pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: João Pessoa: A raposa derrotou o bolsonarista.
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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Editorial: João Pessoa: A raposa derrotou o bolsonarista.



Há poucos dias do término do primeiro turno das eleições para a Prefeitura de João Pessoa, a Polícia Federal desencadeou a operação Território Livre, que investiga eventuais conluios entre gestores públicos e integrantes do crime organizado, que, se comprovadas, depõem até mesmo contra o estatuto das relações republicanas e democráticas entre o aparelho de Estado e a sociedade civil. Integrantes de facções , segundo essas investigações, poderiam estar participando da gestão do município, ao ponto de indicarem servidores para o quadro, possivelmente através da terceirização, uma espécie de portal de entrada do crime organizado na administração pública em todas as esferas, seja através de licitações fraudulentas, seja através do expediente de integrar a gestão, indicando nomes para ocuparem cargos e solicitando transferências de servidores, conforme é o que se apura no caso de João Pessoa. 

Assegurados esse acordos espúrios, os territórios sob o controle dessas facções passam, naturalmente, a se constituírem em redutos eleitorais exclusivos dos padrinhos políticos, tolhendo os espaços democráticos, uma vez que apenas determinados atores possuem a prerrogativa de passaram suas mensagens aos eleitores. Conforme havíamos previsto por aqui, tais fatos, muito provavelmente, produziram seus reflexos no resultado do primeiro turno daquelas eleições. As pesquisas indicavam que o atual gestor, Cícero Lucena, do Progressistas, poderia ter liquidado a fatura ainda no primeiro turno, o que não ocorreu. Outra surpresa foi a ascensão do bolsonarista Marcelo Queiroga, do PL, superando Rui Carneiro, do Podemos, na reta final daquela primeiro turno. 

Feita as contas, o fato pode ter sido suficiente para provocar uma inflexão no eleitorado de Cícero Lucena. Isso bem trabalhado poderia produzir estragos ainda maiores no seu projeto de continuar à frente da edilidade municipal. No debate de ontem, dia 14, o episódio foi solenemente explorado pelo bolsonarista Marcelo Queiroga, que, no entanto, cometeu o grave equívoco de não fazer o dever de casa. Orientado por seus assessores, Cícero Lucena passou a explorar o seu desconhecimento de problemas e características específicas da cidade, como o curso de rios, número de secretarias, suas propostas para a infraestrutura da cidade. Um tranco que pode ter determinado o rumo daquelas eleições. Em breve o ex-presidente Jair Bolsonaro está vindo à cidade para ajudar na campanha do seu ex-Ministro da Saúde.  Experiente, neste primeiro debate do segundo turno, a raposa derrotou o bolsonarista. 

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