pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Armando: Candidatura do PSB não representa ruptura na Frente Popular.

Armando: candidatura do PSB não representa ruptura na Frente Popular
Em entrevista ao programa CBN Total, com Aldo Vilela, nesta quarta-feira (27), o senador Armando Monteiro (PTB) defendeu que a candidatura de Geraldo Julio (PSB), com o apoio dos partidos da base do governo Eduardo Campos, não representará uma ruptura da Frente Popular.
Para o líder trabalhista, a tese da candidatura alternativa, defendida por ele desde o início das discussões sobre a sucessão no Recife, se consolidou com o ambiente de falta de unidade interna dentro do PT. “O que nós assistimos ao longo deste tempo parece um Teatro do Absurdo, tamanho os desencontros e a dissensão que existiu dentro das fileiras do próprio partido”, afirmou.
Ao justificar o apoio do PTB a Geraldo Júlio, Armando destacou que o pré-candidato do PSB tem as qualidades de um administrador competente, “que foi um dos responsáveis pela implantação do novo modelo de gestão exitoso no Estado”. O senador não deixou de reconhecer, contudo, o papel do PT e do senador Humberto Costa nos avanços que a Frente Popular construiu em Pernambuco.
Presidente estadual do PTB, ele informou que o partido trabalha com a perspectiva de ter 60 candidatos a prefeito em todas as microrregiões do Estado e citou municípios estratégicos como Garanhuns, Santa Cruz do Capibaribe, Gravatá, Goiana, Arcoverde, Itamaracá e Igarassu. Adiantando querer estar presente em todos os municípios, incluindo aqueles em que o PTB apóia candidatos de outros partidos da Frente, Armando também previu que a legenda espera eleger 250 vereadores.
Ainda sobre o Recife, o senador negou que tenha tratado com o governador Eduardo Campos sobre a presença do PTB na vice de Geraldo Julio. “Não houve, nos entendimentos que tive com o governador sobre esta nossa aliança no Recife, nenhuma conversa, nenhum entendimento, nenhuma tratativa sobre esta questão de vice”. O trabalhista, porém, esclareceu que se houvesse um convite, o partido tem quadros a oferecer. “Mas nós não estamos reivindicando”, frisou.
Leia abaixo a entrevista -
A composição entre o PSB e os outros partidos da base é a ideal para o Recife?
Armando Monteiro- “Eu acho que sim. Você sabe que, para nós, essa composição não representa uma ruptura da Frente Popular, embora reconheçamos que não é fácil a coexistência de duas candidaturas neste mesmo campo, sobretudo quando há uma perspectiva concreta desta disputa ser polarizada entre essas duas candidaturas. Mas, o que nós defendemos desde aquele primeiro momento, que era a tese que nós ao final estamos vendo triunfar - que é a tese de uma candidatura alternativa dentro da Frente - é que, na realidade, o PT, por diversos motivos, não pôde construir uma unidade interna. O que nós assistimos ao longo deste tempo parece um Teatro do Absurdo, tamanho os desencontros e a dissensão que existiu dentro das fileiras do próprio partido. O PT terminou perdendo as condições políticas de oferecer à Frente uma solução que nos apontasse claramente uma unidade do partido.
Por outro lado, eu também, ainda que sempre de forma, que me parece elegante e sóbria, também considerei sempre que a gestão do Recife nos últimos anos não correspondia à expectativa dos recifenses. A sensação era de que a cidade não estava acompanhando o novo ritmo de desenvolvimento de Pernambuco. A qualidade dos serviços públicos oferecidos, alguns problemas agudos que demonstravam uma certa disfunção, uma disfuncionalidade do sistema de transportes, daquilo que parece que é mais essencial na vida de uma cidade”.
O apoio do PTB a Geraldo Júlio
Armando Monteiro – “Então, diante disso, não havia, evidentemente ao meu ver, outro caminho senão o de oferecer uma opção ao recifense. E aí, surgiu a disposição do partido líder da Frente que é o PSB de oferecer essa candidatura. E a escolha recaiu sobre um administrador público, um homem competente, que já deu demonstrações de que tem uma experiência na administração, que foi um dos responsáveis pela implantação do novo modelo de gestão exitoso no Estado, que é o ex-secretário e agora pré-candidato Geraldo Júlio.
Portanto, eu acho que, considerando todas estas circunstâncias, não havia outro caminho senão este. E o PTB se sente confortável com esta escolha. Nós esperamos que se produza um debate de nível, equilibrado, para que não haja uma fratura política maior lá adiante. É esse o desejo e é dessa forma que nós vamos procurar ajudar, para preservar, de qualquer maneira, a Frente”.
O papel do PT e de Humberto Costa
Armando Monteiro – “Eu quero também aproveitar para manifestar o meu reconhecimento ao papel que o PT sempre teve historicamente nesta Frente. Nós não podemos deixar de reconhecer isto. Esse partido que ajudou Pernambuco também a construir estes avanços. E a figura do senador Humberto Costa, que é uma figura respeitável, pela sua trajetória, pela sua história de militância no partido, por sua atuação nos cargos públicos que ocupou. Mas, infelizmente, o PT perdeu as condições pelas razões que eu já expus”.
O PTB poderá indicar a vice na chapa de Geraldo Júlio?
Armando Monteiro – “É mera especulação. Nós não fizemos, nos entendimentos que tive com o governador sobre esta nossa aliança no Recife, nenhuma conversa, nenhum entendimento, nenhuma tratativa sobre esta questão de vice. Portanto, não há nada sobre isso. O PTB nunca colocou esta questão, não é algo que o partido tenha reivindicado. Nós deixamos o governador à vontade para que ele busque a composição que pareça mais adequada. Portanto, o que se assiste na imprensa, no noticiário, sobre este assunto, no que diz respeito ao PTB, é uma mera especulação. Se viesse a se confirmar, se houvesse um convite, é evidente que o partido tem quadros para poder oferecer, se for esta efetivamente a definição do núcleo decisório. Mas nós não estamos reivindicando.
Candidatos majoritários do PTB no Estado
Armando Monteiro – “O nosso balanço atualizado nos aponta a perspectiva de quase 60 candidaturas majoritárias no Estado, em todas as microrregiões de Pernambuco, algumas cidades de maior expressão do ponto de vista populacional. Temos Garanhuns (com Izaias Régis), uma cidade que tem indiscutivelmente uma grande importância para o Agreste Meridional. Mas temos ainda Santa Cruz do Capibaribe (José Augusto Maia) no Agreste Setentrional, que é um município hoje governado pelo PTB. Uma forte candidatura também em Gravatá (Bruno Martiniano), onde o partido disputa com um quadro que hoje lidera as pesquisas. Temos uma presença importante em Goiana (Fred da Caixa), que passa a ser um município estratégico dentro desta visão do novo eixo de desenvolvimento de Pernambuco, que é o da Mata Norte. E temos ainda Arcoverde (Madalena Brito), no Sertão, uma cidade também governada pelo PTB, e que tem hoje uma candidatura muito forte, da atual vice-prefeita, que também é dos quadros do partido.
Sem falar da área metropolitana, como Itamaracá (Paulo Batista). Ainda nesta região do Litoral Norte uma disputa muito importante para o partido, que é a de Igarassu (Mario Ricardo), uma prefeitura importante, com um quadro que tem também uma candidatura muito competitiva nesta eleição. Em suma, eu estou citando os municípios de maior porte, mas sem diminuir a importância de muitas outras cidades onde o partido se apresenta com reais condições na disputa”.
Cidades onde Armando estará presente na campanha
Armando Monteiro – “Dependendo de nossa vontade espero poder estar presente em todos os municípios onde o partido tem candidatura própria. Vamos fazer este esforço ao longo dos próximos meses, até o final da campanha, para emprestar esta solidariedade aos nossos companheiros. Mas não vamos nos limitar apenas a visitar os municípios onde o próprio PTB tem candidatura. Vamos também apoiar os candidatos da Frente Popular em vários municípios de Pernambuco onde o partido não está encabeçando a chapa, mas estamos em composições, às vezes apresentando o candidato a vice-prefeito, e prestigiando também os candidatos proporcionais do PTB. Porque o PTB espera poder eleger uns 250 vereadores em todo o Estado.
Sem deixar também de referir que no Recife o partido tem uma chapa proporcional forte. Hoje o PTB tem três vereadores com mandato, todos campeões de votos, Antônio Luiz Neto, Carlos Gueiros, Eduardo Marques, que têm uma grande densidade eleitoral no Recife. Então, vamos fazer este esforço ao longo dos próximos meses, para estar presentes e construirmos uma vitória da Frente Popular, assegurando também um bom desempenho do nosso partido”.
Assessoria de imprensa.

O XADREZ POLÍTICO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2012 NO RECIFE: A " eduardolização" da política pernambucana.


O XADREZ POLÍTICO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2012 NO RECIFE: A “eduardolização” da política pernambucana.


José Luiz Gomes escreve:

                                   O ex-presidente da Coca-Cola para a América Latina, Vicente Fox, venceu as eleições para a Presidência do México, em 2000, desbancando uma hegemonia de mais de 71 anos de controle da máquina pública mexicana pelo PRI, Partido da Revolução Institucional. Os “enclaves” patrimonialistas se faziam presente em todos os setores da administração pública daquele país, exalando sua “inhaca” característica. A situação era tão complexa no que concerne à tecnologia de gerenciamento da máquina que, ao anunciar o seu ministério, Vicente Fox causou uma grande surpresa à sociedade mexicana, ávida por corrigir essas distorções entre interesse público e negócios privados. Havia mais gente do PRI do que do PAN, Partido Ação Nacional, o seu partido. Com a sua experiência de administrador, ele teria percebido as dificuldades de “tocar” uma máquina pública complexa, sem o “azeite” dos atores que foram treinados para fazê-lo.

                                   Esse fenômeno político ficou conhecido como “mexicanização da política”. Sempre que alguma coligação ou partido permanece muito tempo no poder, ele é invocado. Até recentemente, o ex-governador Roberto Magalhães se referia ao mesmo, ao comentar sobre a fragilização da oposição no Brasil, “encilhada” diante da hegemonia de poder que se construiu em torno da coligação que dá sustentação aos governos do PT. As fotos onde o ex-presidente Lula aparece apertando a mão de Paulo Maluf, certamente, não surpreenderam o ex-governador.

                                   Na província, em razão das intensas movimentações do governador Eduardo Campos sobre os redutos da “oposição”, inspirou-nos a cunhar um adjetivo para explicar o fenômeno, o da “eduardolização da política pernambucana”, numa referência à hegemonia de poder que o governador trabalha para consolidar no Estado. No nosso Blog do Jolugue, fizemos várias postagens sobre o assunto. Esse fenômeno ficava ainda mais claro quando o governador ainda mantinha o PT como um aliado, isolando ou cooptando setores conservadores da política pernambucana – caso de antigos membros do DEM – para o seu projeto. Sua última conquista foi o senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, ancorada, sobretudo, nos seus planos presidenciais, até então um ferrenho opositor tanto no plano estadual quanto no federal, não poupando críticas à gestão de Lula e Dilma Rousseff.  

                                   Em Pernambuco, fomos os primeiros a alertar, através de artigos publicados no Blog, sobre uma incipiente aproximação entre o PMDB e o PSB, até então no plano nacional, com o aval de suas principais lideranças, construindo uma nova correlação de forças políticas, visando, evidentemente, o jogo das eleições presidenciais de 2014 e seguintes. O PMDB, todos sabem, é aquele amigo indesejável, mas fundamental para quem aspira a Presidência da República, em razão de seus tentáculos  presentes em todos os rincões do país, conferindo-lhes uma moeda de capilaridade política estratégica.  

                                   Até recentemente, o discurso de Eduardo Campos, além de invocar o modelo inovador de gestão da máquina pública – reconhecidas e premiados pela ONU – também enfatizava a necessidade de mudança de costumes políticos arraigados na sociedade brasileira, comandados por elites políticas carcomidas, que se apropriam da máquina pública e as gerenciam consoante seus interesses, nomeando cargos de confiança e, não raro, desviando recursos públicos. O governador, inclusive, era um entusiasta dos chamados “comitês de busca”, um mecanismo que - apesar de exigir alguns aperfeiçoamentos – trata-se de um dispositivo mais republicano de escolha de gestores públicos. Alinhavado com o PMDB, esse discurso soa absolutamente inócuo. Aquele encontro entre ele e Sarney, sugerido pelo Blog do Jolugue, se houver, será para assegurar que os interesses feudais do coronel não serão atingidos no seu Governo.

                                   As costuras envolvem, conforme já afirmamos a alta cúpula das duas agremiações. Michel Temer, que recentemente esteve no Recife para prestigiar a festa de aniversário de Raul Henry, pontuou, inclusive, a sua disposição de passar vaselina na relação, até então trincada, com o senador Jarbas Vasconcelos, solidarizando-se em relação  à sua aproximação com Eduardo Campos. Pontualmente, nos Estados, a vaselina política já vem trazendo seus resultados. No Ceará, os Ferreira Gomes conseguiram celebrar uma aliança com o senador Eunício Olivieira, do PMDB. Eunício apoia o nome do PSB às eleições municipais deste ano - concorrendo com o candidato da prefeita Luizianne Lins, do PT, Elmano Freitas. Em troca, Eunício terá o apoio do partido nas eleições de 2014, quando deverá disputar o Governo do Estado.

                                   Até mesmo no Estado da Paraíba, cuja movimentação política acompanhamos de perto, no início do ano, já se comentava sobre possíveis encontros secretos entre arqui-inimigos da política local, como o senador Cássio Cunha Lima - naquele Estado um aliado do governador Ricardo Coutinho, do PSB – e uma velha raposa da política no Estado, José Maranhão, cujo Governo foi duramente atacado pelo PSB durante a última campanha. As animosidades entre ambos teriam atingidos até a esfera federal. Comenta-se, nas coxias, que Ricardo Coutinho teria entregue a “ficha” de José Maranhão a Dilma Rousseff, levando a presidente a vetar seu nome para vários cargos no Governo Federal, indicado que fora pelos caciques da legenda.

                                   Não se pode afirmar que em Pernambuco as motivações entre Jarbas Vasconcelos e o governador Eduardo Campos tenham sido, exclusivamente, determinadas pelo contexto nacional. Há, evidentemente, alguns ingredientes de natureza local. Até recentemente, antes de anunciar o apoio do PMDB à candidatura de Geraldo Júlio – Jarbas fazia questão de anunciar que disputaria votos com o governador em diversas praças, inclusive no Recife. A candidatura de Geraldo Júlio,  entretanto, provocou uma profunda rearrumação na correlação de forças locais, isolando o PT, inviabilizando o chamado “Grupo Alternativo”, levando a oposição a revê suas estratégias.

                                   Diante desse novo cenário, surgiu a proposta de uma candidatura de consenso, construída entre o PPS, DEM, PSDB e PMDB, com o candidato Raul Henry propondo chegar a esse consenso, abdicando de encabeçar a chapa, em favor de algum aliado. Como isso não teria sido possível, seu padrinho político deu carta branca para que ele negociasse o apoio à candidatura de Geraldo Júlio, selando uma aliança formal entre o PMDB e o PSB, em reuniões com o próprio governador.

                                   As movimentações políticas dos últimos dias geraram muitas notas das agremiações políticas. A última delas, a de Raul Henry, parece-nos um revival de um debate acirrada que tivemos o prazer de acompanhar na Fundação Joaquim Nabuco, no momento das articulações em torno da construção da União por Pernambuco, entre jarbistas históricos e próceres representantes do PFL. Emblematicamente, é como se Raul estivesse comunicando a Mendonça Filho que Jarbas estivesse voltando para onde jamais deveria ter saído, depois de uma tumultuada convivência com o que há de mais retrógrado na política pernambucana. Raul é um gentleman, mas dessa vez não se conteve em externar algumas verdades inconvenientes.

                                   Afora José Arlindo – que se opôs ao apoio do candidato do PMDB ao candidato do PSB, sem que se entenda, ainda, seus argumentos – a consolidação da aliança entre Jarbas e Eduardo foi muito festejada por alguns atores políticos relevantes, como o ex-ministro da Justiça e ex-presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Fernando Lyra, um observador arguto do nosso cenário político. Na opinião de Fernando Lyra, Jarbas estava apenas fazendo o caminho de volta, pois sempre esteve do lado de cá.  

                                   Candidaturas postas, alianças formalizadas, agora chega o momento de analisar alguns aspectos do cenário político das eleições de 2012. Várias questões estão em jogo, como o isolamento do PT da Frente Popular; a potencialidade da candidatura de Geraldo Júlio, muito mal avaliada pelo PT; as relações entre Eduardo Campos e Lula, após essas rusgas políticas entre PT e PSB; o momento delicado vivido pelo Partido dos Trabalhadores em Pernambuco, cindido, isolado, com uma avaliação temerária de sua gestão à frente do Palácio Antonio Farias.

                                   Em entrevista a uma rádio local, o Cientista Político Michel Zaidan alertou para um fenômeno que estava se desenhando nas eleições deste ano: o da “nacionalização” das decisões políticas sobre as quadras políticas locais. No Recife, por exemplo, a candidatura do senador Humberto Costa foi imposta pela Executiva Nacional da agremiação, sendo referendada pelo Diretório Nacional, que julgou improcedente o recurso de João da Costa, apesar de sua vitória nas disputas internas da agremiação.

                                   Comenta-se, à boca miúda, que a eminência parda do PT, José Dirceu, chegou a comemorar a indicação de Humberto Costa, considerando-o um nome que poderia se contrapor à hegemonia de Eduardo Campo, raciocinando, sobretudo, em termos dos cenários nacionais que se aproximam, onde o “Moleque” dos Jardins da Fundação Joaquim Nabuco apresenta-se como um potencial adversário. O PT conseguiu a proeza de desagradar a todo mundo com o seu processo arbitrário e intervencionista de decisão, desrespeitando as manifestações legítimas dos seus militantes.

                                   Mesmo num cenário de muito blefe, é possível acreditar que, de fato, durante um determinado momento, Eduardo Campos poderia emprestar apoio a um candidato do PT, fosse ele quem fosse. Dada as suas amarras à aliança com o PT – também não se pode elidir a condição de gratidão do governador – essa possibilidade seria perfeitamente possível. Durante a agudeza da crise entre as duas agremiações, o próprio senador Humberto Costa remontou aos momentos de grandes adversidades do governador, onde o PT nunca lhes faltou. O apoio do PT aos Arraes, aliás, vem de longas datas, conforme reafirmou o senador.

                                   Eduardo nunca pôs a mão na cumbuca petista, mas preparou-se para possíveis eventualidades, evitando ser pego de surpresa. Algumas alternativas construídas nos fornos do Campo das Princesas – como o nome do secretário de Governo Maurício Rands – poderia trazer a paz entre as duas legendas. Infelizmente, as circunstâncias políticas conduziram a um processo de agravamento da crise petista, aguçando o senso de oportunidade de Eduardo Campos de fincar uma estaca no PSB na capital pernambucana, antecipando as cisões na coalizão política da Frente Popular, previstas para 2014, quando Eduardo deveria enunciar a hipótese improvável de “ungir” algum petista para sucedê-lo no Campo das Princesas.

                                   Há quem perceba no ritmo de movimentações de Eduardo Campos o prenúncio de uma possível antecipação do seu projeto presidencial para 2014, o que não acreditamos. Nem os problemas com o potencial candidato do PSDB, Aécio Neves, nem a crise econômica ou o desgaste do julgamento do Mensalão seriam suficientes para turvar o “feeling” político de Eduardo Campos, como nos parece que vem ocorrendo com Lula. Acordos celebrados, inclusive com o ex-presidente, foram construídos dentro de outro prisma, trazendo-o, quem sabe, eventualmente, como vice dos próceres petistas. Não há indícios de que a centrífuga de forças antipetistas que gravitam em torno do governador teriam as condições, no momento, de afastá-lo dos projetos do partido no plano nacional. O que ocorreu em Pernambuco, portanto, não será suficiente para proporcionar uma ruptura entre ele, Lula e Dilma Rousseff, embora devam estar em palanques opostos no Recife. Ganhe Humberto Costa, um velho aliado de Lula, ou Geraldo Júlio, no plano da campanha presidencial, é perfeitamente possível que as forças hegemônicas hoje no poder continuem contando com o apoio do Estado. Agora, se o cenário mudar, Eduardo, como sempre, saca a carta que carrega na manga. É um ator político com uma das maiores margens de manobra no atual cenário da política brasileira. Afinal, como dizia uma velha raposa da política mineira, política é como as nuvens. Dificilmente olhamos duas vezes e contemplamos o mesmo cenário.

                                   A candidatura de Geraldo Júlio nasce sob um signo político bastante positivo, apesar das ironias petistas ancoradas em uma longa matéria publicada pelo Diário de Pernambuco. Apoiada pelas duas maiores lideranças políticas do Estado, viabilizada politicamente pelos partidos que compõem a Frente Popular – com o concurso do PMDB – e com um grande potencial de crescimento eleitoral, consoante expectativas manifestadas pelo eleitorado recifense, aferidas em pesquisas encomendadas pelo próprio PSB.

                                   Após as medidas duras adotadas pelo Governador Eduardo Campos, o PT assumiu um tom mais conciliador, acreditando, inclusive, que a intervenção de Lula pudesse reverter o quadro político no Estado. Como o quadro dificilmente será revertido, o partido já se reuniu e dessa reunião é quase certo que saia a decisão de entregar as secretarias que ocupam no Governo de Eduardo, marcando, em definitivo, o rompimento entre as duas legendas no Estado.

                                   Originalmente um partido com uma forte inserção nos movimentos sociais organizados – portanto um partido orgânico, embora essa característica venha sendo subtraída em nome do interesse de uma aristocracia partidária – o PT ainda possui uma base social nada desprezível. Essa característica, aliada aos 12 anos no comando do Palácio Antonio Farias, pode explicar o desempenho do senador Humberto Costa na última pesquisa realizada pelo Instituto Maurício de Nassau, onde ele aparece com 35% das intenções de voto. Como afirmam alguns analistas, por baixo, o partido deve levar seu postulante a um segundo turno.

                                   O PT enfrenta um grande problema no Recife. A população parece exausta e nenhum pouco tolerante com essas brigas internas da agremiação. É complicado eleger alguém para “cuidar da cidade” e esse gestor ser fustigado constantemente pelo “fogo amigo”, não raro, bem mais cortante do que o dos adversários. O Recife é uma cidade com demandas urgentes e complexas para serem resolvidas e perde-se muito tempo com essas querelas. Há problemas com as intervenções urbanas, com a mobilidade, com a saúde, com a educação, segurança.

                                   Outra questão que se apresenta é a exaustão do “modo petista de governar”, um mote muito bem explorado pelo PSB, tanto aqui quanto em Fortaleza. Justificando uma candidatura própria em Fortaleza, Cid Gomes afirmou, com todas as tintas, que apoiar Elmano Freitas, o candidato de Luizianne Lins, seria referendar a continuidade de um modelo gerencial temerário da máquina pública. Torna-se necessário que o PT avalie com bastante objetividade essa questão, uma vez que é preciso construir um discurso convincente sobre o assunto. João Paulo chegou a fazer algumas críticas ao seu sucessor sobre uma possível ruptura do modelo de gestão; João da Costa reafirmava constantemente que deu sequência ao modelo; Humberto Costa, para fazer média com João da Costa, depois de escolhido como candidato, passou a defender a gestão do prefeito, apontando apenas motivações políticas para as divergências. Quem, afinal, tem razão?

                                   Diante do “inimigo externo”, que até recentemente dormia junto, a tendência é que o PT reavalie suas práticas, proporcionando a possibilidade de uma união na adversidade. Apesar das mágoas, é possível que o partido construa essa unidade, sob pena de jogar 12 anos de mandato no Rio Capibaribe, como afirmou Francisco Rocha da Silva, o Rochinha, recentemente. Eles que não tiveram nenhuma cerimônia em atirar o matuto naquelas águas.











           

                                  

                                    

                                  

terça-feira, 26 de junho de 2012

Análise: Entre a paixão e a razão política: Argumentos sobre a aliança entre PP e PT em São Paulo.

Marco Antonio Carvalho Teixeira*
A aliança eleitoral entre o PT e o PP em São Paulo chamou atenção pelo fato de juntar Maluf e Lula em prol da candidatura Fernando Haddad. Todavia, quando se busca compreender os motivos dessa aproximação apenas com base nos atores individuais corre-se o risco de conclusões enviesadas caso seja escamoteado o fato de que os dois partidos estão numa rota de consolidação de relações políticas que se iniciou em 2003 com a posse de Lula. Quem pretende entender essa aproximação apenas com base na movimentação de pessoas (Lula e Maluf) provavelmente vai concluir pela existência de uma grande incoerência política. Entretanto, quando se analisa sob a ótica do comportamento dos dois partidos a conclusão pode ser outra. Esse artigo busca juntar os dois argumentos, trazendo inicialmente dados sobre as trajetórias históricas de Maluf e do PT no município de São Paulo e posteriormente destaca a movimentação dos partidos em âmbito nacional e como isso pode ter influenciado a política local.
O malufismo e o petismo possuem, respectivamente, trajetórias e projetos políticos bem distintos. Sempre se digladiaram pela conquista da prefeitura de São Paulo entre 1988 e 2000 em situações que beiravam a intolerância recíproca. Derrotado por Luiza Erundina em 1988, o grupo malufista mobilizou todos os instrumentos políticos disponíveis para desgastá-la. O apoio de conselheiros do Tribunal de Contas do Município na rejeição, por três vezes, da prestação anual de contas da prefeitura é apenas um dos exemplos. Adversário do PT em 1992, Maluf adotou uma estratégia notoriamente antipetista, o jingle cuja frase “a gente não tem nada contra o Suplicy, nós não queremos o PT mandando aqui” foi o principal mote de sua campanha. Vitorioso, imprimiu adesivos que logo começaram a circular em veículos com os seguintes dizeres “sorria o PT não manda mais aqui”. O clima hostil entre ambos continuou sendo a tônica das eleições municipais de 1996 quando Celso Pitta, seu afilhado, elegeu-se prefeito. Naquele momento Paulo Maluf tinha grande prestígio nacional e candidatou-se ao governo de São Paulo. Apoiou FHC contra Lula e promoveu uma cizânia no PSDB quando seu comitê de campanha espalhou outdoors com fotos sua, do seu vice e de Fernando Henrique, onde o então presidente da República supostamente estaria lhe apoiando. Com o desgaste generalizado do governo Pitta, Maluf acabou se candidatando a prefeito em 2000 num embate com Marta Suplicy. A petista saiu vitoriosa com o apoio do PSDB. A disputa foi marcada pela agressividade mútua e Marta chegou a chama-lo, publicamente, de nefasto. Candidata à reeleição em 2004, Marta acabou sendo apoiada por Maluf no segundo turno contra a dupla Serra-Kassab, apesar de utilizar em seu jingle acusações de que Kassab nascera malufista e trabalhara no governo Pitta.
Quais fatores explicam essa mudança brusca na relação de Paulo Maluf com o PT? Questões como a aproximação do PP com o PT em âmbito nacional e o enfraquecimento de Maluf como liderança política após sucessivas derrotas eleitorais para o Executivo que o torna mais um político de partido do que alguém que controla a legenda são pontos a serem considerados.
O Partido Progressista passa a integrar a base de apoio do governo federal desde 2003 com a posse de Lula. Essa relação se consolidou quando o PP assumiu o controle do Ministério das Cidades no decorrer do primeiro mandato de Lula. Em 2006, o partido apoiou a reeleição Lula e desde então vem se mantendo no governo, à frente do Ministério das Cidades, inclusive no governo Dilma. Em pesquisa realizada pelo cientista político Humberto Dantas é possível verificar que a aproximação entre PP e PT também vem se fortalecendo no plano eleitoral. Nas eleições municipais de 2008, os dois partidos estiveram coligados em 1.356 municípios, o que, segundo Dantas, representou um crescimento de 482% se comparado com as parcerias realizadas por esses dois partidos nas eleições municipais de 2000.
A relação política entre o PP e o PT também pode ser avaliada pelo grau de fidelidade do partido ao governo no plano federal. Nesse aspecto, os dados revelados pelo Basômetro são valiosos. A taxa de lealdade do PP ao governo Dilma é de 92% desde a sua posse (figura 1). Assim como ocorreu durante o governo Lula, o deputado Jair Bolsonaro, por razões que são de domínio público, parece ser a única voz dissonante ao votar de maneira mais sistemática contra projetos de interesse do governo Dilma. Na Câmara Federal, o PP é o terceiro partido mais fiel ao atual governo, empatado com o PSB. A taxa de governismo do deputado Paulo Maluf ao atual governo petista é de 89%.
No Senado, a taxa de lealdade do PP ao governo federal atinge 90%, sendo o quinto partido mais fiel (figura 2). A fidelidade média do PP só é superada pela do próprio PT, PC do B, PSB e o PSD, e empata com a do PTB.
Portanto, é possível aceitar argumentos dos dois lados. Os críticos tem razão quando se baseiam nas diferenças de trajetória e no sentimento antipetista quase que inerente ao malufismo. Entretanto, essa posição não se justifica quando a crítica se origina do PSDB e seus aliados. O PP (por meio da sua principal liderança) faz parte do governo Alckmin e de sua base de apoio no Legislativo como também compõe a bancada de sustentação política ao governo Kassab. Existem evidências de que Maluf estaria antes fechado com o apoio a Serra para essas eleições e que os acordos nacionais acabaram pesando nessa mudança.
Também são muito plausíveis os argumentos de que essa é uma aliança partidária e que Maluf inevitavelmente faz parte do pacote como principal liderança do PP em São Paulo. Além do plano federal, o PP governa com o PT o estado da Bahia e apoia governos petistas em outros estados e municípios. Como visto, assim como existem lideranças individuais, partidos também atuam no cenário e (ainda) fazem alguma diferença.
* Cientista político e professor da FGV-SP.
O Estado de São Paulo

domingo, 24 de junho de 2012

O Globo traz matéria sobre a "Casa da Morte", confirmada por Cláudio Guerra.


RIO — Depois de cinco horas de conversa, o velho oficial estava livre de um dos mais bem guardados segredos do regime militar: o propósito e a rotina do aparelho clandestino mantido nos anos 1970 pelo Centro de Informações do Exército (CIE) em Petrópolis, conhecido na literatura dos anos de chumbo como “Casa da Morte”, onde podem ter sido executados pelo menos 22 presos políticos. Passados quase 40 anos, um dos agentes que atuaram na casa, o tenente-coronel reformado Paulo Malhães, de 74 anos, o “Doutor Pablo” dos porões, quebrou o silêncio sobre o assunto.
No jargão do regime, revelou Malhães, a casa era chamada de centro de conveniência e servia para pressionar os presos a mudar de lado e virar informantes infiltrados, ou RX, outra gíria dos agentes. O oficial não usa a palavra tortura, mas deixa clara a crueldade dos métodos usados para convencer os presos:
— Para virar alguém, tinha que destruir convicções sobre comunismo. Em geral no papo, quase todos os meus viraram. Claro que a gente dava sustos, e o susto era sempre a morte. A casa de Petrópolis era para isso. Uma casa de conveniência, como a gente chamava.
As equipes do CIE, afirmou, trabalhavam individualmente, cada qual levando o seu preso, com o objetivo de cooptá-lo. O oficial disse que a libertação de Inês Etienne Romeu, a única presa sobrevivente da casa, foi um erro dos agentes, que teriam sido enganados por ela, acreditando que aceitara a condição de infiltrada.
Malhães só não contou o que era feito com os que resistiram à pressão para trair. Diante da pergunta, ficou em silêncio e, em seguida, lembrou que nada na casa de Petrópolis era feito à revelia dos superiores. As equipes relatavam e esperavam pela voz do comando:
— Se era o fim da linha? Podia ser, mas não era ali que determinava.
(...)
O oficial disse que as táticas para cooptar e formar os infiltrados variavam, e cada um deles era detalhadamente estudado antes da abordagem, tanto sua ideologia como a família. Malhães disse que chegou a ficar preso por 30 dias numa cadeia, disfarçado, em tentativa de arregimentar um RX. Depois que os presos mudavam de posição, eles eram filmados delatando os companheiros. No depoimento sobre os cem dias que passou na casa, Inês Etienne relatou que fingiu ser uma infiltrada e foi filmada contando dinheiro e assinando um contrato com seus algozes.
Sobre o destino de alguns nomes de presos, que arquivos ou testemunhas apontam que estiveram na Casa da Morte, ele disse que o ex-deputado federal Rubens Paiva não passou por lá, mas admitiu ter visto Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, comandante da VAR-Palmares desaparecido em fevereiro de 1971.
— O Beto talvez tenha conhecido — informou.
Questionado novamente se os militantes da luta armada eram assassinados, ele respondeu:
— Se ele deu depoimento, mas a estrutura (da organização guerrilheira) não caiu, ele pode ter sofrido as consequências.
Autor do livro Memórias de uma Guerra Suja, o ex-diretor do DOPS Claudio Guerra confirmou a versão e o convocou a esclarecer a verdade. Leia trecho publicado no site do livro:
Claudio Guerra confirma revelações ao jornal O Globo do Coronel Malhães – o Doutor Pablo – e o convoca para ajudar na Comissão da Verdade.
O ex-delegado do DOPS disse também que esteve junto com Doutor Pablo na luta contra a esquerda, mas que agora é hora de ter a mesma coragem para contar a verdade.
Guerra diz que o Coronel Malhães ainda tem muita coisa para contar e se ele se deixar fotografar muitos ex-presos políticos vão reconhecê-lo.
“Faço um pedido ao Coronel para sentarmos e conversarmos já que ele não falou nada e tem muita coisa pra falar. Foi um grande passo e é efeito do livro Memórias de Uma Guerra Suja”, diz Guerra.
- Faço um pedido à Comissão da Verdade e ao coronel Manhães. Vamos sentar, conversar e ajudar a esclarecer a verdade. Agora nossa missão é essa!

 

sábado, 23 de junho de 2012

Realpolitik, artigo da senadora Marta Suplicy




Realpolitik

Os sentimentos de indignação, insatisfação e, por fim, impotência estão fazendo com que uma parcela grande das pessoas se desinteresse pela política

23 de Junho de 2012 às 12:21

Marta Suplicy


O modelo "realpolitik" se esgotou e parece que nem todos estão percebendo. Não dá mais para viver essa praga que se entranhou no sistema político brasileiro. Erva daninha que corrói valores, exclui a participação, nega a democracia, desestimula o mérito e ignora a ética.
Nascida na Alemanha, a expressão "realpolitik", segundo Luis Fernando Verissimo, é um termo invocado quando um acordo ou arranjo político agride o bom-senso ou a moral.
Os cidadãos eleitores, que ainda se dão ao trabalho de acompanhar a política, não suportam mais essa prática. Podem até entender a necessidade das composições, alianças e acordos que se tornaram imprescindíveis no Brasil muito em função do nosso sistema eleitoral, do número de partidos e do quanto tornou-se precioso o tempo de TV.
Os que criticam essa modalidade e as formas de fazer política, vistas como "normais" há décadas, têm hoje consciência de que elas são um terrível mal que compromete a ação de governar. Mas quando, pela sua simbologia, ferem os limites do bom-senso e têm a marca do estapafúrdio, tornam-se incompreensíveis para a população e são por ela rechaçadas. Encontram-se além dos limites da própria "realpolitik".
Os sentimentos de indignação, insatisfação e, por fim, impotência estão fazendo com que uma parcela grande das pessoas se desinteresse pela política. A maioria dos jovens quer distância. E o povo, mais escolado, começa a achar "tudo igual", o que acaba provocando o mesmo desinteresse.
A luta pela democracia no Brasil conseguiu eletrizar forças e corações que não suportavam viver num país sob ditadura. Cada um reagiu à sua maneira. Mas muitos morreram e sofreram pela liberdade. Esse resgate da democracia é tão importante que não poderia ter sido contaminado por práticas seculares que nos acorrentam à uma malfadada forma de fazer política. Esta mesma que aliena o povo que se vê --e se sente-- excluído e desrespeitado.
Mas nem tudo está perdido. Tem gente formulando, e outros remoendo, novas práticas e métodos, buscando diferentes formas e canais de interação social e política. Um novo modelo que contemple e dialogue com os vários segmentos e forças heterogêneas da sociedade. Uma construção distante dos métodos agonizantes e ultrapassados que ainda hoje vigoram. Uma transição necessária, e imprescindível, que já passou da hora de acontecer.
Não está claro como, e em quanto tempo, se dará o nosso processo de libertação da chamada "realpolitik". Mas, que esse sistema político e eleitoral que vivemos chegou à exaustão, tenho clareza."
Artigo da senadora Marta Suplicy, publicado originalmente no www.brasil247.com.br

A resposta do PT à carta do PSB



Aos partidos da Frente Popular de Pernambuco
Recife, 22 de junho de 2012

- Após tomar conhecimento pela imprensa da carta enviada ontem pelo PSB sobre as eleições municipais no Recife, o Partido dos Trabalhadores vem reafirmar a pré-candidatura do senador Humberto Costa à Prefeitura.
- Defendemos o nome de Humberto Costa para a disputa à PCR por considerá-lo o melhor quadro para continuar o projeto que tem feito o Recife avançar desde a vitória do ex-prefeito João Paulo, em 2000, o que deu condições para o ressurgimento da Frente Popular como vemos hoje.
- Humberto é um dos nomes mais competentes do PT, tem experiência política como vereador, deputado estadual, deputado federal e agora como senador da República, e também administrativa, como secretário de Saúde do Recife, secretário estadual das Cidades e ministro da Saúde do Governo Lula.
- Nas últimas décadas, o PT tem feito incontáveis gestos de unidade e solidariedade ao PSB. Como por exemplo, em 1994, com o apoio ao nome de Miguel Arraes para o Governo do Estado; em 1998, com a aliança entre o socialista e Humberto para a disputa majoritária de governo e senado; e em 2006, com o fato mais importante, o apoio do PT no segundo turno, que ajudou a levar o PSB à vitória naquelas eleições. O PT também reconhece os gestos políticos feitos pelos socialistas ao longo desse tempo e espera a continuidade desta parceria política.
- O PT nunca faltou ao governo do PSB no Estado, dando sustentação política (Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado), contribuindo com a interlocução com os movimentos sociais e participando com quadros expressivos do partido no Governo Estadual. Ressaltamos ainda os inúmeros investimentos federais trazidos para Pernambuco pelos governos Lula e Dilma, como a Refinaria Abreu e Lima, o Estaleiro Atlântico Sul, a Transnordestina, entre outros que demonstram a importância da parceria política e administrativa existente entre o PT e o PSB.
- A Frente Popular tem, acima de tudo, conteúdo político e programático associado fortemente com as lutas populares e democráticas, sendo o PT defensor incondicional da sua continuidade, comandada no Estado pelo PSB e no Recife pelo PT, e segue firme acreditando que este projeto vai continuar mudando o Recife, Pernambuco e o Brasil.
Pedro Eugênio
Presidente Estadual do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco

PT já enxerga Eduardo Campos como potencial pretendente à vaga de Dilma Rousseff em 2014.



A movimentação de Eduardo Campos acendeu o pavio do petismo. O fósforo foi riscado na eleição municipal de Recife. O PT federal dividiu-se. Um pedaço acha que o mandachuva do PSB tornou-se um aliado paradoxal. Outro grupo crê que ele já virou um estorvo. As duas alas unificam-se na conclusão: por trás do vaivém, esconde-se um projeto alternativo à reeleição de Dilma Rousseff.
Sob a presidência de Eduardo Campos, o PSB sempre foi um parceiro conflituoso. Nos dois mandatos de Lula, questionava a “hegemonia conservadora” atribuída ao PT e ao PMDB na coligação. Na gestão de Dilma, adornada com a presença de Michel Temer na vice, o incômodo aumentou. A perspectiva de repetição da chapa Dilma-Temer em 2014 transformou a pregação num cavalo de batalha.
Até aqui, o PT trabalhava com a hipótese de que Eduardo estivesse jogando um jogo de dois tempos. No primeiro, tentaria virar o vice de Dilma em 2014. No segundo, iria a campo como presidenciável em 2018. Agora, o petismo rumina a suspeita de que o governador pernambucano tenta queimar a primeira etapa. O sonho da Presidência lhe teria subido à cabeça.
O que mais inquieta os operadores do PT são as informações que lhes chegam sobre as análises que Eduardo sussurra em suas conversas privadas. O governador estima que a crise econômica será maior do que a capacidade de Dilma de gerenciá-la. Prevê que, em seis meses, os efeitos da ruína europeia começarão a ser sentidos no mercado de trabalho brasileiro.
A política é feita de apostas. Mas dissemina-se no PT a impressão de que Eduardo contraria a fama de articulador tarimbado e mete-se numa aposta perdida ao escorar seu projeto pessoal no infortúnio de Dilma. Erra ao supor que, confirmando-se o seu vaticínio, Lula não terá saúde para uma nova candidatura. Erra de novo ao desconsiderar que Dilma pode prevalecer sobre a crise, deixando-o na posição do jogador que levanta da mesa sem dinheiro para o táxi.
Ao empurrar o PSB para dentro da coligação petista de Fernando Haddad em São Paulo, Eduardo rolou sua dívida de gratidão com Lula, um amigo que, enquanto esteve no Planalto, privilegiou Pernambuco no rateio das verbas federais. Ao refugar a candidatura petista de Humberto Costa em Recife, o governador como que reiterou que não nutre pelo PT o apreço que devota ao líder supremo da legenda.
De resto, ficou entendido que, na hora de escolher um sucessor para o governo de Pernambuco, Eduardo não deve buscar o nome nos quadros do PT. A exemplo do que fez agora ao fabricar um candidato de última hora à prefeitura de Recife –Geraldo Júlio (PSB)— o governador tende a acionar seu laboratório em 2014.
Nesta temporada de 2012, as provetas de Eduardo deixaram o PT indignado e a oposição perplexa. Na noite passada, reuniram-se os quatro candidatos da oposição à prefeitura de Recife: Mendonça Filho (DEM), Raul Henry (PMDB), Daniel Coelho (PSDB) e Raul Jungmann (PPS). Participou da conversa o deputado Sérgio Guerra, presidente do PSDB federal.
O encontro teve o propósito de reabrir o debate sobre a conveniência de a oposição unificar-se em torno de um candidato único. Alguém capaz de evitar que o segundo turno seja travado entre o PT e o PSB. Após mais de duas horas de reunião, não se chegou a nenhum acordo. A negociação será retomada neste sábado (23), dessa vez sem a presença dos candidatos.
Simultaneamente, Eduardo flerta com a ideia de atrair para o palanque do seu candidato, Eduardo Júlio, o postulante do PMDB, Raul Henriy –um deputado submetido à liderança do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Oposicionista ácido em Brasília, Jarbas reaproximou-se de Eduardo na cena pernambucana.
Numa das conversas reservadas que manteve com Eduardo, Jarbas disse ao interlocutor que ele teria de se romper com o PT se quisesse alçar voos mais altos no plano federal. Para desassossego do petismo, os tambores do rompimento começam a soar antes do imaginado.

Jornalista Josias de Souza, Portal UOL.

Nota do Editor: O lançamento da candidatura de Geraldo Júlio - um técnico bastante identificado com a gestão exitosa da máquina pública estadual - sugere, como propõe o articulista - uma rearrumação das forças políticas no Recife, visando as próximas eleições municipais, e, igualmente, algumas sinalizações: a) A confirmação de que, dificilmente, Eduardo Campos entregará a "joia da coroa" para ser gerida por um petista. Politicamente não seria interessante para Eduardo - em flagrante processo de disputa política com o PT - e, administrativamente, o PT não reúne condições de "tocar" a máquina estadual consoante os bons resultados alcançados, fundamental para os planos presidenciais do "Moleque" dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco. Consideramos precipitado pensar, entretanto, como alguns petistas estão sugerindo, que os planos presidenciais de Eduardo Campos poderiam ser antecipados para 2014. A mordida da "Mosca Azul" não teria sido suficiente para afetar o feeling político de Eduardo Campos. 

Íntegra da carta onde o PSB lança a candidatura de Geraldo Júlio



Recife, 20 de junho de 2012

Senhor Presidente:

Diante do iminente risco de fragmentação da Frente Popular do Recife, e da responsabilidade quetemos, todos nós, de garantir a integridade desta força política que há muitos anos assegura vitóriasexpressivas ao povo recifense e pernambucano, o PSB iniciou entendimentos com os partidosaliados com o propósito de manter a unidade da Frente e fazer avançar um projeto político eadministrativo inovador para nossa cidade.Deste processo de consultas resultou a decisão de apresentar à consideração dos partidos aliados onome do administrador público Geraldo Júlio de Mello Filho, ex-secretário estadual dePlanejamento e Gestão e ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, para representar aFrente Popular do Recife nas eleições para prefeito da capital pernambucana no próximo mês deoutubro.Servidor concursado do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, Geraldo Júlio temcapacidade de planejar e de realizar, como demonstrou ao coordenar, entre outros programas, oPacto pela Vida, o modelo de gestão do Governo do Estado e a política de atração de grandesempreendimentos para Pernambuco.Temos a convicção de que a candidatura de Geraldo Júlio, representando a Frente Popular doRecife, assegurará a vitória das forças populares que há mais de meio século têm operado mudançasfundamentais na vida dos brasileiros, dos pernambucanos e dos recifenses.A experiência acumulada pela Frente Popular no Governo do Estado, que elevou Pernambuco anovo patamar de desenvolvimento, será aprofundada na Prefeitura da Cidade do Recife, em benefício da qualidade de vida de todos os segmentos sociais.Construída e consolidada a partir da unidade do povo, pela qual o PSB historicamente sempre seempenhou, a unidade da Frente Popular do Recife será responsável pela vitória em outubro e peloexercício de um governo comprometido com o crescimento econômico, a inclusão social e orespeito ao meio ambiente.Por fim, manifestamos a Vossa Senhoria o reconhecimento do Partido Socialista Brasileiro àconfiança manifestada em momento decisivo na história das forças políticas por nós representadas.Com as nossas saudações,
Danilo Cabral
Presidente do Diretório Municipal do Recife do PSB
Tadeu Alencar
Vice-Presidente do Diretório Estadual de Pernambuco do PSB
Sileno Guedes
Presidente do Diretório Estadual de Pernambuco do PSB

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Ainda as fotos da discórdia: Haddad e Maluf.


Atendendo ao pedido da leitora Elisângela Almeida, publicamos a foto onde o deputado Paulo Maluf aparece afagando a cabeleira do ex-Ministro da Educação, Fernando Haddad, na mesma cerimônia onde teria sido selada a aliança entre o PP e o PT, fato que alcançou uma enorme repercussão na mídia. Aliás, Elisângela,  um desconfortável, Haddad. Um grande abraço do Blog do Jolugue.

Geraldo Júlio deve concorrer à Prefeitura do Recife, pelo PSB.


Nas próximas horas o governador Eduardo Campos deve anunciar o nome do ex-Secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, como o indicado pelo partido para concorrer às eleições do Recife em 2012. As disputas internas conduziram o PT a um estágio – conforme alertamos em artigo – que o descredenciou da condução do processo eleitoral no Recife, como representante das forças que se aglutinam na Frente Popular. Diante de um quadro político de evidente fragilidade e de um “faro” político que percebeu a necessidade e a importância estratégica de “fincar” uma estaca do PSB na capital pernambucana, Eduardo optou por uma candidatura própria do partido. A iniciativa já conta com apoios importantes de partidos da base e deve consolidar-se politicamente. Eleitoralmente, a candidatura do PSB conta com alguns trunfos, como a enorme aprovação da gestão de Eduardo Campos pelos recifenses. Se confirmadas as expectativas do Campo das Princesas – no sentido de que o eleitorado recifense deseja ver no Palácio Antonio Farias um “sindico” da cidade - possivelmente menos vulnerável às intrigas politicas das quais foi vítima o atual prefeito João da Costa - o nome de Geraldo Júlio é o que mais se afina com esse objetivo. Por esse prisma, vê-se, claramente, que as constantes querelas petistas cansaram o eleitorado do Recife. Esse eleitorado deseja alguém que, de fato, cuide do Recife. Ao contrário do que afirmam os petistas, portanto, a candidatura do PSB nasce sob um signo bastante positivo. Tanto isso é verdade que, por conhecer seu potencial, a oposição já passou a rever suas estratégias de múltiplas candidaturas, canalizando suas energias para aquele candidato que apresente melhores condições de competitividade, embora ninguém queira ceder, exceção para Raul Henry que, se brincar, formaliza a aliança branca com o PSB, quem sabe pleiteando a vice, como chegou a ser cogitado. Em breve, aqui no Blog do Jolugue, estaremos publicando um artigo sobre o assunto.   

PCdoB também deverá abandonar o barco petista no Recife.


Há vários indícios indicando que o PCdoB também abandonará o barco petista no Recife. Num dos cenários possíveis, o partido poderá indicar o vice da chapa. O deputado Luciano Siqueira mantém silêncio sobre o assunto, mas as negociações estão num estágio bastante avançado, sobretudo se considerarmos o diálogo mantido recentemente entre o governador Eduardo Campos e o prefeito de Olinda, Renildo Calheiro. Com isso, o PT fica rigorosamente isolado, apelando que a tese do “inimigo externo” surta algum efeito no sentido de integrar o partido, como sugere Rochinha, que afirmou não ser prudente jogar 12 anos de gestão nas águas do Capibaribe.Muito engraçada essa posição do Rochinha. Até recentemente eles não tiveram a menor cerimônia em apear João da Costa de sua cadeira e jogá-lo nas águas do Capibaribe. Diante das contingências, o senador Humberto Costa movimenta-se como pode, reunindo  condições para se posicionar nessa nova correlação de forças que surge com a candidatura do PSB. Segundo alguns informes, até João da Costa, cujas feridas ainda não foram cicatrizadas, teria sido procurado para conversar. O PT está como aquele cachorro que faz um contorcionismo danado para morder o próprio rabo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Armando prestigia convenções do PTB no dia de São João.

 
O presidente estadual do PTB, senador Armando Monteiro, aproveita o dia de São João, neste domingo, 24, para comparecer a várias convenções da legenda no penúltimo final de semana dedicado ao lançamento dos candidatos a prefeito e vereador na sucessão municipal 2012.
A primeira parada de Armando será em Maraial, na Mata Sul do Estado. Lá, o PTB concorrerá à prefeitura com o atual vice-prefeito, Marcos Moura. Logo em seguida, o senador segue para o município de Jaqueira, também na Mata Sul, onde participa da convenção que apresentará Rilton Braz como candidato do partido.
Já no início da noite, Armando marca presença em Buíque, no Agreste, para apresentar Arquimedes Valença – ex-prefeito do município – como candidato da legenda.
Mais convenções - Ao longo da última semana das convenções partidárias, o senador Armando Monteiro também se dedicará a marcar presença no maior número de encontros do PTB no Estado. Sua agenda, que ainda está sendo fechada, prevê a participação em encontros em municípios como Garanhuns, Abreu e Lima, Igarassu, Goiana, Arcoverde, São Caetano e Gravatá, entre outros.
Crédito da foto: Assessoria de imprensa/divulgação

É Hoje!!! o grande encontro entre Lula e Eduardo Campos


Está previsto para hoje o grande encontro entre o governador Eduardo Campos e Lula, num intervalo da Rio +20. Depois do esboço da reação do governador no sentido de lançar uma possível candidatura do PSB às eleições do Recife, muito se tem especulado sobre o desfecho desse processo, avaliando-se os riscos dessa operação delicada; o potencial dos candidatos que estão aguardando um chamamento no Campo das Princesas e, a inevitável implosão da Frente Popular, a serem mantidas essas animosidades. Há quem afirme ( e torça), como o senador Humberto Costa, que o quadro seja revertido, colocando Eduardo no seu palanque depois de ouvir os argumentos de Lula. Por outro lado, há quem aposte que uma candidatura do PSB tornou-se irreversível e ela pode ser perfeitamente “costurada” sem que isso implique no estremecimento das relações entre o governador, Lula e a presidente Dilma Rousseff. Quanto aos candidatos palacianos – que não possuem densidade eleitoral – isso mereceu uma matéria de conhecido jornalista  de política, no último domingo, publicada no tradicional Diário de Pernambuco. Os argumentos utilizados pelo jornalista, entre os quais  apresentando as dificuldades de tornar um técnico viável eleitoralmente, serviram como uma luva para os petistas ligados ao senador Humberto Costa ironizarem as movimentações nesse sentido. 

A atitude de Luiza Erundina foi muito mais de "birra".


Embora publicamente a saída da deputada Luiza Erundina da condição de vice na chapa de Fernando Haddad tenha sido apresentado como um ato de “repugnância política”, em razão da articulação envolvendo a aliança celebrada entre o PP e o PT, com direito ao polêmico aperto de mão entre Lula e Paulo Maluf, fotografia estampada em todas as mídias, por exigência do próprio Maluf, que exigiu transparência na transação - destrinchando-se os fatos, descobre-se algumas nuances curiosas, que transformam o episódio  num ato com teor acentuado de birra da deputada Luiza Erundina, subtraindo seu alcance político. Erundina já sabia das articulações em torno de um possível apoio do PP à candidatura de Haddad, mesmo antes de aceitar a indicação como vice. Apesar de se sentir desconfortável com a presença de Maluf na aliança, o que, de fato, desconsertou a deputada teria sido a “pompa” com que Maluf foi recebido, obrigando Lula a acompanhar Haddad até sua residência e posar para a foto fatídica para os jornais. Lula caiu direitinho na peça armada pela raposa. Durante o ato que definiu o nome de Erundina como vice, Lula não esteve presente.A quimioterapia curou Lula de um câncer, mas afetou sensivelmente seu feeling político.  

Eduardo e Armando podem chegar a um acordo sobre Garanhuns


Diante da nebulosidade política envolvendo os rumos da Frente Popular no Recife, cujo caminho indica uma cisão muito antes do esperado, o governador Eduardo Campos manteve uma longa conversa com o senador Armando Monteiro. A conversa deve ter sido bastante positiva, uma vez que logo em seguida o senador manifestou sua decisão de apoiar o nome que o PSB apresentar para disputar as eleições no Recife, em 2012. Armando tem sido um escudeiro de primeira linha do Campo das Princesas, não faltando com os seus compromissos com o Governo Estadual ou, mais republicanamente, com o Estado de Pernambuco. Politicamente, o senador não esconde de ninguém que deseja governar o Estado, projeto que, inclusive, não está atrelado aos humores de Eduardo Campos. Ambos se respeitam e se admiram. No contexto da Frente Popular, Armando é um ator que reúne boas condições políticas e técnicas para “tocar” a jóia da coroa, a vitrine que Eduardo expõe no seu projeto nacional. Eventualmente, ocorrem algumas rusgas entre ambos, mas logo os ânimos são serenados. A conversa mantida por ambos recentemente resultaram em acertos importantes sobre as disputas em diversas cidades pernambucanos onde o PTB e o PSB disputam os votos dos eleitores. Armando melhorou seu cacife no Campo das Princesas ao manifestar, de imediato, seu apoio ao projeto do PSB lançar candidato em Recife. Com isso, comenta-se que o Campo das Princesas estuda a possibilidade de retirar o nome de Antonio João Dourado da disputa em Garanhuns, abrindo espaço para o apoio do candidato do PTB, o deputado estadual Izaías Régis.Outro dia comentávamos aqui no Blog do Jolugue sobre as altas taxas de rejeição do ex-prefeito de Lajedo, Antonio João Dourado. Se Lula vem cometendo graves equívocos políticos em São Paulo, o governador Eduardo Campos, literalmente falando, "errou a mão" em Garanhuns, a terrinha da garoa, onde, aliás, ele é muito querido.   

Deus te livre de uma idéia fixa, Lula.


Lula não esconde de ninguém que aposta todas as fichas no pleito paulista, fundamental para o projeto de poder do Partido dos Trabalhadores. Para tanto, não pára de cometer equívocos, como essa última submissão à pegadinha armada por Maluf, que o convidou para posarem juntos, de mãos dadas, para os fotógrafos, com direito, como se isso não fosse suficiente, a afagos na cabeleira do seu afilhado, Fernando Haddad. Convencido da necessidade de desbancar o PSDB do seu ninho mais emplumado, Lula tem sido radical na adoção da maximização de estratégias eleitoriais, mesmo que essas possam solapar fatores históricos e éticos que orientaram a trajetória do partido, o que levou a deputada Luiza Erundina, num passo bem “calculado”,  anunciar a sua indignação, afastando-se da chapa. Continuamos não acreditando no êxito do projeto de Lula na capital, embora suas chances de êxito sejam boas em outras praças do cinturão paulista, onde o mandachuva petista escalou seus “menudos” para concorrerem.




terça-feira, 19 de junho de 2012

Erundina desiste de ser vice de Haddad em São Paulo.



 

Erundina desiste de ser vice de Haddad em SP
"Erundina entre Haddad (à dir.) e Eduardo Campos, presidente do PSB"

A deputada Luiza Erundina (PSB), indicada para a vaga de vice na chapa do pré-candidato petista Fernando Haddad, desistiu da indicação. Segundo o presidente paulista do PSB, deputado Marcio França, ela informou a decisão para os colegas de partido, em reunião na tarde desta terça-feira, 19. Erundina havia antecipado que pretendia rever sua decisão de disputar a eleição municipal, depois de o PT ter fechado acordo eleitoral com o PP, de Paulo Maluf.
O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, avisou França sobre a decisão. Ela ainda continua reunida com a cúpula do PSB em Brasília. A tendência agora é que o PSB deixe a indicação do cargo de vice-prefeito para o próprio PT, que ainda negocia com o PC do B.
No decorrer dessa terça-feira, Erundina conversou com os líderes do partido, por telefone, e voltou a reclamar da aliança com Maluf, lembrando a participação dele no Regime Militar. "Não convivo com esse tipo de coisa", afirmou a deputada.
De acordo com petistas, a participação de Lula no evento que formalizou o apoio de Maluf a Haddad foi a gota d'água para a deputada recuar da decisão de ser vice. A participação do PP na campanha de Haddad representa o acréscimo de 1min35s na propaganda eleitoral da TV. Na ocasião do acordo entre PT e PSB, na semana passada, Erundina não vetou o acordo com o PP, preferiu não se posicionar sobre o assunto e afirmou que um acordo com o Maluf e com o PP não passava pela decisão pessoal dela. Ela reforçou, no entanto, que gostaria de ter ao lado pessoas comprometidas com o projeto político da chapa com Haddad. No domingo, Erundina declarou que considerava "desconfortável" estar no mesmo palanque que Maluf.

Morreu o pugilista Teófilo Stevenson, um entusiasta da Revolução Cubana


Morreu o cubano Teófilo Stevenson, considerado o maior pugilista amador de todos os tempos, o primeiro atleta da modalidade a conquista 03 ouros olímpicos sucessivos, nas Olimpíadas de Munique, Montreal e Moscou. Ganhou 301 dos 321 combates dos quais participou, jamais sendo nocauteado. Comunista convicto, Stevenson tornou-se um símbolo da Revolução Cubana, jamais abandonando suas crenças e o amor pela pátria e pelo povo cubano, em razão das propostas do vil metal americano. Quando questionado a respeito, respondia: “O que é 1 milhão de dólares ante os 8 milhões de cubanos que me amam?”, como numa declaração dada à revista Sports Illustrated, em 1974. Fique em paz, companheiro!


Permanecem as preocupações sobre o rumo da candidatura Haddad.


A entrada de Luiza Erundina na chapa de Fernando Haddad, como vice, indicada pelo PSB, foi bastante comemorada pelos grãos-petistas, considerando que a deputada agrega contingentes de eleitores estrategicamente importantes para eleger o ex-Ministro da Educação da era Lula. O arranjo político que permitiu a retirada do PSB do colo do PSDB foi uma obra de engenharia política complexa, conforme admitiu recentemente o próprio Eduardo Campos, em entrevista ao blog do Gerson Camarotti, publicada aqui no Jolugue. De antemão, pode-se concluir que o quadro no PSB não ficou bem resolvido, deixando alguns atores insatisfeitos com as negociações. Logo em seguida, em razão de ampliar o tempo de exposição de Haddad no vídeo, o PT fechou um acordo com o PP, abrindo espaço no Governo  Dilma Rousseff para um apadrinhado de Paulo Maluf. É certo, como afirma José Dirceu, que, no plano federal, PP e PT já estão juntos faz algum tempo. O que deve ter causado nojo nos petistas mais radicais foi observar Lula de mãos dadas com Paulo Maluf e a negociata que culminou com uma Secretaria no Ministério das Cidades. Mas, isso, também tende a ser superado, apesar da reação de Luiza Erundina. O             que preocupa seriamente os estrategistas da candidatura de Haddad é que ele continua, a cada momento, demonstrando ser um lulodependente contumaz. Homem não afeito às ruas, Haddad possui um discurso demasiadamente acadêmico e Lula, seu tradutor, desta vez, não poderá acompnhá-lo nos palanques.

Marcelo Neri pode assumir o IPEA. Um bom nome para o órgão.


Seria muito pouco provável que o Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Moreira Franco, conseguisse ofuscar a atuação de Roberto Mangabeira Unger naquela pasta, até  então comandada por um homem inteligentíssimo, com um preparo acadêmico sólido. O fato, porém, é que na média de atuação dos ministros indicados pelo PMDB, Moreira Franco consegue se sobressair, realizando um trabalho muito bom naquele órgão, sobretudo conduzindo estudos importantes sobre a “Nova Classe Média”. Com a saída de um “menudo” de Lula, Márcio Pochmann, para concorrer às eleições de 2012, em Campinas, formou-se uma longa expectativa sobre quem deveria substituí-lo no IPEA. O nome do economista Marcelo Neri, indicado por Moreira, é realmente um bom nome para aquele órgão. Neri é responsável por alguns trabalhos polêmicos – inclusive a sua tese de doutoramento, bastante explorada por nossos alunos - mas de uma lucidez e inteligência ímpar. De parabéns, portanto, o Ministro Moreira Franco.

Convidaram Erundina para a churrascaria. Ela pediu peixe.


Por falar em Luiza Erundina, a pernambucana soltou o verbo ao saber das articulações entre o PT e o PP, colocando Paulo Maluf no circuito de apoios ao candidato petista, tudo isso com o aval de Lula. Erundina ameaçou afastar-se da aliança, mas, segundo as últimas informações, uma chuva de telefonemas a teriam convencido a permanecer onde está. Caciques do partido já previam essas dificuldades, sobretudo em razão do temperamento de Erundina. Comenta-se que até nomes que poderiam substituir Erundina estavam sendo cogitados pelo partido. Realmente, Maluf não é nada digestivo. Encrencado até o pescoço, é um fardo a ser conduzido pelo candidato Haddad. Nem tanto pelo que ele pode ser cobrado durante a campanha, mas pelos inúmeros processos os quais deputado responde, com julgamento previstos para antes do término da campanha. Quando o nome de Erundina foi anunciado, Marta Suplicy foi bastante concisa ao comentar o assunto, apenas considerando que a escolha havia recaído sobre um bom nome. Perguntávamos, naquele momento, o que a senadora – uma arquiinimiga do deputado – pensava sobre essa indicação. O comentário de um correligionário do PSB, ouvido pelo jornalista Josias de Souza, teria afirmado que Erundina é realmente complicada. Se convidada para uma churrascaria, não seria surpresa se ela pedisse peixe.

Luciano Agra rompe com o PSB


O prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, anunciou ontem, através das redes sociais, sua desfiliação do PSB. A situação, segundo Agra, tornou-se insustentável depois de um longo processo de desrespeito e discriminação ao qual foi vítima na agremiação que ajudou a reestruturar no Estado, tendo sido integrante de sua Executiva Nacional. A saída de Agra da agremiação se deu de uma forma muito traumática, expondo suas divergências explícitas com a condução que o governador Ricardo Coutinho imprimiu à disputa municipal do próximo ano, “ungindo” a ex-Secretária de Planejamento da capital, Estelizabel Bezerra. Em artigo publicado aqui no Blog do Jolugue, inúmeras vezes, abordamos essa questão, não negando, em nenhum momento, que Luciano Agra deveria ter prevalência no momento da escolha do candidato do partido. Além de uma forte identificação com o PSB, Agra possui densidade política e vem fazendo uma gestão positiva em João Pessoa. Durante todo o processo de “fritura” ao qual foi submetido, Agra portou-se como um gentleman, evitando transparecer para a população suas agruras na máquina municipal, boicotado pelos próprios companheiros. Chegou um momento em que ele não mais suportou. Esse momento foi o da homologação do nome de Estelizabel Bezerra, ocorrido recentemente, que conta com o apoio da cúpula da agremiação, entre os quais o governador Eduardo Campos e a candidata a vice na chapa de Haddad, em São Paulo, Luiza Erundina. Bola para frente, Agra.