Num regime democrático, essas nossas despedidas de final de ano sempre se caracterizaram pela procura de respostas às incertezas do ano anterior. As incertezas, como observava o cientista político polonês, Adam Przeworski são inerentes aos regimes democráticos. Se o ator político não a coloca em sua agenda, ele não pode ser definido como um democrata. No simulacro de democracia que experimentamos no país, a incerteza sobre o resultado do jogo democrático não consta do horizonte de nossa elite política e econômica. As consequências dessa "indisposição" são por demais conhecidas, praticamente inviabilizando a existência e consolidação de um regime democrático entre nós. Se, em anos anteriores, nos inquietavam as incertezas que em nada contribuíam para uma convivência, digamos assim, sob as regras de um jogo democrático - mesmo que apenas formal e de baixa intensidade - hoje nos incomodam profundamente as certezas que estão vislumbradas para o ano de 2019, já perfeitamente sinalizadas ainda no fechamento das cortinas de 2018. O blog entra em recesso, retomando suas atividades em fevereiro de 2019.
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