pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Um 7 de setembro para se preocupar?
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terça-feira, 6 de setembro de 2022

Editorial: Um 7 de setembro para se preocupar?


Os fiéis leitores que acompanham o blog com regularidade, deve ter notado a nossa ausência por aqui nos últimos dias. Ficamos bastante empolgado com a bibliografia recomendada pelo curso O Que Ler Para Entender o Brasil, que envolve um general que falava Tupi-Guarani fluentemente, conhecia as lendas e os povos orignais e que, realizou, a pedido de Dom Pedro, estudos interesantíssimos sobre miscigenação, muito antes mesmo do sociólogo Gilberto Freyre ter nascido. Não vou usar aqui usar uma determinada expressão para não melindrar a caserna, nesses dias difíceis de tensão institucional. 

Houve um tempo em que a nossa única preocupação com as comemorações do 07 de setembro era acordar logo cedinho para não perder nenhum detalhe do desfile cívico-militar. Com o tempo, em razão das contenções econômicas, eles foram se tornando cada vez menores, com menos objetos expostos. Ainda assim, tivemos a oportunidade de acompanhá-los em sua dimensão, digamos assim, integral, que envolvia horas de duração, mas ninguém arredava o pé do asfalto.

Naqueles tempos, de fato, tratava-se de uma festa cívica, com todas as pompas e honras, alusiva a uma data importante para o país. Hoje, talvez fizéssemos algumas ponderações mais críticas a esse respeito, mas, naquela época, era só festa. O único episódio que fugiu um pouco a esse script foi a recusa de um padre, aqui do interior do Estado, com o nome de Vitor Miracapillo, em rezar uma missa em homenagem à nossa Independência, sob o argumento de que o Brasil ainda não a havia conquistado. O pedido havia sido formulado por um ex-Presidente da Câmara dos Deputados, afastado do cargo por cobrar propina ao dono da cantina daquela Casa. O padre foi "convidado' a voltar para a Itália. 

Hoje, pelo andar da carruagem política, os prenúncios de comemoração do dia 7 de setembro são os mais preocupantes possíveis, num momento em que o país atravessa um estágio de grande turbulência institucional, com a corda esticada entre os três Poderes. Qualquer atitude de um dos lados, logo o outro lado entende como uma 'provocação', como esta útima medida adotada pelo Ministro Edson Fachin, restringindo regras sobre o uso de armas. Em meio a este "climão', um jornal paulista publicou uma matéria sobre as fake news que estão sendo disseminadas em grupos de WhatsApp, tratando das próximas eleições. Não vou nem entrar no "mérito' para não ajudá-las no processo de disseminação. 

De concreto mesmo, infelizmente, a possibilidade de termos um setembro negro, com grupos bolsonaristas enfurecidas nas ruas, não está descartada, sobretudo porque eles embarcaram na narrativa da teoria da conspiração, que preconiza haver um grande complô contra o presidente Jair Bolsonaro, envolvendo, inclusive, setores do Poder Judiciário. Mergulhamos num estágio de insanidade coletiva e há pouca coisa que se possa fazer a esse respeito. A única coisa que se pode sugerir é que atos radicais, na realidade, podem estar supultando, aí sim, as possibilidade de Jair Bolsonaro nessas eleições. Convém o bolsonarismo mais ponderado ficar atento a isso.    

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