pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 9 de outubro de 2012

The Economist: The Nobel prize for physics

The Nobel prize for physics

Trappings of success

Oct 9th 2012, 13:56 by J.P.

IF PHYSICS has a mascot, it must be Schrödinger's cat. Famously alive and dead at the same time, it was born in 1935 of a thought experiment to illustrate the bizarre nature of the quantum world, where particles can persist in two states at once. It proved hard to hunt down in practice, however, because such "superposition" is a fragile phenomenon, easily lost upon any hint of disruption. This year the Nobel committee recognised Serge Haroche, from College de France, and David Wineland, of America's National Institute of Standards and Technology, for their efforts to nab and tame the hypothetical feline—or at least microscopic versions of it.
Dr Haroche and Dr Wineland led two independent teams which, beginning in the 1980s, devised experimental methods to measure and manipulate individual particles while preserving some of their quantum weirdness. Dr Haroche's approach depended on trapping microwave photons by getting them to bounce back and forth between two tiny superconducting mirrors. Crucially, he was able to hold on to them for a tenth of a second, aeons in subatomic terms and long enough to probe their quantum properties.
This he did by introducing a so-called Rydberg atom, tweaked so it curled into a doughnut shape roughly 1,000 times bigger than an ordinary atom, to the mirror-walled cavity. There, it interacted with the photon bouncing around inside. As a result of this interaction, the photon and the atom become entangled. This other strange quantum property means that when the atom is measured, the measurement automatically reveals the state of the photon, while leaving the photon itself intact. By sending a series of Rydberg atoms through the cavity one by one and reading them as they exited, Dr Haroche's team was therefore able to track precisely how a photon behaves when in a superposition without nudging it out of that tenuous state.
Where Dr Haroche used atoms to probe individual photons, Dr Wineland did the opposite. He employed an electric field to trap beryllium atoms, stripped of their electrons, in a vacuum at extremely low temperatures and then pulsed them with laser light. The carefully calibrated pulses served to cool the ions even further, to their lowest possible energy, and to nudge them into a superposition of two different energy states. Such cooling is necessary to remove any residual heat, which causes particles to shed their magical properties. As with Dr Haroche's bouncing photons, the cooled ions remained in superposition long enough to examine them in detail.
Dr Wineland also used them to build the world's most accurate clock. Unlike caesium clocks, whose atomic metronomes oscillate in the microwave range and which have become the standard for precision timekeeping necessary for such things as satellite navigation, Dr Wineland's optical clock ticks at the higher frequency of visible light. One version of it uses two trapped ions that are entangled, so that one ticks unperturbed while the other is used to read the time. The upshot is a device accurate to one part in 1017, a hundredfold improvement on the caesium sort and one that, had it started ticking at the time of the Big Bang 14 billion years ago, would today be off by five seconds. Such precision made it possible to pin down subtle effects of small changes in speed and gravity on the passage of time, as predicted by Albert Einstein's theory of relativity.
Looking ahead, physicists hope that the methods to conjure up, maintain and control superposition and entanglement pioneered by Dr Haroche and Dr Wineland will usher in the era of quantum computers. Such machines would, it is thought, be capable of solving some of the problems which stump today's machines, like finding prime factors of numbers with hundreds of digits or trawling through large databases at astonishing speeds.
An ordinary digital computer manipulates information in the form of bits, which take the value of either 0 or 1. These are represented within the computer as different electrical voltages. Dr Haroche's and Dr Wineland's work makes it possible to use other properties of particles, like ions' energy levels, to construct a quantum analogue of the traditional bit—the qubit. Entanglement, meanwhile, allows more qubits to be added. Each extra qubit in a quantum machine doubles the number of simultaneous operations it can perform. Two entangled qubits permit four operations; three permit eight; and so on. In theory, a 300-qubit computer could perform more simulataneous operations than there are atoms in the visible universe.
In 1995 Dr Wineland's team was the first to demonstrate a quantum computation with two qubits, and others have improved on that result since. The Nobel committee was quick to point out that quantum laptops are not in the offing just yet. But the laureates' efforts have brought them closer to reality.

Armando Monteiro: O Palácio do Campo das Princesas está mais próximo dos seus horizontes.


 
O senador Armando Monteiro não esconde de ninguém que é candidato ao Governo do Estado. Mantém uma relação respeitosa com o governador Eduardo Campos, até porque, além de admirá-lo como político, em razão de sua veia empresarial, também está em alta a boa gestão que o socialista imprime ao Estado. Portanto, há entre ambos, algumas sintonias importantes. Armando, apesar das rusgas surgidas com Campo das Princesas, sempre atendeu ao chamado de Eduardo Campos. Agora mesmo, no momento em que o governador apresentou o nome de Geraldo Júlio como candidato do conjunto de forças da Frente Popular à Prefeitura da Cidade do Recife, ele foi o primeiro a desmontar o barraco do grupo alternativo e declarar apoio ao candidato palaciano. Eduardo também cede. Avisado pelo editor do Blog de que perderia as eleições em Garanhuns se insistisse na candidatura de Antonio João Dourado, na reata final, resolveu apoiar o nome de deputado Izaías Régis, do PTB de Armando Monteiro. Afirmamos que Izaías Régis seria o novo prefeito de Garanhuns ainda em 2011. Contabilizem aí como mais um acerto do blog. Basta somente reler nossas postagens da época. O PTB sai mais fortalecido das urnas – algo que o senador vem cuidando com muito carinho já há bastante tempo, sempre plantando suas sementinhas, que começam a brotar. Peça importante nos projetos estratégicos e políticos do Estado, o senador credencia-se na linha sucessória do Palácio do Campo das Princesas. Seu até então principal concorrente, o Ministro da Integração Nacional, saiu um pouco fragilizado dessas eleições com a refrega sofrida em sua terra natal, Petrolina. Nada que não possa ser revertido, até porque Eduardo Campos ainda tem uma dívida com o ministro. Como Humberto Costa está fora do páreo – sempre afirmamos que o governador não entregaria a joia da coroa a um petista – salvo a possibilidade de o governador retirar mais um coringa da cartola entre seu núcleo duro – o senador Armando Monteiro, anda mais uma casa. Além das credenciais citadas, soma-se o fato da linha sucessória que se abre em Brasília no PTB, que pode ficar sob controle do pernambucano, colocando-o no colo dos projetos nacionais do governador. Sem nenhuma dúvida, Armando pode se colocar também como um dos vencedores desse último pleito. O Campo das Princesas está mais próximo dos seus horizontes. 

Roberto Numeriano responde ao PCB, qu o expulsou da agremiação.

 
"Eu já havia decidido sair das diretrizes, renunciar a condição de dirigente estadual. Não pretendia me desfiliar, apenas ficar numa posição mais discreta para militar por algumas mudanças dentro do partido."

"O partido está impedindo a construção do próprio partido, adotando uma interpretação integrista da tática. E isso eu combato veementemente. Até a discussão política no partido está sendo judicializada. Parece a Igreja Católica no tempo da Idade Média."

"Ninguém vê jovens militando pelo PCB. E isso não é porque comemos criancinhas", brincou. "É porque não fazemos o partido atraente. SWe o partido não mudar, não vai a lugar nenhum."

"Dentro do partido muitos ficam sonhando que, de uma hora para a outra, haverá uma revolução. Eles idealizam isso. Mas eles não veem que isso é antidialético", criticou. "O partido está ficando engessado, como o PSTU. E esse modelo de partido é perigoso para a democracia."

Nesta terça-feira (9), Numeriano emitiu uma nota pública explicando seu posicionamento diante do caso. Veja a íntegra da nota.

Já é fato público que o Partido Comunista Brasileiro (PCB) me expulsou no dia 7, mal foi aberta a apuração dos votos, no Recife. Na Nota Pública colocada no site do Partido, registraram até o horário da postagem: 17h. A Nota segue abaixo, para quem a desconhece. Mas é necessário que me defenda, até porque o texto mente, em alguns pontos, e noutros escreve meias verdades (que é uma forma requintada de mentir).

Antes de tudo, eu já havia comunicado oficialmente ao PCB, por meio de email enviado a três dirigentes a pelo menos dois meses, que no dia 08 de outubro renunciaria formalmente aos cargos diretivos do Partido nas três instâncias (Secretário de Organização no Recife, Secretário Estadual de Finanças, licenciado, e membro do Comitê Central). Na mesma ocasião, pedi que não mais me enviassem correspondências do Comitê Central, pois não julgava honesto, politicamente, tomar conhecimento de assuntos internos restritos, dado o fato de ter decidido renunciar. Também registrei que continuaria filiado ao Partido.

Assim decidi porque ocorreram fatos, nesta campanha, dos quais discordei politicamente. Um deles é público, pois diz respeito ao meu apoio à candidatura do ex-militante Luciano Morais, também recentemente expulso por se manter candidato a vereador em Paulista, após o PSDB ter declarado apoio à chapa majoritária de Sérgio Leite. Mas a causa foi anterior, embora com substância política semelhante, e envolveu a candidatura de Edvalmir Carteiro, em Timbaúba. Edvalmir, que tinha grande chance de ser eleito numa chapa proporcional, foi obrigado a sair da mesma porque à ultima hora, por força da legislação eleitoral que impõe a cota de mulheres nas chapas proporcionais, uma professora aposentada, filiada ao PSDB, foi chamada para compor. Edvalmir saiu candidato isoladamente. E perdeu.

Minha resistência a estes fatos decorreu de algo anterior, que venho observando na cúpula dirigente do Partido: o progressivo fechamento político-ideológico do diálogo democrático interno. E o maior exemplo disso é uma interpretação que chamo de mecanicista e integrista (ultra-radical) da sua tática política. Nunca defendi, é claro, alianças com partidos de direita, mas não podemos ser vítimas desses partidos quando, numa composição eleitoral, por motivos extemporâneos e alheios a nós, arranjos de última hora e contingências de legislação impõem fatos como o que descrevi. Não houve culpa dessas duas municipais do Partido, pois em ambos os casos suas direções respaldaram o processo. A partir da decisão contrária da Comissão Política Nacional, os dois candidatos foram obrigados a tomarem outro rumo.

Do ponto de vista formal (e segundo a legislação eleitoral) o PCB tinha todo o direito de nos punir. E assim fez. Expulsou o Luciano por desobediência e a mim pelo apoio ao que julgo melhor para a luta política e social do Partido. Sabia dos riscos que corria. Exerci o direito de discordar, mas, nos últimos tempos, o dirigismo de cúpula no Partido imagina ser possível resolver e zerar por meio de "canetadas" em resoluções, circulares, normas etc o livre exercício do contraditório. Alegam que descumpri princípios do "Centralismo Democrático" (CD). Formalmente, sim, mas não politicamente, pois não existe sequer a possibilidade da dialética sem a possibilidade de transigir. Essa cúpula ultra-radical (CPN) e maioria do Comitê Central imagina que o debate político-ideológico deve ser moldado por tribunas em tempos de congresso, conferências etc. Por isso mesmo, radicalizou na aplicação do CD. Foi fiel, não por acaso, à interpretação integrista da tática.

E agora passo a responder a essa Nota que, redigida e divulgada com a sanha de me "desonrar" politicamente, a rigor expôs o Partido de maneira vergonhosa. (Talvez nem fosse redigida se as intenções de voto para o "camarada" Numeriano apontassem a possibilidade do mesmo disputar um segundo turno). Na prática, essa Nota comprovou o que venho observando e sentindo politicamente.

Há tempos observo esse engessamento do Partido. Uma lenta e progressiva estreiteza político-ideológica que aos poucos, se a militância de base não reagir, vai transformá-lo numa seita política, a exemplo do que é hoje o PSTU. Quis resistir a esse processo. Jamais recusei uma tarefa a mim delegada, como militante. Sobretudo nos últimos quatro anos, quando, com grande sacrifício intelectual, profissional e familiar, tratei, ao lado Luciano e do Aníbal, de recuperar a ação política e a organização política do Partido no Estado. Disputei três eleições majoritárias consecutivas com duas ou três pessoas ao meu lado. Nunca fiz "corpo mole", mesmo porque, como servidor público, jamais me permitiria "fazer" de conta que sou candidato, pois meu salário é pago com o salário do contribuinte e deve ser honrado. Levo isso muito a sério e é por isso que, em 18 anos de serviço público, faltei ao trabalho apenas nove vezes, por doença atestada (crise de labirintite).

A CPN mente quando afirma que o Partido teve "suficientes motivos" para me substituir por outro camarada. Não podia, porque não havia razão política respaldada (mesmo na "lei burguesa", a qual essa direção integrista e ultra-radical vive tanto a destratar, mas logo quer se valer dela quando é questionada politicamente). Apoiei publicamente o Luciano Morais e postei no meu facebook pessoal algumas fotos da campanha de Sérgio Leite, do PT, a prefeito do Paulista. Em essência, foi esse o motivo "suficiente" para retirar a candidatura. Esse extremismo me assusta, como me chocou a ação de militantes do PCB em Paulista indo às casas comunicar que o Luciano tinha sido expulso do PCB.

A CPN mente quando diz que não o fez para não "prejudicar as importantes campanhas" dos militantes Délio e Elvira. Mente porque, a rigor, não havia campanha nas ruas. Com grande sacrifício pessoal, esse grande comunista e intelectual que tenho a honra de conhecer, meu camarada Délio Mendes, fazia uma bela campanha simbólica, e a Elvira somente no final da disputa imprimiu alguns panfletos (na campanha inteira, sequer me chamou para um ato que tivesse organizado). Tínhamos, na verdade, duas "campanhas conceituais" dos vereadores.

A CPN mente com grave cinismo político quando diz que "valoriza" a "grande possibilidade" de eleger o Edilson Silva. Se assim fosse, a militância do Recife e do Paulista não deixaria o militante Numeriano sozinho, a tocar uma campanha de três meses custeando quase toda a despesa de material, sendo redator, repórter, assessor, motorista etc. E eu nem queria sair candidato a prefeito (pois já havia passado pelo mesmo nas campanhas de 2008 e 2010). Fui voto vencido e me curvei à decisão da maioria. E depois, por força dos entendimentos com o PSOL e decisão da Executiva Estadual, saí candidato no sacrifício. E, apesar de em geral solitário todo esse tempo (o Délio e o Henrique me ajudaram na medida de suas possibilidades), fiz o máximo possível para ajudar o camarada Edilson e honrar o compromisso com o PSOL. No entanto, devo dizer, pois nunca me calo diante do que considero injusto, o PCB não se empenhou, organicamente, nessa campanha. Assim o fez em 2008 e 2010, quando muitos se reuniram para "entrar na batalha", mas ao final somente eu, o Luciano e o Aníbal fomos sangrar de verdade nas ruas. Fiz vários chamamentos para o Partido se integrar à campanha. Inutilmente: o PCB, há tempos, faz apenas "campanhas conceituais". Imaginei que pudesse ser diferente, em função da coligação. No fim das contas, a CPN é que é, em si, uma "crise política". E, como precisam transferir a outrem seus erros, Luciano e Numeriano, não por caso foram abatidos pela radicalização que toma conta do Partido.

A CPN mente quando diz que "traí" o Partido. Quisera que, Brasil afora, muitos militantes estivessem "traindo" o Partido nos termos do que fiz. Seríamos, creio, salvos dessa sanha radical, integrista e mecanicista que imagina ser possível criar uma realidade e enfiá-la nas formulações táticas e estratégicas do PCB. Traem o Partido os que estão transformando o seu legado heróico em algo datado, livresco, saudosista. Traem o Partido os dirigentes cupulistas que se imaginam acima do bem e do mal. Traem o Partido os que querem o grande PCB transformado num PSTU, cheio de rancor pequeno-burguês, a destilar ódio irracional sobre a luta de classes. Traem o Partido os que, do alto de suas gestões burocráticas, imaginam ser possível transformá-lo num instrumento da ação política libertadora da classe trabalhadora sem buscar no povo os instrumentos e motivação. O PCB não precisa de semelhantes paladinos, pois nossa sociedade já cansou do socialismo retórico de alguns supostos clarividentes.

Por fim, vale registrar o uso reiterado, na Nota, do pronome possessivo: "sua candidatura" e "sua campanha". Como assim, "sua candidatura" e "sua campanha"? Até ontem, eram de uma coligação, pelo menos em tese. O fato é que temos no texto um curioso ato falho que, por si mesmo, diz tudo. Foi, realmente, uma "campanha do Numeriano", cumprida como manda a tradição do PCB dos velhos tempos de homens como Prestes e Gregório: com honestidade, empenho, vigor e, sobretudo, dentro do programa social, político e ideológico do PCB e do PSOL. O resultado aí está, na forma de quase sete mil votos que honraram a todos nós que, militantes para além da palavra, transformam em ato a vontade de mudar a sociedade no rumo do socialismo.

Essas tradições, vocês, dirigentes de cúpula que odeiam eleições "pequeno-burguesas", estão matando. Essas tradições, vocês, dirigentes mecanicistas que amam a retórica socialista, apequenam quando no dia da apuração dos votos do candidato da Frente de Esquerda, expulsam-no sumariamente como num auto de fé de Torquemada. Se quiseram demonstrar "coerência de princípios" e "unidade ideológica", peço olharem no facebook as manifestações de crítica ao Partido. É isso o que de verdade lamento: essa inquisição tosca atingiu em essência ao Partido.

Aquele abraço. Vamos em frente
Roberto Numeriano

PS: Quem desejar adquirir um pequeno livro que redigi tratando dos caminhos do PCB, PSOL e PSTU, intitulado O Culto da Ilusão das Formas, basta me comunicar. Acredito que pode provocar uma reflexão sobre a luta da esquerda socialista.

Edilson Silva: Vamos assumir o mandato conferido pelo povo.

 
 
Por: Edilson Silva:
 
 
Recifenses e todos aqueles que mesmo não estando ou sendo do Recife contribuíram para a grande vitória de nossa candidatura a vereador da cidade, quero aqui expressar publicamente meu mais profundo agradecimento pelos votos de confiança, de apoio e solidariedade antes, durante e depois das eleições. Nosso povo foi protagonista de uma campanha linda, emocionante, limpa, coerente, corajosa. Estamos todos de parabéns!

Há, contudo, uma disfunção em nosso sistema eleitoral, que permite que mesmo uma candidatura sendo a terceira mais votada nas eleições, como foi a nossa, não assuma o mandato institucional. Não alcançamos o quociente eleitoral. Sobre isto, já expressamos por várias vezes que precisamos no Brasil, como mínimo, de uma reforma eleitoral, que respeite e fortaleça os partidos, mas que antes de tudo respeite a vontade dos eleitores. Lutemos por isto.

Mas o momento não é para lamentações - muito pelo contrário, mas para muita comemoração. O povo do Recife elegeu Edilson Silva vereador da cidade. Vamos assumir este mandato e encaminhar todas as demandas e reivindicações que trabalhamos durante a campanha. Recife, a partir de hoje, por vontade popular, já tem um 40º vereador. Nosso mandato não terá o diploma do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), mas o diploma da legitimação da população. Trata-se da obediência cidadã contra a desobediência antidemocrática da formalidade das regras eleitorais.

Vamos alugar uma sala ao lado da Câmara que funcionará como nosso gabinete. Teremos assessorias colaborativas, voluntárias, qualificadas, acompanharemos e fiscalizaremos, com rigor, todos os atos do Executivo e do Legislativo. Cumpriremos o mandato que o Recife nos delegou.

Vamos estabelecer com a Câmara, em audiência com seu futuro presidente, uma relação política altiva e de colaboração na defesa dos interesses da cidade, começando por buscar reverter o aumento salarial de 62% que os vereadores se concederam e a redução de alguns benefícios que podem ser interpretados como privilégios, como 14º e 15º salários.

Vamos marcar audiência com o presidente do TRE, na condição de Presidente do PSOL-PE e vereador de fato da cidade, e estabelecer com a instituição uma relação de colaboração e respeito no intuito de qualificar nossa democracia e seu funcionamento cotidiano.

Vamos marcar audiência com o prefeito eleito Geraldo Julio é colocarmo-nos totalmente à sua disposição para colaborar com sua gestão na reversão do projeto Novo Recife no Cais José Estelita; na ampliação das ciclovias e ciclofaixas na cidade; na recuperação do Programa Saúde da Família e do SUS; para pagar o piso nacional do magistério aos professores; para cuidar de nossos rios, mangues, lagoas e açudes; para garantir estrutura e políticas públicas que combatam as opressões em nossa cidade; para colocar no ar a Rádio Frei Caneca; para regularizar a situação das creches públicas e profissionais que nela trabalham; para democratizar a gestão administrativa e financeira dos mercados públicos; para reorganizar e modernizar a legislação que trata da ocupação e uso do solo em nossa cidade; para garantir finalmente que tenhamos licitação pública na concessão da exploração dos transportes coletivos na cidade; para garantir Passe Livre aos estudantes e desempregados no transporte público de nossa cidade; para garantir banda larga de internet a toda a cidade; etc. O prefeito poderá contar, portanto, com mais um vereador para apoia-lo na defesa de nossa cidade e do povo que nela vive.

Nosso mandato será financiado por apoiadores voluntários. Por exemplo, você, que está lendo este artigo. Não contaremos com verbas públicas. Os recursos arrecadados de forma transparente e gastos de forma também transparente, serão utilizados para alugar o gabinete, pagar funcionários e assessorias especializadas quando necessárias e para garantir estrutura para realizarmos o projeto “mandato na rua”, quando vamos aos bairros e comunidades informar e mobilizar a cidade para acompanhar o ciclo orçamentário, votações importantes, preparar proposições legislativas, viabilizar projetos de lei de iniciativa popular, ações civis públicas, etc.

Portanto, enganaram-se aqueles que imaginaram que a vontade popular não seria levada em conta nesta eleição. As transformações que nossa cidade precisa não cabem nas regras formais de uma democracia que apresenta sinais de fadiga. Recife conquistou um mandato cidadão e faremos o nosso melhor para honrar cada voto recebido, unindo em torno de nosso mandato os melhores espíritos de nossa cidade. Obrigado, Recife!

Presidente do PSOL-PE, vereador eleito, de fato, pela população do Recife.
 
 

Blog do Jolugue: A cobertura das eleições municipais de 2012.


 
 
 
 
 
 

O Blog do Jolugue obteve uma audiência expressiva nessas eleições de 07 de outubro. Logo que saímos da cabine de votação, na cidade de Paulista, voltamos à nossa residência onde, sintonizado em tempo real com o Portal UOL, tivemos a oportunidade de acompanhar e informar o leitor sobre tudo o que ocorria nessas eleições. Antes das 17 horas, fizemos um balanço das eleições em vários capitais do país, antecipando cenários possíveis, como o desmantelamento da candidatura de Celso Russomanno, em São Paulo,  o desempenho sofrível da candidata do PSB em João Pessoa, Estelizabel Bezerra, a possibilidade de eleição do primeiro prefeito do PSOL no país, Edmilson Menezes, que concorre às eleições em Belém, e foi para o segundo turno. Também informamos sobre o quadro das eleições em Manaus, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Recife, Teresina, Olinda. Um plantão analítico do quadro eleitoral, com considerações consistentes, avaliações com um alto índice de acertos. Acertos que, aliás, é uma marca registrada do nosso blog. Enquanto os outros só se pronunciam depois dos fatos, Jolugue antecipa-se aos mesmos, porque o único compromisso que temos é com os nossos leitores. Gostaríamos de agradecer aos leitores que nos acompanharam pelas redes sociais, aos amigos de minha querida Paulista, tão carente em termos de representação. Mesmo apressado, aproveitamos a oportunidade para matar as saudades das frondosas árvores do Jardim do Coronel e da Mata do Frio, da Igreja de Santa Elizabeth, das ruínas da Companhia de Tecidos Paulista. Para a festa ficar completa faltou apenas o jogo entre Bangu e  Vasco, numa tarde de domingo, num daqueles campos de várzea, onde passamos a nossa infância. Que saudades!!!

Júlio Lóssio: Nasce uma estrela no Sertão do São Francisco.


  
E Júlio Lóssio venceu as eleições em Petrolina, a capital do sertão. Se, no contexto geral, o governador Eduardo Campos teve uma vitória estupenda no Estado, elegendo 170 prefeitos da coligação da Frente Popular, deve estar atravessada em sua garganta a refrega – mais uma – em Petrolina. Apesar de ser do PMDB, por inúmeras razões – inclusive pelo rolo compressor montado para derrotá-lo – Júlio é sim um adversário de Eduardo Campos. Nada que no futuro não possa ser contornado, sobretudo considerando-se a sobrevivência das forças políticas não aglutinadas no processo de “eduardolização da política pernambucana”. O torniquete político foi ali aplicado exaustivamente para mudar os cenários, mas, efetivamente, com a sua liderança, uma gestão bem-avaliada e sua capacidade de enfrentamento, Júlio desponta como uma das grandes lideranças políticas do Estado ao derrotar as manobras e urdiduras do Campo das Princesas. Sobreviveu a todas escaramuças A articulação política montada naquele município pelo Campo das Princesas não foi suficiente para infringir-lhes uma derrota. Como último recurso, tentou-se afastar Odacy Amorim (PT) da disputa, mas ele não concordou. Fernandão, o ministro, arregaçou as mangas, foi à luta, mas nada conseguiu reverter o quadro. A derrota  enfraquece suas pretensões de tornar-se governador do Estado, disputando a unção de Eduardo Campos em 2014, embora continue na fila. Em certa medida, a afirmação de Eduardo de que já pagou sua dívida com o PT não se aplica a Fernando Bezerra Coelho, que foi afastado da disputa ao senado em 2010. Pelo andar da carruagem política, com a sucessão do PTB em curso, e a “ressaca” petista, o senador Armando Monteiro anda uma casa rumo ao Campo das Princesas.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

PTB fortalecido nas eleições em Pernambuco

 
 
 
 
 
Partido vence disputa em 25 municípios, a exemplo de Goiana, Igarassu, Gravatá, Garanhuns e Arcoverde


Após liderar o processo político que culminou com a viabilização da candidatura do prefeito eleito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), o PTB de Pernambuco fez um balanço parcial das eleições com resultados extremamente positivos. O partido elegeu 25 prefeitos e 16 vice-prefeitos. Além disso, contabiliza cerca de 15 prefeitos eleitos por outras legendas, mas que fazem parte do grupo político do senador Armando Monteiro, presidente estadual do PTB.

O PTB obteve vitórias importantes em municípios das mais diversas regiões do Estado, a exemplo de Igarassu e Itamaracá, na Metropolitana do Recife; Goiana, que será um novo polo industrial em Pernambuco, e Nazaré da Mata, na Mata Norte; Rio Formoso, na Mata Sul; Garanhuns, Gravatá, São Caetano, Brejo da Madre de Deus e João Alfredo, no Agreste; Arcoverde, Tabira e Exu, no Sertão.

O senador Armando Monteiro destaca no desempenho deste ano a postura ainda mais aberta do PTB, que fez alianças amplas com as mais diversas legendas do Estado. “O PTB se situou muito bem neste contexto, porque o partido – que tem um espírito aliancista – pôde, entre candidaturas próprias e chapas que ele compôs, estar presente em composições vitoriosas em 40 municípios do Estado: 25 com prefeitos eleitos pela legenda, o que dá a ele a segunda posição no Estado”, ressaltou.

Veja abaixo a avaliação que o senador Armando Monteiro faz do processo eleitoral, inclusive no Recife:

Desempenho do PTB no Estado

Armando Monteiro – “Primeiro, é preciso considerar que a Frente Popular de Pernambuco, onde estamos inseridos, obteve uma vitória muito expressiva em Pernambuco. Não só pelo resultado do Recife, que é emblemático, mas também pelo desempenho da Frente na área metropolitana e pela esmagadora presença nos municípios do interior do Estado. O PTB se situou muito bem neste contexto, porque o partido – que tem um espírito aliancista – pôde, entre candidaturas próprias e chapas que ele compôs, estar presente em composições vitoriosas em 40 municípios do Estado: 25 com prefeitos eleitos pela legenda, o que dá a ele a segunda posição no Estado, e outros 15 por partidos aliados. Além disso, teve 15 vice-prefeitos eleitos pela legenda. Então, o desempenho do PTB, sob qualquer critério, é um desempenho muito expressivo. Tanto do ponto de vista numérico quanto do ponto de vista da capilaridade, da presença do partido nas diversas microregiões do Estado”.

Vitória em municípios de peso

Armando Monteiro – “O PTB vai passar a governar cidades estratégicas no Estado, como por exemplo, Goiana, que é uma cidade emblemática desta nova economia de Pernambuco. Amplia a presença na área metropolitana, com a conquista de Igarassu, que é um município também estratégico no litoral norte de Pernambuco, e Itamaracá. E, no Agreste, fortalece a sua presença. No Agreste Central, conquistando a prefeitura de Gravatá. Também conquistando a mais importante cidade do Agreste Meridional, que é Garanhuns, terceiro maior colégio eleitoral do interior de Pernambuco. E continua tendo uma presença importante como, por exemplo, em Arcoverde, que é a porta do Sertão de Pernambuco. Chega agora a conquistas importantes na região lá do Sertão do Pajeú, como Tabira. Portanto, o PTB consolida a sua presença como uma força expressiva no Estado de Pernambuco e reforça este enlace que ele tem com outros partidos da ampla aliança que forma a Frente Popular de Pernambuco”.

Vitória no Recife

Armando Monteiro – “O PTB se sente feliz por ter defendido, junto com outros partidos da Frente, a tese de uma candidatura alternativa no Recife, que veio a ser amplamente consagrada, inicialmente com a candidatura de Geraldo, e agora com a eleição de Geraldo. Significa que essa tese tinha correspondência verdadeiramente com a vontade do recifense. O recifense queria uma candidatura com outro perfil e Geraldo atendeu a esse anseio da cidade do Recife. Não só porque reuniu forças políticas expressivas que estão alinhadas com este projeto que vem mudando Pernambuco, capitaneado pelo governador Eduardo Campo, como também pelo seu próprio perfil de gestor. O recifense quer agora alguém que dê respostas mais efetivas às demandas da cidade. E alguém que saiba fazer e “fazer fazer”, capacidade de liderar equipes, de dominar processos administrativos, de modo a que as coisas aconteçam. Portanto a candidatura e a eleição de Geraldo abrem para o Recife uma perspectiva de podermos inaugurar uma gestão inovadora e transformadora no Recife”.

PREFEITOS ELEITOS PTB 2012

1. Alagoinha - Maurílio

2. Arcoverde – Madalena

3. Brejo da Madre de Deus – Dr. Edson

4. Brejão - Ronaldo

5. Caetés – Armando Duarte

6. Camocim de São Felix – Uilson de Tetê

7. Exu – Léo Saraiva

8. Garanhuns – Izaias Regis

9. Gloria do Goitá – Dr. Miranda

10. Goiana – Fred Gadelha

11. Gravatá – Bruno Martiniano

12. Iati – Padre Jorge

13. Igarassu – Mario Ricardo

14. Itamaracá – Paulo Batista

15. Jucati – Gerson Henrique

16. João Alfredo – Maria Sebastiana

17. Lagoa dos Gatos - Veronica

18. Nazaré da Mata - Nado

19. Panelas – Sergio Miranda

20. Pedra – Zeca Vaz

21. Rio Formoso – Dr. Hely

22. Santa Cruz da Baixa Verde – Zé Bezerra Filho

23. Santa Terezinha – Delson Lustosa

24. São Caetano – Dr. Neves

25. Tabira- Sebastião Dias



Crédito da foto: Alexandre Albuquerque/divulgação

Estela agradece os votos obtidos e afirma que João Pessoa "viverá um grande retrocesso".

 



A candidata Estela Bezerra (PSB), terceira colocada nas eleições de João Pessoa, enviou nota à imprensa falando sobre o processo. A socialista falou das pesquisas, que segundo ela foram manipuladas, e disse que João Pessoa passará a viver um retrocesso.

Confira a nota na íntegra:

Agradeço o voto de confiança que obtive de cada uma das 74.498 pessoas que no dia 7 de outubro saíram de suas casas decididas a dar continuidade à mudança política e de modelo de gestão que nossa cidade começou a experimentar a partir de 2005. Agradeço a garra, a alegria e o fôlego de nossa militância que, em cada rua por onde passamos, em cada debate que enfrentamos, soube ser singular na criatividade e elegância. Não se deixou cair na cilada do baixo nível dos ataques morais que sofremos nesse processo.

Encerro esse ciclo com mais maturidade e fortalecida, mas com grande pesar no coração. Entendo que as escolhas feitas resultam da disputa e dos agentes que nela atuaram. Tivemos que lidar com a manipulação de “institutos de pesquisas”, que de maneira desonesta apostaram na tese do voto útil e a instrumentalizaram vergonhosamente contra nossa candidatura. Fomos sempre colocados para baixo. Os resultados das urnas não me deixam mentir. Enfrentamos ainda uma campanha subterrânea, ceivada de preconceitos, que apostou alto na discriminação e intolerância da sociedade. Quantas vezes tive que responder a questões sem relevância para a administração pública? Enfrentei a prática de quem faz da política um lugar de vaidade, favorecimento pessoal e demagogia. Nada disso me abateu.

Entrei na política pela porta do trabalho, vinda de uma experiência com base no diálogo, na reivindicação de direitos e formulação de políticas públicas. Aprimorei meus conhecimentos na administração municipal, colaborando com a gestão de Ricardo Coutinho, que resgatou o caráter público da administração. Os avanços construídos nesse período se perderam. João Pessoa viverá um grande retrocesso. As marcas desse retrocesso já estão presentes nas obras arrastadas, nas contratações irregulares e eleitoreiras e na má gestão do dinheiro público. Práticas clientelistas e patrimonialistas que já haviam sido superadas.

Trago em mim o sentimento do dever cumprido. Soubemos construir uma campanha propositiva, pensando em soluções reais para as demandas da cidade. Andamos de cabeça erguida e coração aberto por todos os lugares. Aprendi muito com o povo de João Pessoa e com as companheiras e companheiros que apostam na integridade e no trabalho para a construção de um futuro melhor e mais digno para a nossa cidade. Sigo com a crença que a política deve ser povoada de pessoas comuns, de pessoas de bem que façam da verdade e da transparência exercício do cotidiano.

Muito obrigada.

Estela Bezerra

João Pessoa, 8 de outubro de 2012.

Ricardo Coutinho: Eleição não é concurso de bumbum, mago.




Por diversas vezes nos debruçamos sobre as eleições em João Pessoa, onde o PSB cometeu algumas lambanças e deixou de eleger o prefeito da capital. A candidata do partido, Estelizabel Bezerra, sequer está no segundo turno daquelas eleições, que será decidida entre Luciano Cartaxo(PT) e Cícero Lucena, do PSDB. O fiel da balança será uma velha raposa da política local, o ex-governador José Maranhão. É bem provável que o candidato petista vença aquelas eleições, ele que tomou a decisão de enfrentar a cúpula partidário e venceu as prévias na agremiação. Comentou-se sobre um possível acordo entre Eduardo Campos e Lula para que o partido apoiasse o candidato do PSB, mas integrantes da legenda não aceitaram a imposição. Luciano Agra, o atual prefeito, apeado da disputa pelo Coletivo Ricardo Coutinho – nunca se soube os reais motivos – então, resolveu apoiar o nome de Cartaxo. Com uma gestão bem-avaliada –a 5º melhor do país – Agra possuia densidade eleitoral e aprovação, mas foi preterido pela máquina do PSB. Assim como no Recife, onde João da Costa manteve uma suposta “neutralidade”, Agra foi à luta e pode ser atribuído a ele – somado aos equívocos cometidos pelo PSB – uma possível eleição do primeiro prefeito petista para gerir os destinos da capital do Estado. Em João Pessoa, o PSB cometeu vários equívocos. Afastou-se de uma gestão bem avaliada, escolheu uma candidata sem densidade eleitoral – possivelmente em cima da tese do poste -, subestimou adversários etc. Não foram poucas as observações do nosso blog sobre o assunto. Por vezes, brincávamos ao afirmar que eleição não era concurso de bumbum. É funcamental muitas avaliações sobre as escolhas dos candidatos. No Recife, o governador Eduardo Campos chegou a fazer pesquisas junto ao eleitorado sobre o candidato ideal que eles gostariam de ver governando o Recife. Pinçou de sua equipe um então desconhecido técnico, com fama de bom gerente, com obras no currículo, e transformou-o no prefeito. Naquelas eleições, algo que nunca nos pareceu muito claro, é porque a escolha recaiu sobre o nome de Estelizabel Bezerra, salvo por um componente político bastante pessoal. O “mago” que já enfrentou eleições difíceis, superando grandes adversidades, parece ter superestimado sua capacidade de transferir prestígio para a sua candidata. Há de se considerar, inclusive, que sua avaliação não está nas alturas, como é o caso do governador de Pernambuco. No final do ano, devo ir a Jacumã conversar com os amigos e tomar uma Volúpia. Quem sabe, entre uma dose e outra, possamos entender o que se passou pelo PSB local.

Edilson Silva: Vamos para a próxima, "negão"!!!


Apesar dos seus mais de 13 mil votos, o coeficiente eleitoral não permitiu a eleição de Edilson Silva, do PSOL, um fato profundamente lamentado pelos seus eleitores, através das redes sociais. Edilson move-se pelo idealismo. Como bem observou o professor Michel Zaidan, Edilson lembra aquele PT da década de 80, que se reunia no Sindicato das Empregadas Domésticas. Uns idealistas que propunham mudanças radicais nos costumes políticos. Fez uma campanha com poucos recursos, com um megofone, em praça pública, como ele mesmo admite, muito semelhante aos evangélicos, em alguns casos, pregando no deserto como João Batista, numa concorrência desleal com o poder econômico. Muitas manifestações de solidariedade já foram encaminhadas ao "negão". Dentro de nossas possibilidades, nos nossos círculos, fizemos o que foi possível para ampliar sua mensagem. A mensagem de um ator político que muito poderia contribuir para melhorar o nível dos trabalhos na Casa de José Mariano. Infelizmente, Edilson, não foi o suficiente. Você obteve mais de 13 mil votos e foi barrado pelo coeficiente eleitoral. Há candidatos eleitos com menos da metade dos votos obtidos por você. Do grupo que poderia contribuir para melhorar o nível dos trabalhos daquela Casa, apenas um engomadinho, de origem burguesa, conseguiu ser eleito. Receba a  solidadirdade do nosso blog. Estaremos aqui sempre que você precisar. Nos recusamos a dizer que perdemos as esperanças.  Um grande abraço, amigo!

Celso Russomanno: O "fôlego ético" minou sua candidatura.


  
Nunca acreditamos muito no desempenho do ex-ministro Fernando Haddad nas eleições paulistas. Por vezes chegamos a lamentar que ele, um bom gestor e homem público correto, tivesse deixado o Ministério da Educação. Embora comprometido pela doença, o feeling político do ex-presidente, no sentido de apresentar caras novas ao eleitorado paulista, pelo menos naquela praça, parece-nos ter dado certo. A princípio, sugeriu-se que o eleitorado havia identificado em Celso Russomanno essa cara nova o que, em tese, explicava sua subida meteórica nas pesquisas. Por outro lado, quem acompanha o blog deve ter lido nossas observações sobre a tese do “fôlego ético” que poderia prejudicar o candidato na reta final da campnha, o que, de fato, parece-nos ter ocorrido. Tanto Serra quanto Haddad miraram no candidato e ele, literalmente, derreteu nas pesquisas. A sua coordenação de campanha tentou tudo que foi possível, mas não havia mais o que fazer. Caso ele passasse para o segundo turno, até a cabeça do seu principal marqueteiro já havia sido encomendada.

PT: Um desfecho melancólico no Recife


O muro das lamentações,hoje, no Recife, será destinado ao Partido dos Trabalhadores. Como diria o filósofo, a vitória tem um pai, a derrota uma penca de padrastos. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos – com todos os méritos – vem sendo apresentado como o grande fiador da vitória de Geraldo Júlio, um dos seus ex-secretários, projetando-se como uma das lideranças mais bem-sucedidas no atual momento da política brasileira, ancorado no partido que mais cresceu na última eleição do dia 12. Os padrastos da derrota do PT no Recife são muitos, algo que merece um aprofundamento maior, através de um artigo mais denso, que já estamos preparando. Em artigo polêmico, antecipamos essa derrota muito antes das eleições de ontem, dia 07, em mais um acerto do Blog do Jolugue. Analisando o quadro político recifense, desde o início, numa série de artigos – que serão transformados num livro – finalizamos um deles apontado a crônica de uma derrota anunciada do PT na capital pernambucana. O resumo da ópera é que o PT perdeu completamente o rumo nessas eleições. Um pouco de tudo: arrogância, autoritarismo, equívocos de avaliação, ausência de um discurso sintonizado com os acertos da gestão do atual prefeito, a escolha do candidato, a articulação política e os desencontros da própria campanha, como apontamos no artigo mencionado anteriormente. João Paulo, como se não fossem suficientes todos os deslizes, ainda cometeu a indelicadeza de afirmar que o PT governou o Recife apenas 08 anos, como se fosse possível apagar o nome de João da Costa da história do Partido. O mais surpreendente é que o PT  perdeu representatividade até mesmo entre aqueles eleitores mais renhidos, torcedores fanáticos, fiéis depositários da confiança na agremiação, o que levanta a suspeita do trabalho eficiente de bastidores desenvolvido pelo prefeito João da Costa que, manteve um silêncio obsequioso, mas, certamente, comeu o prato frio da vingança. Em certa medida, o seu peso nessas eleições ainda não foi suficientemente avaliado, mas, certamente, teve um peso nesse definhamento orgânico do PT no Recife. Não é à toa que ele hoje é apontado como Judas, como se fosse possível identificá-los na agremiação. As movimentações de Lula e o seu possível desentendimento com Eduardo Campos - apimentados por petistas briguentos - sempre tiveram como mote as eleições de 2014. Depois que eles acertaram os ponteiros quanto a essa questão, pragmaticamente, o cacique petista baixou a guarda e percebeu ser desnecessário colocar a mão na cumbuca recifense. O cálculo é simples: apenas poderia contribuir para prejudicar sua relação com Eduardo Campos, algo que não era do seu interesse. Lula é aquele cara que já na década de 80 afirmava para um jornal do ABC paulista – em meio às polêmicas partidárias do voto ideologicamente orientado : “Não importa a cor do voto, desde que ele caia na urna, companheiros”. Em Pernambuco, o ator político que pode efetivamente contribuir com os planos de manter o PT como inquilino do Palácio do Planalto, curiosamente, é o desafeto dos petistas locais, Eduardo Campos... pelo menos até 2014, caso o “Moleque” dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco não resolva alçar vôo agora.

domingo, 7 de outubro de 2012

PCB expulsa publicamente seu candidato a prefeito do Recife.

      
imagemCrédito: PCB
Sr. Roberto Numeriano:
(7 de outubro de 2012 – 17:00 horas)
Durante sua campanha à prefeitura do Recife, pelo PCB, tivemos suficientes motivos para retirar sua candidatura e substituí-lo por outro camarada, como admite a lei.
Não o fizemos apenas para não prejudicar as importantes campanhas a vereador dos nossos camaradas Délio e Elvira, mas também em respeito ao PSOL, com o qual estamos coligados em Recife, onde tem grande possibilidade de eleger um vereador, fato que o PCB valoriza. Se optássemos pela retirada de sua candidatura, certamente adviria uma crise política na campanha da Frente de Esquerda na cidade, com repercussão nacional.
Há uma semana, a Comissão Política Nacional do PCB exigiu-lhe esclarecimentos sobre a divulgação na internet, de sua parte, de propaganda de Sérgio Leite, candidato do PT a prefeito de Paulista (PE), afrontando decisão de todas as instâncias de direção do Partido (CC, CR e CM) no sentido da retirada do PCB da coligação em torno do candidato do PT nessa cidade.
Na última sexta-feira, em debate promovido pela Rede Globo com os candidatos a prefeito de Recife, você terminou suas declarações finais pedindo voto para um candidato a vereador em Paulista, expulso do PCB pelas citadas instâncias partidárias, exatamente por não retirar sua candidatura na coligação com aquele candidato a prefeito e por manter sua campanha graças a recurso na justiça eleitoral e não em nome do PCB.

A sua atitude neste debate é uma verdadeira traição ao PCB, que promoveu sua candidatura no pressuposto de que soubesse honrar a história do Partido e sua coerência política.
Diante do reiterado desrespeito às decisões partidárias e, agora, de uma afronta pública e premeditada ao Partido, a Comissão Política Nacional do PCB, através do presente comunicado, instaura um processo disciplinar contra Roberto Numeriano, considerando-o expulso do Partido e consequentemente desautorizando-o a falar em nome do PCB. Se for de seu interesse, poderá o punido se valer do direito de defesa, previsto na legislação eleitoral, junto ao Comitê Central do Partido, sem efeito suspensivo, conforme nosso Estatuto.
7 de outubro de 2012 (17:00 horas)
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Comissão Política Nacional

Folha de São Paulo: Campos usa Recife como largada para 2014





FÁBIO GUIBU
DE RECIFE
NATUZA NERY
ENVIADA ESPECIAL A RECIFE

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), tenta consolidar sua hegemonia no poder ao escolher um candidato a prefeito de Recife modelado ao seu perfil, o ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio (PSB).
Ao romper com o PT na capital pernambucana, Campos, presidente nacional do PSB, busca independência para uma possível candidatura presidencial em 2014.
Uma vitória de Geraldo Julio ofereceria a base de que o PSB necessita para manter um palanque forte no Estado, após a saída de Campos do governo, daqui a dois anos.
Aliados do governador afirmam que ele não deseja disputar uma vaga no Senado, por não ver possibilidade de, no cargo, ampliar o seu espaço no cenário nacional.
A cúpula petista já considera certa a candidatura de Campos à Presidência. Aliados mais pragmáticos do socialista dizem que tudo depende do grau de envolvimento do Brasil na crise econômica internacional.
O governador nega. Diz que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff e afirma que o rompimento com o PT é pontual e não afeta a relação nacional entre as siglas.
Antes de romper em Recife, Campos dizia que apoiaria o nome indicado pelo PT à sucessão na cidade. Ao anunciar a candidatura de Julio, alegou que a disputa interna tirou do PT a condição de liderar o processo.
EMPURRÃO
Para levar seu desconhecido candidato à liderança nas pesquisas, o governador atribuiu a ele o gerenciamento de grandes empreendimentos e ações sociais do Estado.
Com o apoio de 14 partidos, 12 minutos na TV e mais dinheiro em caixa que a soma das receitas de seus adversários, a campanha socialista decolou, empurrada pelo slogan "foi Geraldo que fez".
O PSB enviou aos eleitores milhares de cartas de apresentação do seu candidato.
O governador deixou várias vezes seu gabinete em horário de expediente para caminhar ao lado dele. E até gravou mensagem telefônica de apoio a Geraldo Julio.
O PT, que não contou com a presença do ex-presidente Lula no palanque de Humberto Costa, acusou o PSB de casar propaganda com a publicidade oficial do Estado.
O partido pediu há mais de um mês à Justiça a cassação da candidatura de Julio --o juiz eleitoral do caso é cunhado do presidente estadual do PSB, Sileno Guedes.
Nesta semana, o PT entrou com outra ação, pedindo o impedimento do juiz. O Tribunal Regional Eleitoral não tem data para definir o caso.
 
Nota do Editor: Rapaziada, os órgãos de imprensa precisam combinar com Eduardo Campos sobre quando será lançada sua candidatura presidencial. A revista CartaCapital desta semana o apresenta como o grande vencedor das eleições de 2012. A Folha de São Paulo assegura até mesmo que a alta cúpula do PT considera que ele se lançará candidato presidencial já em 2014. A princípio, não foi isso o combinado com o casal Lula/Dilma. O medo que faz é que, diante de tantos incentivos, o "Moleque" dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco "queime" a largada, mordido que foi pela "mosca azul".

A prisão do jornalista Ricardo Antunes

 
 
Faço uma pequena pausa no meu retiro acadêmico/profissional para prestar um esclarecimento aos participantes deste blog. A essa hora do dia, boa parte de vocês devem estar sabendo que o jornalista Ricardo Antunes foi preso na tarde de hoje, acusado de tentar extorquir o cientista político Antônio Lavareda. E, todos devem lembrar, Ricardo Antunes ocupou algumas vezes esse espaço como articulista.
Antunes nos procurou, há cerca de um ano, dizendo que estava voltando a morar no Recife (passou uma temporada em São Paulo e Brasília). Disse que queria se reinserir no mercado local e pediu um espaço para expor suas ideias. Como o blog sempre foi um ambiente democrático (por aqui já passaram textos de várias tendências políticas), acolhemos os artigos enviados.
Poucas semanas depois do início da “colaboração” de Ricardo Antunes, começamos a receber telefonemas de várias pessoas reclamando da forma de atuar do repórter. E mais que isso. Pelo menos um deputado federal, um senador e um secretário de Estado nos ligaram para falar de “pedidos estranhos” de Antunes.
Fizemos o que podia ser feito. Por precaução, passamos a recusar os textos do jornalista, que chegou a nos acusar de censura, em um email agressivo enviado a Pierre. Ricardo Antunes, então, decidiu abrir seu próprio blog, o Leitura Crítica.
Há algumas semanas, Pierre foi procurado por um amigo que trabalha com Lavareda. Ele perguntou se Ricardo Antunes ainda tinha alguma ligação com o Acerto de Contas. Pierre disse que não, que o blog cancelou qualquer participação dele por causa de suspeitas de sua conduta ética, após várias queixas. O interlocutor, então, contou que Lavareda estaria sendo extorquido por Antunes. Falou que havia provas disso (emails).
Preocupado, Pierre me ligou na hora. Infelizmente, sei que esse tipo de conduta não é rara entre meus colegas de profissão. Há os que “pedem” favores/dinheiro em troca de notícias e há os pequenos “mimos”, como viagens, presentes etc. É triste, mas a pura verdade. Sabedor disso, falei a Pierre (que é amigo de Lavareda) que aconselhasse a vítima a fazer a única coisa correta numa situação destas: comunicar formalmente à polícia, apresentando as provas. Isso é necessário para que tentemos acabar com esse tipo de prática no jornalismo (e em qualquer outra profissão).
Pelo jeito Lavareda seguiu o conselho. E o resto da história vocês já sabem.
Depois da prisão, recebi várias ligações de supostas vítimas de extorsões atribuídas a Antunes e de pessoas conhecedoras de outros casos. Na imensa lista de vítimas que me passaram, estão desde o atual prefeito do Recife até advogados, empresários e políticos em geral. Alguns pagaram para se livrar da perseguição. Outros se recusaram e viram seus nomes jogados na lama, com textos e acusações não necessariamente verdadeiros.
 
(Matéria publicado pelo blog "Acertos de Contas", onde o jornalista, por um certo tempo, foi colaborador).

sábado, 6 de outubro de 2012

Eduardo Campos, o vencedor de 2012

Daniel Coelho, um dos grandes vencedores das eleições do Recife.


Sejam quais forem os resultados das próximas eleições no Recife, já é possível apontar perdedores e vencedores, embora isso não implique, necessariamente, a habilitação para ocupar o Palácio Antonio Farias pelos próximos 04 anos. Apesar de entender que ainda não é o momento para Daniel Coelho, o candidato do PSDB, sem sombra de dúvidas, fez bonito nessas eleições. Conseguir apear o PT de disputar um segundo turno no Recife, para o seu mentor, Sérgio Guerra, isso tem sabor de uma picanha argentina na brasa, acompanhada de farofa e uma cervejinha bem geladinha. Guerra recebeu pressões tanto do PSB quanto do próprio PSDB para abdicar dessa candidatura. Analistas do próprio partido consideraram a possibilidade de apoio ao candidato dos democratas, Mendonça Filho. Jugmman, por sua vez, não passou de um grande blefe de Sérgio, por isso nem estamos considerando que o grão-tucano, em algum momento, avaliou seriamente a possibilidade de apoiar seu projeto de torna-se candidato a prefeito do Recife. É necessário tomar muito cuidado com esse ator político. No momento, apesar de manter-se estrategicamente equidistante do palanque de Daniel, ele se regozija de ter acertado na estratégia e no candidato. Se ocorrer um segundo turno no Recife, muito possivelmente ele se dará entre Daniel Coelho e Geraldo Júlio. Neste momento, se coloca uma questão: como se comportará o senhor Daniel Coelho, de certa forma alinhado à figuras políticas que mantém um bom trânsito com o Campo das Princesas, como o próprio governador Eduardo Campos? No mínimo, esperamos uma campanha mais moderada. Ele, que foi gestado para tornar o PSDB  uma força política minimamente expressiva no Estado, em particular no Recife, vem cumprindo muito bem o seu papel, diria mesmo, para além das expectativas. Conforme já informamos, é necessário fazermos uma análise mais consistente para explicarmos a sua performance nessa campanha. Há quem diga que ele vem recebendo votos de eleitores petistas insatisfeitos, mas garantimos que não é por sua origem clorofilada. Agora, sem nenhum exagero, ele é um dos grandes vencedores dessa campanha.  

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Daniel pode levar a eleição para o segundo turno no Recife.



 
Egresso do PV, o neotucano Daniel Coelho registra na disputa pela prefeitura de Recife um desempenho que surpreende o PSDB, inquieta o PSB e desorienta o PT. Em curva ascendente, a novidade de Pernambuco subiu mais quatro pontos em seis dias. Cravou 26% no mais novo Datafolha.
Com esse desempenho, o jovem Daniel, 34, ameaça conspurcar os planos do governador Eduardo Campos, que esperava eleger Geraldo Julio (PSB) no primeiro turno. A cria do governador oscilou um ponto para baixo. Com 41%, conserva-se na liderança. Porém…
Mantido o quadro atual, faltam-lhe votos para evitar o segundo round. Na conta utilizada pelo TSE, que exclui os votos brancos e nulos, Geraldo Julio teria, hoje, 45% dos votos. Está distante dos 50% mais um que liquidariam a fatura num único round. Nessa contabilidade, Daniel Coelho amealha 29%.
Abandonado por Lula e por Dilma Rousseff, que se esquivaram de dar as caras na capital pernambucana, Humberto Costa, o candidato do PT, escorregou um ponto. Na semana passada, dispunha de 17%. Agora, soma 16%. Amarga a perspectiva de ser excluído da disputa numa cidade governada pelo PT há 12 anos.
O Datafolha perscrutou também os cenários do segundo turno. Aos olhos de hoje, o candidato de Eduardo Campos prevaleceria em qualquer circunstância. Mas o contendor do PSDB insinua-se como um osso mais duro de roer do que o antagonista do PT.
Num embate direto contra Humberto Costa, Geraldo Julio venceria por 59% a 29%. Numa disputa com Daniel Coelho, viraria prefeito com um placar de 52% a 37%. Com um complicador: além de ter tomado o elevador, o rival do PSDB exibe um discurso capaz de incomodar.
Na sua campanha, Daniel Coelho troca o azul do tucanato pelo verde do seu antigo partido. Leva aos lábios um arsenal eficiente. Realça o fato de que o PSB de Eduardo Campos é sócio do PT na mal avaliada prefeitura de Recife.
O partido do governador rompeu com o petismo local. Mas controla a vice-prefeitura na administração petista de João da Costa, um prefeito a quem o PT sonegou o direito de disputar a reeleição e o recifense quer ver pelas costas. Foi cavalgando esse paradoxo que Daniel Coelho virou uma surpresa.
- Em tempo: O Datafolha realizou pesquisas também no Rio, em Curitiba, em Porto Alegre, em São Paulo e em Belo Horizonte.
 
(Publicado originalmente no blog do Jornalista Josias de Souza, Portal UOl)
 
Nota do editor: Pelos números do Instituto Datafolha, como se observa, a eleição pode sim ir para um segundo turno no Recife, embora nos cenários possíveis, Geraldo Julio será o próximo prefeito do Recife. Ainda não li nenhuma análise consistente sobre o vertiginoso crescimento da candidatura do deputado Daniel Coelho. Seu discurso é frágil, inconsistente, não transmite segurança ou experiência de gestão da coisa pública. Sua performance surpreende os próprios grãos-tucanos. Não sei se podemos afirmar que ele cresce em cima do vácuo do desgate do Partido dos Trabalhadores. Qualquer análise, nesse momento, corre o risco de cometer equívocos, se não acompanhada de dados concretos que possam indicar, claramente, quem é e as razões pelas quais parcelas do eleitorado estão canalisando suas expectativas para o tucano de bico verde. No último debate organizado pela TV Jornal, ele chegou a mencionar que representava a "Nova Política". Quem acompanha o nosso blog sabe que ele está equivocado. Quanto a um segundo turno, a possibilidade existe, mas acreditamos que Geraldo Julio liquida essa fatura no próximo dia 07.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Eduardolização da política pernambucana: Commércio traz matéria sobre o assunto.


O Jornal do Commércio de hoje, em matéria assinada pelos jornalistas Gilvan Oliveira e Paulo Sérgio Scarpa, com as observações de professores e cientistas políticos da UFPE, uma longa matéria sobre a possível hegemonia política que o PSB tenta impor em Pernambuco, mantendo o controle do Governo do Estado e da Prefeitura da Cidade do Recife, fato que, historicamente, o eleitorado sempre se mostrou reticente. Essa questão foi levantada pelo Blog do Jolugue a bastante tempo, tratada como a eduardolização da política pernambucana. A oposição no Estado está rigorosamente esfacelada. O desempenho de Mendonça Filho (DEM) nessas eleições é algo acachapante. Ele que, em tese, representa, rigorosamente, a oposição no Estado. Quem mais? Partidos idealistas como o PCB, o PSTU e o Psol? Que, pelo menos no momento, não reúnem condições para um possível enfrentamento? Lideranças como Júlio Lóssio, do PMDB?, cujo partido já se encontra, a rigor, na base de sustentação das forças que ocupam o Palácio do Campo das Princesas? Daniel Coelho, pupilo político de Sérgio Guerra, que troca figurinhas com o Campo das Princesas desde as eleições de 2010? Isso não é bom para a democracia, onde um dos pilares  é representado exatamente pelo  rodízio do poder. Aliás, bastante danoso. Concentra a espertise da máquina, e sobretudo a esperteza, apenas num núcleo duro reduzido, não oportunizando espaço para novos atores, que poderiam executar novas formas de gerenciamento da máquina, implementar novas políticas públicas, contemporizar outros segmentos sociais, numa incerteza inerente ao processo democrático, um risco que quem assume o poder não gosta de correr.  

Nota do editor: Um leitor do blog nos encaminhou um e-mail alertando sobre o papel do PT em relação ao Governo Eduardo Campos. É mais um daqueles imbróglios com os quais o partido terá que lidar. A tendência do próprio senador Humberto Costa continua no Governo Eduardo Campos, num clara definição do seu papel. Somente recentemente é que se especulou sobre um "torniquete político" aplicado pelo governador para inviabilizá-los politicamente até eles jogarem a toalha. Setores ligados ao prefeito João da Costa, segundo dizem, também se encontram numa situação de "passividade coninvente" quando não, "apoio explícito" ao candidato Geraldo Júlio. No plano nacional, então, é que não se pode mesmo falar em oposição.  

Nova Política: Embora clorofilada, não tem nada a ver com Daniel Coelho.


 
Não  faz muito tempo, publicamos aqui no Blog do Jolugue um longo artigo sobre a chamada “Nova Política”, um movimento esboçado no Brasil por uma ala do PV que gravitava em torno da então candidata presidencial Marina Silva, a partir das idéias do sociólogo espanhol Manuel Castells. Ao se indispor com segmentos dos verdes, não somente Marina, mas integrantes daquela agremiação, dispostos a encontrarem instituições que se afinassem com suas aspirações, começaram a apregoar essas idéias que, na realidade, do ponto de vista teórico, são bastante atuais, conforme enfatizamos no artigo. Nem do ponto de vista de afinidades com essas idéias e muito menos ainda pelas companhias que ostenta em seu palanque, o senhor Daniel Coelho não tem qualquer autoridade para propor algo nesse sentido. Muito embora a expressão “raposa política” permita o direito de resposta, posto que considerada uma ofensa, devo afirmar que o seu palanque está repleto dessas "raposas", como afirmou um dos seus adversários em debate recente. A “Nova Política” está ancorada exatamente na falência do modelo de democracia representativa burguesa, onde os eleitos, ao invés de representarem as demandas dos seus representados, acabam se locupletando de suas funções em benefício muito particular. Das duas uma: ou ele não conhece o significado do termo ou achou interessante jogá-lo para a platéia. Até recentemente, na Bahia, apenas para ilustrar essa promiscuidade representativa, um empresário ofereceu uma quantia fabulosa a uma candidatura em troca de futuras concessões para construções de edifícios numa área supervalorizadas de Salvador, conforme uma publicação semanal. Como o candidato teria recusado, ele procurou o concorrente, que aceitou a proposta.Coincidência ou não, este candidato está virando o jogo naquela cidade. 

Morre Eric Hobsbawm: O fim de uma era?

 

  • Morreu na manhã desta segunda (1) o historiador marxista Eric Hobsbawm, britânico de origem judaica, em Londres, aos 95 anos. Hobsbawm estava com pneumonia e não resistiu ao tratamento.
    De acordo com comunicado divulgado por sua família, Hobsbawm deixa "não só sua mulher dos últimos 50 anos, Marlene, seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também seus milhares de leitores e pesquisadores no mundo todo". Autor de Era dos Impérios, Era das Revoluções, Era dos Extremos e Globalização, Democracia e Terrorismo – entre muitos outros –Hobsbawm revolucionou – de fato – a historiografia e a interpretação da História sobre o nosso tempo.

    Relevante e fundamental
    Poucos historiadores tiveram o privilégio e a lucidez de refletir sobre sua própria época. Britânico, nascido em Alexandria, no Egito em 1917, Hobsbawm passou seus primeiros anos em Viena, nas ruínas do último grande império europeu, o Habsburgo. Ainda criança se muda para Berlim, onde permanece até vitória do partido nazista em 1933. Quando a Segunda Guerra Mundial teve inicio - já historiador e membro do Partido Comunista Britânico - colaborou com os serviços de inteligência e integrou o Royal Army Educational Corps, uma divisão responsável pela instrução e educação dentro do exército.
    Na década de 60, se relaciona com a privilegiada geração de historiadores marxistas ingleses, como Christopher Hill e Edward Thompson. Seu interesse pelo trabalhismo o leva a estudar as revoluções burguesas do século XIX. Nascia a preciosa série dividida em eras: Revoluções (1789-1948), Capital (1848-1975), Impérios (1875-1914). Bibliografia obrigatória dos cursos de História de todo mundo, seus trabalhos sobre o período ainda foram acrescidos de dois livros fundamentais sobre História Moderna: A Invenção das Tradições (1983) e Nações e Nacionalismo desde 1780 (1991).
    Seu trabalho mais marcante, no entanto, viria com “A Era dos Extremos” de 1991. Coincidindo com boa parte do seu tempo de vida, o historiador se coloca no papel de testemunha do mais interessante e sangrento século da história, como costumava dizer. Ele divide o período em três eras. A primeira, a da catástrofe, marca as duas grandes guerra, o surgimento da União Soviética, a crise econômica de 1929 e o aparecimento dos fascismos. A segunda, nas décadas de 50 e 60, chamada de anos dourados, período de grande expansão econômica do capitalismo. Por fim, entre 1970 e 1991, o desmoronamento final, quando os sistemas ideológicos e institucionais caem por terra.
    Hobsbawm viveu muito, mas parece pouco frente à magnitude de sua obra. Foram mais de 30 livros, alguns sobre paixões pessoais, como “A História Social do Jazz” (1989), outros como reafirmação de sua coerência ideológica, como seu último, “Como mudar o mundo: Marx e o Marxismo” (2011). Nos últimos anos, permaneceu ativo e publicando muito. Em 2002 lançou sua autobiografia, “Tempos Interessantes”. Cinco anos depois, alguns ensaios que incluíam análises pontuais sobre o mundo pós 11 de setembro. Sua morte, aos 95 anos, deixa gerações de historiadores órfãs de um dos historiadores mais lidos e influentes do último século.

(Bruno Garcia, Revista de História da Bbiblioteca Nacional)

Nota do Editor: Num curto espaço de tempo, perdemos dois grandes nomes da reflexão sobre a teoria marxista. No Brasil, morreu Carlos Nelson Coutinho, o maior ensaísta marxista brasileiro, intelectual respeitado até mesmo entre proeminentes pensadores de corte liberal. Na Inglaterra morreu no último dia 02, vítima de uma pneumonia, aos 95 anos de idade, Eric Hobsbawm, até então o maior historiador marxista ainda vivo. Eric morreu mantendo sua fé no marxismo. Seu último trabalho publicado foi "Como mudar o mundo: Marx e o Marxismo", o que dá a dimensão de sua crença na teoria construída pelo filósofo alemão. Algumas das obras mais importantes de Marx foram escritas na Inglaterra, onde era assíduo frequentador de suas bibliotecas. Sua afinidade com Marx era tanta que Eric adquiriu a residência onde o autor d'O Capital residiu naquele país. Quando indagado sobre os problemas da experiência do socialismo realmente existente, sempre arrematava que a "idéia é boa", numa alusão à constituição de uma sociedade comunista. Apesar do materialismo, tenho a ligeira impressão de que essa gente foi para o céu, posto que sonhavam com uma sociedade mais humanizada e fraterna. Quem deve ir para o inferno são esses miseráveis capitalistas consumistas.