O perito em fonética da Universidade Federal de Sao Carlos, Pablo Arantes, emitiu um laudo informando que a voz que aparece numa suposta gravação, que comprometeu o juiz Eduardo Appio, afastando-o dos trabalhos da Operação Lava-Jato tem 100% de possibilidade de ter sido adulterada. Salvo melhor juízo, perícias realizadas pela Polícia Federal sugerem o contrário, ou seja, a autenticidade da voz. A universidade é bastante conceituada e o perito respeitado no campo, para usarmos uma expressão do sociólogo francês Pierre Bourdieu. Possui doutorado pela UNICAMP. Legitimadoras credenciais acadêmicas.
Há pessoas que defendem a Operação Lava-Jato como uma operação que conseguiu, finalmente, prender alguns gatunos graúdos que tinham como prática o desvio sistemático de recursos do erário, em transações nebulosas. Essas pessoas, certamente, ainda não haviam se dado conta dos desmandos eventualmente cometidos para se atingir tais finalidades. Os erros processuais foram escabrosos, mas os métodos sao ainda mais assutadores, como se depreende das revelações que estão vindo a público nas últimas horas, como escutas clandestinas, eventuais extorções e coisas do gênero.
Estávamos, rigorosamente, num ambiente juridicamente turvo, maquiavélico, onde os meios justiticavam os fins. Assim, pelo que hoje está sendo revelado, as etapas do devido processo legal foram sumprimidas, em nome dos propósitos políticos em jogo. Há toda uma sequência de procedimentos irregulares, que saltam aos olhos dos cidadãos e cidadãs de bem.
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