe política está recolhida aos seus aposentos, curtindo o período com a família. Somente os "bruxos" veem nesse período ocasiões propícias para a tomada decisões nevrálgicas, como a demissão do ministro do Exército, general Sílvio Frota, em plena Ditadura Militar, quando os quertéis estavam vazios em função de um desses feriadões. No geral, trata-se de um período sem grandes novidades.   

Se não, vejamos: a) Nova pesquisa sobre a inviabilidade da terceira via, apontando que os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) e Jair Bolsonaro(PL) não deixariam de votar em seus candidatos em qualquer hipótese. Apenas 11% dos eleitores ainda não decidiram em quem irão votar nas eleições presidenciais de 2022, o que significa um universo de votantes insuficientes para viabilizar eleitoralmente uma candidatura de terceira via. A pesquisa é o do Instituto DataPoder; b) Ilustres atores políticos que gravitam em torno da candidatura presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltam a insistir para que ele abandone a pauta de moral e costume em suas falas;c) Por quebra de confiança, o ex-governador João Dória(PSDB-SP) afasta de sua coordenação de campanha o presidente nacional da legenda tucana, Bruno Araújo, que não deu a mínima para o fato. 

Aqui na província pernambucana, os eternos problemas das fissuras internas da Frente Popular, que emite sinais evidentes de que caminha para uma implosão, pela ausência de uma liderança política capaz de conduzir o barco no nevoeiro. A impressão que passa é a de que o candidato escolhido cumpriria, tão somente, a missão de conduzir o caixão para o cemitério. Em meio às turbulências,no entanto, Os botes salva-vidas ainda foram jogados para os herdeiros da oligarquia política.  

sábado, 16 de abril de 2022

Editorial: O vampiro está de volta



Pelo que temos lido e ouvido, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin(PSB-SP), jamais será um ator político bem aceito por setores do Partido dos Trabalhadores. Trata-se de uma espinha encravada na gargante dos segmentos mais autênticos e radicais da legenda, incapaz de descer mesmo com o punhado de farinha produzida pelas circunstâncias políticas enfrentadas pelo país neste momento, marcada por uma evidente ameaça às instituições democráticas. Não é de hoje que o PT precisa conviver com essas espinhas encravadas, capazes de produzir danos irreparáveis,como as tessituras que culminaram com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, em 2016. 

Calejada, a ex-presidente, até recentemente, advertiu Lula sobre a possibilidade de estar cometendo o mesmo equívoco. Quando ouvi uma dessas "espinhas encravadas' elogiando a escolha de Geraldo Alckmin(PSB-SP) por Lula passei a ficar profundamente preocupado. Exímio articulador político, é ele quem estaria por trás de uma articulação para a formação da chapa presidencial formada pela senadora Simone Tebet(MDB-MS), como candidata a presidenta, e o governador gaúcho, Eduardo Leite(PSDB-RS), para vice. 

Mesmo com o esboço de reação do governador de São Paulo, João Dória(PSDB-SP), a chapa proposta acima, numa articulação dos partidos União Brasil, Cidadania e setores do MDB e do PSDB ganha fôlego, de acordo com a competente jornalista, Clarissa Oliveira, em sau coluna da revista Veja. Muito respeitdo no partido e ainda com algum capital político, não sei se este ator seria capaz de dobrar a velha guarda da manguera emedebista - que não aprova a tese de uma candidatura própria - mas este não seria um obstáculo instransponível. Em última análise, ele não relutaria em passar por cima dos velhos companheiros como um trator. É de sua natureza, como na fábula do sapo e do escorpião.

Num ato de absoluta coerência, o postulante João Dória afastou o presidente nacional da legenda tucana, Bruno Araújo, do comando de sua campanha, alegando um argumento diplomático, mas, na realidade, trata-se de quebra de confiança. Já ficara evidente que Bruno Araújo não iria se indispor com os tucanos de alta plumagem em defesa da candidatura do governador paulista à Presidência da República. Dória vai à luta, mesmo sabendo das enormes dificuldades que terá que enfrentar para viabilizar o seu nome junto ao conjunto de partidos que pretendem lançar um nome para concorrer à Presidência da República pela terceira via.    

Patativa do Assaré - uma biografia.

Charge! Via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 15 de abril de 2022

Editorial: Em tom moderado e conciliador, Jaques Wagner assume como porta-voz de Lula

 


A mudança não é simples e ocorre num momento delicado, quando Lula enfrenta o crescimento da candidatura de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. A diferença - que já foi quilométrica no passado - caiu para apenas 5 pontos, de acordo com a última pesquisa do Instituto DataPoder. Embora as falas recentes de Lula tenham sido consideradas infelizes, não se trata, apenas, da narrativa discursiva do candidato petista. A questão é bem mais complexa, embora afungentar eleitores da classe média com sincericídios não seja, assim, o melhor remédio para quem enfrenta o assédio frequente do concorrente nos seus calcanhares. 

Como enfatizamos no editorial anterior, há um dado que merece uma explicação mais plausível em relação a este crescimento da candidatura do presidente Jair Bolsonaro, em meio ao aumentos sistemático de alguns itens básicos nos mercados e feiras livres, como o óleo de cozinha, a batata inglesa, a cenoura, o tomate, entre outros. Como observou o cientista político pernambucano, Antonio Lavareda, nenhum governo do mundo deixa de ser afetado pela alta dos preços. Bolsonaro, no entanto, tem segurado essa onda de crescimento de forma contínua, desde algum tempo, mesmo num cenário econômico, em tese, desfavorável. Importante idenditificar esse "fator" de crescimento diante de um cenário pouco propício. Nosso interesse aqui é como cientista político.

Sabe-se que o Auxilio Brasil deve ter cumprido um papel importante na avaliação do seu governo e, portanto, isso deve estar repercutindo em suas intenções de voto. O site Poderdata constatou um fato curioso: aqui em Pernambuco, por exemplo, há mais beneficiários recebendo o Auxílio Brasil do que empregados formais. O Auxilo Brasil também estaria anestesiando as insatisfações em relação ao processo inflacionário, embora com valores bem aquém do suficiente? Já foram realizadas algumas pesquisas sobre a percepção dos beneficiários em relação a este Auxílio, mas, pelo andar da carruagem política, inconclusivas.

Vai aqui, meu caro Antonio Lavareda, uma proposta: Vamos tentar destrinchar este fenômeno nas próximas pesquisas. Ou, quem sabe, não seria o Auxílio Brasil, necessariamente, o que estaria alavancando a candidatura de Jair Bolsonaro. Quanto ao PT, de concessão em concessão, ele vai se descaracterizando. Jaques Wagner(PT-BA) fala que Lula não deverá fazer um governo do PT, como se isso fosse alguma novidade. Aliás, para se sincero, nunca houve um governo genuinamente do PT em nenhum monento. No entanto, nas atuais circunstâncias, talvez seja mesmo mais importante impedir a degeneração de nossa experiência demócratica.   

Charge! Duke via O Tempo

 


quinta-feira, 14 de abril de 2022

Editorial: A reação de João Dória


As duas pesquisas de intenção de voto mais recentes foram as realizadas pelo IPESPE, circunscrita ao Estado de São Paulo, e a do PoderData, com cobertura nacional. A primeira abre algumas credenciais para o ex-governador João Dória(PSDB-SP) colocar na mesa das negociações em torno de uma decisão conjunta, de uma candidatura presidencial, pela terceira via, a ser tomada pela frente formada pelos partidos União Brasil, PSDB, MDB e Cidadania. Tucanos do bico fino e de alta plumagem estão decididos a apoiarem o nome do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RS), mesmo que ele seja o vice da senadora Simone Tebet(MDB-MS). 

Isto é o que dizem as nuvens neste momento, para usarmos a metáfora da raposa mineira Magalhães Pinto. Na pesquisa do IPESPE ele aparece com 6% das intenções de voto em São Paulo - como dissemos no início, sobre o universo da pesquisa - de onde pode-se concluir, quem sabe, que ele seja um dos herdeiros dos votos do ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. Hoje, 14, ele anunciou que terá,ainda como trunfo, um cabo eleitoral de peso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso(PSDB_SP), que, em alguns momentos, já foi unanimidade no ninho tucano. Hoje, não se sabe o tamanho exato do seu exército. 

No plano nacional, a pesquisa do Poderdata é mais uma ducha de água fria nos planos da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), que já passou a admitir uma luta renhida nas eleiçõe de 2022. Numa escala crescente de recuperação nas pesquisas de intenção de voto, o presidente Jair Bolsonaro(PL) reduz ainda mais a diferença entre ambos, que caiu para 5 pontos percentuais. Lula crava 40%, Jair Bolsonaro 35%. Neste ritmo de recuperação, não seria supreendente que, nos próximos meses, apesar dos problemas inerentes à inflação em alta, Jair Bolsonaro possa superar Lula. 

Pode ser Lula que tenha que recuperar o prejuízo, a partir do segundo semestre, equilibrando o jogo em outubro. Seus estrategistas de campanha já o aconselharam a parar de falar da classe média, da elite, dos militares e centrar fogo na carestia, na alta dos preços, no desemprego. A tomate e a cenoura podem ter um peso maior junto ao eleitorado do que o viagra e o leite condensado, se é que vocês me entendem. É curioso que, mesmo diante dos preços em alta, o presidente Jair Bolsonaro continue recuperando alguns pontos preciosos, capaz de equilibrar um jogo antes bem mais favorável ao petista. Os institutos de pesquisa precisam ter uma explicação para este fenômeno.  

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Editorial: Enquanto Haddad dá um banho, Bolsonaro encosta em Lula em São Paulo, acusa IPESPE.



As eleições em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, costumam ser bastante equilibradas, daí se entender que não seria prudente comemorar com muito entusiasmo esta liderança ostentada pelo candidato do PT ao Governo do Estado, Fernando Haddad. Mas também não queremos aqui aventar a possibilidade de um malogro petista na reta final, para não atrair a ira dos militantes, que estão demonizando o senador Randolfo Rodrigues, da Rede, que levantou essa hipótese em relação ao candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), diante da reação do presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. 

Em princípio, há de se entender que o PT nunca teve vida fácil naquela praça. Todas as vitórias eleitorais ali obtidas foram a partir de lutas renhidas, com arranjos inusitadas, ao apagar das luzes, já na prorrogação do segundo tempo,digo, turno. Como se trata da vitrine mais importante do país, não cessam de ser divulgadas pesquisas de intenção de voto sobre aquela quadra específica. Ali, por exemplo, já se sabe até mesmo a capacidade física - e eleitoral - de Lula em carregar o andor. Aqui na província pernambucana este dado ainda é uma grande incógnita, apesar de sua popularidade e boa intenção de voto. 

Mas, convém não esquecer, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Aqui em Pernambuco, mesmo não estando no mesmo palanque, Lula pode ajudar muito mais Marília a se eleger do que o candidato socialista, Danilo Cabral(PSB-PE), embora seja ele o candidato ao Governo do Estado com o qual assumiu o compromisso de apoiar. Por isso seria de fundamental importância desvendar esse inigma eleitoral. Em São Paulo, a ajuda é recíproca. Tanto Lula ajuda Haddad, quanto Haddad ajuda Lula, o que se constitui num alento para a campanha presidencial petista. 

O ex-governador Geraldo Alckmin, candidato a vice na chapa de Lula, também cumpre um papel estratégico, posto que possui um eleitoraldo conservador consolidado, quem sabe, impedindo o assédio do candidato do Planalto sobre tais redutos eleitorais, o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Por outro lado, como não há nada ruim ( como as últimas infelizes declarações ) que não possa piorar, há dois indicadores que devem preocupar o petista. Em princípio, pelos escores de ambos, sua capacidade de transferência de votos para o pupilo Haddad pode ter encostado no teto, enquando Bolsonaro pode melhorar sensivelmente os escores de seu candidato, Tarcísio de Freitas. Outra dor de cabeça é que a pesquisa do IPESPE, no plano nacional, aponta praticamente um empate técnico entre Lula e Bolsonaro: 34% a 30%. Para o Governo do Estado de São Paulo, os números são estes:  


Fernando Haddad 29%

Márcio França 19%

Tarcísio de Freitas 13%

Garcia 5%

domingo, 10 de abril de 2022

Pinga Fogo: Ciro pode ser o nome presidencial de Kassab?

 


É o que vem se especulando pelas editorias de política em todo o país. O próprio presidente do PDT, Carlos Lupi, confirma que há interesse da legenda em formalizar uma aliança com o PSD de Gilberto Kassab. Em Estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais estas negociações estão bastante avançadas,o que emite indicadores de uma aproximação mais efetiva no plano nacional. Na Bahia, Ciro aliou-se ao União Brasil. Não se sabe se o PSD vai junto, depois de uma tentativa frustrada de Lula em costurar uma aliança com a legenda, visando as eleições para o Governo daquele Estado. Vamos aguardar. Afinal, Kassab não tem muitos pretendentes, depois das desistências de Rodrigo Pacheco e Eduardo Leite. 

Como era a produção do açúcar nos engenhos nordestinos.

Editorial: Ciro Gomes come o mingau quente pelas beiradas



Embora do mesmo partido, há evidentes divergência de projetos entre Luciano Bivar e ACM Neto. Enquanto o primeiro alimenta projetos nacionais, ACM Neto só tem olhos para o seu Estado, a Bahia, onde pretende retomar o controle do poder político, nas mãos do PT há 16 anos. Os grandes oligarcas do MDB já se manifestam contra as articulações do partido em torno da candidatura própria da senadora Simone Tebet(MDB-MS), através de uma aliança política que envolve, além de setores do próprio MDB, o União Brasil, o PSDB e o Cidadania. Não chega a ser surpresa essa reação da velha guarda da mangueira emedebista, alguns deles já comprometidos com a candidatua de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. 

Confusão de um lado, confusão do outro no plano nacional, o candidato do PDT, Ciro Gomes, resolveu comer o mingau quente pelas beiradas, como se diz no Nordeste, para não queimar a língua, como se isso fosse possível em se tratando de Ciro Gomes. A desistência de Sérgio Moro deve ter injetado algum ânimo na candidatura do pedetista, mas é preciso observar que ele não herdou as intenções de voto no ex-juiz da Lava-Jato. Quem somou quatro pontos preciosos em suas intenções de voto foi o presidente Jair Bolsonaro(PL). 

Em todo caso, vale a estratégia adotada, pois, como diz Carlos Lupi, Presidente Nacional do PDT, isso amplia sua capilaridade política. Neste sentido, ele já fechou um acordo para apoiar o nome de ACM Neto como candidato ao Governo do Estado da Bahia; costura um acordo com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes(PSD-RJ); tem mantido conversas com Ronaldo Caiado(UB-GO), em Goiás; O União Brasil e o PSD de Gilberto Kassab parecem ser seus alvos principais, embora, oficialmente, no plano nacional, ele não seria o nome que Gilberto Kassab procura para chamar de seu candidato presidencial.

A essa altura do jogo das eleições presidenciais de 2022, a ideologia política parece ter perdido espaço para o pragmatismo político. Lula, por exemplo, enfrentou forte resistância de setores do partido para emplacar o nome de Geraldo Alckmin(PSB-SP) como candidato a vice em sua chapa. Alckmin nunca vestiu um figurino de esquerda. É um estranho no ninho petista e jamais será bem digerido pelos grupos históricos da legenda. Diante desses fatos, o que dizer dessas andanças de Ciro Gomes com essa gente? Quem atira a primeira pedra?    

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 9 de abril de 2022

Macumba - o que há num nome?

Quilombos - A luta de resistência dos povos negros escravizados

Editorial: Um eleitor chamado inflação.



A alta dos preços dos alimentos, neste momento, é o maior problema enfrentado pelo presidente Jair Bolsonaro(PL) em seu projeto de reeleição. Não sei se o seu staff de campanha estaria avaliando corretamente a situação, mas é um fato que a inflação pode se constituir numa grande dor de cabeça para a sua campanha, ao corroer o poder de compra dos mais pobres e da classe média. Com absoluta razão, o economista Roberto Campos afirmava que a parte mais sensível do ser humano é o bolso. Dos eleitores também. Os apoios recebidos com a distribuição do um Auxílio Emergencial podem ser transformados num malogro caso a alto dos preços não seja contida.  

Lula, seu principal concorrente, já atingiu o seu teto, algo em torno de 44% das intenções de voto, enquando o presidente Jair Bolsonaro, a cada nova pesquisa, emite sinais de recuperação, diminuindo sua diferença em relação ao primeiro colocado. O fato, seria de supor, tem sido bastante comemorado pelo Palácio do Planalto. Para complicar ainda mais o cenário da oposição, Lula, depois das estocadas, passou a não conter a língua e fazer declarações infelizes, como esta sobre o aborto, indispondo-o mais ainda com um eleitorado reticente ao seu nome, como os milhões de eleitores evangélicos. 

Alguns petistas mais ponderados consideram que a situação fugiu um pouco ao controle. A metralhadora verbal precisa ser contida. Numa única rajada, Lula disparou contra a classe média amostrada, a elite escravagista. Sobrou até para Deus, acusado de ser petista. No caso de Bolsonaro, apesar da boa performance que ele vem obtendo  nas últimas pesquisas, há uma nuvem negra da alta dos preços no seu céu de brigadeiro. Sobre o assunto, convém nunca esquecer uma observação do cientista político pernambucano, Antonio Lavareda, do IPESPE, advertindo que nenhum governo no mundo deixa de ser afetado pela alta dos preços.

Para alguns setores do Partido dos Trabalhadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi bastante infeliz em suas últimas declarações. Fazer afagos em sua base de sustentação histórica não seria o mais prudente neste momento. É o que se supôs de suas delcarações mais recentes sobre o aborto. Ele precisa avançar, isso sim, nos redutos da situação, ou seja, em setores do eleitorado que possam desequilibar o jogo em seu favor ou conter a sangria do avanço do seu principal oponente. Seus equívocos, possivelmente, podem ser atribúidos às pressões que ele vem sofrendo nos últimos dias. 

Charge! Duke via O Tempo

 


Charge! Via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 7 de abril de 2022

Editorial: A desistência de Moro foi o maior presente para Jair Bolsonaro



Bolsonaro vive um dos seus melhores momentos, seja em relação à avaliação do seu Governo, seja em relação à sua reação nas pesquisas de intenção de voto, o que, de certa forma, estão correlacionados. Para a alegria do Planalto e sua base aliada, a cada nova pesquisa ele amplia esses índices, encostando perigosamente em Lula. Já existem bolsonaristas prevendo que, em meados do ano, eles já estejam em empate técnico - numa avaliação ponderada - ou até mesmo superado o petista, numa avaliação mais otimista.

A última pesquisa IPESPE confirma essa tendência, indicando que ele vem acumulando alguns pontinhos importantes, de forma gradual e segura. Melhora na avaliação do Governo, melhora nos índices de avaliação da condução da política econômica e, consequentemente, melhora nos índices de intenção de voto, numa performance, segundo Antonio Lavareda, "vigorosa", num intervalo tão curto. Até este momento, a saída de Sérgio Moro do páreo foi o melhor presente que Bolsonaro poderia ter recebido. 

Por outro lado, na casa do adversário, todos brigam e ninguém tem razão. Lula tem sido chamado constantemente pelos correligionários para mudar sua postura, diante desses fatos adversos, tornando-se "plural', ampliando o diálogo com a Faria Lima e com o Beco da Fome, conforme sugestão do senador Randolfo Rodrigues, do seu staff de campanha. Ele parece ter despertado para o problema, mas entrou num terreno polêmico, como os conselhos dados à militância para ir às casas dos parlamentares ou assumir uma posição sobre o aborto legal, o que o aproxima dos grupos feministas, mas o demoniza junto aos setores evangélicos. 

Ouvido pela redação da revista Veja, o cientista político pernambucano, Antonio Lavareda, fez algumas observações sobre os resultados alcançados por Jair Bolsonaro, a partir dos indicadores revelados pela última pesquisa do seu Instituto, o IPESPE. Entre outras questões, ele observa - como já mencionado acima - que o maior presente para a candidatura de Jair Bolsonaro foi a desistência de Sérgio Moro em concorrer à Presidência da República. Bolsonaro herdou quatro pontinhos preciosos do ex-juiz nos seus índices de intenção de voto, o que não seria uma surpresa, se considerarmos que o eleitorado do ex-juiz teria uma identificação maior com o bolsonarismo.

Em momentos assim, sempre surgem propostas de uma grande união das forças do campo progressista. O PT tem uma enorme dificuldade em construir essa frente, em razão da premissa de que precisa ser o protagonista do processo. Quem tiver alguma dúvida sobre isso, pergunte ao finado Leonel Brizola ou a Ciro Gomes(PDT-CE). De fato o momento é delicado e já perdeu-se o primeiro round, ou seja, quando da migração de parlamentares por ocasião da janela partidária, quando uma esmagadora maioria de deputados filiarem-se aos partidos da base governista. Um indicador preocupante.   

Pinga Fogo: As falas polêmicas de Lula


O Partido dos Trabalhadores encontra-se rigorosamente cindido em relação a essas últimas falas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para uns, o aborto é um tema polêmico e não deveria ter sido tratado neste momento, sob pena de fornecer munição aos bolsonaristas, principalmete a sua base de apoio evangélica. Para outros, Lula precisava sair da inércia e ir para um enfrentamento mais incisivo com Bolsonaro, que cresce perigosamente nas pesquisas de intenção de voto. Com o gesto, Lula faz um afago em sua base histórica, quem sabe uma espécie de vaselina política para uma melhor recepção ao nome de Geraldo Alckmin. 

Pinga Fogo: O candidato de consenso sou eu mesmo



Ficamos aqui na expectativa para saber quem será o nome de consenso que deverá disputar a Presidência da República, indicado pela federação formada pelos partidos: União Brasil, Cidadania, MDB e PSDB. Segundo comenta-se nos escaninhos da política, até mesmo o Presidente Nacional do União Brasil, Luciano Bivar, já se apresenta como postulante. Para ele, o tal nome de consenso seria ele mesmo, o que significa dizer que teremos enormes dificuldades pela frente no que concerne à definição de tal nome de consenso nesta federação. Apostaria em Simone Tebet(MDB-MS), mas não será tarefa simples bater este martelo.  

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 4 de abril de 2022

Editorial: Randolfo Rodrigues sugere uma reação de Lula ao avanço do bolsonarismo.

 


Quando as coisas não vão bem, existem muitos culpados, já diziam os mais experientes. Essa premissa se aplica à campanha presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP). Interlocutores confiáveis estão se dirigindo ao mandachuva do PT no sentido de convencê-lo a adotar uma postura mais agressiva, consoante as dificuldades que sua campanha está enfrentando neste momento, onde se observa o avanço gradual e constante do adversário Jair Bolsonaro(PL). Isso em todas as frentes, ou seja, diminue sua diferença em relação ao oponente e vê crescer o número de parlamentares filiados aos partidos que lhes dão sustentação no Congresso, como o PL, o PP e os Republicanos.

Não faz muito tempo, Guilherme Boulos, Presidente Nacional do PSOL, alertou para os "perigos" relativos ao programa Auxílio Brasil, um programa emergencial do Governo Federal, destinado a distribuir um certo recurso financeiro a milhões de brasileiros pobres, majoritariamente localizados nas regiões Norte e Nordeste do país. Trata-se de um contingente expressivo, calculado em 38 milhões de pessoas, naquela faixa de renda não superior aos dois salários mínimos. Em última análise, são milhões de brasileiros e brasileiras com título de eleitores. Uma grande aposta do Governo no seu projeto de reeleição.  

As pesquisas de intenção de voto, realizadas logo em seguida à distribuição do Auxílio Brasil, indicaram que o presidente Bolsonaro vem melhorando sua popularidade junto a este segmento do eleitorado, o que confirma a preocupação do dirigente do PSOL. Havia, a princípio, uma identidade de classe e até regional desse eleitorado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), o que significa dizer que, logicamente, eleitores até então identificados com Lula poderiam estar migrando para o outro lado. 

Com a polarização em processo de consolidação e a desistência do ex-juiz Sérgio Moro em disputar a Presidência da República, não seria improvável que seus votos possam migrar para Jair Bolsonaro, já que ambos pertencem a mesma matriz ideológica. Sérgio Moro é cria do bolsonarismo e nunca escondeu isso de ninguém. A campanha eleitoral de Moro tinha, entre suas estratégias, penetrar nos redutos insatisfeitos do conservadorimo bolsonarista, como os evangélicos e gente do agronegócio. 

De acordo com o jornalista Thomas Traumann, em mais de um artigo para a revista Veja, a mãe de todas as pesquisas seria concluída com a janela partidária, uma vez que os políticos iriam migrar para o lado que pudesse significar sua sobrevivência política. Preocupa para os estrategistas da campanha de Lula a constatação de que os partidos que mais cresceram estão na base governista, ou seja, o PP,PL e Republicanos, que foram extremamente beneficiados com a janela partidária. Algum indicador aqui? Segundo Traumann, sim. Esses parlamentares acreditam concretamente numa possibilidade de vitória do presidente Jair Bolsonaro. É uma primeira vitória da base governista contra Lula. Mesmo se Lula vencer as eleições de outubro, enfrentará um congresso sensivelmente hostil. Como se sabe, tais conquistas não se deram por expedientes, digamos assim, necessariamente republicanos. Mas isso já é um outro debate. 

Neste caso, as forças do campo progressista acumularam mais um revés por aqui. O que fazer, então? O senador Randolfo Rodrigues, que assessora a campanha do petista, sugere que ele caia em campo, vá às ruas, converse com as pessoas, amplie o diálogo do chão da fábrica a Faria Lima. Converse com bancários e banqueiros, enfim, saia da inércia em que está metido, permitindo que o adversário conquiste espaços, reequilibrando as forças para o embate de outubro. O cientista político Felipe Nunes, diretor do Quaest\Genial, observava algo que poderia representar uma grande dor de cabeça para a campanha do petista, a partir de uma avaliação sobre a performance do presidente Jair Bolsonaro em dois dos três colégios eleitorais mais importantes do país: Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ele não fazia, até então, referência ao caso de São Paulo, onde Jair Bolsonaro já aparece empatado com Lula, dentro da margem de erro, segundo a última pesquisa do Instituro Paraná Pesquisas. 

No Rio de Janeiro, o seu reduto eleitoral, o candidato do PL, Cláudio Castro,  lidera todas as pesquisas de intenção de voto até aqui realizadas, o que sugere não ser improvável que Jair Bolsonaro possa desequilibrar o jogo, hoje bastante equilibrado entre ambos. Em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, há evidentes afinidades entre o governador Romeu Zema, do Novo, que deve disputar a reeleição, e o  presidente Jair Bolsonaro.

domingo, 3 de abril de 2022

Pinga Fogo: O sonho acabou para Sérgio Moro.



Os principais caciques do União Brasil, Luciano Bivar e ACM Neto, acabam de lançar uma nota onde estabelecem que o projeto de Sérgio Moro na legenda está circunscrito ao Estado de São Paulo. Mesmo conhecendo essa realidade, o ex-juiz da Lava-Jato manteve as movimentações políticas como se ainda fosse um candidato presidencial às eleições de outubro, estabelecendo contatos com vários pretendentes ao Palácio do Planalto, situados na conformação da terceira via. O jogo político com essas raposas não é de brincadeira. Já antecipávamos esse desfecho. 

Editorial: Marília, a arengueira.



No site da revista Veja, uma longa matéria sobre a Deputada Federal Marília Arraes, recentemente filiada ao Solidariedade. Nas linhas da matéria, se sobressaem adjetivos como egoísta, personalista, desagregadora, arengueira. Nas entrelinhas, atribuídos às pessoas de sua convivência aqui no Estado e em seu antigo partido, o PT, observações duvidosas e, portanto, impublicáveis. Como este blog não é dedicado aos tititis, chama a nossa atenção na matéria três questões de natureza política. A primeira delas sugere que os problemas da sua indicação para concorrer ao Senado Federal na chapa da Frente Popular, como chegou a ser aventado aqui na província, de fato, haviam sido contornados, tendo o governador Paulo Câmara(PSB-PE), concordado em indicá-la ao cargo na chapa, mesmo diante das enormes dificuldades encontradas no contexto da família Campos e da Frente Popular, onde haviam vários postulantes à indicação. 

Marília nega que as costuras entre as duas legendas estivessem chegado nesse padrão de ajustamento político. A outra questão, já discutida aqui em outras oportunidades, é a explicação mais convincente para a sua boa performance nas primeiras pesquisas de intenção de voto para o Governo do Estado, depois de sair do PT e filiar-se ao Solidariedade. Somente boas pesquisas qualitativas poderiam explicar, com mais precisão, essa motivação do voto do eleitorado do Estado em Marília. 

Ela já vinha apresentando um bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto para o Senado Federal, daí sua insistência pertinente em ser indicada ao cargo pelo PT, no contexto da Frente Popular. Tudo indica que ela conseguiu levar para a sua candidatuta ao Governo do Estado, a mesma tendência de voto, pois aparece liderando as pesquisas. A explicação dada por um professor da UFPE de que os seus atributos eleitorais estão relacionados à sua identificação ao PT é duvidosa. Ela é bem maior do que o PT em Pernambuco. Ela era a única alternativa para um grito de liberdade do partido, que se tornou um apêndice do PSB.

A última questão - que a revista sugere que está causando ruídos e desconfortos entre as duas legendas, o PSB e o PT - seria a insistência de Marília em associar o seu nome ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já assumiu o compromisso formal de carregar o andor do PSB no Estado. Apesar da admiração e respeito recíprocos, Lula não assumiu nenhum compromisso com Marília Arraes. Será o andar da carruagem político que deve ditar os apoios formais - e informais - das próximas eleições aqui no Estado.