pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sábado, 17 de setembro de 2022

Editorial: Sérgio Moro e Álvaro Dias, o grande reencontro.



Dada as circunstâncias, não poderia deixar de falar - mais uma vez - do senhor Sérgio Moro por aqui, embora já tenha sido acusado de ideia fixa por um leitor, que nos enviou um e-mail reclamando de nossas postagens. Depois de sua reaproximação com o presidente Jair Bolsonaro(PL) - uma atitude no mínimo polêmica - agora é a vez da repercusão de seus vídeos que fazem referência ao seu principal concorrente ao Senado pelo Estado do Paraná, Álvaro Dias, do Podemos. "Ingrato' é o adjetivo mais civilizado que circula pelas redes sociais, quando os internautas fazem menção a um passado recente, onde o cacique do Podemos lhes ofereceu as mãos e o partido para viabilizar as pretenções presidenciais do ex-juiz da Operação Lava-Jato. 

Hoje o IPEC divulgou uma pesquisa sobre a corrida ao Senado no Estado, onde Álvaro Dias abre 11 pontos de diferença em relação ao ex-juiz. Logo mais, a partir das 22h:00 a Band News realizará um debate entre eles, o que explica a enorme repercussão dessa polêmica pelas redes sociais. Vou aqui fazer um prognóstico sombrio: o ex-juiz não será eleito Senador pelo Estado do Paraná, o que signifca que ele não contará com o tão almejado foro priviliegado para enfrentar uma eventual enxurrada de ações jurídicas partir de 2023. 

Desde o início que ele encontra-se um pouco - ou seria muito? - perdido. Já analisamos por aqui os inúmeros erros de avaliação cometidos pelo ex-juiz, que talvez devesse ter ficado com a sua toga e as apostilas para ministrar suas aulas de direito. Seria menos traumática sua trajetória, embora igualmente menos glamorosa. Suas ambições em relação a ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal - em tese justa - é o que parece ter provocado toda essa situação um pouco "desencontrada".   

Editorial: Uma no cravo, outra na ferradura.



Já bastante ansioso para o debate de logo mais, às 18h:30, entre os candidatos ao Governo do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro, que está sendo organizado por um pool de empresas de comunicação, liderado pela revista Veja. E, por falar na publicação, seus leitores foram literalmente brindados com três excelentes reflexões políticas em seu site. A primeira que fazemos referência aqui é o texto do consultor e articulista Thomas Traumann, preciso em suas conclusões sobre as razões pelas quais a candidatura do presidente Jair Bolsonaro está estagnada, a despeito das mudanças de estratégias, pacote de bondades e os ataques frontais ao candidato Lula, explorando o tema nevrálgico da corrupção. 

Já entraram na fase do desespero, a julgar pelas comemorações, em redes sociais, de um laudo atestando a autenticidade de um áudio do ex-presidente sobre o seu ex-ministro Antonio Palocci, sugerindo que Lula poderia desejar a sua morte. Depois de dialogar com os leitores sobre as diferentes alternativas que já foram tentadas para melhorar o desempeho do presidente nas pesquisas de intenção de voto, Thomas aponta a alta rejeição de Bolsonaro como o "X' da questão, ou seja, o problema de Bolsonaro é o próprio Bolsonaro. De fato, sim, se considerarmos às observações do articulista as avaliações do guru da Ciência Política,  Antonio Lavareda, bem lá atrás, quando este afirmava que um mandatário com taxa de rejeição superior a 40% dificilmente renova o contrato de locação do Palácio. 

Na pesquisa mais recente do IPESPE, publicada no dia de hoje, 17\09, por sinal, ele oscila negativamente, perdendo mais um pontinho nesta reta final de campanha, enquanto Lula oscila positivamente, amealhando mais um pontinho. Ainda na sexta-feira, tivemos a opotunidade de ler as reflexões sobre um pedido de socorro da população periférica dos bairros ou favelas do Rio de Janeiro, literalmente, "sufocadas" pelas narcomilícias, ora com a ausência, ora com a complacência do aparelho de Estado. O segundo texto é do articulista José Casado. 

Aliás, dada a penetração do crime organizado nas instituições de Estado no Rio de Jaineiro, fica difícil determinar quem é quem ou se um mínimo de institucionalidade será respeitada nos padrões de relação entre o público e o privado. No Rio já existe o que a pesquisadora Margarita Valência classificou como Capitalismo Gore, onde a linha é muito tênua entre o crime organizado e as instituições de Estado. Uma das coisas que consideramos mais inusitada nesses padrões de relações promíscuas é o papel desempenhado pelos grupos evangélicos nesse contexto, um tema que requer amplos estudos de investigações, já que há fortes indícios de flertes com essas plataformas políticas e as suas práticas ilícitas ou criminosas. 

A origem das milícias são as "inocentes' associações de moradores. Em princípio, combatiam os traficantes, mas logo perceram no tráfico de drogas uma excelente oportunidade de ampliarem seus negócios, tratando de expulsar os concorrentes do local. O artigo do cientista político Fernando Shüller, remete-nos a uma análise sobre este clima de animosidade políica em que nos metemos, ou uma pregação de Fim do Mundo, por parte de cada eleitor identificado com um dos pólos dessa polarização. Infelizmente isso é inevitável num preocesso de polarização, como sugeria o sociólogo jamaicano Stuart Hall, observando que o mal está criação de binômios, onde um dos pólos acaba desejando destruir o outro. Todos de parabéns pela análises e reflexões.   

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Editorial: Os 12% da discórdia



Esses 12% estão entusiasmando petistas e deixando os bolsonaristas em polvorosa, lançando todas as pragas contra o Instituto Datafolha, hoje mais conhecido entre eles como DataLula.  Esse escore é a diferença que separam o candidato Luis Inácio Lula da Silva de Jair Bolsonaro, de acordo com a última pesquisa do Instituto. Na realidade, não apenas o Datafolha, mas os demais institutos, de grande porte e com vasta espertise de mercado, mantém, com algumas diferenças nos índices, essa liderança do candidato petista nesta reta final de campanha. 

Ainda prefiro orientar nossas análises a partir dos resultados apontados por tais institutos, a depeito de saber que há alguns deles indicando, inclusive, um empate técnico entre ambos ou até mesmo a superioridade do candidato Jair Bolsonaro, para regozijo dos partidários  do presidente. Essa discrepância de índices entre os institutos suscitou uma enorme polêmica em torno do assunto. Sempre enfatizo por aqui o nosso respeito aos institutos de pesquisa, inclusive os novos, que merecem o nossa atenção devida para adquirirem credibilidade e se consolidarem no mercado. 

Sinto que alguns analistas desejam "descredenciá-los' simplesmente pela ausência de lastro no mercado, o que se constitue num equívoco. Várias condições podem contribuir para distorcer os resultados de uma pesquisa. A confiança na definição da amostragem, o método, a influência dos patrocinadores, etc. Há institutos que saem a campo, outros simplesmente entrevistam os eleitores, aleatoriamente, pelo telefone. A amostragem, por exemplo, precisa ser definida com base em dados populacionais confiáveis e isso hoje se constitue num problema no país. Invoco aqui o "viés' do patrocinador, mas nem deveria fazê-lo, pois se exigiria, em princípio, a isenção necessária desses órgãos de pesquisa na execução dos seus trabalhos. Há, entretanto, um desses institutos que está sendo muito questionado em razão de um eventual contrato com o Governo Federal. 

Aqui em Pernambuco, existe uma praia famosa no mundo todo, a Praia de Porto de Galinhas, localizada no município de Ipojuca. Quando ministrava aulas num Curso de Administração, nossos alunos realizavam, como atividade da disciplina, uma pesquisa sócio-econômica na cidade de Ipojuca. Lembro que, à época, toda a nossa preocupação era que os questionários e entrevistas fossem aplicados rigorosamente apenas com os moradores da cidade, evitando entrevistar - para esse propósito específico - aquela população flutuante, ou seja, os veranistas, que estavam apenas de passeio no balneário. 

Essa população flutuante ou de veranistas vão ali apenas para curtir o centrinho, que envolve a praia, os passeios, os bares e o comércio local. Essa "zona de conforto" está bem distante dos reais problemas da cidade. O município tem sérios problemas de infraestrutura, como saneamento básico, moradia, educação e um alto índice violência, movido pelo tráfico de drogas. Isso não seria observado por uma população que curte apenas os finais de semana na praia, circulando no local, tomando seu chop nos bares ou um sorvetinho de pitanga no final de tarde. A pitanga, aliás, está se tornando a fruta nordestina preferida da monarquia. Dom Pedro adorava o sorvete e a Rainha Elizabeth, falecida recentemente, ficou entantada com o sabor do suco quando esteve no Recife. Não se pode dizer que eles não tinham bom gosto.Isso sem falar no famoso licor de pitangas do sociólogo Gilberto Freyre. 

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


Editorial: O debate na TV Tambaú entre os candidatos ao Governo da Paraíba

 


Hoje, dia 15\09, ocorreu a realização do debate entre os candidatos que concorrem ao Governo da Paraíba, organizado pela TV Tambaú no Estado, retransmissora do SBT. Quero aqui enaltecer a presença e a qualidade das intervenções dos candidatos dos chamados partidos pequenos, como o PSTU, o Partido da Causa Operária e o Psol, que conseguiram demarcar bem as diferenças ideológicas e de agenda de políticas públicas que os separam dos candidatos, digamos assim - apenas a nível de identificação - da "burguesia". Adjane Simplício, do Psol, cobrou do atual governador, João Azevedo - que concorre à reeleição pelo PSB - o avanço nas políticas públicas de proteção às mulheres no Estado, segundo ela, estagnadas durante a sua gestão. 

Antonio Nascimento, do PSTU - um ex-motorista de ônibus demitido em razão de suas ações sindicais - centrou suas críticas nos desmandos ou descaso das políticas públicas na área de saúde no Estado, em certa medida, segundo ele, como resultado dos desvios de recursos públicos investigados pela Operação Calvário. A "Operação Calvário" constitue-se numa verdadeira dor de cabeça para o atual governador, que, em todos os debates precisa dar satisfações em torno do assunto, uma vez que integrava a gestão acusada dos desvios. Calcula-se que tenham sido desviado mais de 130 milhões dos cofres públicos, relatados por uma operadora - que fez delação premiada - com riqueza de detalhes, inclusive com indicação dos locais onde eram distribuídos as malas com as "mangas" de Santa Rita. Não tenho a menor dúvida sobre a sua sinceridade.   

Adriano Trajano, candidato da Causa Operária, apontou as contradições do candidato apoiado de Lula no Estado, que teria votado favoravelmente ao impeachmet da presidente Dilma Rousseff(PT-MG). Um questionamento que poderia ser dirigido a muitos candidatos hoje apoiados pelo PT pelo Brasil afora, dentro dos padrões aliancistas impostos pela conjuntura política brasileira. Por muito pouco Lula não fechou um grande acordão com o ex-presidente Michel Temer(MDB-SP). Trajano tem razão ao afimar que o seu padrão de apoio é bem distinto, pois estaria com Lula em qualquer circunstância. 

Os candidatos melhores posicionados nas pesquisas de intenção de voto disputam, com o atual governador, Joáo Azevedo(PSB-PB), um provável segundo turno das eleições paraibanas. Veneziano Vital(MDB-PB), Nilvan Ferreira(PL-PB) e Pedro Cunha Lima(PSDB-PB) competem, entre si, para tornar-se aquele que irá se sobressair neste pelotão do empate técnico. Venezinao Vital do Rêgo,  é apoaido por Lula, Nilvan Ferreira por Jair Bolsonaro e Pedro Cunha Lima apoia-se no capital político da família, que tem base no município de Campina Grande.

Pela familiaridade com as câmaras, a identificação com o bolsonarismo e o despojamento nas críticas ácidas ao governo atual e aos anteriores, o candidato Nilvan Ferreira reúne, hoje, melhores condições de polarizar as eleições paraibanas. O grande problema de Nilvan é que o bolsonarismo naquele Estado ainda não está tão consolidado como aqui em Pernambuco. Ambos, Pedro Cunha e Veneziano Vital, de alguma forma ou em momentos distintos, estabeleceram algum padrão de relação com os grupos políticos que estiveram ocupando o Palácio Redenção, o que se constitue em mais um dificultador para estabelecer essa "diferenciação". Nilvan corre solto porque nunca foi governo.    

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Editorial: Ciro até tentou essa propalada unidade de esquerda.

 


Haja elasticidade institucinal para suportar os dias turbulentos que teremos pela frente. Há praticamente duas semanas das eleições, os ânimos estão acirradíssimos entre candidatos e apoiadores. Depois de um apelo pelo voto útil, dirigido pela campanha de Lula, que deseja liquidar a fatura das eleições presidenciais ainda no primeiro turno - o candidato do PDT, Ciro Gomes, solta o verbo contra o petista, que, segundo ele, tenta desestabilizar sua candidatura. Não vamos aqui entrar no mérido da posição do pedetista, para não ser linchado pelos petistas mais renhidos, mas é preciso dexar claro que Ciro Gomes até tentou esse entendimento, quando Lula esteve preso no curso da Operação Lava-Jato. 

Hoje, com 76 anos de idade, Lula se sente à vontade para dizer que o PT poderia apoiar o candidato de outro partido, numa eventual substituição ao seu nome, caso seja eleito presidente e cumpra mais um mandato. Não foi sempre assim, o que, como é historicamente sabido, se constitue um grande problema construir essa unidade das forças de esquerda. Ciro pode estar sendo muito duro em seu rebate, mas, a rigor, ele tem razão. Ele não pode ser acusado de atrapalhar a unidade das forças do campo progressista. 

Se, por um lado, como advoga os petitas, Bolsonaro não conseguirá ultrapassar Lula até o dia 02 de outubro, por outro lado, Lula não conseguirá os escores necessários para vencer as eleições ainda no primeiro turno. Teremos, inevitavelmente, pelo andar da carruagem política, uma eleição com definição no segundo turno. Na última pesquisa divulgada pelo Instituto Quaest\Genial, ele perde 2 pontinhos preciosos. Cai de 44% para 42%. Isso se nós nos orientarmoas pelos "grandes" institutos. Há os de porte médio  - e ainda sem muito lastro no mercado - que já apontam um empate técnico entre ambos. 

Charge! Duke via O Tempo

 


terça-feira, 13 de setembro de 2022

Editorial: Paraná Pesquisas aponta empate técnico entre Lula e Jair Bolsonaro.



Se os petistas ainda comemoram os números do Instituto IPEC, divulgados até recentemente, hoje é o dia dos bolsonaristas comemorarem os números do Instituto Paraná Pesquisas, onde o presidente Jair Bolsonaro aparece empatado tecnicamente com o petista. Tudo indica que teremos uma competição acirrada no primeiro turno e um segundo turno que promete. Promete, inclusive, algumas dores de cabeça para a campanha de Lula, que desejava liquidar a fatura ainda no primeiro turno, sobretudo em razão do clima de animosidades institucionais que o país enfrenta. Em tais circunstâncias, as margens de manobra do adversário ficariam reduzidas. Mas, pelo andar da carruagem política, tudo indica que teremos mesmo uma eleição definida em dois turnos. 

Pelas redes sociais, percebemos os enormes desconfortos provocados, em ambos os lados, pelos números dos Institutos IPEC e do Paraná Pesquisas. Como estamos lidando com torcidas organizadas, há até quem assegure que o IPEC é petista, enquanto o Paraná Pesquisas está a serviço da candidatura do presidente Jair Bolsonaro. Não alimentamos essas especulações, embora a diferença seja mesmo bastante significativa. A rigor, não haveria mesmo como o candidato Jair Bolsonaro deixar de colher, em algum momento, os resultados concretos de um conjunto de ações que se  inserem numa estratégia de campanha de quem tem a caneta e o apoio de nichos eleitorais importantes importantes e influentes junto à opinião pública.

Parto sempre do pressuposto de que, seja qual for o resultado das urnas em outubro, teremos um grande teste institucional pela frente. Até recentemente, um grande jornal divulgou uma matéria informando que os militares poderiam fazer um acompanhamento, paralelo ao TSE, da apuração do pleito, o que seria um contrasenso. A notícia foi logo desmentida pelo TSE, que negou essa possibilidade. Seria uma barriga do jornal, embora se saiba a credibilidade daquele órgão de imprensa, que, possivelmente, costuma checar as informações que divulga. Os rumores de sabres tem nos acompanhado já faz algum tempo. O Paraná Pesquisas saiu a campo no período de 08 a 12 de setembro, ouviu 2.020 eleitores, com magem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos e está registrada no TSE\BR:05388\2022. 

Luiz Inácio Lula da Silva               39,6%

Jair Bolsonaro                          36,5%

Ciro Gomes                               7,4%

Simone Tebet                             4,7%     

 

Editorial: IPEC: Um alento para Lula na reta final



Notícia melhor para Lula não poderia ocorrer nesta reta final de campanha. A última pesquisa IPEC - antigo IBOPE - divulgada recentemente, sugere uma reação do petista nas pesquisas de intenção de voto. Lula amplia sua vantagem sobre Jair Bolsonaro, crescendo dois pontinhos, enquanto o adversário se mantém com os mesmos índices da última pesquisa. Trata-se, naturalmente, de uma reação ainda dentro de um contexto que exige a prudência necessária, sobretudo se considerarmos o fato de que há uma grande divergência entre os números obtidos pelos principais institutos nesta reta final de campanha. Os grandes institutos ratificam a liderança do petista, enquanto institutos de porte médio sugerem um possível empate técnico entre Lula e Jair Bolsonaro.  

Não vamos aqui destrinchar os possíveis motivos das divergências entre esses números porque não seria o propósito deste editorial. É pouco provável que isso ocorra, mas o petista ainda aposta numa vitória em primeiro turno das eleições presidenciais. Lula tem conversado com os atores politicos possíveis - Ciro entra na galeria dos impossíveis, neste momento - a exemplo da ex-ministra do meio-ambiente, Marina Silva; voltou a dialogoar com os evangélicos, um nicho eleitoral importante antes abandonado pela campanha; Movimenta-se nos principais colégios eleitorais do país, onde o jogo deverá ser definido. Ele enfrenta dificuldades nos principais colégios eleitorais: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. 

Jair Bolsonaro já o superou em São Paulo, onde o candidato a governador, Fernando Haddad(PT-SP), também encontra grandes dificuldades, com o assédio dos concorrentes. A decepção para o staff de campanha do presidente Jair Bolsonaro parece mesmo ter sido observar que as grandes mobilizações de massa do 07 de setembro não estão repercutido nas pesquisas de intenção de voto favorável ao presidente. A fornalha dessas últimas pesquisas já incorporam o período que engloba as comemorações do 07 de setembro. Sugere-se que algo não estaria ocorrendo conforme o previsto por sua assessoria política. Nesta pesquisa do IPEC, Lula vai a 46% - antes era 44% - e Jair Bolsonaro permanece com 31%.  

Charge! Paula Villar na Folha de São Paulo

 


Editorial: Godard: A França perde um tesouro da nação.



Faleceu hoje, aos 91 anos de idade, de causas não relevadas, o cineasta francês Jean-Luc Godard, um dos principais nomes da vanguarda artística que ficaria conhecida como Nouvelle Vague. Tudo é muito interessante na vida deste cineasta suiço-francês - o que nos inspirou a produzir alguns contos a respeito - a começar pelo movimento da Nouvelle Vague que ele, estranhmante, passou a rejeitar depois de sua fase de envolvimento com o cinema político. Neste período de quarentena, imposto pela pandemia da Covid-19, tivemos a oportunidade de participar de um curso sobre cinema, onde Godard era um dos principais nomes abordados, principalmente no contexto de sua fase maoísta, a partir de 1968, quando ele passa a fazer um cinema revolucionário, engajado politicamente, integrando o grupo criado em homenagem ao cineasta revolucionário russo, Dziga Viértov. 

Não deixamos de ter nossas simpatias por essa fase do cineasta, mas, como disse antes, tudo na vida deste cidadão foi muito interessante, como a própria história da Nouvelle Vague, formada por um grupo de jovens cineastas abrigados na então famosa Cinematica Francesa. Costumavam passar horas debatendo os filmes, depois de assistí-los. A Nouvelle Vague inovou também nas tomadas, realizadas nas ruas de Paris, com luz própria, tirando as produções dos estúdios fechados. Há, nesta fase, grandes produções de Godard, como Viver a Vida,  mas o cineasta costumava pedir para que os seus admiradores esquecessem essa fase de sua trajetória como cineasta. Se sentia mais à vontade com a sua produção da fase maoísta, quando flertou com o marxismo e a Revolução Chinesa.

Durante o período da guerra de libertação da Argélia, o filósofo Jean-Paul Sartre saía às ruas de Paris para defender a independência do povo argelino. Influente dentro e fora da França, criava grandes dificuldades para o Governo Francês, então liderado por Charles de Gaulle. Sugeriram a de Gaulle que prendesse Sartre e ele respondeu: Entendemos que seria necessário, mas como prender Voltaire? Agora, por ocasião da morte de Jean-Luc Godard, o presidente Emmanuel Macron afirmou que a França havia perdido um tesouro da nação. Aqui, quando se pretendeu um reconhecimento público a importante psiquiatra Nise da Silveira, houve uma autoridade pública que chegou a fazer chacota com o assunto.  

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Charge! Duke via O Dia

 


Editorial: A pauta da corrupção é antecipada para alavancar a campanha bolsonarista.



Os coordenadores da campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro acreditam que possam ultrapassar o petista Luiz Inácio Lula da Silva ainda antes do dia 02 de outubro. O fato otimista é que, pelas índices das ultimas pesquisas de intenção de voto, as eleições presidenciais devem ir mesmo para uma definição no segundo turno, com Lula perdendo alguns pontinhos preciosos e o presidente aumentando seus índices. O que deve estar preoucupando os bolsonaristas é que o presidente não vem crescendo ao ritmo que eles gostariam. 

Além de Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil - também conhecido como primeiro-ministro - dois outros nomes exercem forte influência sobre os rumos da campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro: O filho Flávio Bolsonaro e o candidato a vice-presidente, o general Braga Netto. Flávio, aliás, exerce uma forte influência política sobre o pai, isso desde  primeira campanha, que o elegeu Presidente da República. Em 2018 Flávio ficaria responsável pela coordenação da campanha pelas mídias sociais, fator decisivo para a vitória do pai.  

Diante dessas contingências, a pauta da corrupção durante os governos da coalizão petista está voltando com toda a força. Há uma fala de Geraldo Ackmin contra Lula, durante uma campanha presidencial onde eles estiveram de lados opostos, com o ex-governador fazendo duras críticas ao petista. Não sei como isso pode estar sendo analisado juridicamente, mas vem mais chumbo grosso por aí ainda, trazendo depoimentos do operador Marcos Valério e do ex-ministro Antonio Palocci, que entrou num polêmico processo de delação premiada da Lava-Jato, se dispondo a devolver 100 milhões de reais aos cofres públicos. Mais não é só isso. Ambos dão declarações comprometedores, que podem reacender as preocupações do eleitor sobre o tema corrupção.  

A jornalista Larissa Borges, em matéria publicada no site de Veja, chama a nossa atenção para essa nova estratégia da campanha bolsonarista. Na realidade, essa pauta sempre esteve na agenda da campanha bolsonarista. O que se pode dizer é que ela está sendo antecipada. Tem sido recorrente ultimamente o uso da expressão ex-presidiário, em alguns casos, pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Informo aqui não ter elementos para concluir de quem seria a utilização da imagem e da fala do ex-governador Geraldo Alckmin(PSB-SP), uma vez que, pelo andar da carruagem política, não seria apenas os bolsonaristas os interessados em explorar essa nódia dos Governos da Coalizão Petista.  

Charge! Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Editorial: Uma imagem do Brasil real e o Brasil oficial



Já estivemos mais ativos por aqui. Peço perdão aos leitores e leitoras mais diletos, mas estou mergulhado na bibliografia de um curso para entender melhor o país, algo fundamental nesses tempos bicudos que enfrentamos. Nos nossos saudosos tempos do CFCH, na UFPE, havia um professor, hoje, infelizmnte falecido, que reunia em seminários, todos os anos, uma trupe de estudiosos dos melhores intérpretes do Brasil. Esses seminários cumpriam um papel importante em nossa formação, pois avançavam para muito além dos chamados cânones sagrados a esse respeito, como os historiadores Sérgio Buarque de Holonda, Caio Prado Júnior e o sociólogo Gilberto Freyre. 

Assim, tínhamos a oportunidade de conhecer melhor a obra de Josué de Castro, Roberto DaMatta, Milton Santos, Darcy Ribeiro, o paraibano Celso Furtado, fundador da SUDENE, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha. Esses são alguns nomes que conseguimos lembrar. Haviam outros, tão relevantes quanto. Se o saudodos professor Manoel Correia de Andrade ainda estivesse entre nós, hoje, possivelmente, convidaria nomes como Jessé de Souza, Laurentino Gomes, entre outros. Outro dia, durante uma aula, uma aluna observou que estava faltando mulheres nessa galeria. E não é que ela tem lá suas razões!!!

Estamos espantados - e até certo ponto confuso - com o número de textos e referências bibliográficas sobre o assunto. Como observou o professor, são textos prospectados em sebos em razão das "diretrizes" que norteam a formação de uma biblioteca tradicional. Alguns desses textos precisamos ler pelo computador, o que se torna um tormento. Como observa o escritor Ariano Suassuna - aliás, outro grande intérprete do país - não dá para levá-lo para cama e rolar com ele, como se faz com um livro impresso. De quebra, com a licença de nossa renite alérgica, ainda tem aquele cheirinho gostoso de coisa envelhecida. Todo esse preâmbulo vem a propósito da fotografia acima, que anda circulando pelas redes sociais, onde a periferia empobrecida, num transporte coletivo, faz gestos de protestos contra a motociata do presidente Jair Bolsonaro. Curiosamente, a foto não registra a autoria, mas é bem um retrato do Brasil real e o Brasil oficial.  

P.S.: Contexto Político: Mais tarde ficamos sabendo que o ônibus teria sido parado pela Polícia Militar e os passageiros submetidos a uma rigorosa revista.  

Editorial: O que os Ministros do STF estão fazendo, na realidade, é proteger nosso regime democrático.

 


Principalmente numa circunstância histórica onde se consolida a era da pós-verdade, convém tomar todos os cuidados possíveis com as narrativas, tentando identificar, nas entrelinhas, as verdadeiras intenções dos seus autores. Há algum tempo, tenho acompanhado - não sem alguma apreensão - uma narrativa discursiva que se tornou recorrente nas falas do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro. Não seria, assim, uma análise de discurso - embora o campo seja fértil - mas algo mais próximo da literatura de Machado de Assis, quando se referia, em seus romances, às ideias fixas. 

Jair Bolsonaro sempre faz referência a uma espécie de suposto "enquadramento' constitucional dos Poderes da República - exceção, naturalmente em relação ao Executivo, que já estaria enquadrado -, afirmando que todos precisam jogar dentro das "quatro linhas". Naturalmente, em sua concepção, em nenhum momento ele deixou de jogar dentro das regras do jogo da democracia. Essa auto-análise, naturalmente, mereceria algumas considerações, mas não vamos aqui colocar mais lenha na fogueira, cujas chamas já estão altas, há poucas semanas das eleições, que deverão ser realizadas num ambiente político bastante tenso.

Um outro elemento preocupante - ainda mais preocupante, aliás - é o fato de o presidente ainda não demonstrar o convencimento suficiente acerca da absoluta lisura das eleições de outubro. Ele sempre sugere uma margem de erro, o que mobiliza o bolsonarismo a seguir esta orientação. Nas manifestações de rua de ontem, por exemplo, em inúmeras ocasiões, os dados do Instituto Datafolha foram contestados, ante uma multidão de seguidores que bradavam palavras de ordem, perguntando se a multidão confiava nas pesquisas daquele Instituto. Aliás, não apenas o Instituto, mas o próprio jornal Folha de São Paulo e a emissora Globo.   

Isso indica que teremos enormes dificuldades institucionais de "suportar" uma eventual derrota do presidente Jair Bolsonaro nas próximas eleições de outubro. Há um ministro do STF que se refere a este momento como o de um estresse eleitoral. Creio haver, aqui, uma espécie de eufemismo político. Há uma engrenagem toda montada no sentido de garantir a continuidade desse projeto, seja no campo das lutas institucionais - o que seria legítimo, afinal estamos numa democracia - mas, há, igualmente, um flerte com expedientes não necessariamente de corte republicano. Muito menos democrático. 

A Ministra Carmem Lúcia, quando fez referência às sementinhas do autoritarismo plantadas em diversos países, pareceu-nos ter sido mais consequente. Quando vejo manifestantes com cartazes pedindo a volta dos militares, uma intervenção militar ou expondo imagens como a da fotografia acima, apontando os "inimigos" do presidente, ou seja, os três Ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, Édson Fachin e Luiz Roberto Barroso, não há como não ficar apreensivo. Mais uma vez, convém ficar atento às narrativas, posto que está se construíndo um discurso de uma possível "Ditadura de Toga", quando os ministros do STF estão apenas fazendo respeitar o Estado Democrático de Direito e os princípios constitucionais, que preconizam que o país será regido por um regime democrático.    

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 6 de setembro de 2022

Editorial: Um 7 de setembro para se preocupar?


Os fiéis leitores que acompanham o blog com regularidade, deve ter notado a nossa ausência por aqui nos últimos dias. Ficamos bastante empolgado com a bibliografia recomendada pelo curso O Que Ler Para Entender o Brasil, que envolve um general que falava Tupi-Guarani fluentemente, conhecia as lendas e os povos orignais e que, realizou, a pedido de Dom Pedro, estudos interesantíssimos sobre miscigenação, muito antes mesmo do sociólogo Gilberto Freyre ter nascido. Não vou usar aqui usar uma determinada expressão para não melindrar a caserna, nesses dias difíceis de tensão institucional. 

Houve um tempo em que a nossa única preocupação com as comemorações do 07 de setembro era acordar logo cedinho para não perder nenhum detalhe do desfile cívico-militar. Com o tempo, em razão das contenções econômicas, eles foram se tornando cada vez menores, com menos objetos expostos. Ainda assim, tivemos a oportunidade de acompanhá-los em sua dimensão, digamos assim, integral, que envolvia horas de duração, mas ninguém arredava o pé do asfalto.

Naqueles tempos, de fato, tratava-se de uma festa cívica, com todas as pompas e honras, alusiva a uma data importante para o país. Hoje, talvez fizéssemos algumas ponderações mais críticas a esse respeito, mas, naquela época, era só festa. O único episódio que fugiu um pouco a esse script foi a recusa de um padre, aqui do interior do Estado, com o nome de Vitor Miracapillo, em rezar uma missa em homenagem à nossa Independência, sob o argumento de que o Brasil ainda não a havia conquistado. O pedido havia sido formulado por um ex-Presidente da Câmara dos Deputados, afastado do cargo por cobrar propina ao dono da cantina daquela Casa. O padre foi "convidado' a voltar para a Itália. 

Hoje, pelo andar da carruagem política, os prenúncios de comemoração do dia 7 de setembro são os mais preocupantes possíveis, num momento em que o país atravessa um estágio de grande turbulência institucional, com a corda esticada entre os três Poderes. Qualquer atitude de um dos lados, logo o outro lado entende como uma 'provocação', como esta útima medida adotada pelo Ministro Edson Fachin, restringindo regras sobre o uso de armas. Em meio a este "climão', um jornal paulista publicou uma matéria sobre as fake news que estão sendo disseminadas em grupos de WhatsApp, tratando das próximas eleições. Não vou nem entrar no "mérito' para não ajudá-las no processo de disseminação. 

De concreto mesmo, infelizmente, a possibilidade de termos um setembro negro, com grupos bolsonaristas enfurecidas nas ruas, não está descartada, sobretudo porque eles embarcaram na narrativa da teoria da conspiração, que preconiza haver um grande complô contra o presidente Jair Bolsonaro, envolvendo, inclusive, setores do Poder Judiciário. Mergulhamos num estágio de insanidade coletiva e há pouca coisa que se possa fazer a esse respeito. A única coisa que se pode sugerir é que atos radicais, na realidade, podem estar supultando, aí sim, as possibilidade de Jair Bolsonaro nessas eleições. Convém o bolsonarismo mais ponderado ficar atento a isso.    

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Editorial: TSE acata pedido de Simone Tebet e proíbe propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro em vídeo gravado por Michele.



As candidaturas de Simone Tebet(MDB) e Ciro Gomes(PDT), de acordo com a última pesquisa do Datafolha, divulgada no dia de ontem, começam a esboçar uma ligeira reação no que concerne aos índices de intenção de voto. Olhando positivamente para a margem de erro do Instituto, a equipe de Ciro poderia até festejar o fato de ele poder estar acima de 10%, o que significaria que o cearense, finalmente, teria atingdo o tão sonhado dois dígitos. Simone Tebet, por sua vez, que nunca havia ultrapassado os dois pontos, chegou a 5% nesta última pesquisa, constituindo-se num "fenômeno", pois foi a candidata que mais cresceu entre uma pesquisa e outra daquele Instituto. 

Como as possibilidades de uma terceira-via já haviam sido sepultadas, há um certo silêncio e ponderação dos analistas em torno do assunto. Corajoso mesmo só o cientista político Bolívar Lamounier, que afirmou que a candidata Simone Tebet iria para o segundo turno das eleições. De fato, ainda é cedo para se tirar conclusões mais definitivas, mas o fato não deixa de ser auspicioso para os candidatos. O desempenho de ambos no debate da Band pode estar ajudando neste processo. Veja-se a importância da realização desses dabates. 

O que o público esta fazendo é simplesmente reconhecer os méritos e o preparo de ambos. Causou surpresa a este editor, porém, uma ação impetrada pela candidata Simone Tebet contra uma peça de propaganda em prol da candidatura de Jair Bolsonaro, veiculado por sua esposa, Michele Bolsonaro. A peça diz respeito às ações do governo em relação às mulheres, um nicho eleitoral com o qual o  presidente precisa aparar algumas arestas. Nos parece, no entanto, que o argumento é outro, ou seja, o acatamento do TSE diz respeito ao fato de a peça ter sido produzido no Palácio do Planalto, o que seria proibido por lei.    

Editorial: Depois da Datafolha, Lula precisa colocar as barbas de molho



A rigor, ainda não há motivos para grandes preocupações, mas convém a assessoria política do candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PT) colocar as barbas de molho, depois da última pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada no dia de ontem. Mesmo ainda dentro da margem de erro do instituto, Lula oscilou negativamente, perdendo dois pontos percentuais em relação à última pesquisa da série histórica do Instituto. A pesquisa do Instituto, também apontou uma tendência de crescimento da terceira-via, representada pelas candidaturas de Ciro Gomes e Simone Tebet, quem sabe em razão do bom desempenho desses postulantes no debate da Rede Bandeirantes. 

Isso implica dizer, de imediato, que as eleições não serão decididas no primeiro turno. Um outro fato preocupante - este, de fato, mais preocupante - são as taxas de rejeição do petista, numa escala crescente, de acordo com as aferições do Instituto. Nesta última pesquisa, ele alcançou o mais alto índice, ou seja, 39%. Embora as taxas de rejeição do seu principal oponente, Jair Bolsonaro, ainda estejam nas alturas, a dos representantes da terceira-via saõ baixas, o que pode implicar num potencial de crescimento dessas candidaturas. 

Pesquisas qualitativas poderiam ajudar a entender esses índices de rejeição do candidato. O grande problema é se tal rejeição estariam associadas à questão dos problemas relacionados aos casos de corrupção da época dos Governos da Coalizão Petista, fato que deverá ser bastante explorado pelo adversário daqui para frente, seja nos guias, ou na campanha de rua. Aparentemente amortecido em razão dos problemas sanitários e de condução da política econômica - desemprego, inflação alta - o tema da corrupção parece ter despertado novamente o interesse da população, algo constatado no último debate da Band.    

Editorial: Uma entrevista "sob medida" de Jair Bolsonaro ao Rede TV News.



Entende-se - justitica-se - o entusiasmo dos bolsonaristas em relação à entrevista concedida, no dia ontem, pelo presidente Jair Bolsonaro, ao Jornal da Rede TV News. O jornal alcançou picos de audiência no horário, mais uma vez confirmando o interesse do público pelo debate político, assim como ocorrera com o debate promovido pela Rede Bandeirantes e outro pool de emissoras, jornais e portais. Diferentemrnte do que ocorrera com a entrevista ao Jornal Nacional, marcada por uma série de situações deliciadas - até mesmo no tocante à confirmação ou não da presença - o ambiente da Rede TV seria mais confortável ao presidente, como, de fato, foi. 

As perguntas formuladas não atingiram alguns temas nevrálgicos da gestão, o presidente teve todo o tempo do mundo para falar sem ser interrompido ou contestado e, em alguns casos, pareceu que ele foi ali se redemir dos equívocos cometidos durante a entrevista da Globo e do Debate da Band. É como se ele tivesse ali uma oportunidade de "se explicar' melhor para o eleitorado. Carlos Massa, o Ratinho, também teria programada a sua série de entrevistas, tendo o presidente como o primeiro convidado. Ali, ele também irá se sentir em casa.

Depois dos impasses iniciais, o presidente Jair Bolsonaro parece se sentir mais à vontade para participar de debates e conceder entrevistas. Isso indica que a sua assessoria política vai bem de convencimento, confiando numa eventual recuperação do presidente nos índices de intenção de voto. Seus índices, pelas últimas pesquisas, estão estáveis, assim como os do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, por sua vez teria alguns motivos para preocupação: A melhoria dos índices de intenção de voto da terceira-via, neste caso representada por Ciro Gomes(PDT) e Simone Tebet(MDB), assim como o aumento de suas taxas de rejeição. 

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quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Editorial: Todos os homens - e mulheres - do presidente



Quando mais jovem - bem mais, por sinal - este editor tinha o hábito de recortar e guardar informações sobre determinados temas. Não eram poucos os nossos interesses, daí se entender o acúmulo de pastas reunidas, com abordagens sobre o Triângulo das Bermudas, O assassinato do presidente John Kennedy, o Escândalo Watergate. Sobre este último tema, então, a pasta era imensa, até mesmo com uma fita VHS com o filme: "Todos os Homens do Presidente", que conservo até hoje. Aliado ao fato de ser, à época, um bom letrista, esta condição de ter os melhores materiais sobre os mais diversos temas nos facultavam a condição de realizar os melhores trabalhos exigidos pelos professores no colégio. 

Já àquela época, nos impressionava o fato de a sociedade norte-americana não suportar certas violações empreendidas por alguns homens públicos. No caso do Escândalo Watergate, o presidente Richard Nixon, que concorria à reeleição, foi obrigado a renunciar o mandato. Era isso ou a deposição sumária, através de um processo de impeachment, este perfeitamente justificado e ancorado nas regras de respeito às instituições da democracia. No próximo dia primeiro, quinta-feira, inicio um curso sobre O Que Ler Para Entender o Brasil.  

Quem sabe, no final, possamos entender melhor o país, ou o  suficiente para compreender porque tudo aqui se resolve com um tapinha nas costas. Isso vem a propósito de uma notícia que está alcançando grande repercussão nas redes sociais, onde a Polícia Federal sugere uma suposta ajuda da ABIN quando da investigação do filho do presidente. Desta vez, é uma foto da ex-esposa do presidente com um ministro da Suprema Corte que será o relator de um pedido de investigação sobre aquisição de imóveis. Num país sério, ele se declararia suspeito. Quem leu o texto até aqui sabe o que pensamos a esse respeito.   

Editorial: Mais um erro de avaliação de Sérgio Moro?


Todo mundo numa grande expectativa em torno dos números mais recentes do Instituto Datafolha, que deverão sair apenas à noite. Eles são divulgados tão tarde que, infelizmente, apenas no dia seguinte é possível aos analistas e jornalistas se debruçarem sobre seus resultados. Aqui em Pernambuco, na noite de hoje, teremos um debate envolvendo os concorrentes ao Governo do Estado, mas que não contará com a presença da candidata Marília Arraes, do Solidariedade, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento. 

Ela informa que não irá porque sabe que será a vidraça dos demais candidatos. Independentemente da orientação dos seus marqueteiros, Marília, gostaríamos, como eleitor, de poder ouví-la, candidata. Creio que a sociedade pernambucana igualmente. Comparecer aos debates trata-se de uma obrigação do candidato - e um direito do eleitor. Mas, o assunto que iremos abordar já o fizemos em inúmeras oportunidades, ou seja, os grandes equívocos de avaliação cometidos pelo ex-juiz da Lava-Jato, o senhor Sérgio Moro. 

Sabe-se que ele encontra dificuldades de se eleger Senador pelo Estado do Paraná, a sua mais recente opção política, depois de uma série de embaraços de candidaturas. Penso que, em sua avaliação, a sua eleição estaria garantida, mas o andar da carruagem política pode revelar algumas surpresas. Pelas últimas pesquisas de intenção de voto, o seu oponente, Álvaro Dias, do Podemos, lidera e abre 10 pontos de diferença em relação ao seu adversário. Já foram bons amigos no passado, mas hoje a trinca tem dificuldade de se fechar, pois há alguns rumores de sabres envolvendo a tumultuada saída de Sérgio Moro da legenda. 

O mais curioso, no entanto, é um novo flerte entre Sérgio Moro e o presidente Jair Bolsonaro, sob o argumento de que há um inimigo em comum, que seria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Surpreende  o empenho do ex-juiz em demonstrar essa costura de reaproximação, tornando-se bastante ativo nas redes sociais em suas críticas ao ex-presidente. Ficamos aqui tentando entender qual é o cálculo político do ex-juiz. Aposta numa derrota de Lula nas eleições? A reaproximação com Bolsonaro poderia ajudá-lo a se eleger senador pelo Paraná? Um retorno ao Governo numa eventual vitória de Jair Bolsonaro? A impressão deste editor é que ele poderá estar cometendo aqui mais um dos seus  erros de avaliação.    

Editorial: Jair Bolsonaro na Rede TV



Os bolsonaristas estão em polvorosa, repercutindo pelas redes sociais, a nova entrevista que será concedida pelo presidente Jair Bolsonaro, logo mais, às 20h:00, pela Rede TV. Será uma entrevista de 30 minutos, um pouco menos, portanto, da entrevista concedida ao Jornal Nacional, mas tem lá a sua relevância, sobretudo se esta tal relevância está sendo procurada com alguma lupa. Não sei se porque o presidente, certamente, encontrará um ambiente mais confortável na Rede TV, o fato concreto é que os bolsonaristas estão estabelecendo um contraponto entre essa entrevista e a do Jornal Nacional. Para completar, o apresentador Carlos Massa, do SBT, também anunciou que irá realizar a sua série de entrevistas e o primeiro convidado será justamente o presidente Jair Bolsonaro. 

Logo mais, também, deverá sair a nova pesquisa de intenção de voto do Instituto Datafolha, com os candidatos que concorrem à Presidência da República nas próximas eleições. O Datafolha deve seguir uma linha próxima ao IPEC e ao Quaest\Genial, ou seja, apresentando, ainda, uma tranquila liderança do candidato do PT, Luiz Inácio Lua da Silva. Durante a semana, saiu uma pesquisa do Paraná Pesquisas apontando um empate técnico entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Para não melindrar o Instituto e os seus métodos, vamos ficar com a média ponderada entre o IPEC, o IPESPE, o Quaest\Genial e o Datafolha

Apesar da liderança de Lula, temos que reconhcer que o momento é mais favorável a Jair Bolsonaro, sobretudo pelos ventos a favor que sopram da economia, com queda da inflação, melhoria dos índices de emprego, redução dos preços de combustíveis, além dos efeitos do pacote de bondades. Lula, por sua vez, enfrenta algumas dificuldades com alguns nichos eleitorais importantes, a exemplo dos evangélicos, assim como parece ter encostado no teto. Soma-se a isso, a ordem do dia de temas caros ao PT, como a corrupção, que voltou a assumir uma maior relevância depois do debate da Rede Bandeirantes. Estamos aguardando, com ansiedade, os números do Datafolha.      

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