O Governo Lula está longe de se constituir numa uninimidade, até porque, como advertia o teatrólogo pernambucano, Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra. Creio que a sociedade brasileira nunca esteve tão dividida ou polarizada. Lula foi eleito para a Presidência da República em condições sensivelmente adversas. Em meio a um ambiente de instabilidades e turbulências políticas, num pleito equilibradíssimo, com a oposição levando vantagem sobre o Legislativo Federal. Até manobras antidemocráticas foram executadas, no sentido de impedir que ele assumisse a presidência.
Suas maiores dores de cabeça, hoje, estão relacionadas à conturbada relação com a Câmara dos Deputados, onde enfrenta hostilidades e derrotas frequentes. Somos pessimistas quanto à possibilidade de construções de pontes seguras por aqui, mas, por vezes, o meio de campo político pode nos reservar algumas surpresas. O direito de dissendir é inerente a um processo democrático, o que se torna perfeitamente aceitável e compreensível os editoriais de um jornal como O Estado de São Paulo.
O que ocorre, no entanto, é que esta linha editorial está se tornando tediosa e chata, como observaram alguns internautas no dia de hoje. Ideia fixa, como alertva Machado de Assis, é coisa de doido. Deus te livre de uma ideia fixa, leitor. Antes um argueiro, uma trave nos olhos. Recomendava o "bruxo". A citação é de memória, ainda dos tempos de adolescente, quando tivemos contato com a obra do autor, que se constituiu em nossas primeiras leituras. Perdão, portanto, por algum erro.
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