quinta-feira, 5 de abril de 2012
Assim como Lampião, Agamenon Magalhões era de Serra Talhada
Colunista de política da Folha de Pernambuco esclarece um equívoco cometido, ontem, pelo release da ALEPE. É sobre a terra natal de Agamenon Magalhães. De fato, Agamenon nasceu na cidade de Serra Talhada, tendo como conterrâneo Virgulino Lampião. Durante o seu Governo - no Estado Novo - ficaram notórias sua indisposição com o sociólogo Gilberto Freyre. Muito se comentou sobre os reais motivos dessas indisposições – com alguns até atribuindo razões de natureza ideológica – mas, na realidade, tratava-se de uma briga de oligarquias. Enquanto o sociólogo tornou-se um intelectual orgânico das oligarquias rurais açucareiras, Agamenon era um legítimo representanta das oligarquias pecuaristas e algodoeiras do sertão. Havia também uma querela em relação aos mocambos da cidade. Enquanto Gilberto Freyre fazia elogios - - permita-me o termo - à arquitetura alternativa - Agamenon defendia que os favelados da cidade deveriam ir para "lá dos macacos", onde hoje se constrói a Arena da Copa. Agamenon era um visionário!!! kkk
Ideli Salvatti foge das lanchas como peixe foge do anzol.
A Ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, reuniu-se com líderes partidários da base aliada para tentar explicar o que teria ocorrido em relação à aquisição de lanchas para Ministério da Pesca, num momento anterior á sua nomeação para aquela pasta. As lanchas, num total de 28, ficaram sem uso, depreciando-se, além dos órgãos de fiscalização do Estado apontarem uma série de equívocos em todo o processo de aquisição, indicando indícios de irregularidades. Ideli, que já ocupou aquele Ministério, se defende argumentando que as aquisições ocorreram quando ela ainda não ocupava aquela pasta - o que é verdade - e que a doação de R$150.000 à sua campanha – pelo empresário que forneceu as lanchas ao Ministério – foram doações onde ela desconhecia os doadores, uma vez que captadas pelo comitê do Partido. De fato, o processo de aquisição dessas lanchas que se tornaram inúteis foi anterior a Ideli ocupar aquela pasta, cabendo a então ministra apenas a autorização de pagamentos de parcelas vencidas. Se Ideli, de fato, sabia que a doação desse dinheiro havia sido feita pelo mesmo fornecedor das lanchas é um mistério. Em todo caso, seja lá quem forem os responsáveis, como diria Dilma Rousseff, fica evidente o malfeito. Qual a finalidade de utilização dessas lanchas? Por que as lanchas estavam abandonadas? Muitas coisas ainda precisam ser esclarecidas sobre esse episódio, dona Ideli Salvatti. Outro dia comentávamos aqui no Blog do Jolugue sobre o escárnio em que se transformou o financiamento de campanhas políticas no país. Esse das lanchas é mais um caso emblemático. Tremei, República! Carlinhos Cachoeira já ameaça entrar no expediente das "delações premiadas".
O Grupo Alternativo da Frente Popular permanece firme.
Pelo menos até o momento, nada mudou em relação ao grupo alternativo que discute uma nova candidatura pela Frente Popular à Prefeitura do Recife, em 2012. A nova postulação do PT, o Secretário de Governo, Maurício Rands, parece não ter mudado muito o cenário, a julgar pela entrevista concedida ontem pelo senador Armando Monteiro, publicada aqui no Blog do Jolugue. Uma questão que inquieta o senador é sobre se o PT caminharia unido para as eleições de 2012. Certamente não, senador. O grau de divisão do partido é bastante acentuado, algo que deixará sequelas duradouras. Essa conversa de que, apresentado os resultados das prévias, a tendência seria o partido caminhar unido em torno do vencedor é jogar para a platéia. O PT pernambucano transformou-se numa agremiação de projetos pessoais. Não à toa, comenta-se que o governador Eduardo Campos já teria uma carta na manga, caso a “solução Rands” não seja bem-sucedida.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Eduardo Campos: A imposição do nome de Antonio Dourado não foi bem aceita pela terrinha da garoa.

O editor do blog participa de dezenas de grupos de discussão nas redes, inclusive um a sobre a cidade de Garanhuns. Já mencionamos, em outros momentos, nossa paixão pela terrinha da garoa, costumeiramente visitada numa determinada época do ano. Pelo teor do “debate”, as próximas eleições na cidade deverão ser acirradíssimas, sobretudo em razão da candidatura do ex-prefeito de Lajedo, Antonio Dourado, que provocou uma grande celeuma na cidade. A candidatura de Dourado é bancada, pessoalmente, pelo Governador Eduardo Campos, que impôs seu nome sem sequer consultar as bases do partido. Ocorreram manifestações públicas contra esse “forasteiro” e, logo em seguida, surgiram vídeos onde Dourado faria algumas declarações comprometedoras, arranhado ainda mais a sua imagem pública. Apesar de todos esses percalços, numa última reunião entre o governador e Antonio Dourado, perece-nos que ficou definido mesmo sua candidatura. Eduardo Campos é muito querido na cidade, freqüenta-a durante o Festival de Inverno. Vai jogar o seu prestígio para eleger um candidato cujos defeitos vem sendo muito bem explorados pelos adversários. Evidentemente que esses grupos de discussão são formados a partir de afinidades, o que pode implicar ser formado por pessoas contrárias à candidatura de Antonio Dourado. Em todo caso, tudo leva a crer que a escolha de Dourado parece ter sido um lance infeliz de Eduardo Campos. Nem o PSB da cidade aceita bem o nome dele. O Festival de Inverno está se aproximando, governador.
Recife e São Paulo são prioridades para o PMDB.
O PMBD possui uma grande vitrine no Estado, a cidade de Petrolina, no Sertão do São Francisco. Joga todas as suas fichas na reeleição do atual prefeito da legenda, Júlio Lóssio, um médico que conseguiu a proeza de desbancar oligarguias políticas fortes na região, que contavam, inclusive, com o apoio do governador Eduardo Campos. Nas eleições passadas, a perda da prefeitura de uma cidade do chamado triângulo das bermudas, poderia ser interpretada como uma derrota de Eduardo Campos. Hoje, em razão de sua aproximação cada vez maior com o PMDB, é difícil fazer essa leitura. Colunista de política local, ontem, pelo DP, chegou a insinuar haver comentários dando conta de que a candidatura de Raul Henry também poderia ter o sinal verde do Campo das Princesas, na eventualidade da “solução Rands” não dá certo. O projeto nacional de Eduardo Campos contingencia-o a agregar o maior número de forças políticas em torno de si e isso ele vem costurando como ninguém. Com 90% de aprovação no Estado e empinado nacionalmente, fica difícil identificar quem, de fato, faz oposição ao projeto do “moleque” dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco. Vem se confirmando a tese levantada pelo Blog do Jolugue com bastante antecedência: a “eduardolização da política pernambucana”. Pois bem, apenas para concluir, a direção nacional do PMDB, em conversa com o deputado Raul Henry, garantiu que o Recife e São Paulo serão as duas cidades mais importantes para a agremiação nas eleições de 2012, levando o pupilo de Jarbas a entrar com tudo na campanha.
Gravações de Cachoeira abalam os alicerces da República: Chefe de Gabinete de Perillo pede demissão do cargo.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, encontra-se na lista de desafetos do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Como diria o jornalista Elio Gaspari, entre os urubus voando de costa, uma lista anotada no caderninho de Lula, de pessoas que o incomodaram bastante durante a crise do mensalão, prejudicando enormemente sua vida no Legislativo. À época, como sua relação com Dilma Rousseff estava ainda em lua de mel, Lula afirmava que se empenharia pessoalmente no sentido de impedir o sucesso nas urnas desses urubus, para ajudar a companheira Dilma a ter uma vida mais tranquila, o que não vem ocorrendo, não necessariamente por este motivo. Nomes de peso da política nacional estavam entre eles, como Tasso Jereissati, Agripino Maia, Arthur Virgílio, Marconi Perillo, entre outros. Alguns desses nomes não conseguiram se reeleger, caso de Tasso e Virgílio. Agripino Maia conseguiu uma proeza. Além de se reeleger senador, fez de Rosalba Ciarline, do DEM, governadora do Rio grande do Norte. No bojo dessas denúncias envolvendo o senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlinhos Cachoeira, Lula teria pedido para os seus aliados jogarem pesado contra Perillo. Hoje, a primeira vítima, a chefe de gabinete de Perillo, Eliane Pinheiro, pediu demissão do cargo depois que foram divulgadas gravações entre ela e o bicheiro. O que se comenta nos bastidores é que estamos diante de um escândalo de dimensões gigantescas, com gravações envolvendos graúdos dos três poderes, de todos os partidos, que, literalmente, comiam na mão de Cachoeira.
Armando Monteiro: "O PT vai sair unido desse processo?"
Como ficará o PT após as prévias no Recife? A questão foi colocada pelo senador Armando Monteiro (PTB) nesta quarta-feira (4), durante entrevista ao programa de Geraldo Freire, na Rádio Jornal.
Ao ser indagado sobre um eventual apoio do PTB a Maurício Rands ou João da Costa, que disputam no PT a indicação para concorrer à Prefeitura do Recife, o senador aproveitou para explicar a formação do grupo de partidos que defendem uma candidatura alternativa da Frente Popular.
“E a questão é esta: o PT vai sair unido desse processo? Qual é o custo político no final disso tudo? Como estarão algumas lideranças importantes do PT que ainda não se manifestaram, como o ex-prefeito João Paulo, por exemplo? Então, Geraldo, a ideia fundamental que justificou esse nosso movimento é que nós não podemos ficar a reboque dessas questões e dessas contradições do PT”, ressaltou.
Durante a entrevista, concedida para fazer uma avaliação do pacote de medidas de incentivos à indústria, lançado nesta terça-feira (3) pela presidente Dilma Rousseff, Armando Monteiro negou que esteja cogitando se lançar candidato a prefeito.
Veja a entrevista abaixo:
Senador, ontem, no calor da saída do novo pacote para favorecer as indústrias, o Sr. entrou em um debate relativamente acalorado pela Globo News, com um empresário. Depois que o calor passou, vendo o pacote direito, quem tem mais razão: o Sr. ou ele?
ARMANDO MONTEIRO - É difícil dizer quem tem mais razão. Mas o que me parece importante, Geraldo, é dizer o seguinte: nós todos reconhecemos que o Brasil ainda precisa fazer muito, promover as tais reformas que, há muito tempo, setores da sociedade reclamam, a reforma tributária, uma nova geração de reforma na previdência... Mas enquanto essas grandes reformas não acontecem, e o Brasil espera por elas há décadas, a questão é a seguinte: o que é possível fazer em curto prazo e médio prazo para evitar esse quadro que é produzido no Brasil, uma desindustrialização, ou seja, uma perda de posição da indústria no conjunto da economia brasileira?
Eu acho que o governo oferece um conjunto de medidas que estão na direção correta. Medidas que desoneram a indústria, ou seja, reduzem os custos da indústria, ampliam o apoio financeiro e aliam o financiamento tanto às exportações quanto a alguns investimentos no Brasil. Também oferecem uma margem de preferência para compras de produtos nacionais em condições diferenciadas em relação ao produto importado. Ainda oferece medidas de defesa comercial, ou seja, evitando que produtos de má qualidade entrem no Brasil em prejuízo da produção nacional. Portanto, o Governo procura fazer a sua parte, no sentido de oferecer medidas concretas a curto prazo. É evidente que essas medidas não são suficientes inteiramente. É preciso avançar mais. Mas o que eu quis traduzir ontem no debate é aquela nossa compreensão de que não adianta ficar à distância, apontando rumos e dizendo o que é que o Brasil deve que fazer. A pergunta é: por que o Brasil não promove essas reformas mais amplas? Porque, no meu entendimento, não tem havido um engajamento da sociedade que possa fazer com que o sistema político brasileiro reaja de forma mais efetiva. Então, o que eu quero deixar claro é que nós todos defendemos essas reformas, mas é preciso uma maior mobilização do conjunto da sociedade para que elas aconteçam.
Ontem nós tivemos aqui um debate, uma entrevista com o prefeito João da Costa e nos intervalos as pessoas falavam nas candidaturas. Falou-se também na situação do PTB. Alguém chegou a dizer aqui, me parece que no intervalo, que o candidato do PTB a prefeito do Recife, do senador Armando Monteiro, é ele mesmo. Eu nunca lhe perguntei isso. Se o cavalo tiver selado pro Sr. ser candidato a prefeito do Recife, o Sr. quer?
ARMANDO Monteiro - Olha Geraldo, não cogitei disso. Apenas fizemos esse movimento, e temos feito, no sentido de poder oferecer alternativas à própria Frente. Não coloquei nunca o nosso nome. Não cogitamos disso, tá certo? O processo da sucessão no Recife, a meu ver, exige que a Frente Popular ofereça alternativas. Veja que esse processo do PT está sendo traumático, de disputa interna. A pergunta é: como é que, ao final, sairá o PT deste processo? Ele vai conseguir unir efetivamente todos os setores do partido em torno de um nome? Ou, como acontece em muitos casos, ao final dessas prévias, o partido estará rachado? Então, nós sempre defendemos a ideia de que devemos oferecer uma alternativa à própria frente. Isso, inclusive, você sabe que em alguns momentos, outros nomes de outros partidos da Frente Popular foram colocados no processo. Lembre que em novembro, por exemplo, o próprio ministro Fernando Bezerra foi lembrado, seu nome foi colocado. Portanto, essa pra nós é uma discussão que eu ainda considero válida. Não podemos ficar apenas na dependência de uma candidatura que poderá, ao final, não aglutinar, não reunir, não unir a própria Frente. Mas o nosso nome não foi colocado e eu, efetivamente, nunca coloquei esse projeto.
Agora, para os nomes que estão postos aí, João da Costa e Maurício Rands, o PTB está fora?
ARMANDO Monteiro - Veja, o PTB não pode fazer uma escolha por um nome do PT, a priori, antes que o próprio PT resolva essa questão. E a questão é esta: o PT vai sair unido deste processo? Qual é o custo político no final disso tudo? Como estarão algumas lideranças importantes do PT que ainda não se manifestaram, como o ex-prefeito João Paulo, por exemplo? Então, Geraldo, a ideia fundamental que justificou esse nosso movimento é que nós não podemos ficar a reboque dessas questões e dessas contradições do PT. O prefeito João da Costa não conseguiu, efetivamente, aglutinar nem fora do seu partido nem no próprio partido. Tanto é verdade que está havendo essa disputa. Nós vamos acompanhar este processo. Vamos aguardar. E esse grupo de partidos com os quais nós temos dialogado, sustentado essa posição, está também discutindo uma agenda para o Recife, um conjunto de propostas para que esse processo possa resultar numa contribuição ao debate dos temas e das questões que interessam ao Recife.
Crédito da foto: Miguel Ângelo/divulgação
Assessoria de imprensa
Segurança na agenda do grupo alternativo.
Os partidos que defendem um nome alternativo para prefeito do Recife dentro da Frente Popular de Pernambuco promoveram nesta quarta-feira (04) o segundo encontro entre os técnicos que estão discutindo diretrizes para "o Recife do futuro". A reunião aconteceu no escritório político do senador Armando Monteiro (PTB).
O objetivo do encontro desta quarta-feira (4) foi aprofundar as linhas de ação já identificadas pelo grupo, em áreas como saúde, educação, desenvolvimento econômico, mobilidade urbana e segurança pública.
Para os técnicos, a segurança deve ser também assunto da gestão municipal por impactar diretamente o cidadão nos bairros onde reside e trabalha. Segundo o grupo, para contribuir com a segurança pública, que é dever do Estado, a Prefeitura do Recife precisa investir de forma mais integrada em iluminação, na educação de jovens e adultos, cultura e esportes, habitação e melhoria dos espaços públicos, capacitação da guarda municipal e mobilidade urbana, entre outros aspectos.
As legendas que defendem um nome alternativo para a sucessão no Recife são PTB, PDT, PV, PP, PRB e PSC. A próxima reunião acontece na quarta-feira, 11 de abril.
Assessoria de imprensa
terça-feira, 3 de abril de 2012
Flávio Dino entra com representação contra hospital que atendeu Marcelo.
Depois da conclusão das investigações da Polícia Civil do Distrito Federal, Flávio Dino deve entrar com uma representação contra o hospital que atendeu o seu filho, Marcelo Dino, falecido recentemente. Pelo que se apurou, há uma sequência de erros que foram determinantes para a morte do jovem Marcelo, como a administração tardia de remédios, atraso na assistência – comenta-se que a médica, num caso de urgência, ainda resolveu trocar uma blusa, antes de atendê-lo - além de equipamentos com defeitos que foram usados para o tratamento do garoto. O mais doloroso disso é que Flávio Dino – não bastasse a dor pela perda do filho – ainda recebe, pelo microblog Twitter, mensagens ofensivas por estar tentando esclarecer os fatos que determinaram a morte do seu filho. Muita paz, companheiro.
Demóstenes Torres pede desfiliação dos Democratas. A expulsão era inevitável.
O senador Demóstenes Torres pediu desfiliação dos Democratas. Após tomar conhecimento de que o partido estava abrindo um processo disciplinar contra ele, não restou outra alternativa ao senador, senão o pedido de desligamento da agremiação, onde era das figuras mais festejadas, projetando-se como candidato presidencial do partido, nas eleições de 2014. Conforme o Blog do Jolugue informou, a situação de Demóstenes é bastante complicada, embora seu advogado sempre argumente em torno da ilegalidade dessas escutas comprometedoras que, no caso do senador, teriam que ser autorizadas pelo STF. Independentemente dessas questões jurídicas, o fato – como ele mesmo admite – é que o senador foi ao inferno. Como enfatiza Pedro Simon, em entrevista à Revista Veja, a cada dia ficamos mais pobres de homens públicos de conduta irrepreensível, como Miguel Arraes, Mário Covas, o próprio Simon, Pedro Taques. Quando surgiram as denúncias contra o governador Roberto Arruda, companheiro de partido, como lembra o jornalista Josias de Souza, Demóstenes bradou um discurso veemente contra o governador do Distrito Federal, exigindo sua expulsão imediata dos Democratas. É a vida, senador! O quão seria importante, neste momento, que alguns dos seus companheiros lhes concedessem, pelo menos, a possibilidade da dúvida.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Memorial das Ligas Camponesas - uma justa homangem a João Pedro Teixeira.
A viúva de João Pedro Teixeira, Elisabeth Teixeira, uma sertaneja de muita fibra.

Residência de João Pedro Teixeira, transformada em Momorial das Ligas Camponesas.
Ontem anunciamos aqui no Blog do Jolugue sobre o retorno de uma viagem que o governador Ricardo Coutinho havia feito até à Índia e a inauguração, na cidade de Sapé-PB, de um memorial em homenagem às Ligas Camponeses. Uma homenagem das mais justas, considerando-se que naquela cidade nasceu um dos maiores líderes camponeses, João Pedro Teixeira, assassinado, possivelmente, por setores ligados às oligarquias rurais, em conluio com os militares golpistas de 64. Na realidade, as Ligas Camponesas nasceram em Pernambuco, no Engenho Galiléia, em Vitória de Santo Antão, liderada pelo então advogado Francisco Julião, conforme registros históricos. A situação do trabalhador rural era tão precária, por ocasião do surgimento das Ligas, que eles eram enterrados numa rede que, devolvida, era novamente utilizada para o enterro dos companheiros, criando um clima de muita revolta entre esses trabalhadores. À época, não era permitida a organização sindical rural e as Ligas foi a saída encontrada para a mobilização dos camponeses. Essas questões são muito bem evocadas no documentário de Eduardo Coutinho, Cabra Marcado Para Morrer, exibido para os nossos alunos com regularidade. Poucas pessoas sabem desse detalhe, mas, perseguido em seu Estado, João Pedro Teixeira refugiou-se em Jaboatão dos Guararapes, chegando a trabalhar no então Engenho Massangana, hoje um dos espaços da Fundação Joaquim Nabuco. Todos esses fatos estão registrados no documentário de Coutinho, bem como o depoimento de alguns dos principais líderes camponeses das Ligas, ainda vivos, que residem na cidade de Vitória de Santo Antão, pacíficos evangélicos, sem nenhum envolvimento com política. Está de parabéns o Governo do Estado da Paraíba pela iniciativa, embora a mobilização para o tombamento da área envolva uma batalha da Pastoral da Terra, desde 2008., competindo ao Estado a formalização do processo. O acusado de ser o mandante da morte de João Pedro Teixeira, teve sua vida facilitada pelo “foro privilegiado” facultado aos parlamentares. Salvo algum engano, 03 suplentes renunciaram para que ele pudesse assumir. É esse foro privilegiado que leva o senador Demóstenes Torres a protelar sua renúncia, uma vez que as coisas se complicaram de vez. O Blog do Jolugue volta a reconhcer o mérito do Governo da Paraíba e empresta sua solidariedade à família de João Pedro.
Raul Henry: É tida como certa sua candidatura à Prefeitura do Recife em 2012.
A candidatura do deputado Raul Henry à prefeitura do Recife, nas eleições de 2012, sempre esteve envolta em muitas variáveis. Dependia de acordos dentro do próprio grupo de oposição ao prefeito João da Costa, reunidos na Mesa da Unidade; das condições efetivas de entrar na disputa com a garantia de financiamento; da posição do seu padrinho político, senador Jarbas Vasconcelos; da própria motivação de Raul, que não demonstrava muito entusiasmo com a ideia. Algumas dessas questões foram dirimidas, como a promessa de apoio da legenda – que, dentro de uma estratégia definida pelos caciques, deseja uma candidatura numa cidade do porte do Recife; a pulverização das candidatura de oposição, em razão das dificuldades de construção de um consenso entre eles; as chances de um segundo turno nas eleições do Recife, colocando Raul no páreo, com a certeza do apoio dos demais setores oposicionistas. No momento, quem aparece melhor nas pesquisas é Mendonça Filho, mas muita coisa pode acontecer até outubro. Em entrevista concedida ao jornalista Josias de Souza, do portal UOL, Raul Henry dá todos os indicadores de que vai entrar na disputa.
No ninho da oposição: PSDB pede investigação de Ideli Salvatti pela Comissão de Ética.
Brasília – O PSDB pedirá que a Comissão de Ética da Presidência da República investigue a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. O Ministério da Pesca, do qual Ideli foi titular nos primeiros meses da gestão de Dilma Rousseff, promoveu uma licitação milionária para a compra de lanchas que nunca foram utilizadas – e a empresa vencedora do pregão, a Intech Boating, fez doações ao diretório do PT em Santa Catarina, quando Ideli Salvatti concorreu ao governo estadual pelo partido.
Líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR) afirmou que a ministra deve explicações pelo fato. O parlamentar lembrou que a Comissão de Ética apresentou resultados significativos em episódios recentes, como no do ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – a Comissão pediu a investigação das denúncias de enriquecimento ilícito que pairam sobre o ministro.
Ideli Salvatti afirmou, em nota, que não há relações entre ela e a Intech Boating. A alegação da ministra é que as doações não foram feitas diretamente para a sua campanha.
domingo, 1 de abril de 2012
Ricardo Coutinho volta da Índia e inaugura Memorial das Ligas Camponesas.
Na próxima segunda-feira (2), o governador Ricardo Coutinho inaugura o Memorial das Ligas Camponesas, viabilizado pelo Governo do Estado na cidade de Sapé. O evento, marcado para as 16h, faz parte da programação do Cinquentenário do Assassinato de João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas.
As atividades do dia começam às 9h, com uma visita ao túmulo de João Pedro Teixeira, no Cemitério Nossa Senhora da Assumpção, seguida de uma caminhada até a Praça João Pessoa. A programação da tarde começa às 13h30, com uma carreata para o povoado de Barra de Antas (zona rural de Sapé), até a casa onde morou João Pedro, seguida da Inauguração do Memorial das Ligas Camponesas. Nesta ocasião, o governador Ricardo Coutinho vai selar a doação de uma área de sete hectares de terra para a construção do Centro de Formação para o Campesinato.
A programação constará ainda do lançamento do Concurso de Redação João Pedro Teixeira, onde poderão participar alunos da rede pública estadual. Na Escola Gentil Lins – onde aconteceu a primeira reunião das ligas e estudaram vários integrantes e líderes – haverá uma programação especial, com palestras e exposições em comemoração ao aniversário de 75 da escola anos, completados em 1º de abril.
Estão confirmadas as presenças da secretária executiva da Educação, Márcia Lucena; da gerente operacional de Integração Escola Comunidade (Goiesc), Hygia Margarete Sousa; e do Secretário de Estado da Cultura, Chico César.
Memorial – O Memorial das Ligas Camponesas foi criado em 2008, com o apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e de camponeses assentados da reforma agrária. Tem como objetivos construir um Centro de Formação para o Campesinato; resgatar a memória por meio de documentos, para a formação de um acervo histórico, social, político e cultural das ligas camponesas e lutas da reforma agrária; preservar o espírito de luta das ligas por justiça social, dignidade e reforma agrária.
Desde o início da sua gestão, em 2011, o governador Ricardo Coutinho se preocupou com a memória histórica e procurou meios para viabilizar o memorial. À época, os organizadores já haviam solicitado o tombamento da área e da casa onde morou o líder João Pedro Teixeira – solicitação atendida via Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep).
As atividades em homenagem à memória de João Pedro Teixeira acontecem todos os anos e têm o objetivo de manter acesa a chama da coragem e da luta por melhores condições de vida para os trabalhadores do campo. O líder camponês foi assassinado no dia 2 de abril de 1962, quando retornava para sua casa.
Entre as secretarias e órgãos estaduais que apoiam o evento estão: Casa Civil; secretarias de Estado do Turismo e do Desenvolvimento Econômico (Setde), da Educação (SEE); da Cultura (Secult); e do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap); Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap); Projeto Cooperar; e Iphaep.
Fonte: Secom-PB
Nota do Editor do Blog: O Governo da Paraíba está de parabéns pela iniciativa.
Oposição: tem, mas está faltando.
A cada dia em menor número e cada vez mais sufocada pelo governismo, a oposição na vida pública brasileira vivencia uma de suas piores crises existenciais dos últimos tempos. Saiba por que chegamos a essa pobreza política e o que dizem os estudiosos do assunto
notícia1comentários
Fundamental ao exercício da democracia, a oposição oportuniza ao Governo uma visão crítica de si. Além de apresentar propostas, debater questões relacionadas às demandas sociais e fiscalizar o Poder Executivo, parlamentares não alinhados aos governos trazem o contraponto, o contraditório. Mas, infelizmente, não é isso que o eleitor vem acompanhando no dia a dia das casas legislativas.
O material que chega às suas mãos, caro leitor – ou na sua tela, se estiver desfrutando dessa leitura dominical pela Internet –, é fruto de uma reflexão que nasceu junto com o atual jogo do poder: quem é, onde está e para que serve a oposição? Por outras: estaria a oposição passando por uma séria crise de existência? Ou, como diriam os apocalípticos políticos, a oposição morreu?
Com essas inquietações, O POVO levantou dados, formulou questões e conversou com agentes do meio – ou com quem acompanha a dinâmica da disputa pelo poder. O resultado mostra um cenário não muito animador. Falta clareza, vontade e entusiasmo em nossas oposições – nos três níveis de poder.
Os discursos inflamados de outrora deram lugar à retórica fácil da defesa das gestões. A antes esquerda, agora no poder, acomodou-se. E o vácuo deixado não está sendo ocupado pelos novos (e velhos) grupos políticos.
Fragilizada na ética – vide caso Demóstenes – ou sufocada por governos que conseguem vender a noção de que tudo melhorou – a oposição tem dificuldades de encontrar seu rumo. Mesmo que seja apenas para sobreviver a mais uma campanha eleitoral, que já bate na porta, a tempo de, no ano que vem, voltar a se confundir com os donos do poder. Boa leitura!
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Além de ter passado por um processo de “encolhimento” nas Casas Legislativas nos últimos anos, a oposição vem sofrendo com a fragilidade de discurso, de identidade e de propostas. Tal cenário põe em xeque a própria democracia.
O material que chega às suas mãos, caro leitor – ou na sua tela, se estiver desfrutando dessa leitura dominical pela Internet –, é fruto de uma reflexão que nasceu junto com o atual jogo do poder: quem é, onde está e para que serve a oposição? Por outras: estaria a oposição passando por uma séria crise de existência? Ou, como diriam os apocalípticos políticos, a oposição morreu?
Com essas inquietações, O POVO levantou dados, formulou questões e conversou com agentes do meio – ou com quem acompanha a dinâmica da disputa pelo poder. O resultado mostra um cenário não muito animador. Falta clareza, vontade e entusiasmo em nossas oposições – nos três níveis de poder.
Os discursos inflamados de outrora deram lugar à retórica fácil da defesa das gestões. A antes esquerda, agora no poder, acomodou-se. E o vácuo deixado não está sendo ocupado pelos novos (e velhos) grupos políticos.
Fragilizada na ética – vide caso Demóstenes – ou sufocada por governos que conseguem vender a noção de que tudo melhorou – a oposição tem dificuldades de encontrar seu rumo. Mesmo que seja apenas para sobreviver a mais uma campanha eleitoral, que já bate na porta, a tempo de, no ano que vem, voltar a se confundir com os donos do poder. Boa leitura!
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Além de ter passado por um processo de “encolhimento” nas Casas Legislativas nos últimos anos, a oposição vem sofrendo com a fragilidade de discurso, de identidade e de propostas. Tal cenário põe em xeque a própria democracia.
Lucinthya Gomes lucinthya@opovo.com.br
O Povo online.
POLÍTICA CULTURAL. Considerada uma das mais promissoras forças econômicas para o futuro, a economia criativa tem sido foco do interesse dos mais diversos profissionais
CABO DE GUERRA
Nova legislação que regula o setor da TV por assinatura no Brasil
Foto: ARTE - SANDRO OLIVEIRA
Por: RAFHAEL BARBOSA - EDITOR INTERINO DE CULTURA
Imersa nas tramas, intrigas e conflitos de seus programas de televisão favoritos, a grande maioria do público tem se mantido alheia a uma discussão de seu total interesse enquanto consumidor e cidadão.
Polêmica desde que entrou em pauta, há cinco anos, está vigor desde o último dia 03 de março a Lei 12.485/11 (Lei da TV Paga). Entre outras normas, a nova legislação do segmento cria cotas para o conteúdo brasileiro independente no horário nobre dos canais por assinatura. Justamente esse ponto tem sido o pivô de uma verdadeira guerra.
De um lado, os produtores independentes lidam com uma vitória conquistada por pelo menos uma década de reivindicações. Do outro, empresários do setor acusam a lei de inconstitucional e a apontam como um atentado à liberdade. Entrincheirado, o consumidor teve sua chance de ser ouvido. Entre janeiro e março, a minuta da Instrução Normativa esteve disponível para consulta pública no site da Agência Nacional de Cinema (Ancine), órgão que passa a regular o segmento da TV paga com a nova legislação.
ATAQUE DA SKY
A polêmica em torno do assunto chegou ao seu ápice no último mês, quando a operadora Sky veiculou na internet, em jornais, revistas e por meio da própria televisão uma violenta campanha que convocou os espectadores a se manifestar. O material apela para sensibilizar o consumidor, apontando como consequências da medida a diminuição da qualidade na programação e o aumento nos preços das assinaturas.
“Esse assunto é relevante para a sociedade, pois é o início de uma grave intervenção nos meios de comunicação” (...). “Uma agência reguladora terá poderes para controlar o conteúdo da TV paga, e isso poderá impactar diretamente a sua liberdade de escolha”, diz um dos vídeos, que usa atletas famosos como chamariz.
Em um site criado especialmente para a campanha, a operadora também apresenta números para mostrar a força do setor, que atingiu 12,5 milhões de assinantes em dezembro de 2011, com um crescimento total de 30,5% em relação ao ano anterior.
Polêmica desde que entrou em pauta, há cinco anos, está vigor desde o último dia 03 de março a Lei 12.485/11 (Lei da TV Paga). Entre outras normas, a nova legislação do segmento cria cotas para o conteúdo brasileiro independente no horário nobre dos canais por assinatura. Justamente esse ponto tem sido o pivô de uma verdadeira guerra.
De um lado, os produtores independentes lidam com uma vitória conquistada por pelo menos uma década de reivindicações. Do outro, empresários do setor acusam a lei de inconstitucional e a apontam como um atentado à liberdade. Entrincheirado, o consumidor teve sua chance de ser ouvido. Entre janeiro e março, a minuta da Instrução Normativa esteve disponível para consulta pública no site da Agência Nacional de Cinema (Ancine), órgão que passa a regular o segmento da TV paga com a nova legislação.
ATAQUE DA SKY
A polêmica em torno do assunto chegou ao seu ápice no último mês, quando a operadora Sky veiculou na internet, em jornais, revistas e por meio da própria televisão uma violenta campanha que convocou os espectadores a se manifestar. O material apela para sensibilizar o consumidor, apontando como consequências da medida a diminuição da qualidade na programação e o aumento nos preços das assinaturas.
“Esse assunto é relevante para a sociedade, pois é o início de uma grave intervenção nos meios de comunicação” (...). “Uma agência reguladora terá poderes para controlar o conteúdo da TV paga, e isso poderá impactar diretamente a sua liberdade de escolha”, diz um dos vídeos, que usa atletas famosos como chamariz.
Em um site criado especialmente para a campanha, a operadora também apresenta números para mostrar a força do setor, que atingiu 12,5 milhões de assinantes em dezembro de 2011, com um crescimento total de 30,5% em relação ao ano anterior.
Leia mais na versão impressa
Jornal Gazeta de Alagoas.
FHC: No Brasil, políticos migram do clientelismo tradicional para prática mais grave: "Negocismo"
Como faz todo primeiro domingo do mês, Fernando Henrique Cardoso levou às páginas deste 1o de abril um artigo. Sob o título ‘Crime sem Castigo’, o texto trata de um assunto que não desgruda das manchetes: a corrupção.
O texto começa na saúva: “Houve tempo em que se dizia que ou o Brasil acabava com a saúva ou a saúva acabaria com o Brasil. As saúvas andam por aí, não acabaram, e nem o Brasil acabou. Será a mesma coisa com a corrupção?”
Passa por Demóstenes Torres: “Ouvem-se vozes, cada vez mais numerosas, na mídia, no Congresso e mesmo no governo, a clamar contra a corrupção. E o que é mais entristecedor, algumas delas por puro farisaísmo, como ainda agora, em clamoroso caso que afeta o Senado e sabe Deus que outros ramos do poder.”
E termina no colo de todo mundo: “Não nos devemos esquecer de que a responsabilidade não é só dos que transgridem e da pouca repressão, mas da própria sociedade, isto é, de todos nós, por aceitar o inaceitável e reagir pouco diante dos escândalos.”
Em essência, FHC sustenta a tese segundo a qual a perversão dos políticos brasileiros aperfeiçoa-se. O tradicional clientelismo, o velho patrimonialismo vão sendo gradativamente substituídos pelo “negocismo”.
“Com o desenvolvimento acelerado do capitalismo e com a presença abrangente dos governos na vida econômica nacional, as oportunidades de negócios entremeados por decisões dependentes do poder público se ampliaram consideravelmente”, anota FHC.
“E as pressões políticas se deslocaram do mero favoritismo para o ‘negocismo’. […] Crescentemente, os apoios políticos passam a depender do atendimento do apetite voraz de setores partidários que só se dispõem a ‘colaborar’ se devidamente azeitados pelo controle de partes do governo que permitam decisões sobre obras e contratos.”
Para FHC, “mudou o tipo de corrupção predominante e o papel dela na engrenagem do poder.” Pessimista, prevê: “Dia chegará – se não houver reação – em que a corrupção passará a ser condição de governabilidade, como acontece nos chamados narco-Estados.”
O que fazer? FHC receitou o óbvio: “Não há outro meio para restabelecer a saúde pública senão a exemplaridade dos líderes maiores, condenando os desvios e não participando deles, o aperfeiçoamento dos sistemas de controle do gasto público e a ação enérgica da Justiça.”
Lamentou: “Não faltam conhecidos corruptos a serem brindados em festas elegantes e terem quem os ouça como se impolutos fossem. As mudanças culturais são lentas e dependem de pregação, pedagogia e exemplaridade. Será pedir muito?”
Não, não. Absolutamente. Não é pedir muito. O que espanta é que, presidente por oito anos, FHC tenha feito tão pouco pela restauração dos costumes. Numa ponta, rendia-se ao toma lá dá cá. Noutra, conduzia e reconduzia à chefia da Procuradoria-Geral da República um procurador capaz de tudo, meno de procurar, Geraldo Brideiro, el engavetador.
Jornalista Josias de Souza, Portal UOL.
sábado, 31 de março de 2012
A onda do "volta, Agra"
Aprovação popular dá legitimidade ao prefeitoPublicada em: 30/3/2012 às 8:43
O movimento “Volta, Agra” ganha corpo. Dizem que o prefeito Luciano Agra está num movimento cada vez mais ascendente em pesquisas encomendadas pelo grupo da situação, o que seria um indicador de que a candidatura de Estelizabel não teria decolado.
De maneira meio surda, aliados na Assembleia e na Câmara Municipal vão dando sinais ao governador Ricardo Coutinho de que Agra é a solução, o candidato viável. Até mesmo o vereador Bira Pereira reconheceu a aprovação de mais de 70% da população em relação ao governo municipal. E que isso não deve ser desprezado.
Paralelamente, a candidatura de Nonato Bandeira pelo PPS deveria permanecer. Seria menos um a bater em Luciano Agra e, com sua indiscutível desenvoltura política e eloquência, faria diferença nos debates na mídia. Seria um essencial elemento de equilíbrio de forças. Bom para o grupo do governador, ótimo para ele próprio, que teria a chance de dimensionar sua capacidade de convencimento do público, talvez até sendo um elemento surpresa. Além disso, Bandeira tem potencial para outros voos políticos e a vitrine de uma candidatura a prefeito seria fundamental para fixar uma imagem de político com opinião própria, ainda que sempre solidário e ligado ao governador Ricardo Coutinho.
Estelizabel não é uma candidata fraca. Ela tem histórico nos movimentos políticos de esquerda, conquistou respeito por sua postura administrativa e política, mas precisa de mais tempo para se apresentar como candidata com chances de vitória.
A questão é que, com Cícero Lucena ou José Maranhão no páreo, é preciso que o PSB tenha alguém que realmente se apresente com mais empatia com a população. Para ganhar a eleição, é preciso respeitar os números, as preferências do eleitorado, escutar as ruas. E se nas ruas o nome lembrado é o de Agra, melhor não ignorar isso.
A questão é que, com Cícero Lucena ou José Maranhão no páreo, é preciso que o PSB tenha alguém que realmente se apresente com mais empatia com a população. Para ganhar a eleição, é preciso respeitar os números, as preferências do eleitorado, escutar as ruas. E se nas ruas o nome lembrado é o de Agra, melhor não ignorar isso.
Gisa Veiga, jornalista, www.politicapb.com.br
Ideli Salvatti - mais um caso de escárnio do financiamento de campanhas políticas no Brasil.

Não raro temos que voltar a falar sobre esse escárnio que é o financiamento de campanhas políticas no Brasil. Até bem pouco tempo, o senador Demóstenes era uma das vozes mais altivas da República. Hoje, torna-se cada vez mais evidente suas relações promiscuídas com o contraventor Carlinhos Cachoeira, envolvendo possíveis financiamentos de campanha. José Agripino Maia, presidente dos Democratas, desde o início das denúncias contra o companheiro, assumiu uma postura bastante incisiva, chegando mesmo a comentar sobre a expulsão de Demóstenes da agremiação. Em depoimento no seu Estado natal, o Rio Grande do Norte, empreiteiro afirma que também José Agripino teria recebido doações ilegais para a sua campanha ao senado. Agora é a vez da Ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ser acusada de receber doações de empresário favorecido no fornecimento de lanchas para aquele Ministério. Em sua defesa, Ideli Salvatti alega que já não ocupava o Ministério por ocasião dos negócios com as lanchas. Quanto ao financiamento, este teria sido articulado pelo comitê do partido. Esses três casos explicitam a excrescência dos financiamentos de campanhas políticas no Brasil.
Hotel Fazenda Brejo - É a dica de viagem da semana.
A dica de viagem da semana, para você que está se programando para o São João, é o Hotel Fazenda Brejo, localizado na cidade de Saloá, Agreste Meridional, bem pertinho de Garanhuns. A Fazenda Brejo possui uma estrutura completa para o lazer das crianças, com piscinas, recreadores, trilhas etc. As acomodações são excelentes e você ainda desfruta de uma das melhores gastronomias rurais, com alguns pratos – como o “Carneiro Coroado do Brejo” – premiado em concursos de gastronomia do Estado - cuja receita também encontra-se em nosso blog, na sua dica de gastronomia da semana. Vem comigo.
"Carneiro Coroado do Brejo" é a dica de gastronomia da semana.
O Hotel Fazenda Brejo, localizado na cidade de Saloá, agreste meridional, bem próximo a Garanhuns, possui uma das melhores gastronomia rural do Estado. A dica da semana é para o "Carneiro coroado do Brejo", um prato premiado em 2006, pelo Circuito Delícias de Pernambuco".
Ingredientes: 500g de costela de carneiro, 3g de sal, 2g de pimenta do reino, 1 pimenta dedo de moça, 1 tomate, 5 gramas de coentro, 1 pimentão, 5g de manjericão, 2 cebolas grandes, 3 dentes de alho, 50g de bacon, 1 copo de vinho seco, 1 ½ de água, 5g de alecrim, 5g de canela em pau, 500g de massa de mandioca, 250g de fubá, 50g de amendoim, 100g dde castanha, 50g de coco ralado, 50g de farinha de mandioca.
Preparo: Tempere a costela de carneiro com os temperos secos, deixe à parte por dez minutos. Doure em outra panela a cebola picada, o alho e o bacon. Coloque quatro pedaços de costela, acrescente o vinho, a canela e a água. Cozinhe a costela neste caldo.
Guarnição: Faça um cuscuz de mandioca, com a chamada puba. Basta acrescentar um pouco de sal a massa e pôr para cozinhar numa cuscuzeira. Faça também um cuscuz de fubá: acrescente a farinha de mandioca ao fubá, um pouco de sal a gosto e polvilhe com água ate chegar ao ponto de uma farofa úmida. Misture bem. Ponha para cozinhar numa cuscuzeira com água no fundo. Quando pronto, misture esse cuscuz com amendoim triturado. Divida o cuscuz de mandioca e misture a metade com coco. Disponha essas farofas resultantes numa forma, em camadas na ordem que se queira.
Finalização e montagem: desenforme e sirva o carneiro ao lado. Decore com canela, alecrim e pimenta dedo de moça.
Preparo: Tempere a costela de carneiro com os temperos secos, deixe à parte por dez minutos. Doure em outra panela a cebola picada, o alho e o bacon. Coloque quatro pedaços de costela, acrescente o vinho, a canela e a água. Cozinhe a costela neste caldo.
Guarnição: Faça um cuscuz de mandioca, com a chamada puba. Basta acrescentar um pouco de sal a massa e pôr para cozinhar numa cuscuzeira. Faça também um cuscuz de fubá: acrescente a farinha de mandioca ao fubá, um pouco de sal a gosto e polvilhe com água ate chegar ao ponto de uma farofa úmida. Misture bem. Ponha para cozinhar numa cuscuzeira com água no fundo. Quando pronto, misture esse cuscuz com amendoim triturado. Divida o cuscuz de mandioca e misture a metade com coco. Disponha essas farofas resultantes numa forma, em camadas na ordem que se queira.
Finalização e montagem: desenforme e sirva o carneiro ao lado. Decore com canela, alecrim e pimenta dedo de moça.
Marta Suplicy: Não sei fazer "mágica".
Ontem, durante uma entrevista da senadora marta Suplicy, o tema das eleições paulistas voltou à tona. A imposição do nome de Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, continua atravessada na garganta da ex-senadora, que, matreiramente, vem criando dificuldades para a vida do ex-ministro. As ações do seu grupo foram responsáveis pelo adiamento dos acordos com o PSD do prefeito Gilberto Kassab, o que acabou por não se concretizar com o anúncio da candidatura de José Serra. Marta é criticada por algumas lideranças do partido por não se engajar na candidatura de Fernando Haddad. Novato na política, desconhecido e com índices que não ultrapassam os 3% das intenções de voto, não está sendo fácil empinar a candidatura do ex-ministro. Quando questionada a esse respeito, Marta diz não acreditar na possibilidade de uma reversão do quadro em favor do seu nome – inclusive afirma que são favas contadas – mas logo em seguida, ao seu estilo, afirma que não é mágica e que, antes de tirar um coelho da cartola, o PT deveria preparar uma cartola para esse coelho. Estamos escrevendo um artigo sobre os problemas enfrentados pela candidatura de Fernando Haddad, em São Paulo, que será publicado no Blog do Jolugue, na próxima semana.
Tudo está consumado. Quem, afinal, é o Judas no Partido dos Trabalhadores?
Tudo está consumado. A tendência Construindo um Novo Brasil apresentou seu candidato para disputar a indicação do PT para as eleições municipais de 2012. Na concepção dos idealizadores da candidatura de Rands, faltou ao prefeito a habilidade política necessária para aglutinar o conjunto de forças da Frente Popular em torno do seu projeto de reeleição. Nas palavras de sua maior liderança no Estado, política se faz com solidariedade e nunca de uma maneira solitária, esperando que, por gravidade, as coisas pudessem ser arranjadas. Em outras palavras, é como se o prefeito ficasse sentado em sua cadeira no Palácio Antonio Farias aguardando que as lideranças partidárias da Frente Popular o procurasse. Questionamentos de natureza gerenciais também foram postos por suas lideranças. A candidatura de Rands não é simplesmente mais uma candidatura que disputaria as prévias no interior da agremiação e, independentemente do resultado, caminharia integrada ao projeto do partido de manter sob seu controle a gestão da capital pernambucana. Seja qual for o resultado das prévias, o PT vai cindido para as eleições de outubro. A partir de agora entra em curso o quer os colunistas de política do Estado já batizaram de “sangria”, ou seja, um processo lento e doloroso no sentido de minar a resistência do chefe do Executivo Municipal, desgastando-o gradativamente até às prévias previstas pelo estatuto da agremiação. Não será bom para o Recife e, inteligentemente, João da Costa já começou a usar isso em seu favor, afirmando que não vai abandonar os recifenses ou permitir solução de continuidade na gestão da cidade. Recife tem muito mais do que 33 mil filiados do Partido dos Trabalhadores, como afirmou o prefeito. Os nomes ligados a CNB – alguns estiveram no lançamento da candidatura de Rands – já colocaram seus cargos à disposição do prefeito. Embora algumas lideranças tenham assumido um discurso em tom moderado, é visível o tom de revanche assumido pelo CNB em razão de mágoas passadas, onde suas lideranças tiveram que engolir o nome de João da Costa, imposto por João Paulo. A vida de João da Costa – que já não era muito fácil, tende a se complicar ainda mais daqui para frente, contingenciado por uma série de condições políticas desfavoráveis. João é do interior, e tem consciência de que nem leite de banana estanca essa hemorragia. O prefeito ainda fala em conversar com Humberto Costa. Essa oportunidade já foi perdida, João. Tome as medidas necessárias, mande redigir as portarias de demissão, reúna a tropa, conte os seus soldados e vamos às cadeiradas... Ops! às prévias. O PT transformou-se num partido de tantos Judas que torna-se difícil identificá-lo entre os 12 apóstolos.
sexta-feira, 30 de março de 2012
90 anos do PCdoB - ainda a polêmica do estelionato histórico.
A leitora Carla Albuquerque Santos, possivelmente uma comunista do PCdoB, nos enviou alguns questionamentos, pelo e-mail, uma vez que o blogger cria algumas dificuldades para as pessoas deixarem seus comentários, conforme já exposto aqui numa outra ocasião. A questão é: Por que o PCdoB não pode se arvorar de ter comemorado 90 anos de existência, de acordo com o seu programa institucional. Na realidade, quem tem esse registro de nascimento – de 1922 – e pode, verdadeiramente comemorar 90 anos de existência é o PCB – Partido Comunista Brasileiro. O PCdoB é resultado de uma “cisão” entre os comunistas em razão das denúncias dos crimes do ditador Joseph Stalin, ocorrida em 1962. A questão é simples. Eles teriam que contar a sua data de existência a partir de 1962, momento em que romperam com a direção do PCB – que manteve-se fiel à União das Repúblicas Socialistas Soviética, ao passo que o PCdoB alinhou-se à Albânia e à China. O PPS, então, já se trata de uma outra cisão, partir da queda do Muro de Berlin. É o caçula entre os comunistas e, por sinal, bastante descaracterizado. O que, aliás, não se constitui em nenhuma surpresa se considerarmos a aproximação cada vez maior entre comunistas e tucanos. O PCB, esse sim, do colega Roberto Numeriano, continua firme em suas convicçõe e, por isso mesmo, isolado e inviável no jogo pesado da democracia representativa burguesa. Um grande abraço, Carla. Continue prestigiando o Blog do Jolugue.
Recife: um longo e tenebroso inverno até as eleições de outubro.
Análise de discurso é um tema dos mais fascinantes. Há inúmeros trabalhos publicados sobre o tema e a cada ano surgem novas perspectivas de abordagens, tornando-o sempre atual, ora subsidiando trabalhos acadêmicos, ora trazendo enormes contribuições para a linguística, a psicologia, a publicidade e ciência política. Houve um tempo em que correntes de intelectuais de esquerda imaginaram – já que o problema estava na construção de um "discurso" sobre a "realidade" – mudando o discurso, nós mudaríamos a realidade. Depois se verificou que não é bem assim. Vai ficar no folclore político pernambucano um discurso bastante usado pelos opositores de João da Costa, quando do lançamento oficial da candidatura do Secretário de Governo, Maurício Rands: “déficit de diálogo”. Comenta-se que a expressão teria sido usada pelo próprio prefeito, em determinada ocasião. A situação do prefeito tornou-se complicada a partir de um certo momento e o quadro tornou-se irreversível, registrando-se, inclusive, a ausência de interlocutores propensos a esse diálogo. O senador Humberto Costa, por exemplo, manteve com o chefe do Executivo Municipal, um diálogo bastante razoável até um determinado momento. Qual teria sido a razão do afastamento entre ambos? Faltou espaço na Prefeitura para acomodar o pessoal da CNB? O grupo liderado pelo senador Armando Monteiro, leia-se PTB, tomou um caminho sem volta. Chegou um momento - quando o senador começou a trabalhar uma possível candidatura alternativa da Frente Popular - em que não haveria qualquer possibilidade de reestabelecer esse diálogo. João da Costa sinalizou positivamente até para João Paulo, que recusou peremptoriamente uma nova aproximação. O diálogo com governador serviu apenas para reforçar as teses negativas que se imputam à administração de João da Costa. A cada aproximação o governador saia convencido da necessidade de criar uma alternativa para a gestão da cidade. Afirmar que o problema de João da Costa foi unicamente de natureza política também não corresponde à realidade. Tivemos alguns entraves administrativos, como parece ser a tônica do discurso de Maurício Rands. Não sabemos o que ocorrerá com o prefeito daqui para frente, mas é quase certo que o Recife atravessará um longo e tenebroso inverno até outubro. A exceção é ele sagrar-se vitorioso numa prévia, sacudindo a militância em torno do seu nome, contingenciando o partido a apoiá-lo.
Assinar:
Postagens (Atom)