Muito tem se comentado sobre os percalços enfrentados por Antonio Dourado, candidato do PSB, escalado pelo governador Eduardo Campos para
disputar o pleito de 2012, em Garanhuns. Ontem comentávamos que certas “pechas”
podem prejudicar sensivelmente um candidato. Quem não se lembra da "banana" que
Roberto Magalhães sinalizou para um transeunte em Boa Viagem? Apesar de suas
ligações com a Ditadura Militar, ninguém pode negar o fato de que Roberto foi
um gestor público preparado, probo e austero. Não há registro de desmandos ou irregularidades nos cargos público que ele ocupou. Com uma formação jurídica sólida, experimetnado
na tribuna, nos primeiros debates com João Paulo, inclusive, que nos perdoem o petista, Roberto Magalhães deu
um show, ganhando de lapada. Não se pode dizer
que o episódio tenha sido suficiente para derrotar Roberto Magalhães. Alguns
outros fatos – como a greve da Polícia Militar – podem ter tido um peso até
mais efetivo no sentido de determinar a sua derrota. Por outro lado, não resta
dúvida de que isso foi muito bem explorado por João Paulo, irritando- o nos
debates ao pedir-lhes: “Calma, o senhor está muito nervoso”. Indutaram a Antonio Dourado a
pecha de “forasteiro”, alguém que está sendo imposto pelo governador Eduardo
Campos. Se propaga como vírus pelas redes sociais a idéia de que a população
daquela cidade não aceita essa imposição, de certa forma, contribuindo para o
alto grau de rejeição do candidato do Palácio do Campo das Princesas. As
primeiras sondagens naquela cidade tiveram o cuidado de observar não apenas a
performance dos postulantes, mas outras variáveis importantes, como se o peso do prestígio que o governador tem naquela cidade seria suficiente para reverter o
quadro momentaneamente desfavorável a Antonio Dourado. Hoje, partidários da candidatura de
Izaías Régis, divulgaram que 41% da popualção da cidade não está disposta a
mudar o seu voto a pedido do governador. A primeira pesquisa realizada por um instituto de Campina Grande, aponta um quadro muito delicado para o candidato de Eduardo Campos. Ontem, equivocadamente, o colocamos em terceiro lugar nas pesquisas. Na realidade, ele fica na rabeira, com uma taxa de rejeição nas alturas. Agradeço aos amigos do grupo de discussão Viva mais Garanhuns, que apontaram o equívoco.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
O Blog de Décio é a peça mais importante para elucidar sua morte.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão
realizou uma reunião de emergência no sentido de tomar as providências
necessárias para elucidar, na maior brevidade possível, o assassinato do
jornalista e blogueiro, Décio Sá. Confesso que até estranhamos alguns
comentários do Presidente do Senado Federal, José Sarney, protestando contra o
fato, qualificado por ele como um atentado à democracia, e exigindo providências imediatas das autoridades daquele Estado. Décio,
apesar de ser um dos mais combativos jornalistas do Maranhão, era ligado à
oligarquia dos Sarney. Trabalhava como repórter de política do Jornal O Estado do Maranhão. A polícia pretende
utilizar o Blog do Décio como peça do inquérito, uma vez, antes de ser
assassinado, Décio havia postado no Blog denúncias de desvios de dinheiro
público – conforme afirmamos aqui no Blog do Jolugue – e denunciado a morte de
um líder comunitário, por pistoleiro, possivelmente a mando de um empresário. Além desses fatos, há algumas postagens sobre supostos envolvimento de políticos daquele Estado com garotas de programa no Piauí, que, culminou, inclusive, com a morte de uma dessas garotas, que ficou conhecido como o "Caso Fernanda", ainda não esclarecido. A
Polícia do Maranhão já reúne muitos elementos para as investigações, inclusive
testemunhos de pessoas que transitavam pela avenida litorânea no momento em que
o jornalista foi assassinado. 04 indivíduos presos durante uma abordagem da
Polícia Rodoviária Federal são os principais suspeitos de terem cometido o
assassinato do jornalista. A PRF encontrou uma grande quantidade de dinheiro no
carro que os transportavam, supondo-se tratar-se de pagamento pela morte de
Décio Sá. Empresários daquele Estado estão oferecendo a quantia de R$
100.000,00 por informações que levem ao assassino do jornalista.
Cabral recorre aos caciques do PMDB para não ser convocado pela CPI
Com uma reeleição tranqüila e despontando como um dos
principais atores do tabuleiro da política brasileira – inclusive rivalizando
com o pernambucano Eduardo Campos – Sérgio Cabral entraria num inferno astral logo em seguida,
onde tornou-se difícil enxerga uma luz no fim do túnel – Como se não bastasse o uso indevido, pelos seus parentes,
de jatinhos de fornecedores do Estado – numa relação promíscua entre esfera
pública e iniciativa privada – agora surgiram ligações de Cabral com a Construtora Delta, sensivelmente beneficiada em alguns contratos com o Governo carioca. Acuado e diante da possibilidade de vir a ser convocado pela CPI do
Cachoeira, para prestar depoimentos, Cabral recorreu aos caciques do PMDB no
sentido de criar uma situação onde essa convocação fosse cancelada. O arsenal
utilizado pelo PMDB, nessas situações, todos conhecem: chantagem. Os líderes da
legenda ameaçam convocar Lula, caso o PT insista na convocação de Sérgio
Cabral. Há a suspeita de que Lula também teria recebido dinheiro de Carlinhos Cachoeira numa de suas campanhas presidenciais, onde Palocci atuava com arrecadador.
terça-feira, 24 de abril de 2012
Décio Sá é assassinado: Tiros contra a liberdade de expressão.
O blogueiro e jornalista Décio Sá foi assassinado, na noite
de ontem, em São Luiz do Maranhão. Décio era um dos blogueiros mais ativos
daquele Estado, publicando em seu Blog notícias e informações sobre
irregularidades na administração pública. O crime assume todas as
características de execução. Décio foi morto com 06 tiros disparado por um
indivíduo que portava uma pistola de uso privativo. Um outro indivíduo, do
outro lado da rua, o aguardava, numa moto, para efetuar a fuga do local. Quem
acompanha Décio, como o editor do Blog do Jolugue, sempre que precisava checar algumas inofrmações daquele Estado, sabe o quanto ele era combativo na
denúncia de irregularidade na administração pública. O site ainda continua no
ar. Numa das postagens, uma ampla reportagem fotográfica sobre a prisão, em
flagrante, de servidores públicos envolvidos em casos de corrupção. Dêem uma
olhadinha e entendam as possíveis motivações de sua execução. O Blog do Jolugue lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com a dor da família do blogueiro. Um atentado à liberdade de expressão.
Nota do Editor: Numa operação de rotina, a PRF desconfiou de um corsa que, com a proximidade da viatura, tentou uma saída brusca. Interceptado, a PRF encontrou no seu interior 04 homens, um deles policial militar reformado, que portava uma pistola igual à arma que disparou seis tiros contra o jornalista, quatro deles na cabeça. A PRF também encontrou dinheiro no interior do veículo. Há uma forte suspeita de que se trata dos assassinos do jornalista.
Policiais exibem a mochila e a pasta com o dinheiro da extorsão e os dois volumes dos processo julgado semana passada pela segunda Câmara Cível.
Luiz Pagot, Ex-DNIT, faz revelações que comprometem o Governo Dilma.
A cada dia surgem novidades sobre os tentáculos de Carlinhos
Cachoeira. Tentáculos que se aproximam perigosamente do Governo Dilma Rousseff.
O PT já se comprometeu com o surgimento de evidências do envolvimento do
Governo do Distrito Federal em ações de caráter nada republicanas. Depois, novas denúncias
deram conta da Construtora Delta atolada até o pescoço em transações com o
contraventor. Um detalhe. A Delta é a maior empreiteira das obras do PAC. Isso
não fosse suficiente, o ex-diretor do DNIT, Luiz Antonio Pagot, em entrevista
recente, acusou integrantes do Governo Dilma de, em conluio com a Delta, de
terem tramado sua destituição do cargo, motivo mais do que suficiente para convocá-lo para depoimento na CPI. Esperamos que, desta vez, ele diga, com todas as tintas, quem Pagot a quem. Na última vez que foi convocado, quano estourou o escândalo do DNIT, ele manteve um silêncio sepulcral. Desta vez, promete abrir o jogo.
Garanhuns: Primeiras sondagens indicam dificuldades de Antonio Dourado.
A primeira rodada de pesquisas em Garanhuns aponta o que o
humor da população já demonstrava nas ruas e nas redes sociais. O atual gestor, Luiz Carlos de Oliveira(PDT)
ostenta 75% de rejeição. A terrinha da garoa não vive um momento feliz em sua
administração. São freqüentes as reclamações da população em relação à ausência
do poder público, em alguns casos, ou, em outros, intervenções equivocadas em
equipamentos públicos. Nós, aqui no Blog do Jolugue, já afirmamos isso em outro
momento. Do ponto de vista da preocupação com a gestão da máquina pública, o governador
Eduardo Campos pode ser poupado pelas boas intenções: dotar aquele município de
uma gestão mais antenada com o ritmo de crescimento que está ocorrendo no
Estado. Do ponto de vista político, no entanto, o processo foi muito confuso,
dentro e fora da hostes do PSB, respingando, inclusive, no contexto da Frente
Popular, traduzido numa disputa de forças entre ele e o senador Armando
Monteiro. O candidato apoiado pelo senador, deputado estadual Izaías Régis,
lidera a primeira pesquisa, seguido de Zé da Luz, ex-prefeito de Caetés, que ainda não confirmou sua
candidatura. O candidato do governador, já confirmado por Sileno Guedes,
Antonio João Dourado, aparece na terceira posição. Desde o início do lançamento
dessa candidatura o Blog do Jolugue já comentava sobre as dificuldades de
eleger o ex-prefeito de Lajedo como prefeito daquela cidade. O processo foi
todo confuso, mas o mais grave é que AJD vestiu a carapuça de algumas
adjetivações negativas que, uma vez bem trabalhadas – e isso vem sendo
explorado pelos adversários – prejudicam, em muito, uma candidatura. Para
completar o enredo AJD ainda forneceu mais combustível às intrigas, através do vazamento
de vídeos, onde ele comete alguns “sincericídios”. A despeito de tudo isso, o
governador Eduardo Campos já reiterou que “banca” sua candidatura, apostando o seu prestígio político para elegê-lo. Comenta-se
que AJD é um fiel escudeiro do governador, sendo este muito grato ao
ex-prefeito de Lajedo.
O PT rachado: Osmar Ricardo é substituído por Múcio Magalhães.
Setores do PT ligados ao prefeito João da Costa prometem fazer
uma manifestação de desagravo contra a destituição do vereador Osmar Ricardo da
liderança do PT na Casa de José Mariano. A sua destituição faz parte de uma
“rearranjo” político, reflexo da divisão interna da agremiação, entre os
apoiadores da candidatura do Secretário de Governo, Maurício Rands, e os
petistas ligados ao projeto de reeleição do prefeito João da Costa. Osmar Ricardo estava
entre esses últimos. Assume a liderança do PT na Casa, o vereador Múcio
Magalhães, homem da inteira confiança do deputado João Paulo, que já declarou
seu apoio a Rands. Jurandir Liberal, quando questionado, jura que cumpriu todas as formalidades de
praxe, convidando Osmar Ricardo para reuniões da bancada, mas a manobra desagradou muito gente, que percebeu no ato, mais uma
maldade da CNB contra os apoiadores do prefeito João da Costa.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Governo anuncia medidas para combater os efeitos da seca no Nordeste.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, afirmou hoje (23), em Sergipe, que o governo federal vai disponibilizar R$ 2,7 bilhões para ações de combate aos efeitos da seca que atinge os estados do Nordeste. Após reunião entre a presidenta Dilma Rousseff e os governadores da região em Aracaju (SE), o ministro explicou que as medidas se antecipam ao agravamento da estiagem previsto para os próximos meses.
Segundo ele, no âmbito do Programa Água para Todos, o governo vai liberar R$ 799 milhões para perfuração de poços artesianos e para construção de cisternas e de sistemas de abastecimento de água e de irrigação comunitária. Outros R$ 144 milhões serão aplicados na Operação Carro Pipa.
Para atender os agricultores familiares do semiárido, o Programa Garantia Safra será reforçado. De acordo com o ministro, os agricultores que não forem atendidos pelo Garantia Safra serão incluídos no Programa Bolsa Estiagem. Eles receberão R$ 400 em cinco parcelas de R$ 80. Segundo Fernando Bezerra, mais de 1.100 municípios deverão sofrer os efeitos da estiagem nos próximos meses.
Antes da reunião com os governadores, a presidenta Dilma já havia sinalizado o anúncio das medidas contra a seca.
“Nós não pretendemos deixar que a seca devaste tudo o que conquistamos nos últimos anos de crescimento, de melhoria de vida, de condições de sobrevivência no semiárido nordestino”, disse a presidenta em cerimônia no município de Rosário do Catete.
domingo, 22 de abril de 2012
Estelizabel Bezerra visita mercado do Bairro dos Estados em João Pessoa
A pré-candidata às eleições de João Pessoa,
Estelizabel Bezerra (PSB), percorreu todo o mercado do Bairro dos Estados, na
manhã deste sábado (21). A proposta da pré-candidata é discutir a reforma do
local.
O mercado, que também atende aos consumidores de
bairros circunvizinhos, como o Bairro dos Ipês, Mandacaru, Bairro São José,
Padre Zé, Roger e Alto do Céu, foi projetado há 39 anos, para acomodar 100
estabelecimentos comerciais, mas possui atualmente, mais de 400
comerciantes.
“Hoje, João Pessoa conta com 14 mercados considerados de grande porte. As reformas nos mercados são projetos prioritários. Vamos começar de baixo, fazer o saneamento, o esgotamento sanitário, e reformar o mercado em todo seu entorno”, assegurou.
“Hoje, João Pessoa conta com 14 mercados considerados de grande porte. As reformas nos mercados são projetos prioritários. Vamos começar de baixo, fazer o saneamento, o esgotamento sanitário, e reformar o mercado em todo seu entorno”, assegurou.
Dentro do planejamento para reforma dos mercados, o
Central está com 80% das obras concluídas, e o da Torre está com 30% dos
trabalhos executados. O mercado de Cruz das Armas já está concluído, faltando
apenas a ligação elétrica e o processo do programa Empreender, que vai favorecer
os feirantes com crédito para ficarem em conformidade com as normas da
Vigilância Sanitária.
“A Secretaria de Planejamento (Seplan) cadastrou os
feirantes para definir o perfil de cada comércio para fazer a reforma
respeitando as especificidades de cada atividade. E os comerciantes que
precisarem de investimentos, podem buscar ajuda no Empreender, como exemplo, o
comerciante de carne, que terá de adquirir um balcão frigorífico, que tem um
alto preço”, explicou.
Outros mercados públicos – Estela pretende visitar e
dialogar também com comerciantes de outros mercados, como os de Tambaú, Torre,
Central, Cruz das Armas, Oitizeiro, Jaguaribe, Rangel, Geisel, Valentina,
Magabeira, Castelo Branco, Mirmar e Bessa.
Assessoria com www.politicapb.com.br
Datafolha envia oposição da enfermaria para a UTI
Saiu mais uma pesquisa do Datafolha. Tomada pela fachada, faz reluzir o já sabido: a popularidade do governo Dilma sobe. Foi de 59% em janeiro para 64% agora. Tomada pelo miolo, acende uma luz no fim do túnel da oposição. Luz vermelha. São três os dados que piscam para os antagonistas do petismo:
1. Perguntou-se ao meio-fio quem deve disputar a Presidência em 2014: Dilma ou Lula? A maioria (57%) prefere Lula a Dilma (32%). Para 6%, nenhum dos dois deveria disputar. Outros 5% não souberam responder. Ficou entendido que, se quiser e a laringe deixar, o ex-soberano continua na pista.
2. Indagou-se ao asfalto como votaria se o segundo turno de 2010 se repetisse hoje. Descobriu-se que os 56,05% amealhados por Dilma há um ano e cinco meses viraram 69%. E os 43,95% obtidos por Serra murcharam para 21%. Quer dizer: se Lula não quiser ou não puder, a pista é de Dilma.
3. Entre os eleitores que dizem ter votado em Serra, 52% avaliam a gestão Dilma como ótima ou boa. Entre os que se apresentam como simpatizantes do PSDB, a taxa de aprovação da presidente do PT vai a 60%. Ou seja: no pedaço do eleitorado mais afeito ao tucanato, a maioria caiu de amores por Dilma.
Nos últimos tempos, a oposição mata o tempo perguntando a si mesma –e não respondendo— que diabo, afinal, está fazendo neste mundo. Considerando-se os dados da sondagem, a resposta é nada. Frequenta a cena como visita. Quem tenta dar-lhe ouvidos ou escuta o silêncio ou não entende o que ouve.
Já se sabia que falta discurso à oposição. Descobriu-se que não será fácil arranjar um. A idéia segundo a qual um candidato como Aécio Neves pode apresentar-se como melhor alternativa “a tudo isso que está aí” demanda uma pré-condição: a pregação não pode agredir a agredir a realidade.
Por exemplo: o Datafolha informa que 49% dos eleitores acham que a situação econômica do país vai melhorar. Outros 39% avaliam que a coisa ficará como está. Apenas 13% apostam que o cenário vai degringolar. Em junho do ano passado, 51% imaginavam que os preços subiriam. Hoje, esse contingente caiu para 41%.
Primeiro da fila do PSDB, Aécio prevê que a crise internacional reserva dias piores para o Brasil. Ainda que o tempo lhe dê razão, se disser em público o que rumina em privado será visto não como alternativa, mas como mais um membro do clube do ‘quanto pior melhor’.
Por ora, o que a maioria vê nas gôndolas é a carestia contida. No Banco Central, vê-se a faca dos juros. No Planalto, desponta uma presidente que ordena às casas bancárias estatais que ofereçam taxas menores à clientela e abre guerra contra a banca privada para forçá-la a fazer o mesmo.
Como se fosse pouco, o discurso da moralidade, que já fazia água, acaba de ser engolfado pelo Cachoeira. Demóstenes Torres, que se imaginava nascido para nadador, revelou-se um afogado. Há Agnelos com água pelo nariz. Mas também há Marconis. De uma correnteza assim, tão plural, pode emergir muita coisa, menos um discurso.
Em 2010, a oposição compensava a falta do que dizer superstimando a “ausência de candidato” do PT. Lula elegeu sua poste. A dois anos e meio de 2014, o tucanato e Cia. continuam sem saber o que dizer. A diferença é que o petismo agora tem dois candidatos: a pupila e seu patrono.
O Datafolha informa que a oposição brasileira foi transferida da enfermaria para a UTI. Vale repetir o velho bordão: pesquisa não é senão o retrato de um momento. Significa dizer que seria uma imprudência decretar em 2012 o resultado de 2014.
Algo, porém, é inegável: a oposição está diante de uma encrenca que lhe nega o papel que julga desempenhar melhor. O tucanato pode continuar dizendo que veio ao mundo como exemplo. Falta descobrir de quê.
O Plano Real é sonho velho. A estabilidade econômica foi como que apropriada por Lula. Ou a oposição coloca de pé uma utopia nova ou vai continuar arrastando a bola de ferro que torna os seus candidatos os mais cotados para fazer de um petista o próximo presidente da República.
Jornalista Josias de Souza, Portal UOL
Lições de tolerância e respeito às diferenças
Mesmo ainda bem pequenas, as crianças já começam a receber lições importantes que servem para toda a vida. E aulas de tolerância partem de duas frentes essenciais: a família e a escola
FOTOS ANDRÉ SALGADO
Quem entra na creche escola Casa da Tia Léa percebe que aquele é um local onde todos têm acolhida: pequenos com dificuldades motoras e síndromes diversas convivem harmoniosamente com o restante das crianças – e a algazarra não cede espaço à discriminação. Mãe de três alunos, Karla Ximenes conta que certa vez houve um leve preconceito com uma aluna ‘diferente’, mas que a questão foi trabalhada de forma especial, com a participação dos pais, e hoje a dificuldade ficou no passado.
Os filhos dela, inclusive, se dão muito bem com todos os amigos. É o caso de João Davi, 6. Dois colegas de classe dele têm algum tipo de deficiência, mas, para a felicidade da mamãe coruja, no ano passado, uma professora elogiou o pequeno e afirmou que ele se dava muito bem com as duas crianças.
A boa convivência entre as crianças pode ser explicada, em parte, por um projeto implantado em 2007 cuja meta é nobre: diminuir as dificuldades de relação interpessoal e fortalecer os vínculos de amizade. “O projeto Conviver atende todas as turmas do ensino fundamental I (do primeiro ao quinto ano), promovendo vivências nas salas de aula com frequência semanal, nas quais são desenvolvidas debates, discussões e dinâmicas de grupo que possibilitam a troca de experiências e construção de estratégias para uma melhor convivência consigo próprio e com o outro”, explica a vice-diretora da escola, Rafaela Sampaio.
As atividades que visam trabalhar as emoções e gerar o respeito às diferenças também fazem parte do ‘currículo’ da creche-escola Espaço Inteligente. “Desenvolvemos mensalmente o projeto nomeado de ‘Conhecendo os Sentimentos’, que tem a finalidade de aproximar as crianças dos valores vigentes da sociedade, formando pessoas emocionalmente capazes de resolver problemas”, explica a diretora, Vanêssa Queirós.
Aos seis anos, Graziela é aluna veterana da escola e se dá muito bem com todos, conta orgulhosa a mãe – a advogada Gabriela Férrer. Na escola, a menina também participou de um projeto conhecido como “Gentileza gera Gentileza”, e reforçou o uso de algumas palavrinhas mágicas como ‘por favor’ e ‘obrigado’ – que são fundamentais também no mundo infantil.
Um momento especial que representa a união das crianças, independentemente das diferenças, foi relatado ao O POVO pela supervisora-geral da escola, Gláucia Teixeira. Ela conta que no ano passado uma criança que não tinha um dos bracinhos recebeu comida e muito afeto dos próprios colegas. “As mães ficaram emocionadas”, revela.
Bom exemplo
Outra escola que incluiu a disciplina da tolerância e do respeito às diferenças no currículo dos pequenos foi a Vila, inaugurada em 1981. E em três décadas de atividades, os resultados desse trabalho têm sido animadores. A psicóloga Cândida Câmara explica que não são comuns casos de bullying no local. De acordo com ela, a presença de crianças com algum tipo de deficiência em sala de aula sempre foi bem-vinda. “Desde muito cedo, nossos alunos convivem de forma a aprender com a diferença, valorizando a presença e o potencial que cada um acrescenta ao seu grupo”, reforçou.
Outro diferencial da escola Vila é uma aula oferecida aos alunos do 6º ao 9º ano chamada ‘Desenvolvimento Humano’. Semanalmente, meninos e meninas discutem questões relacionadas ao desenvolvimento interpessoal, além de temas atuais em discussão na sociedade. “A participação da família também é de fundamental importância na construção desses valores”, enfatiza Cândida.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O combate ao bullying deve começar ainda na infância. Reforçando lições de respeito e tolerância, a parceria escola e família pode dar bons aprendizados aos pequenos.
Jornalista Rita Brito, Portal o Povo
Gazeta de Alagoas: Cineasta José Henrique fala sobre o filme "Heleno"
Em entrevista à Gazeta, o cineasta José Henrique
Fonseca fala sobre processo de realização de Heleno, que segundo ele não é sobre
futebol
“EU FIZ UM FILME QUE FALA DA ALMA”
Por: RAFHAEL BARBOSA - REPÓRTER
Mesmo após despontar como um dos mais talentosos cineastas de sua
geração ao lançar o premiado O Homem do Ano, em 2003, na última década o
cineasta carioca José Henrique Fonseca manteve-se afastado da tela grande. Ao
longo desse hiato, o diretor se dedicou aos comerciais e videoclipes chancelados
por sua produtora, a Conspiração Filmes, e mostrou seu talento em Mandrake,
seriado da HBO Brasil adaptado da obra de seu pai, o escritor Rubem Fonseca. E
foi justamente no intervalo das gravações de dois telefilmes que darão
continuidade à trama protagonizada por Marcos Palmeira – previstas para ir ao ar
no segundo semestre – que Fonseca conversou com a Gazeta. Por telefone, ele
falou sobre a experiência de levar aos cinemas a história do craque Heleno de
Freitas e antecipou alguns de seus projetos para o futuro. Leia a
seguir.
Gazeta. Como a história de Heleno de Freitas entrou na sua vida?
José Henrique Fonseca. O cara que editou o livro, o Rodrigo Teixeira, também foi produtor do filme. Ele mostrou uns rascunhos da biografia, que ainda não tinha sido publicada na época. Eu vi e fiquei impressionado, encantado com o personagem. É o tipo de personagem que eu gosto, um personagem que está numa situação-limite. Então me interessei pelo projeto.
Como foi a pesquisa para o roteiro? Quanto da biografia escrita pelo jornalista Marcos Eduardo Neves foi levado em conta?
As pesquisas foram variadas. Não existe uma pesquisa igual para todo mundo. Existe, sim, a maneira como você interpreta a pesquisa que está fazendo. Claro que o livro foi um manancial para a gente, mas a gente foi a campo. Fizemos um levantamento que o próprio biógrafo já tinha feito, mas nós fomos fazer sob a nossa ótica. Eu fui com o Rodrigo em Barbacena; a gente conversou com o médico que tratou do Heleno. Pesquisamos textos que falavam sobre. Tentamos falar com pessoas que conheceram ele. Depois teve toda uma pesquisa do departamento de arte sobre como era o Rio de Janeiro daquela época, dos costumes aos tecidos das roupas, as big bands, tudo... O filme teve uma pesquisa de arte e de roteiro muito grande.
Porque a decisão de filmar em preto e branco?
Porque eu acho que para essa história específica, passada na década de 1940, uma época distante, em que se tem muito pouca imagem em movimento, o P&B ajuda a transportar o espectador a esse período distante, glamouroso, meio mítico. Mas também porque minha formação enquanto cineasta foi feita por filmes em preto e branco. Então eu tinha um certo fetiche de filmar assim.
Não deixa de ser uma escolha ousada. Você teve de brigar por ela?
Não tive porque não tive nenhum estúdio apoiando o filme no começo da produção. Eu só tive o Eike Batista. Eu só consegui realizar esse filme por causa dele, pela confiança no projeto, de que ele estava se associando a um projeto de qualidade. Se talvez eu estivesse num estúdio, não iriam me deixar filmar em preto e branco. Mas isso se reverteu num resultado positivo: o preto e branco foi muito elogiado, foi bom sim para o filme.
Fale sobre sua formação, sobre suas referências.
É tudo. O cinema tem muita uma coisa parecida com a música. Você não necessariamente está sempre no clima de escutar um jazz, ou uma música eletrônica, ou um samba. Você tem de estar no espírito para ouvir aquilo ali. Eu tenho a coleção inteira do (Yasujiro) Ozu, mas ele não é um cineasta que eu vejo sempre como vejo (Ingmar) Bergman, por exemplo. A minha formação é variada, vai dos filmes do Cassavetes aos filmes americanos mais óbvios, Scorsese, Frank Capra, os brasileiros do cinema novo. É variado, eu não tenho nenhuma escola, diria que a minha escola é vasta, desregrada... Eu não tenho esse páreo para um tipo de cinema. Eu gosto de tudo. Só não gosto de filme ruim.
Heleno foi muito comparado a Touro Indomável. Você diria que se trata realmente de uma referência?
Não, não foi nada, claro que não. Só fazem essa comparação porque o personagem é um esportista desconhecido, como o Jake LaMotta era, e porque o filme é em preto e branco, e é sobre uma derrocada. Mas quem dera, o Scorsese filma muito melhor do que eu. Eu não fiquei colocando o filme para ninguém ver. Se o Rodrigo Santoro viu, viu porque quis. Eu fiz os planos que eu quis fazer. Se você olhar, no Touro Indomável não tem um close do cara no início do filme. O boxe é muito mais cinematográfico que o futebol. Tem a metáfora do boxe, que são dois caras duelando – o ringue é a vida, e o ringue é quadrado, ou seja, o quadrado do cinema, que é retangular. Então é só por isso, nada além disso.
Gazeta. Como a história de Heleno de Freitas entrou na sua vida?
José Henrique Fonseca. O cara que editou o livro, o Rodrigo Teixeira, também foi produtor do filme. Ele mostrou uns rascunhos da biografia, que ainda não tinha sido publicada na época. Eu vi e fiquei impressionado, encantado com o personagem. É o tipo de personagem que eu gosto, um personagem que está numa situação-limite. Então me interessei pelo projeto.
Como foi a pesquisa para o roteiro? Quanto da biografia escrita pelo jornalista Marcos Eduardo Neves foi levado em conta?
As pesquisas foram variadas. Não existe uma pesquisa igual para todo mundo. Existe, sim, a maneira como você interpreta a pesquisa que está fazendo. Claro que o livro foi um manancial para a gente, mas a gente foi a campo. Fizemos um levantamento que o próprio biógrafo já tinha feito, mas nós fomos fazer sob a nossa ótica. Eu fui com o Rodrigo em Barbacena; a gente conversou com o médico que tratou do Heleno. Pesquisamos textos que falavam sobre. Tentamos falar com pessoas que conheceram ele. Depois teve toda uma pesquisa do departamento de arte sobre como era o Rio de Janeiro daquela época, dos costumes aos tecidos das roupas, as big bands, tudo... O filme teve uma pesquisa de arte e de roteiro muito grande.
Porque a decisão de filmar em preto e branco?
Porque eu acho que para essa história específica, passada na década de 1940, uma época distante, em que se tem muito pouca imagem em movimento, o P&B ajuda a transportar o espectador a esse período distante, glamouroso, meio mítico. Mas também porque minha formação enquanto cineasta foi feita por filmes em preto e branco. Então eu tinha um certo fetiche de filmar assim.
Não deixa de ser uma escolha ousada. Você teve de brigar por ela?
Não tive porque não tive nenhum estúdio apoiando o filme no começo da produção. Eu só tive o Eike Batista. Eu só consegui realizar esse filme por causa dele, pela confiança no projeto, de que ele estava se associando a um projeto de qualidade. Se talvez eu estivesse num estúdio, não iriam me deixar filmar em preto e branco. Mas isso se reverteu num resultado positivo: o preto e branco foi muito elogiado, foi bom sim para o filme.
Fale sobre sua formação, sobre suas referências.
É tudo. O cinema tem muita uma coisa parecida com a música. Você não necessariamente está sempre no clima de escutar um jazz, ou uma música eletrônica, ou um samba. Você tem de estar no espírito para ouvir aquilo ali. Eu tenho a coleção inteira do (Yasujiro) Ozu, mas ele não é um cineasta que eu vejo sempre como vejo (Ingmar) Bergman, por exemplo. A minha formação é variada, vai dos filmes do Cassavetes aos filmes americanos mais óbvios, Scorsese, Frank Capra, os brasileiros do cinema novo. É variado, eu não tenho nenhuma escola, diria que a minha escola é vasta, desregrada... Eu não tenho esse páreo para um tipo de cinema. Eu gosto de tudo. Só não gosto de filme ruim.
Heleno foi muito comparado a Touro Indomável. Você diria que se trata realmente de uma referência?
Não, não foi nada, claro que não. Só fazem essa comparação porque o personagem é um esportista desconhecido, como o Jake LaMotta era, e porque o filme é em preto e branco, e é sobre uma derrocada. Mas quem dera, o Scorsese filma muito melhor do que eu. Eu não fiquei colocando o filme para ninguém ver. Se o Rodrigo Santoro viu, viu porque quis. Eu fiz os planos que eu quis fazer. Se você olhar, no Touro Indomável não tem um close do cara no início do filme. O boxe é muito mais cinematográfico que o futebol. Tem a metáfora do boxe, que são dois caras duelando – o ringue é a vida, e o ringue é quadrado, ou seja, o quadrado do cinema, que é retangular. Então é só por isso, nada além disso.
Leia mais na versão impressa
Tribuna do Norte: CPI investigará 15 tipos de crimes
Brasília
(AE) - Com o apoio de 72 dos 81 senadores e de 396 dos 513 deputados, a Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que vai apurar a ligação de políticos e
agentes públicos com Carlinhos Cachoeira, especifica como alvo da investigação
pelo menos 15 tipos de crimes cometidos pelo contraventor e seu grupo. Entre os
"espectros de ilicitudes" estão citados no requerimento de criação da CPMI
tráfico de influência, fraude nas licitações, corrupção e formação de quadrilha,
entre outros
O documento especifica a necessidade de investigar todas as empresas "associadas" a Cachoeira, o que inclui a Delta Construções, maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O texto se refere a "empresas supostamente legais, controladas por Cachoeira ou que a ele estejam associadas, direta ou indiretamente". O texto lembra que em 2005, na CPI dos Correios, os inquéritos parlamentares e policiais "tão somente, se tantos, roçaram as atividades ilegais do contraventor".
"Urge enfrentar o desafio de destrinçar as relações entre o poder público e as atividades do senhor Carlos Augusto Ramos", defende o texto. Diz ainda que o enfrentamento da ligação do contraventor com agentes públicos "é ponto de honra para o Congresso Nacional". "Está em causa o resguardo da própria lisura do devido processo legislativo", cita o documento.
Os partidos têm até a próxima terça-feira (24) para indicar seus representantes na comissão. No Senado, o PMDB indicou apenas o senador Vital do Rêgo (PB) para presidir a comissão. Faltam ainda quatro nomes. O bloco do governo, encabeçado pelo PT, também terá cinco vagas.
O bloco da minoria indicou os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), além do senador Jayme Campos (DEM-MT). O bloco cederá duas suplências para os senadores Jarbas Vasconcelos (PE), dissidente do PMDB, e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). O recém-criado bloco União e Força, formado pelo PTB e PR, terá como representantes os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Vicentinho Alves (PR-TO). O regimento prevê 16 nomes, além dos 15 previstos no requerimento de criação da comissão, para atender aos partidos nanicos. No caso, o rodízio favoreceu o PSD, e não o PSOL, que poderá indicar um titular e um suplente.
PT tem dificuldade na escolha do relator
Brasília (AE) - A luta interna das correntes do PT para controlar o mais importante cargo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira emperrou a escolha do relator. Dois grupos de petistas estão se digladiando pelo cargo: o do ex-líder Cândido Vaccarezza (SP) e o dos deputados Odair Cunha (MG) e Paulo Teixeira (SP). O presidente da CPI já está escolhido. Será o senador Vital do Rego (PMDB-PB).
O favorito pela corrida rumo à relatoria da CPI ainda é Odair Cunha. Além do respaldo dos líderes do governo, Arlindo Chinaglia (SP), e do PT, Jilmar Tatto (SP), e da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o petista mineiro também conta com a simpatia da presidente Dilma Rousseff. Bem diferente de Vaccarezza que, segundo interlocutores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria tido o nome vetado pela própria Dilma, a quem serviu como líder até março. Além de Lula, o nome do ex-líder do governo tem também o apoio do presidente nacional do PT, Rui Falcão, e do ex-ministro José Dirceu.
Jilmar Tatto tentará nas próximas 48 horas chegar a um consenso em torno do nome do relator da CPI, que tem a primeira reunião marcada para quarta-feira, dia 25. Publicamente, a guerra das facções petistas e a interferência de Lula e de Dilma na composição da CPI são negadas pela cúpula petista. "Não há nenhuma interferência do Lula ou da presidente Dilma na CPI", afirmou Tatto. Mas nos bastidores as informações são de que as disputas são grandes.
O documento especifica a necessidade de investigar todas as empresas "associadas" a Cachoeira, o que inclui a Delta Construções, maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O texto se refere a "empresas supostamente legais, controladas por Cachoeira ou que a ele estejam associadas, direta ou indiretamente". O texto lembra que em 2005, na CPI dos Correios, os inquéritos parlamentares e policiais "tão somente, se tantos, roçaram as atividades ilegais do contraventor".
"Urge enfrentar o desafio de destrinçar as relações entre o poder público e as atividades do senhor Carlos Augusto Ramos", defende o texto. Diz ainda que o enfrentamento da ligação do contraventor com agentes públicos "é ponto de honra para o Congresso Nacional". "Está em causa o resguardo da própria lisura do devido processo legislativo", cita o documento.
Os partidos têm até a próxima terça-feira (24) para indicar seus representantes na comissão. No Senado, o PMDB indicou apenas o senador Vital do Rêgo (PB) para presidir a comissão. Faltam ainda quatro nomes. O bloco do governo, encabeçado pelo PT, também terá cinco vagas.
O bloco da minoria indicou os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), além do senador Jayme Campos (DEM-MT). O bloco cederá duas suplências para os senadores Jarbas Vasconcelos (PE), dissidente do PMDB, e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). O recém-criado bloco União e Força, formado pelo PTB e PR, terá como representantes os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Vicentinho Alves (PR-TO). O regimento prevê 16 nomes, além dos 15 previstos no requerimento de criação da comissão, para atender aos partidos nanicos. No caso, o rodízio favoreceu o PSD, e não o PSOL, que poderá indicar um titular e um suplente.
PT tem dificuldade na escolha do relator
Brasília (AE) - A luta interna das correntes do PT para controlar o mais importante cargo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira emperrou a escolha do relator. Dois grupos de petistas estão se digladiando pelo cargo: o do ex-líder Cândido Vaccarezza (SP) e o dos deputados Odair Cunha (MG) e Paulo Teixeira (SP). O presidente da CPI já está escolhido. Será o senador Vital do Rego (PMDB-PB).
O favorito pela corrida rumo à relatoria da CPI ainda é Odair Cunha. Além do respaldo dos líderes do governo, Arlindo Chinaglia (SP), e do PT, Jilmar Tatto (SP), e da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o petista mineiro também conta com a simpatia da presidente Dilma Rousseff. Bem diferente de Vaccarezza que, segundo interlocutores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria tido o nome vetado pela própria Dilma, a quem serviu como líder até março. Além de Lula, o nome do ex-líder do governo tem também o apoio do presidente nacional do PT, Rui Falcão, e do ex-ministro José Dirceu.
Jilmar Tatto tentará nas próximas 48 horas chegar a um consenso em torno do nome do relator da CPI, que tem a primeira reunião marcada para quarta-feira, dia 25. Publicamente, a guerra das facções petistas e a interferência de Lula e de Dilma na composição da CPI são negadas pela cúpula petista. "Não há nenhuma interferência do Lula ou da presidente Dilma na CPI", afirmou Tatto. Mas nos bastidores as informações são de que as disputas são grandes.
sábado, 21 de abril de 2012
Blog do Edilson Silva: Projeto Novo Recife: o caos disfarçado de moderno
Blog do Edilson Silva: Projeto Novo Recife: o caos disfarçado de moderno: Por Edilson Silva O Recife está diante de uma encruzilhada histórica. Vamos nos aprofundar num “modelo” de ocupação do espaço urbano exp...
Um giro pelas semanais: ISTOÉ: Brasil e EUA consideram acrodo de livre comércio.
Durante o anúncio, secretária de Estado americana lista uma série de investimentos conjuntos
Terra
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, defendeu nesta segunda-feira uma maior relação entre as economias do Brasil e dos Estados Unidos. Hillary disse considerar um acordo de livre comércio entre os dois países.
"É claro que a nossa relação implica em maior crescimento, mas precisamos resolver alguns problemas, como eliminar a bitributação, considerar um acordo de livre comércio, ver se os EUA e Brasil podem basear o crescimento econômico", disse a secretária.
A uma plateia de empresários, Hillary defendeu a parceria entre os governos e o setor privado, responsável pelo crescimento e pela geração de emprego e renda. "Com uma economia próspera nós podemos investir mais em nossa população e sermos administradores da economia global", disse.
A secretária destacou a classe média brasileira como uma importante riqueza do Brasil. O crescimento da classe C no País assegurou a estabilidade econômica brasileira durante a crise econômica mundial.
Hillary listou uma série de investimentos americanos que serão feitos em conjunto com o Brasil, como por exemplo um centro de inovação da Microsoft instalado no País, investimento da Cisco e também um investimento da Boeing com a Embraer para produção de biocombustível para aviões.
Nesta manhã, a secretária de Estado americana disse que conversou com a presidente da Petrobras, Maria das Graça Foster, com quem falou sobre as explorações de petróleo na camada pré-sal, classificada por ela como um "futuro fabuloso que está diante do Brasil".
Em visita de dois dias a Brasília, Hillary terá além dos compromissos com empresários, compromissos com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, e também reunião de diálogo de parceria global entre os dois países. Na pauta bilateral, serão tratadas as reformas de instituições, questão de paz e segurança internacional.
A visita da secretária faz parte de uma sequencia de viagens que começou na Colômbia e ainda incluirá a Bélgica. Hillary vem ao Brasil uma semana após a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, onde foi recebida pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil. Em 2011, o fluxo de comércio entre os dois países atingiu US$ 60 bilhões, o que representa aumento de 37% em relação ao registrado em 2007. O Brasil é a sexta maior fonte de visitantes para os Estados Unidos. Os Estados Unidos são a segunda maior origem de visitantes para o Brasil.
Indústria
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, pediu nesta segunda-feira que os Estados Unidos diminuam as exigências e facilitem a entrada de brasileiros em território americano. Em discurso feito hoje na sede da CNI, em Brasília, Andrade falou a ministros americanos e à secretária de Estado Hillary Clinton.
Andrade também apelou às autoridades americanas que reduzam os subsídios dados aos produtos daquele país, o que prejudica a concorrência com bens importados. Segundo o empresário, as duas nações devem buscar uma agenda comum, que inclua a desoneração de investimentos bilaterais, a facilitação do trânsito de pessoas e o debate sobre barreiras não-tarifárias.
"A facilitação do fluxo de pessoas a negócios ou a turismo, o incremento do comércio, o crescimento dos investimentos e um tratamento mais equânime fazem parte da estratégia do Conselho Empresarial Brasil - Estados Unidos e merecem nosso apoio", destacou o presidente da CNI.
O presidente da CNI também pediu o fim da bitributação no comércio entre Brasil e EUA - que é o resultado do recolhimento de impostos similares nos dois países, cobrado de um mesmo contribuinte, pelo mesmo bem e pelo mesmo período de tempo. Os países discutem um acordo para acabar com a bitributação. "A celebração de um acordo para evitar a bitributação continuará entre nossas prioridades. A bitributação onera empresas e desvia investimentos e comércio para terceiros países", disse.
Andrade destacou investimentos financiados por empresas americanas, como projetos em petróleo e gás (que devem receber mais de US$ 225 bilhões nos próximos anos), seis hidrelétricas e complexos hoteleiros, com vistas à realização da Copa do Mundo em 2014.
Um giro pelas semanais: VEJA: Desafio da CPI: desvendar o segredo do sucesso da empreiteira Delta.
A CPI criada para investigar os negócios do contraventor Carlos Cachoeira tem um grande desafio: desvendar o segredo do sucesso da empreiteira Delta, que tem na raiz de sua impressionante trajetória amizades influentes e pagamentos a políticos em troca de obras em governos e estatais
Hugo Marques, Daniel Pereira e Rodrigo Rangel
SOCIEDADE - A investigação sobre um esquema ilegal de jogos comandado por Cachoeira (à esq.) revelaram que a Delta, do empresário Fernando Cavendish (à dir.), usa políticos e dinheiro sujo para expandir seus negócios (Fotos Dida Sampaio/AE; Eduardo Knapp/Folhapress)
A Polícia Federal sustenta que recursos públicos oriundos da parceria entre a Delta e Cachoeira alimentaram um duto que serviu para irrigar o bolso de políticos e autoridades que os ajudavam na conquista de contratos
VEJA publicou em maio do ano passado uma reportagem exclusiva mostrando o que já parecia ser muito mais que uma simples coincidência: a empreiteira Delta fora alçada à condição de maior parceira do governo federal no mesmo ano em que contratou os serviços de consultoria do deputado cassado e ex-ministro José Dirceu. A Delta, mostrou a reportagem de VEJA, além de multiplicar sua carteira de obras, expandira sua atuação para setores nos quais não tinha experiência, como óleo e gás. Na ocasião, dois ex-sócios da empresa forneceram a primeira pista para desvendar essa impressionante história de sucesso. Segundo o depoimento deles, a empreiteira usava a influência que mantinha junto a políticos para obter vantagens. O próprio presidente da empresa, Fernando Cavendish, explicou como agia e qual era o preço a ser pago. Ele disse que com "6 milhões de reais comprava um senador". Sua explicação seguinte ficaria famosa: "Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas pra c...". A conversa, gravada pelos ex-sócios, foi classificada como simples bravata por Cavendish. Não era. Ela era reveladora de um método.
A Delta vai aparecer como figura de proa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada na semana passada no Congresso Nacional, em Brasília, para investigar as relações do contraventor Carlos Cachoeira - preso por comandar um esquema ilegal de exploração de jogos - com políticos e empresas que têm contratos com a administração pública. A construtora figurará como a principal acusada no esquema baseado em pagar propina em troca de favores e contratos em governos. Segundo a Polícia Federal, a empreiteira usou os tentáculos de Cachoeira para corromper autoridades nos governos de Tocantins, Distrito Federal e Goiás. Cavendish e a Delta tiveram sua ação restrita a essas três unidades da Federação? Não. O esquema atuou também no âmbito federal, usando o mesmo método de subornar políticos e servidores públicos para obter contratos. A engrenagem funcionou ativamente dentro de ministérios no governo passado e engolfou até mesmo a Petrobras, a maior e a mais poderosa das estatais brasileiras. A Petrobras é o principal dínamo dos investimentos públicos do país, protagonismo acentuado com a descoberta das reservas de petróleo no pré-sal. No governo Lula, foi aparelhada politicamente por militantes do PT, que ganharam o controle de cargos de diretoria. O aparelhamento político de estatais, como sempre, termina em prejuízo para a empresa e os contribuintes.
PROPINA - Em maio do ano passado, reportagem de VEJA revelou que o ex-ministro José Dirceu foi contratado para prestar consultoria à Delta. Sócios da empreiteira, José Quintella e Romênio Machado revelaram a natureza do trabalho encomendado ao ex-ministro: abrir as portas do governo e de estatais
No fim de 2008, a Petrobras convidou a Delta para duplicar o parque de expedição de diesel na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Um convite inusitado, uma vez que a empreiteira era especializada em obras rodoviárias e construção civil. Para suprir a carência técnica e se habilitar, a Delta comprou a Sigma, empresa que já tinha diversas parcerias com a estatal. Depois dessa negociação, a empreiteira assinou um contrato com a Petrobras no valor de 130 milhões de reais. A aproximação entre a Delta e a Sigma foi feita pelo engenheiro Wagner Victer, auxiliar do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que é compadre de Cavendish. O negócio parecia bom para todos os envolvidos. A Petrobras contratou a obra por um preço considerado baixo, a Delta se cacifou para atuar no bilionário ramo do petróleo e os donos da Sigma ficariam ainda mais ricos. Mas nem tudo correu como se esperava. Cavendish e seus sócios se desentenderam ao cabo de disputas financeiras. Dos ex-sócios inconformados partiu a revelação, certamente de alto interesse para a CPI instalada na semana passada, segundo a qual, para conseguir o contrato na Petrobras, a Delta teria pago propina. Sob a condição de anonimato, um deles contou a VEJA que a Sigma, além de servir como fachada técnica para as operações da Delta, funcionou como caixa para quitar faturas em que a própria Delta preferia não aparecer como devedora. Para ocultar o pagamento de propina, segundo o relato gravado do ex-sócio, que diz temer por sua segurança, a Sigma foi orientada a simular a contratação de serviços para justificar a saída da propina. Os diretores da Delta indicavam o valor e os funcionários da estatal a ser beneficiados. A fatura era então encaminhada a José Augusto Quintella e Romênio Marcelino Machado, ex-donos da Sigma que continuaram na empresa. Seguindo orientações de Cavendish, eles providenciavam notas frias para justificar os gastos com a propina. Essas notas eram assinadas por Quintella e Machado e por Flávio Oliveira, diretor da Delta. Só funcionários da área operacional da Petrobras, segundo o ex-sócio, receberam 5 milhões de reais. Um volume ainda maior teria sido pago a dirigentes da empresa. Desse mesmo caixa saíram os recursos para pagar os trabalhos de consultor prestados por José Dirceu.
Quintella e Machado não quiseram dar detalhes sobre o caso a VEJA. "Essa história será devidamente esclarecida no momento oportuno", disse Quintella, em nome dos antigos donos da Sigma. Os dois conhecem de perto a Delta. Foram eles que contaram a VEJA que Cavendish contratou, em 2009, o deputado cassado e ex-ministro José Dirceu como consultor com o objetivo de azeitar negócios junto à Petrobras, que era comandada por José Sergio Gabrielli, integrante da corrente política de Dirceu. Foi em uma reunião com Quintella e Machado que Fernando Cavendish fez seus notórios comentários sobre os preços e as vantagens de comprar autoridades. Na mesma conversa, gravada, Cavendish traçou o caminho até o cofre da Petrobras: "A Reduc foi convidada pelo jogo político da Delta. A gente foi convidado por uma articulação, um pedido que foi para cá, foi para lá...".
A Petrobras não quis se pronunciar sobre os fatos narrados por Cavendish e seus ex-sócios. A Delta diz que ganhou o contrato legalmente e não pagou propina. A CPI instalada na semana passada certamente terá meios de obter de Cavendish e da própria Petrobras informações mais consistentes sobre como o jogo político levava determinadas empresas a obter contratos na estatal no tempo em que Dirceu e Gabrielli reinavam. A Delta passou a existir como empreiteira de grande porte e alcançou o posto de maior fornecedora de serviços do estado brasileiro no governo Lula. Um "jogo político" que a CPI faria aos brasileiros o enorme benefício de elucidar. Não é pouca coisa. Segundo as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público que levaram Carlos Cachoeira à prisão, o contraventor funcionava como captador de negócios e lobista destacado da Delta Construções. Cachoeira operava em sintonia com Cláudio Abreu, designado formalmente pela empreiteira como seu representante para a Região Centro-Oeste. Os dois cuidavam de obter contratos junto aos governos do Distrito Federal, Goiás e Tocantins. Abreu tinha também missões junto a órgãos do governo federal. Foi ao cumprir uma dessas missões que ele emplacou a Delta como a principal parceira do Ministério dos Transportes e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Diretores da Delta passaram a visitar quase diariamente as dependências do ministério durante a gestão do senador Alfredo Nascimento, demitido no ano passado do cargo de ministro pela presidente Dilma Rousseff.
Na semana passada, Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit demitido no bojo do episódio que levou à queda do ministro Alfredo Nascimento, se disse vítima de uma trama que teria sido tecida contra ele exatamente por ter oferecido obstáculos aos interesses da Delta no órgão. Estranha linha de defesa. Foi na gestão de Pagot que a Delta mais do que dobrou seu faturamento em contratos com o Dnit, alcançando 658 milhões de reais em 2010. É quase 90% de tudo o que a empreiteira faturou no governo federal. Que obstáculo, então, foi esse? Suposta vítima de uma conspiração, Pagot, lembre-se, foi quem reuniu empresários no Ministério dos Transportes para ouvir uma explanação do deputado Valdemar Costa Neto, do PR, réu no processo do mensalão. Entre os convidados por Pagot estavam empreiteiros e consultores. Costa Neto falou da importância para o PR de tirar do papel obras bilionárias de restauração de rodovias federais. Muitos dos participantes da reunião, inclusive concorrentes da Delta, ficaram sabendo mais tarde que, se fossem escolhidos para fazer as obras, deveriam entregar ao partido propinas de 4% a 5% do valor de cada fatura paga. A investigação jornalística tem de se contentar com as informações recebidas e checadas das fontes que participaram da reunião. A CPI tem força e os meios legais para passar a limpo essa história.
A Polícia Federal sustenta que recursos públicos oriundos da parceria entre a Delta e Carlinhos Cachoeira alimentaram um duto que serviu para irrigar o bolso de políticos e autoridades que os ajudavam na conquista de contratos. Entre 2010 e 2011, empresas-fantasma criadas por Cachoeira receberam da Delta nada menos que 40 milhões de reais. Rastreando o caminho do dinheiro, os policiais e promotores descobriram que parte dele foi parar na contabilidade de empresas que no mesmo período fizeram repasses a políticos - doações eleitorais declaradas, inclusive. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) estão entre os que receberam doações de campanha de empresas cujas contas foram irrigadas com recursos que Cachoeira recebia da Delta. Na semana passada, Cavendish foi assertivo em uma entrevista à Folha de S.Paulo. Ele disse que dá dinheiro a políticos para receber, em troca, informações sobre licitações. "Por que megaempresas fazem doações a campanhas? Vão ter informação. Não é toma lá dá cá." O método da Delta é conhecido. Para ganhar os contratos, a empresa joga o preço lá embaixo. O pulo do gato vem depois, quando a parceria já está em vigor. Em alguns casos, a empresa não executa os serviços certa de que não será incomodada pelos órgãos contratantes comandados por políticos de partidos aquinhoados com doações. Dessa forma, sobra dinheiro para abastecer os cofres da empresa e para remunerar os amigos no poder. Outra prática é inflar contratos com reajustes e aditivos. Conforme revelado por VEJA, a presidente Dilma Rousseff, antes de demitir a cúpula dos Transportes, deu um pito nos seus integrantes justamente em razão do excesso de aditivos contratuais: "Vocês precisam de babá".
O procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, diz que os aditivos que inflam os contratos não têm outro nome: "É roubalheira mesmo". Incentivador da CPI do Cachoeira, o ex-presidente Lula sabe dos riscos embutidos na investigação de aliados. Na quarta-feira, ele perguntou a peemedebistas: "E o Serginho, como está?". Ele se referia a Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro. Cabral é padrinho de casamento de Cavendish. Conheceram-se em 2000 e se tornaram amigos inseparáveis. O fortalecimento dessa relação foi acompanhado pelo crescimento vertiginoso da Delta em contratos com a administração fluminense. Em dez anos, a empresa conseguiu 2,2 bilhões de reais com o estado do Rio. A maior parte - 1,4 bilhão - veio depois que Cabral assumiu o governo, em 2007. Em 2003, a Delta faturou 228 milhões de reais, entre clientes públicos e privados. Em 2010, 3,5 bilhões de reais, um crescimento de 1 400%. O ritmo das doações também aumentou. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Delta doou, legalmente, meros 60 000 reais em 2002. Em 2010, doou 2,3 milhões - metade para o PT, metade para o PMDB.
Com reportagem de Alessandra Medina e Ana Luiza Daltro
João da Costa dá uma demonstração de força na oficialização da pré-candidatura.
O
prefeito do Recife, João da Costa, não esconde de ninguém suas mágoas em
relação às manobras da tendência Construindo um Novo Brasil de retirá-lo do
Palácio Antonio Farias. Ele já tomou a briga como algo pessoal, um ardil para
prejudicar sua carreira política. É o que já afirmamos em artigo recente. Caso
a tecitura seja exitosa, de fato, João da Costa sairia bastante chamuscado do
episódio, com o filme queimado, com algumas nódoas indeléveis e feridas de
difícil cicatrização. Esse inferno astral não é nada positivo. Ele sabe disso.
A sua carreira política não estaria encerrada, dada a organicidade que ele
construiu durante a gestão. Em última análise, teríamos um João da Costa
atuando na Casa de José Mariano, quem sabe descobrindo uma vocação melhor para
o Legislativo. Ontem, por ocasião do lançamento de sua pré-candidatura às
prévias petistas, o prefeito deu uma demonstração de força, com um calhamaço de 07
mil assissanturas endossando o seu nome. Já comentamos aqui que os caciques da
CNB e até os estrategistas do Campo das Princesas temem pelo resultado dessas prévias. Se João
levar essa, a lapada será grande. Como ensina Maquiavel, autor que hoje ocupa um espaço privilegiado na cabeceira dos petistas, a maldade tem que ser feita toda de uma vez. Bondade é que se faz em doses homeopáticas.
Crédito da Foto: Valdecarlos Alves/Blog da Folha.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Participem do Grupo de Discussão Paulista em Debate
As eleições de 2012, em Paulista, serão um das mais
acirradas, embora eleições polarizadas naquela cidade sejam bastante
freqüentes. Nas últimas eleições, por exemplo, o então candidato à reeleição,
Ives Ribeiro, ganhou por uma diferença de apenas 800 votos de Antonio Speck,
que já foi escalado pelo PTB para voltar à cidade. Paulista é uma cidade onde
as eleições conseguem mobilizar bastante a população, embora, num contexto
geral, o debate sobre a cidade ainda seja muito incipiente, indicativo, não
raro, de muita manipulação por parte dos próprios políticos. Esse fato é
bastante lamentável. Um bom exemplo disso é que, até recentemente, surgiram
alguns grupos no Facebook sobre a cidade, mas, quando se espreme o suco, logo
se observa que eles estão orientados não sobre o debate dos problemas da cidade e
possíveis soluções, mas sim, ancorado em disputas políticas de grupos e, pior,
candidaturas. É no sentido de, efetivamente, debater a cidade, que ontem
lançamos no Facebook o Grupo de
Discussão Paulista em Debate. Participem. Vamos debater os problemas de
mobilidade, da preservação do seu patrimônio histórico, do seu potencial
turístico ainda pouco explorado, da preservação de suas reservas de Mata
Atlântica, do avanço do mar em sua orla etc. Ajudem a divulgar o grupo,
convidem os amigos a participarem. Enviem suas contribuições.
Unidade do Partido dos Trabalhadores? Que unidade, Humberto Costa?

Ontem publicamos um artigo aqui no Blog do Jolugue onde falávamos sobre o processo de “oligarquização” do Partido dos Trabalhadores, cuja luta fratricida entre a sua “aristocracia partidária” é um dos exemplos mais evidentes. Certamente o senador Humberto Costa não estava entre nossos leitores, posto que, logo em seguida, por ocasião da formalização da adesão de João Paulo à pré-candidatura de Maurício Rands, voltou a falar na unidade do partido. Que unidade, senador? O que houve aí foi uma aliança tática entre dois grupos, que brigam na agremiação, para derrotar um terceiro grupo, o do prefeito João da Costa. Se tudo der certo, a lua de mel entre esses dois grupos durará a até o momento em que Rands assumir o Palácio Antonio Farias. Se der zebra, deu a bexiga, senador. O matuto “enfezado” é um perigo.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
CPI do Cachoeira é aprovada. Tremei, República!
Outro dia comentávamos aqui no Blog do Jolugue que o empresário Carlinhos Cachoeira tinha o hábito de gravar e documentar todas as suas conversas. Até brincamos que, para conversar com Cachoeira, somente de cueca, numa piscina, com água até a cintura, sem segurança por perto. Suspeita-se que o disco rígido com todas as transações do bicheiro esteja nas mãos de seu contador, no exterior, em segurança. Ele foi o único não detido na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. As informações retidas por Cachoeira preocupam muito gente graúda da República, independentemente de vinculação partidária, como mostra as primeiras conexões, envolvendo o Governo do Distrito Federal. Lula, que já foi um grande entusiasta desta CPI – uma vez que imaginava que ela circunscreve apenas seus desafetos, Perillo e Demóstenes – esboçou uma certa preocupação em encontro recente com caciques do PMDB. A Construtora Delta, por exemplo, atolado até o pescoço em denúncias, é a principal tocadora de obras do PAC. É aquela velha história: uma vez iniciada, só Deus sabe onde uma CPI desta natureza poderá parar. Uma leitora nos perguntou, pela rede, os motivos da desavença entre Lula e o governador de Goiás, Marconi Perillo. É que Perillo, cara leitora, durante a crise do mensalão, veiculou pela imprensa, reiteradas vezes, que avisou Lula sobre o escândalo.
Júnior Matuto é o candidato do PSB na cidade das chaminés e dos eucaliptos.

Em Paulista, o PSB, com a presença de Sileno Guedes e do atual prefeito, Ives Ribeiro, um arraesista de carteirinha, homologou o nome de Júnior Matuto como pré-candidato a prefeito da cidade das chaminés e dos eucaliptos. Até recentemente, as chaminés foram preservadas, através de seu reconhecimento como patrimônio histórico. Quanto aos eucaliptos, infelizmente, talvez tenhamos que mudar esse aposto, em razão do crescente processo de urbanização, que comprometeu muito das áreas de matas daquela cidade. Os fatos mais graves hoje ocorrem na Mata do Frio, onde, além do desmatamento, há a degradação ambiental com a formação de lixões, exaustivamente denunciados pelo editor do Blog do Jolugue e por moradores da cidade. Menino de vila operária, curti muito aquelas matas na infância, tomando banho de açude e jogando bola nos seus campos de várzea. Havia até uma lenda sobre vozes que eram ouvidas numa frondosa jaqueira existente no entroncamento onde hoje funciona a Secretária de Finanças da Prefeitura do Paulista. Como diria os advogados, diante do exposto, vamos criar um grupo de discussão para o debate de nossa cidade, independentemente de conotação política. Todos os paulistenses estão convidados a contribuírem. Procurem no Facebook o Grupo de Discussão Paulista em Debate, associem-se ao grupo e vamos debater uma agenda de governo para o próximo gestor.
Crédito da foto: José Carlos Alves.
Sileno Guedes reafirmna disposição de colocar Antonio Dourado na disputa da Prefeitura de Garanhuns.

O presidente do PSB no Estado, Sileno Guedes, vem cumprindo rigorosamente a estratégia traçada pelo Palácio do Campo das Princesas em relação ao partido. Outro dia, pelas redes sociais, tomamos conhecimento de que ele foi incisivo quanto a decisão de manter a candidatura de Antonio Dourado, em Garanhuns, apesar da resistência esboçada por setores do próprio PSB. Todos sabem da forma atabalhoada em que foi lançado o nome de Antonio Dourado e suas conseqüências. Para completar o enredo do filme de terror, até vídeos foram divulgados, onde Antonio Dourado cometia alguns “sincericídios”, envolvendo até mesmo Eduardo Campos. Há pouco tempo, o governador o procurou e, apesar das restrições ao seu nome, endossou o apoio à sua candidatura, nas eleições de 2012, concorrendo à Prefeitura da terrinha da garoa. Há alguns grupos de discussão nas redes sociais – o Viva Mais Garanhuns é um deles – onde os debates sobre os problemas da cidade são intensos, e o prestígio de Antonio Dourado está mais baixo do que poleiro de pato. Outro dia, entrando nesse grupo, comentei que o prestígio do governador é muito grande na cidade, não se sabe se o suficiente para reverter esse quadro, momentaneamente desfavorável a o ex-prefeito de Lajedo. Há de se entender, entretanto, que esses grupos são formados a partir de pessoas que advogam idéias convergentes. Neste caso em particular, os membros mais ativos do grupo não escondem sua preferência pelo candidato do PTB, deputado estadual Izaías Régis. Em outubro, o clima deve esquentar na terrinha da garoa.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Maurício Rands estabelece suas diferenças com João da Costa.
A elite brasileira, ainda reflexo da colonização, adoram enviar seus filhos para a Europa ou para os Estados Unidos. O secretário de Governo, Maurício Rands parece se enquadrar nesse perfil, tendo realizado alguns estudos de pós-graduação em universidades americanas. O propósito, entre outros, é o de “envernizar” o caboclo, diferenciando-o, dentro de um imaginário social bastante típico de países com as nossas características. Em entrevista recente, Rands falou sobre uma possível plataforma que deverá utilizar na pré-campanha das prévias, demarcando o seu espaço em relação a João da Costa e à sua gestão. Um dos aspectos a serem trabalhados é o de trazer o êxito da gestão da máquina estadual para o município do Recife, para que a cidade possa acompanhar o ritmo de crescimento do Estado. Esse discurso ficaria melhor sendo pronunciado por um ator do PSB. Sugere, igualmente, que o prefeito é lento na tomada de decisões e bastante centralizador, travando a máquina, uma tecla em que ele já bateu por ocasião do anúncio de sua pré-candidatura. Um outro aspecto elencado por Maurício Rands é a sua capacidade de articulação em Brasília, onde conhece ministros, deputados, gestores públicos que poderiam facilitar a administração da cidade. Esse último perfil foi bastante enfatizado pelo governador Eduardo Campos quando o escolheu para Secretário de Governo, possivelmente, já preparando-o para o embate do Recife.
Armando vota a favor de US$ 100 m para PRORURAL em Pernambuco
Foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta quarta-feira, 18, a liberação de financiamento no valor de até 100 milhões de dólares ao Estado de Pernambuco por meio de contrato com o Banco Mundial.
O projeto vai à votação, nesta tarde, no plenário do Senado Federal. Membro da CAE, o senador Armando Monteiro votou favorável ao empréstimo, que será aplicado na terceira fase do “Projeto Pernambuco Rural Sustentável”, conhecido como PRORURAL III.
Ao conceder seu voto, Armando Monteiro afirmou:
“Tenho a satisfação de cumprimentar o secretário José Patriota, competente secretário da equipe do governador Eduardo Campos, através de quem cumprimento o governador por mais essa iniciativa. O que demonstra que o governo de Pernambuco é proativo, revelando sua capacidade de articulação, inclusive externa, para mobilizar fontes de recursos ampliando, portanto, a capacidade de investimento do Estado. O PRORURAL nos parece especialmente pertinente, na medida em que ele se volta para o setor rural no semi-árido nordestino, que precisa efetivamente de uma ação estruturante para a recomposição da atividade produtiva nessas áreas.
Por isto, o programa focaliza de modo especial as atividades ligadas ao associativismo, à infraestrutura, a oferta d’água e a outras condições minimamente necessárias para relançar a produção nessas áreas, já que nós reconhecemos que não há como reiniciar tais atividades senão em bases competitivas. Do contrário, o programa teria um viés paternalista e esse não é o foco do PRORURAL, que tem como objetivo fomentar, criar uma ação estruturante, dando condições para que o produtor rural possa se articular com os mercados e desenvolver uma atividade sustentável”, destacou.
Crédito da foto: André Oliveira/divulgação
Assessoria de imprensa
terça-feira, 17 de abril de 2012
Movimento dos Trabalhadores sem Terra relembram o massacre de Eldorado dos Carajás.
Hoje completa-se 16 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, uma ação da Polícia Militar do Pará, num acampamento de sem terra, que vitimou 21 trabalhadores rurais que estavam obstruindo uma estrada, em protesto. Em nossa dissertação de mestrado fazemos referência ao episódio, arredondando o número de mortos para 22, um equívoco observado por atentos examinadores. O caso ganharia notoriedade não apenas pelo massacre em si, mas pela série de equívocos políticos e jurídicos que o envolve. a) Numa exploração política infeliz, FHC decretou o dia 17 de abril como o dia da Reforma Agrária; b) Os 115 policiais envolvidos na operação foram indiciados, quando a legislação brasileira não permite indiciamentos coletivos; c) Foi decretada a prisão domiciliar do comandante da Polícia Militar, mas logo em seguida sua prisão foi relaxada; d) Há indícios de que o dono da Fazenda Macaxeira tenha subornado os policiais, inclusive o comandante militar; e)Rigorosamente, ninguém foi punido pelo massacre. O Movimento dos Trabalahdores Sem Terra, MST – organizou manifestações em todo o país para marcar essa data, uma referência importante na luta pela reforma agrária no país. O Blog do Jolugue se solidariza com as manifestações do MST e com os familiares das vítimas daquele massacre.
Depois de ouvir os "astros", João Paulo resolve apoiar Maurício Rands.
Depois de um longo périplo, onde teria consultado os “astros”, o deputado federal, João Paulo, finalmente, decidiu apoiar o nome do Secretário de Governo, Maurício Rands, como pré-candidato do PT às eleições municipais de 2012. Conforme comentamos com bastante antecedência – o leitor do Blog do Jolugue sabe das coisas antes dos outros – a posição de João Paulo já era esperada. O entusiasmo de pessoas ligadas ao deputado com o anúncio da pré-candidatura de Rands tornou-se uma evidência insofismável de qual seria o seu rumo. Depois desses sinais evidentes, as circunstâncias políticas fecharam o cerco. Não desejava arriscar-se a lançar uma candidatura para disputar as prévias, onde poderia ter alguma chance, mas, certamente ampliaria o fosso já existente entre ele e os seus adversários na agremiação. Neste caso, não restava outra opção ao petista que não o apoio a Maurício Rands, mesmo sabendo que esta pré-candidatura conta o aval de seu maior inimigo no PT, o senador Humberto Costa. Circunstancialmente, deverão unir esforços para viabilizar o nome de Rands. Mas, ainda circunstancialmente, logo deverão estar medindo forças na agremiação, em razão dos projetos em comum, trilhados numa mesma arena política. O horizonte de ambos é o Palácio do Campo das Princesas. Não se sabe muito bem o que conversaram João Paulo e o governador Eduardo Campos. É quase certo, no entanto, que nenhum petista contará com seu aval para assumir o Governo do Estado.
Armando fala sobre Plano Brasil maior na TV Senado
Assista aqui: http://migre.me/8IsHO
No Programa Cidadania, exibido pela TV Senado ontem (Segunda-feira, 16), os senadores Armando Monteiro (PTB-PE) e José Pimentel (PT-CE) elogiaram as medidas contidas no Plano Brasil Maior, do Governo Federal, que têm por objetivo reverter o processo de desindustrialização no Brasil.
Para Armando, as medidas tocam pontos importantes, como a ampliação da desoneração da folha de pagamento para alguns segmentos. “É uma medida concreta que vai resultar numa redução de custos para setores empregadores por excelência, que quando deixam de ter uma tributação sobre a folha, ainda que compensada por tributação sobre o faturamento, têm na realidade um ganho de competitividade”, afirma.
Crédito da foto: André Oliveira/divulgação
Assessoria de imprensa
Assinar:
Postagens (Atom)