pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Uma no cravo, outra na ferradura.
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sábado, 17 de setembro de 2022

Editorial: Uma no cravo, outra na ferradura.



Já bastante ansioso para o debate de logo mais, às 18h:30, entre os candidatos ao Governo do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro, que está sendo organizado por um pool de empresas de comunicação, liderado pela revista Veja. E, por falar na publicação, seus leitores foram literalmente brindados com três excelentes reflexões políticas em seu site. A primeira que fazemos referência aqui é o texto do consultor e articulista Thomas Traumann, preciso em suas conclusões sobre as razões pelas quais a candidatura do presidente Jair Bolsonaro está estagnada, a despeito das mudanças de estratégias, pacote de bondades e os ataques frontais ao candidato Lula, explorando o tema nevrálgico da corrupção. 

Já entraram na fase do desespero, a julgar pelas comemorações, em redes sociais, de um laudo atestando a autenticidade de um áudio do ex-presidente sobre o seu ex-ministro Antonio Palocci, sugerindo que Lula poderia desejar a sua morte. Depois de dialogar com os leitores sobre as diferentes alternativas que já foram tentadas para melhorar o desempeho do presidente nas pesquisas de intenção de voto, Thomas aponta a alta rejeição de Bolsonaro como o "X' da questão, ou seja, o problema de Bolsonaro é o próprio Bolsonaro. De fato, sim, se considerarmos às observações do articulista as avaliações do guru da Ciência Política,  Antonio Lavareda, bem lá atrás, quando este afirmava que um mandatário com taxa de rejeição superior a 40% dificilmente renova o contrato de locação do Palácio. 

Na pesquisa mais recente do IPESPE, publicada no dia de hoje, 17\09, por sinal, ele oscila negativamente, perdendo mais um pontinho nesta reta final de campanha, enquanto Lula oscila positivamente, amealhando mais um pontinho. Ainda na sexta-feira, tivemos a opotunidade de ler as reflexões sobre um pedido de socorro da população periférica dos bairros ou favelas do Rio de Janeiro, literalmente, "sufocadas" pelas narcomilícias, ora com a ausência, ora com a complacência do aparelho de Estado. O segundo texto é do articulista José Casado. 

Aliás, dada a penetração do crime organizado nas instituições de Estado no Rio de Jaineiro, fica difícil determinar quem é quem ou se um mínimo de institucionalidade será respeitada nos padrões de relação entre o público e o privado. No Rio já existe o que a pesquisadora Margarita Valência classificou como Capitalismo Gore, onde a linha é muito tênua entre o crime organizado e as instituições de Estado. Uma das coisas que consideramos mais inusitada nesses padrões de relações promíscuas é o papel desempenhado pelos grupos evangélicos nesse contexto, um tema que requer amplos estudos de investigações, já que há fortes indícios de flertes com essas plataformas políticas e as suas práticas ilícitas ou criminosas. 

A origem das milícias são as "inocentes' associações de moradores. Em princípio, combatiam os traficantes, mas logo perceram no tráfico de drogas uma excelente oportunidade de ampliarem seus negócios, tratando de expulsar os concorrentes do local. O artigo do cientista político Fernando Shüller, remete-nos a uma análise sobre este clima de animosidade políica em que nos metemos, ou uma pregação de Fim do Mundo, por parte de cada eleitor identificado com um dos pólos dessa polarização. Infelizmente isso é inevitável num preocesso de polarização, como sugeria o sociólogo jamaicano Stuart Hall, observando que o mal está criação de binômios, onde um dos pólos acaba desejando destruir o outro. Todos de parabéns pela análises e reflexões.   

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