pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Cuidados que os quatro precisam tomar, artigo de Carlos Chagas.

Por Carlos Chagas

Por enquanto, nessa precipitada antecipação da campanha sucessória, quatro candidatos lançam-se na disputa: Dilma Rousseff, Aécio Neves, Marina Silva e Eduardo Campos. O número pode aumentar, se Joaquim Barbosa aceitar o desafio.  Vale, enquanto é tempo, alinhar um elenco  de cuidados que precisam  tomar, entre outros, se pretendem sustentar suas pretensões:“Ver a floresta e não as árvores.
Evitar a pregação das desvantagens do socialismo esquecendo suas vantagens e, ao mesmo tempo, os inconvenientes do capitalismo sem seus benefícios.
Dirigismo sem direção não leva a lugar algum.
Longas omissões superam súbitas conversões.
Ouvir apenas o coro das louvações é fatal.
Não saber misturar os temperos na panela não impede verificar  se a comida está ou não bem temperada, assim como não é necessário ser cozinheiro para apreciar uma boa refeição.
Impedir que oscile o pêndulo da paixão política.
Abandonar  a inocuidade do grito que pretende assustar alguns e comprometer  outros.
Os cemitérios estão cheios de insubstituíveis.
Melhor enfrentar do que contornar.
Perceber que a  roda da fortuna é  caprichosa.”
Faz quase cinqüenta anos que esses e  outros avisos   para quantos pretendem lançar-se na disputa presidencial foram alinhados por um  candidato, numa série de cartas que escreveu a quem pretendia e  conseguiu obstar-lhe o caminho até a presidência da República. Ironicamente, era o  melhor dos candidatos, quando cotejado com os concorrentes daquele momento. Talvez pelo brilho de sua personalidade,  criou muito mais adversários e desafetos do que conquistou aliados, vendo frustrado seu sonho de governar o país.
Falamos de  Carlos Lacerda, que nos idos de 1965 buscava disputar uma eleição que, conforme vaticinou Hélio Fernandes, não  ia acontecer. Suas cartas, muitas, eram dirigidas ao primeiro general-presidente, por sinal marechal, Castello Branco. A leitura atenta de todas revela a obstinação do signatário em sustentar uma  candidatura que começava a ser  vetada pelos chefes militares.  No final, chegaram  ao rompimento e até ao destempero, sendo Carlos Lacerda atropelado pela própria resistência  diante da política econômica do primeiro governo dito revolucionário, comandada por Roberto Campos.
Estes comentários devem-se à continuação de um trabalho que venho desenvolvendo há décadas, a respeito da História do Brasil contada por jornais e  jornalistas. Dois volumes já foram publicados pela Editora Record, no ano Dois Mil, sob o título geral de “O Brasil Sem Retoque”, abrangendo o período de 1808 a 1964. Encontram-se quase terminados mais dois, referentes aos 21 anos do regime militar. A sacrificada e obviamente incompleta pesquisa  tem-me levado a lembranças  e a descobertas singulares. De quando em quando não resisto à  tentação de adiantar nesta coluna  detalhes e  coincidências que reafirmam  a  mesma conclusão  milenar de nada de novo acontecer  sob o sol. Se quiserem, também,  de que o passado é o nosso maior tesouro, não porque nos dirá o que fazer, mas precisamente pelo contrário: sempre mostrará o que evitar...

domingo, 12 de maio de 2013

Cid Gomes afirma que permanecerá no PSB e apoirá o projeto de reeleição de Dilma Rousseff






Já comentamos aqui que o governador Eduardo Campos teria um "triângulo das bermudas" de dificuldades para serem ultrapassadas se deseja ser um nome viável como candidato presidencial nas eleições de 2014. Lula recomendou que ele refletisse melhor sobre o tema. O cacique petista tem lá suas razões. O governador do Ceará, Cid Gomes, que vivia numa saia justíssima - dividido entre o Planalto e o Campo das Princesas - num diálogo franco, teria dito ao morubixaba socialista o seguinte: permanece no PSB e apóia o projeto de reeleição de Dilma Rousseff. Ponto final. O que os dirigente socialistas fariam numa situação como essa? Expulssariam os Ferreiras Gomes da agremiação ou teriam que conviver com uma dissidência aberta nas hostes socialistas? A tese da dificuldade de reeleição dos governadores socialistas vem ganhando corpo no PSB nos últimos dias. Os mais otimistas dizem que o repentino silêncio de Eduardo Campos teria algo a ver com isso. Não acreditamos.

Charge!Paixão! Gazeta do Povo!

Paixão

Charge!Aroeira! Folha de São Paulo

Brava gente, a brasileira, artigo de Elio Gaspari

Atribui-se ao professor San Tiago Dantas (1911-1964) uma frase segundo a qual "a Índia tem uma grande elite e um povo de bosta, o Brasil tem um grande povo e uma elite de bosta". Nas últimas semanas divulgaram-se duas estatísticas que ilustram o qualificativo que ele deu ao seu povo.
A primeira, revelada pelo repórter Demétrio Weber: Em uma década, o programa Bolsa Família beneficiou 50 milhões de brasileiros que vivem em 13,8 milhões de domicílios com renda inferior a R$ 140 mensais por pessoa. Nesse período, 1,69 milhão de famílias dispensaram espontaneamente o benefício de pelo menos R$ 31 mensais. Isso aconteceu porque passaram a ganhar mais, porque diminuiu o número da familiares, ou sabe-se lá por qual motivo. O fato é que de cada 100 famílias amparadas, 12 foram à prefeitura e informaram que não precisavam mais do dinheiro.
A ideia segundo a qual pobre quer moleza deriva de uma má opinião que se tem dele. É a demofobia. Quando o andar de cima vai ao BNDES pegar dinheiro a juros camaradas, estimulará o progresso. Quando o de baixo vai ao varejão comprar forno de micro-ondas a juros de mercado, estimulará a inadimplência.
Há fraudes no Bolsa Família? Sem dúvida, mas 12% de devoluções voluntárias de cheques da Viúva é um índice capaz de lustrar qualquer sociedade. Isso numa terra onde estima-se que a sonegação de impostos chegue a R$ 261 bilhões, ou 9% do PIB. O Bolsa Família custa R$ 21 bilhões, ou 0,49% do produto interno.
A segunda estatística foi revelada pela repórter Érica Fraga: Um estudo dos pesquisadores Fábio Waltenberg e Márcia de Carvalho, da Universidade Federal Fluminense, mostrou que num universo de 168 mil alunos que concluíram treze cursos em 2008, as notas dos jovens beneficiados pela política de cotas ficaram, na média, 10% abaixo daquelas obtidas pelos não cotistas. Ou seja, o não cotista terminou o curso com 6 e o outro, com 5,4. Atire a primeira pedra quem acha que seu filho fracassou porque foi aprovado com uma nota 10% inferior à da média da turma. Olhando-se para o desempenho de 2008 de todos os alunos de quatro cursos de engenharia de grandes universidades públicas, encontra-se uma variação de 8% entre a primeira e a quarta.
Para uma política demonizada como um fator de diluição do mérito no ensino universitário, esse resultado comprova seu êxito. Sobretudo porque dava-se de barato que muitos cotistas sequer conseguiriam se diplomar. Pior: abandonariam os cursos. Outra pesquisa apurou que a evasão dos cotistas é inferior à dos não cotistas. Segundo o MEC, nos números do desempenho de 2011, não existe diferença estatística na evasão e a distância do desempenho caiu para 3%. Nesse caso, um jovem diplomou-se com 6 e o outro, com 5,7, mas deixa pra lá.
As cotas estimulariam o ódio racial. Dez anos depois, ele continua onde sempre esteve. Assim como a abolição da escravatura levaria os negros ao ócio e ao vício, o Bolsa Família levaria os pobres à vadiagem e à dependência. Não aconteceu nem uma coisa nem outra.
Admita-se que a frase atribuída a San Tiago Diante é apócrifa. Em 1985, Tancredo Neves morreu sem fazer seu memorável discurso de posse. Vale lembrá-lo: "Nosso progresso político deveu-se mais à força reivindicadora dos homens do povo do que à consciência das elites. Elas, quase sempre, foram empurradas".
Maus ventos
O comissariado petista conformou-se com a possibilidade de atravessar a campanha eleitoral de 2014 com mais um pibinho.
Nosso Guia
Em março passado, a doutora Dilma tomou um chá de cadeira de mais de uma hora em Durban, quando o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, deixou-a esperando porque continuava reunido com o presidente russo Vladimir Putin. Com toda a razão, Dilma deixou a sala onde estava, no andar de cima, e voltou ao seu hotel.
Na quinta-feira, em Brasília, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deu-lhe outro chá de cadeira. Ela esperou por 1h40min pelo visitante, que estava reunido com Lula na embaixada da Venezuela.
Desta vez, a doutora esperou. Novamente, fez bem, pois era a dona da casa.
Nosso Guia não deveria submeter os outros a esse tipo de demonstração de poder.

Lula teria "enquadrado" Eduardo Campos?


Que nos perdoem os eduardistas, mas parece não restar nenhum dúvida de que ele anda tirando o pé do acelerador. Evitou exposições públicas nas festividades organizadas pela Força Sindical, por ocasião do 1º de Maio, não compareceu à Expozebu, em Uberaba, Minas Gerais, reduto de um dos concorrentes ao Palácio do Planalto. Inaugurou e inspecionou uma série de obras no interior do Estado e, como se não bastasse, agora faz elogios rasgados ao ex-presidente Lula, além de ter silenciado sobre uma virtual candidatura à Presidência da República, advertindo que não é o momento nem oportuno antecipar o debate. Formalmente mantém a independência e o direito do seu partido, o PSB, decidir sobre uma eventual candidatura, mas a ênfase é apenas uma figura de retórica. Se, de fato, como afirma a jornalista Tereza Cruvinel, Eduardo teria recebido uma mensagem de Lula, daríamos tudo para fazer uma análise de discurso desse documento, capaz de esfriar o ânimo do "Moleque" dos Jardins da Fundação Joaquim Nabuco.

O fator Lóssio nas eleições de 2014



Hoje só se fala no fator Lóssio, mas foi o nosso blog quem primeiro chamou atenção para a sua projeção política, principalmente depois das duas derrotas infringidas ao Palácio do Campo das Princesas. Cidade do chamado "Triângulo das Bermudas", Petrolina exerce uma influência política importante no Estado de Pernambuco. A oligarquia Coelho, apesar de cindida ao meio, continua exercendo seu poderio - guardada as devidas proporcões - desde a época do coronel Quelé. Petrolina irradia sua influência para além da microrregião do Sertão do São Francisco. Lóssio - que já afirmou que se Fernando Bezerra Coelho entrar no PMDB ele sai pela outra porta - é aliado de uma ala dos Coelhos.O prefeito vem fazendo uma gestão muito bem avaliada no município, inclusive com projetos estruturadores na área de educação. Prestigiado pela cúpula da legenda do PMDB em Brasília - caso de Raupp e Temer - ele está motivado para entrar no jogo. Da "turma do cozido", sua principal liderança, Jarbas Vasconcelos, pelas últimas declarações, apesar de fechado com a candidatura de Eduardo Campos, sinaliza que estaria susceptível à possibilidade de uma candidatura própria do PMDB, como deseja a Direção Nacional da legenda. Vamos aguardar os próximos lances desse jogo, mas Lóssio tornou-se uma jogada possível no tabuleiro da política pernambucana.

sábado, 11 de maio de 2013

Flagrante Tumblr!!!



Garoa sobre Garanhuns, Agreste Meridional de Pernambuco.

Roberto Damatta: Fracasso & sucesso

Fracasso & sucesso

Roberto Damatta - O Estado de S.Paulo

Vencer ou perder, governar ou desgovernar, poupar ou gastar, trabalhar ou dormir, honrar os cargos ou vilipendiá-los, enfim: ser ou não ser seriam - como variantes possíveis de fracasso e sucesso - as duas faces de uma mesma moeda?
No Brasil, sucesso e fracasso têm se constituído em moedas diferentes. A do sucesso pertence ao nosso grupo ou partido; a dos outros é a do fracasso. Ou, dito de modo mais familiar, a moeda do sucesso é a do governo (que tudo gasta de modo irresponsável); a do povo, porém, está sempre em falta. Ou, pior que isso, inexiste. Porque como diz a fórmula malandra: não há verbas para o nosso projeto de poder.
E qual é o projeto de poder dos governos? É melhorar o trânsito e liquidar gargalos em setores críticos? Não! O projeto do governo, como revelam os noticiários e as tentativas de inventar fracassos com uma crise entre poderes, é permanecer no poder.
Essa é a lei de ferro que faz com que, no Brasil, os elos entre sucesso e fracasso permaneçam sem reflexão, como se um lado nada tivesse com o outro quando, no fundo, há um laço íntimo entre o ir pra frente e o seguir decididamente para trás.
Como ironiza Joseph Heller na figura do Coronel Cargill, um personagem intrigante do livro Ardil 22. Cargill, um ex-marqueteiro, agia como um político - ele era especialista em fracasso. Ele sabia - por isso ele merece reflexão - que o fracasso é tão difícil quanto o sucesso!
O fracasso do Brasil não é exclusivo nem obtido de graça. Tal como o nosso sucesso, ele não é tampouco espontâneo. Tem sido planificado por gerações de imperadores e barões e com a plêiade do que hoje - com a abolição da escravatura e a proclamação da República - chamamos de secretários, ministros, aspones, diretores, parlamentares e presidentes. Esse "poder público" que continuamos a tratar com um misto de sacralidade, respeito, hipocrisia e extremada covardia, o qual é uma esfera em pleno processo de encontro com a sociedade que ele controla, comanda e, no meu humilde entender, explora brutalmente.
Exagero? Sem dúvida. Mas impressiona ao jovem antropólogo dentro do velho professor, cronista, avô, péssimo escritor e eventual cantor ridículo de canções fora de moda, perceber com nitidez fotográfica, como o "poder público" está em toda parte e em todo lugar, deve quase sempre tudo à sociedade mas sempre erra e fracassa redonda e irritantemente onde se mete. Nós, o povo (ou, para sermos mais precisos, a sociedade) não podemos fracassar e, num certo sentido, continuamos invisíveis e anônimos. Mas os sócios do tal "poder público", são as celebridades inimputáveis que embora tenham tudo, saibam tudo e controlem tudo, não são - nem nas crises e denúncias - responsáveis por coisa alguma. A nós, pobres anônimos sem poder, cabe existir como "povinho carente" e sem rosto mas somente para os demagogos. E, de quebra, somos responsáveis pelo fracasso do Brasil.
Ainda estamos longe de conceber, saindo da velha e grossa casca escravista, que o "povo" é o conjunto de cidadãos que concede autoridade administrativa a uns poucos que, por sua vez, recusam (a não ser em casos extremos) a colocar suas caras a tapa. Ou seja: a assumir com todas as letras o que fazem para seus Estados, cidades ou país.
De um lado, há os grande atores; e, do outro, os chamados "merdas". Todos nós, leitores, que pagamos impostos e que, ao contrário dos nossos gerentes, não podemos errar debaixo das penas da lei. Conheci, graças a Deus, de longe, poderosos que se pensavam imortais e só viraram povo quando sofreram perdas, quando enfrentaram a doença ou quando descobriram com horror que eram mortais, embora o cargo que ocupavam não fosse.
Sucesso e fracasso, atraso e progresso ainda se dividem de modo crasso e reacionário no Brasil. O povo é ignorante e atrasado, o Estado - porém - é sábio e avançado. Ele entende tanto de sociologia que, quando decide mudar um costume estabelecido, inventa uma lei! O problema é que como as coisas estão interligadas, logo ele próprio é vítima das leis que promulga. Entre as autoridades e a sociedade, há um fato curioso e absurdo: até hoje, quem se investe como parte do "poder público" esquece imediatamente depois da "posse" que ele (ou ela) faz parte da sociedade e que esse tal de "poder público" deve algo a essa mesma sociedade e não o contrário. Eis um fato notável do poder à brasileira.
Um outro fato diz respeito ao seguinte: a força da autoridade é sempre aplicada com mais consistência contra o "outro" como agora testemunhamos nessa briga irresponsável de incêndio entre o Congresso e o Supremo. Um conflito sintomático do desejo óbvio de vingança por parte de parlamentares que foram condenados e que, cedo ou tarde, a prevalecer algum senso de justiça, devem pagar o que devem à lei e ao povo. Esse povão sem rosto feito de vozes desarticuladas mas que hoje falam muito e batem num ponto básico: como ter autoridade sem cara? Como ter cidades onde vivemos e morremos sem um dono - um responsável a quem a população concedeu pelo voto um tempo para gerenciá-las com decência? Não se pode culpar costumes por ausência de trabalho administrativo público decente, responsável e eficiente. Se há erro, mudemos a "cultura".
No fundo, trata-se de tirar os caras dos palácios e colocá-los na rua, ao nosso lado. Penando em inomináveis engarrafamentos e filas de hospitais e escolas. Como dizia meu velho amigo Richard Moneygrand, o brasilianista mais brasileiro que conheci: "DaMatta, o problema de vocês é o palácio. Vocês lutam pela democracia, elegem os caras e depois os colocam em palácios. E aí, meu caro, vocês voltam às velhas deferências - mas com o dinheiro do povo".


Charge!Amarildo!Carga Perigosa

Caminhao do leite Contaminado Icones carga perIgosa

Campos volta e diz que não quer "antecipar debate".

247 – Após semanas de reclusão do cenário político nacional, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, voltou a falar com jornalistas neste sábado 11, durante evento em Goiânia (GO). Seu discurso, porém, foi na defensiva. Campos voltou a dizer que ainda é cedo para discutir as eleições presidenciais e que teremos muito tempo para isso em 2014. O presidente do PSB é possível candidato contra a presidente Dilma Rousseff no ano que vem.
"Não é um ano de eleitoralizar o debate, antecipar o debate sucessório de 2014. Vamos ter muito tempo para isso em 2014. O PSB vai tomar a decisão que cabe ao PSB tomar com companheiros do PSB participando, escutando a base do partido no Brasil inteiro, no tempo certo que é 2014, como sempre fizemos", declarou Campos, que reafirmou seu compromisso com o governo federal, negando qualquer ruptura com Dilma.
No evento de Goiânia, o governador pernambucano também voltou a dizer que o PSB não é "satélite de nenhum partido" e que sua legenda não tem "relação de submissão" com ninguém. "Nós temos opinião própria sobre a vida brasileira. Nós somos um partido, não somos um satélite de nenhum partido. Nós temos massa crítica, temos história, temos um pensamento, preocupações com o Brasil, não temos relação de submissão com ninguém".
Seu sumiço abrupto do cenário nacional, sem mais participações em grandes eventos nem discursos com críticas à gestão de Dilma Rousseff, deu vazão a interpretações de que ele desistiria de sua candidatura à presidência. Até o ex-presidente Lula começou a trabalhar com essa hipótese (leia mais em Lula trabalha com desistência de Campos). Sobre isso, porém, Campos não quis falar: "Não comento teria dito".

(Jornal Brasil 247)

Por que, afinal, Eduardo Campos recuou?



A notícia saiu na coluna da jornalista Tereza Cruvinel e se esepalhou como um vírus, ganhando repercussão na crônica política da semana: o surpreendente recuo do governador Eduardo Campos, que passou a ocupar-se da agenda estadual, minimizando suas exposições como virtual candidato à Presidência da República. Há várias hipóteses em jogo, uma delas, confirmada pela jornalista, dando conta que o recuo seria em consequência de uma mensagem enviada ao governador pelo ex-presidente Lula. Nesta mensagem, cheia de entrelinhas, Lula teria pedido que Eduardo refletisse mais sobre uma eventual candidatura. Logo se concluiu que, numa eventual dificuldade de Dilma, Lula poderia entrar em campo, motivo mais do que suficiente para um recuo de Eduardo. Recentemente, Lula teve um encontro reservado com Dilma Rousseff. Curiosamente, saiu afirmando não acreditar numa candidatura do governador Eduardo Campos, reproduzindo o mantra petista da inviabilidade de sua postulação em 2014. Há outras hipóteses em jogo, como uma recomendação dos seus assessores no sentido de evitar a "saturação' de tanta exposição pública. Responder ao que resta da oposição em Pernambuco - que estaria criticando bastante sua ausência na província, também está entre as hipóteses aventadas. Façam suas apostas.

Adriano Diego, sobre Ustra: " Ele tirou o capuz e falou: Acabei de mandar Minhoca para a Vanguarda Popular Celestial"


publicado em 10 de maio de 2013 às 23:58
por Luiz Carlos Azenha

O agora deputado estadual Adriano Diogo era estudante de Geologia da Universidade de São Paulo quando foi preso pela Operação Bandeirante em 23 de março de 1973.
Estávamos na ditadura militar, no governo do general Garrastazu Médici. Na rua Tutóia, em São Paulo, sede da OBAN/Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), reinava o major do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra.
Dias antes da prisão de Diogo, o estudante de Geologia da USP Alexandre Vannuchi Leme, de 22 anos de idade, tinha sido levado ao centro de torturas.
Do livro Direito à Memória e à Verdade, escrito pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos:
“O universitário Alexandre Vannucchi Leme, conhecido como Minhoca, foi enterrado sem caixão em uma cova rasa do cemitério de Perus, forrada com cal para acelerar o processo de decomposição e encobrir as marcas de tortura que motivaram sua morte. As versões contraditórias de suicídio com lâmina de barbear, apresentada pelos agentes do DOI-CODI aos outros presos políticos, e a de atropelamento durante fuga, divulgada publicamente, foram desmascaradas. Um grupo de nove presos políticos testemunhou na própria Justiça Militar as torturas a que foi submetido o estudante, nos dias 16 e 17/03/73, por uma turma de pelo menos 13 agentes daquele órgão”.
Segundo Adriano Diogo, quem supervisionava tudo era Ustra. Revoltado contra os protestos de estudantes da USP, que ajudaram a organizar uma missa de sétimo dia para o colega Vannucchi Leme, rezada pelo cardeal de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns — um dos principais adversários da ditadura, então — Ustra mandou prender outros 40 estudantes da universidade, dentre os quais o hoje deputado estadual do PT paulista, que era colega de classe de Alexandre.
Diogo diz que encontrou Ustra muito nervoso: “Tirou o capuz e falou: Acabei de mandar o Minhoca para a Vanguarda Popular Celestial. Você vai ser o próximo”. Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) era o nome de um dos grupos da resistência (Vannucchi era ligado à ALN, Ação Libertadora Nacional).
“Ele é um assassino confesso, ele é um dos maiores verdugos da História do Brasil”, diz o deputado que preside a Comissão da Verdade Rubens Paiva na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Ivan Seixas, ex-preso político, também torturado pessoalmente por Ustra, confirma que encontrou Adriano Diogo em condições deploráveis na OBAN.
O próprio Diogo diz que deu entrada às duas da tarde na chamada cela forte e foi torturado na cadeira de dragão até as quatro da manhã do dia seguinte.
Amarrado, recebeu choques elétricos em todo o corpo.
Ao depor ontem na Comissão Nacional da Verdade, em Brasília, o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra disse que combateu o terrorismo, que evitou a instalação do comunismo no Brasil e citou quatro grupos dos quais teria participado a hoje presidente Dilma Rousseff. Ustra foi confrontado pelo vereador paulistano Gilberto Natalini, do PV, outra de suas vítimas.
– Eu não faço acareação com terrorista.
O presidente da Comissão da Verdade [da Câmara Municipal] de São Paulo, que estava na plateia, prontamente se levantou, apontou o dedo para Ustra e gritou:
– Eu não sou terrorista. Terrorista é você!
No vídeo acima, Adriano Diogo dá detalhes da tortura a que foi submetido e fala sobre o papel de Ustra. O vídeo termina de forma abrupta quando o deputado listava as mortes que aconteceram enquanto estava preso e que podem ser diretamente atribuídas a Ustra: teriam sido pelo menos cinco apenas naquele período, incluindo a de Alexandre Vannuchi Leme.
Na entrevista, Adriano Diogo lamenta apenas que a convocação de Ustra não tenha sido precedida de um levantamento completo de todas as ações criminosas que podem ser atribuídas a ele.
A OBAN, que formalmente antecedeu o DOI-CODI, foi financiada e apoiada por empresários brasileiros e aglutinou órgãos de repressão de diversas esferas, que aplicaram técnicas de tortura difundidas pelos Estados Unidos para defender a ditadura militar que derrubou o governo constitucional de João Goulart em 1964.
Leia também:

Dora Kramer: Sem folga na direção.

Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

Volta e meia sai uma pesquisa registrando índices de popularidade inéditos para a presidente Dilma Rousseff, em geral seguida de outra informando que, "se a eleição fosse hoje", ela estaria reeleita. No primeiro turno.
A mais recente, encomendada pelo PSDB, coincide com os dados divulgados pelo Ibope em março: Dilma tem 53% das intenções de voto. Isso em cenário de múltiplas candidaturas adversárias. Segundo o Ibope, a presidente teria 58% enfrentando três oponentes e 60% se os desafiantes forem apenas dois, Marina Silva e Aécio Neves.
Visto assim do alto, o quadro é extremamente favorável à presidente. Ainda mais se considerados dados do Ibope sobre as intenções de voto de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio da Silva em 1998 e 2006, anos das respectivas reeleições.
FH tinha 25% na pesquisa espontânea e Lula, 27%. Nesse tipo de consulta em que não é apresentada ao pesquisado uma lista de nomes, Dilma apareceu com 35% em março último.
Mas há diferenças significativas. A antecedência da consulta, por exemplo. O índice de Lula foi medido seis meses antes da eleição, o de Fernando Henrique, três meses e o de Dilma, um ano e meio antes.
Na época, Lula estava às voltas com o escândalo do mensalão. FH enfrentava turbulências sérias na economia e na política, pois perdera a majestade com o esforço para aprovar a emenda da reeleição no ano anterior e sua base de sustentação no Congresso dava sinais graves de desgaste que viria a se consolidar depois no afastamento do então PFL (hoje DEM) e na dispersão do PMDB.
Ainda assim foram reeleitos. O tucano em primeiro turno com 53,06% dos votos e o petista no segundo, com 60,83%. Ponto a favor de Dilma? Não necessariamente.
A presidente em tese vive circunstâncias mais vantajosas: não tem oposição forte como tinha o tucano, não está na administração de um escândalo das proporções do mensalão, vive em campanha eleitoral aberta no pleno uso da máquina estatal, em suma: joga sozinha e com as "brancas".
Nessas condições, 53% de intenções de voto não é grande coisa: o jogo ainda não começou para valer, a economia patina, as insatisfações se explicitam nos setores mais diretamente interessados (empresariado e políticos) e a imagem de grande gestora e governante austera vai batendo de frente com a realidade de resultados parcos e fisiologismo deslavado.
Se o cenário não sinaliza perda do favoritismo, tampouco desenha vitória no primeiro turno.
Ética temporã. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República vai examinar o caso do acúmulo de funções do ministro da Micro e Pequena Empresa, o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, no próximo dia 20.
Duas semanas depois de oficializada a escolha. O natural seria que a questão tivesse sido analisada (e resolvida) antes da nomeação e não depois da enxurrada de questionamentos.
Para lembrar dois exemplos em que isso foi feito a tempo e a hora em governo do PT. Gilberto Gil só aceitou o ministério da Cultura mediante sinal verde da Comissão de Ética em relação às suas atividades artísticas. Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, passou a administração de seus bens para uma instituição financeira e se desfez das cotas de seu escritório de advocacia, em operação aprovada previamente pela Comissão.
A propósito: a presidente disse ontem que Afif é a pessoa certa no lugar certo. Pode até ser, mas do jeito errado.

Fotografia: O último abraço, a última lágrima.






por Antonio Carlos Prado e Thaís Botelho
Chama-se Taslima Akhter o autor desta foto feita em Blangladesh na madrugada de 25 de abril, 18 horas após o desabamento de um prédio que causou a morte de aproximadamente 1.050 pessoas – o edifício abrigava sobretudo confecções. A imagem do casal que se abraçou para morrer tornou-se, na semana passada, o símbolo da luta dos trabalhadores da indústria têxtil de Bangladesh contra as precárias e inseguras condições de trabalho. “Sangue saía dos olhos do homem como lágrimas”, diz Akhter. “É como se esse homem e essa mulher me alertassem de que eles não eram vidas baratas, mas seres humanos.” A foto integra um ensaio da revista “Time”. Na sexta-feira 10, o mundo ganhou uma alegria: milagrosamente, após 16 dias soterrada, uma mulher foi resgatada com vida.
(Matéria publicada na revista IstoÉ).

Medida Provisória dos Portos ou dos porcos?





A Medida Provisória dos Portos sempre gerou muita polêmica, mas nada que se compare às últimas discussões na Câmara Federal, durante sua votação, amplamente noticiada, onde a Casa legislativa, literalmente, virou uma pocilga, uma vez que o deputado Anthony Garotinho(PR), líder da bancada, taxou-a de "medida dos porcos", em razão dos inúmeras emendas proposta pelo líder do PMDB, Eduardo Cunha. A sessão foi encerrada em razão dos tumultos e troca de acusaões. O clima esquentou bastante, deixando o ambiente irrespirável. Garotinho pegou pesado, mas, segundo comenta-se, agradou em cheio ao Palácio do Planalto. Dilma Rousseff não suportaria Eduardo Cunha. Garotinho acusa Eduardo Cunha de estar a serviço do banqueiro Daniel Dantas e dos seus lobistas. São acusações graves, que podem ser investigadas, instigando o deputado Garotinho a ter que provar o que vem afirmando. O presidente da Câmara, Eduardo Alves cogitou da possibilidade de punir Garotinho. O PR também pensou em afastá-lo da liderança. Por enquanto, as coisas estão em banho maria.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Charge!Paixão! Gazeta do Povo

Paixão

Salve-se quem puder, artigo de Marli Gonçalves

Salve-se quem puder!

Por Marli Gonçalves
Deseducação, deselegância, pouco caso, grosserias e mentiras ditas e repetidas como mantras, acompanhadas de imagens publicitárias, incentivos ao confronto como turbas enfurecidas. Será a água que bebemos, o ar que respiramos? Ou é apenas o chão que pisamos, território nacional?
Corre na internet uma velha piada, a de que as grávidas e os velhos devem dar sono porque basta que se aproximem para que todas as pessoas apareçam dormindo nos ônibus e transportes coletivos. Todos os dias surgem nas redes sociais postagens muito reais e verdadeiras, várias documentadas com fotos, com exemplos espantados de enfrentamentos ou de situações verdadeiramente primitivas, e totalmente deselegantes, como diria a Annenberg. Problema é que elas estão se avolumando de forma assustadora, em todos os níveis, e nós não podemos continuar considerando normal essa situação, porque já seria uma derrota geral.

Surgem imagens de carros parados em vagas exclusivas e seus donos jovens e fagueiros ou pomposas senhoras ligando os seus foderaizers particulares, dando de ombro, vários até bem ameaçadores. Surgem murmúrios, reclamações e constatações sobre pequenos encontros e esbarrões, e de tanto ouvi-los, chego à conclusão que infelizmente houve uma morte terrível e não anunciada: as desculpas, o pedido de desculpas. E sinto ainda informar que se encontram em estado grave as expressões "com licença", "obrigado", "por favor".

Como ninguém - eu disse ninguém - pode me chamar de careta, reacionária ou outros adjetivinhos em voga na boca da turba louca, me divirto muito, porque escrevo mesmo: estamos andando para trás, estamos regredindo, perdendo o sentido do social, que não é só o que os tais últimos dez anos de poder político apregoam. Social é convivência, cidadania, solidariedade, e não é bem o que a gente vê sendo incentivado, muito menos naquele Brasil engraçado ( que desconheço, assim como várias pessoas que consultei) que mostraram na tevê no horário político do PT essa semana. Como tão bem descreveu um amigo, ao ver a imagem do mapa do Brasil subindo, em relevo, da Terra, saindo para a órbita celestial, decolando, conforme diz o narrador: "Decolou mesmo. Está indo para o espaço!"

Pensando no assunto, do ponto de vista social, não político, percebi que apareceu uma nova e devastadora cultura, à qual chamarei provisoriamente de cultura BBB, reality show. Aquele bando de brucutus e brucutuas sem cérebro, querendo vencer a qualquer custo e ganhar uns trocados e alguns segundos de fama, moralistas, muitos homofóbicos, fazendo fofocas e intrigas, estabelecendo padrões angustiantes, tanto estéticos como morais. Nem a nudez mais é pura como devia ser. Nos vestiários femininos e masculinos de academias assistimos às mais novas acrobacias, de dar inveja aos contorcionistas! Outro dia me contaram rindo muito uma cena de um cara que, de tanto medo de ser, digamos, "comido com os olhos", se entortou todo para botar uma cueca mais rápido que a luz, depois de tirar aquela bermuda justinha que os lutadores usam nos treinos. E olha que estou falando de jovens, ok? Não há mais flor da pele, apenas nervos aparentes.

Falo de uma guerra urbana na qual vemos todos os dias nos noticiários os resultados e eles são a cada dia mais cruéis. Bicicletas esmagadas, bebês esmagados, mulheres esmagadas, animais esmagados. Não tem dia não tem noite não tem calmaria. Não tem lugar. Aumentam assassinatos, estupros, professores espancando alunos e vice-versa. Não tem idade, só brutalidade.

Tente sair com o espírito leve, solto, tralalá,tralálá. Só com sangue de barata conseguirá voltar para casa sem ter se irritado, sem ter sido maltratado, ou literalmente pisado pelos transeuntes que agora andam só de cabeça baixa teclando alucinados seus celulares e dando encontrões por aí.

Tente passar sozinho por um grupinho de celerados iguais, com seus risinhos irônicos e comentários entre dentes. Tente esperar que lhe deem passagem voluntariamente.

Pior, quando o caso requer, tente procurar autoridades para ajudar.

Viraremos todos mosqueteiros ao contrário. Ou empunhando espadas por aí.

(Publicado originalmente na coluna do jornalista Cláudio Humberto)

Lyra faz o dever de casa, mas seria o nome da preferência de Eduardo para sucedê-lo?


Seguindo os conselhos do ex-governador Joaquim Francisco, para quem cobra que não anda nãp engole sapo, o vice-governador, João Lyra, vem intensificando os seus cantotos políticos nos últimos dias. João Lyra é um dos nomes cotados para suceder Eduardo Campos no Palácio do Campo das Princesas, a partir de 2014. Caso se confirme a candidatura de Eduardo Campos, Lyra segura a caneta por aproximadamente um ano, na condição de governador, o que lhes permitirá uma situação privilegiada, mas, mesmo assim, incerta sobre as preferências do governador Eduardo Campos, sobretudo depois de confirmada suas movimentações nacionais. Alguém já andou afirmando que este,a aliás, é um dos poucos trunfos do governador. Deverá "negociar" bastante o Governo do Estado. A fila de possíveis sucessores é grande e está bastante dessarumada. No dia de hoje, Lyra encontoru-se com o senador do PMDB, Jarbas Vasconcelos, um ato político muito próximo de Eduardo Campos. Para dar um bom exemplo, uniu a província em torno do seu nome. Em Caruaru, José Queiroz e Tony Gel, dois desafetos, já declararam apoio ao vice-governador. Para limpar o meio de campo, também é tida como certa sua filiação ao PSB. Não se pode dizer que o caruaruense não vem fazendo o dever de casa.

Sob pressão, para onde vai o ministro FBC?

Paulo Emílio_PE247 - O interesse do ministro da Integração Nacional (PSB) em disputar o Governo de Pernambuco  já lhe teria rendido convites para  ingressar em outras legendas.  As primeiras especulações apontavam que o PT, desejoso por enfraquecer os planos nacionais do governador Eduardo Campos (PSB), estaria disposto a apoiar a postulação do ministro dsede que ele abandone a sigla socialista. Neste ponto, ele poderia ir para o próprio PT, o PMDB ,o PSD do ex-prefeito de  Gilberto Kassab, ou ainda o PP. Mas caso venha a se desfilar do PSB, Bezerra enfrentaria problemas em qualquer das legendas visadas. Para o PSB, porém, o ministro está firme junto ao partido e o burburinho em torno da sua saída é mera especulação.  
A sinalização para a saída de FBC da legenda socialista, teria partido  próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo uma fonte do jornal Folha de Pernambuco, FBC teria participado de uma reunião com Lula, na última quarta-feira, em Brasília, onde este teria garantido o apoio do PT em torno da sua candidatura.  Ainda segundo o jornal, Lula teria assinalado que esperava que Eduardo saísse candidato apenas em 2018, quando teria o seu apoio.
 “Eduardo queria ser candidato a presidente com o apoio de Lula, mas isso não vai ocorrer. Fernando Bezerra Coelho queria ser candidato a governador com apoio de Eduardo, mas isso também não vai ocorrer. Mas o ministro será candidato com o apoio de Lula”, teria dito a fonte. Caso a situação se confirme, FBC seria praticamente empurrado para o PMDB, uma vez que setores do PT possuem uma série de reservas quanto ao seu nome.
Mas mesmo contando com um possível empurrão de Lula e da presidente Dilma Rousseff (PT), o ingresso do ministro no PMDB é visto como um possível foco de problemas. “O PMDB pernambucano é majoritariamente inclinado a apoiar a candidatura de Eduardo. O fim da verticalização partidária, onde pode haver palanques estaduais não alinhados com o posicionamento nacional do partido, permite esta possibilidade. Resta saber se o PMDB vai promover uma intervenção no diretório estadual ou mudar o estatuto, proibindo alianças desalinhadas da direção nacional, somente por conta de Pernambuco? Se fizer intervenção, também terá que fazer na Bahia e no Mato Grosso, por exemplo, onde em nível estadual o PMDB também não tem interesse em apoiar o palanque do PT”, analisa em reserva um peemedebista. Neste caso, haveria uma briga jurídica que acabaria por minar as chances de FBC concorrer ao palácio do Campo das Princesas pelo PMDB.
Uma outra alternativa oferecida ao ministro seria ingressar nos quadro do PSD. Neste  ponto, o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, que tem interesse em ampliar com candidaturas competitivas a sua esfera de influência, já teria colocado o partido disposição de FBC. Apesar do presidente estadual do partido, André de Paula, já ter manifestado que a legenda pretende apoiar uma possível candidatura socialista, Bezerra conta com a pressão da executiva nacional e também por parte do PT para reverter esta posição.
Restaria o PP, cujo presidente em Pernambuco, deputado federal Eduardo da Fonte, já afirmou que o partido irá “reivindicar espaço na chapa majoritária”, independente do campo político que venha a apoiar. Nas últimas eleições, o PP integrou a Frente Popular de Pernambuco, aliança de partidos encabeçada pelo PSB de Eduardo Campos.  Apesar de possuir a quinta maior bancada da Câmara Federal – atrás do PT, PMDB, PSDB e PSD – o PP não possui grande expressão em nível estadual, o que poderia ser um empecilho aos planos de FBC frente a outros potenciais pré-candidatos.
Assim como Bezerra, o senador Armando Monteiro (PTB) é outro que espera ser o ungido por Campos para sucedê-lo.  Caso ele não conte com o apoio do PSB, deverá tentar um voo solo rumo ao Palácio do Campos das Princesas. Por outro lado, o vice-governador, João Lyra Neto (PDT), também estaria negociando o seu ingresso na legenda socialista, o que torna ainda mais complicada a possibilidade que FBC saia do partido sem ter um palanque forte para apoiá-lo no pleito eleitoral.
Apesar das movimentações e dos rumores, FBC tem afirmado que permanecerá integrado aos quadros do PSB . Para a cúpula da legenda, as especulações em torno da saída do ministro visando concorrer ao Governo do Estado por outro partido é algo que parece fora de cogitação. “O Fernando goza de total confiança dentro do PSB. Ele sempre demonstrou lealdade e está plenamente integrado ao PSB. Não temos razão para acreditar neste tipo de burburinho”, diz o líder do PSB na Câmara e um dos principais interlocutores de Campos no Congresso, deputado Beto Albuquerque.

Lula, o africano, artigo de Pedro Luiz Rodrigues

Por Pedro Luiz Rodrigues

A África parece ter conquistado lugar definitivo na agenda de interesses do Brasil e isso se deve, em grande medida, não há como negar, à firme determinação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde que assumiu a Presidência, em 2003, Lula priorizou  (e modernizou) nossas relações com a África e os países africanos. Deixamos de percebê-los pela ótima exclusiva do espelho-retrovisor e passamos a nos entender como companheiros de jornada.

Os vínculos seculares com a África e seus povos estão indelevelmente marcados na fisionomia e no temperamento dos brasileiros e brasileiras. Nossa herança africana não se limitou ao aspecto mais superficial da epiderme, mas, muito mais ampla e profunda, açambarcou nossa alma, nossos valores. Somos trabalhadores, somos musicais, sabemos rir, temos ainda um resquício de banzo, essa “nostalgia, como os negros da Costa quando vinham para cá, e ainda depois de cá estarem”.

Em suas primeiras viagens ao continente, Lula visitou algumas das muitas portas pelas quais milhões saíram da África, forçadamente, para o Brasil e as Américas. No Benin, à beira-mar, esteve na Porta do Não-Retorno. Em Gana, esteve com os tabons (ex-escravos retornados) e visitou o forte de Elmina (São Jorge da Mina). Visitou, também, no Senegal, a ilha de Gorée. Sua proposta não era apenas a de registrar o testemunho do passado e “pedir perdão pelo que fizemos aos negros”, mas a de olhar para frente, e na medida do possível, participar da construção de um futuro comum.



De fato, desde que assumiu a Presidência, em 2003, Lula preocupou-se em promover uma mudança qualitativa de nossos vínculos com os países africanos. Pela primeira vez na história, perderam sua conotação exótica ou periférica, para assumir posição de relevo, com o estabelecimento de iniciativas concretas  para cimentar a aproximação, em particular na esfera da cooperação.

Esse trabalho começou cedo. No mesmo ano em que tomou posse, o Presidente Lula fez seu primeiro tour africano, visitando São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Namíbia e África do Sul. No ano seguinte voltou a São Tomé (para reunião da CPLP) e visitou o Gabão e Cabo Verde. Em 2005, Lula visitou cinco países africanos: o Camerún, a Nigéria, Gana, Guiné-Bissau e Senegal. Em 2006, Lula visitou o Benin, a Argélia, Botsuana, a África do Sul e a Nigéria ( onde foi para participar da I Cúpula África-América do Sul, realizada em Abuja, onde tive a oportunidade de recebê-lo). Em 2007 realizou visitas de Estado a Angola, ao Congo (Brazzaville) e a Burkina Faso, além de participar, em Johanesburgo, de reunião multilateral. Em 2008, visitou Moçambique e esteve em Gana (reunião multilateral), em 2009 visitou a Líbia. Seu último ano de governo foi também o mais intenso em termos africanos, tendo visitado seis países: Cabo Verde, Guiné Equatorial, Quênia, Tanzânia, Zâmbia e África do Sul.

Quantidade, obviamente, não é tudo. Mas o número de visitas é importante para indicar a prioridade atribuída ao continente africano pelo governo brasileiro. Nessas viagens não somente foram assinadas declarações de amizade, mas foram estabelecidas, também, pontes sólidas para um relacionamento mais diversificado e profundo entre o Brasil e seus vizinhos do outro lado do Atlântico,

Pretendo, ao longo do tempo, ir escrevendo sobre como andam as relações do Brasil com cada um dos países africanos.
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País sem ideologia, artigo de Carlos Chagas.

Por Carlos Chagas

                                                        A posse do novo ministro Guilherme Afif, ontem,  serviu para embaralhar mais  uma vez o debate ideológico no país. Ou a ausência dele, porque ideologia não há mais. Como definir o governo Dilma Rousseff? Voltado para o  mercado e aberto à ampla liberdade de ação dos agentes econômicos? Ou empenhado em reforçar  os controles do poder público em favor dos menos favorecidos?
                                                        Não dá para permanecer por mais  tempo com um pé em cada margem da corrente. Afif é representante das elites. Para cuidar das micro e pequenas empresas,  a presidente Dilma escolheu quem tradicionalmente representou e defendeu os interesses das grandes empresas. Sete milhões e quatrocentos mil pequenos negócios continuam  subordinados e  girando em torno daqueles que dirigem os grandes negócios. Com a diferença de que estão, os pequenos, algemados à burocracia estatal e obrigados a carrear seus recursos  para enfrentar  inutilmente o mutirão de impostos e taxas que os grandes   protelam e até ignoram.
                                                        “A força está nos pequenos”, disse o novo ministro, mas só um milagre inverterá a equação de subserviência deles diante de instituições dos poderosos, a começar pelos bancos.
                                                        Dilma referiu-se ao “custo Brasil”, eterno pretexto dos grandes para exigir que o estado trabalhe por eles, com eles ignorando o estado. Defendeu que a  estrutura dos portos venha a ser  aberta ao setor privado. Nada a opor, caso o setor privado contribua de forma efetiva para desafogar e estimular  a produção. Tudo são dúvidas, num país sem ideologia.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Wi-Fi ?


1.600,000 pessoas pediram para sair do Bolsa-Família




Quando o Programa Bolsa-Família foi lançado, gerou muitas polêmicas. Todos os "ismos" foram invocados para criticar o Programa. Pontualmente, algumas questões foram postas, como a "dependência" desse contingente beneficiado - em número cada vez mais expressivo - do Estado. Haveria, portanto, a necessidade de se criarem mecanismos de facilitassem a migração desse grupo para uma situação de geração de renda, inserção produtiva, autonomia. Em relação às exigências das famílias manterem os filhos na escola, por exemplo, os críticos sugeriam que fossem cobrados, igualmente, bom desempenho. Os anos se passaram e agora o Programa apresenta seus resultados, contribuindo para tirar milhões de brasileiros da situação de extrema pobreza, transferir renda, inserir-se no contexto de política regional - sua atuação é maior em regiões como o Norte e Nordeste - e, para surpresa de muita gente, a gurizado não apenas continuou seus estudos, como também melhorou seu aproveitamente em relação aos não assistidos pelo Programa. Essas críticas contribuíram para que o Programa fosse aperfeiçoado ao longo dos anos, como uma preocupação com a geração de renda, capacitação profissional, acesso ao crédito etc. O que ninguém poderia prevê - lembro-me que quando Patrus Ananias falava sobre o assunto era taxado de ingênuo - é que, expontaneamente, as pessoas que ultrapasassem os limites de renda exigido para continuarem no programa pedissem para sair. Os dados do Governo apontam que 1.600,000 pessoas pediram desligamento do Programa. Entusiasta do Programa, para mim, esse fato não deixa de se constituir como uma grata surpresa.

Fernando Bezerra de malas prontas para deixar o PSB. Mas para onde?


Bastante curiosa a situação do Ministro Fernando Bezerra Coelho. Prestigiado no Planalto como um contraponto às movimentações de Eduardo Campos, virtual candidato à Presidência da República, é quase certo que o ministro abandone as hostes socialistas. Há várias razões para isso, entre as quais as chances remotas de ser o nome ungido pelo governador para sucedê-lo. Como não entra em bola dividida, FBC pediu garantias ao Planalto de que o seu nome seria homologado como candidato ao Governo em qualquer circunstância - mesmo diante de um recuo improvável de Eduardo Campos - e o PT local estenderia um tapete vermelho para recebê-lo. Oriundo de um clã tradicional da política pernambucana, que já esteve ligado a partidos que deram sustentação à ditadura militar, setores do PT estadual não digerem muito bem seu ingresso na agremiação. Por outro lado, ontem, em carta ao blog do Magno, o presidente estadual do PMDB, Dorany Sampaio, confirmou uma versão que circulou nos bastidores informando uma tomada de posição do prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, sobre as sondagens de uma possível filiação de FBC ao PMDB: ele entra por uma porta e eu saiu pela outra.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O "novo" racismo brasileiro.

ESTÁ EM CURSO no Brasil um revival do sentimento mais primordial da nossa nacionalidade: o ódio ao índio. Uma investida sem precedentes nos últimos 40 anos sobre as terras indígenas se avizinha, agora que a bancada ruralista passou com louvor e distinção no crucial teste de forças do Código Florestal. Porém, se contra o código o latifúndio investiu sozinho, contra os povos indígenas ele se volta em aliança com os interesses minerários e o nacional-desenvolvimentismo estatal. Todas essas forças se apressam em clamar pela “segurança nacional” e denunciar os interesses das “ONGs estrangeiras”, mas não se acanham em fazer-se acompanhar de traders do agronegócio, do capital minerário transnacional e de investidores estrangeiros. Nada contra dinheiro de fora, veja bem; só peço coerência no discurso.
A guerra ao índio é assustadora por dois motivos: primeiro, ela funciona mais ou menos na mesma lógica da Doutrina Bush, a do ataque preventivo. Ora, cento e tantas etnias detêm 13% do território amazônico, portanto, estão quase por default ocupando terras que são ou serão de interesse da agropecuária, da mineração e da expansão do nosso parque hidrelétrico (consta que o setor elétrico tem uma proposta em fermentação de criar “reservas de potenciais hídricos”, uma espécie de contraponto às reservas indígenas). Cabe, portanto, fazer o que for possível para garantir que os silvícolas não ampliem seus reclames territoriais. Ou, para usar a buzzword, é preciso garantir a “segurança jurídica”.
A segunda coisa que torna a guerra ao índio insidiosa é o fato de o lado agressor usar o recurso mais comum em qualquer guerra: desumanizar seu oponente. Já vimos isso antes aqui mesmo: na conquista, quando os portugueses justificaram o extermínio dos tupinambás pelo fato de sua língua não ter os fonemas f, l e r (“não têm Fé, nem Lei, nem Rei”); nas querelas metafísicas sobre se os índios possuíam ou não alma, o que justificaria moralmente sua escravidão (a Santa Madre Igreja em determinado momento resolveu que tinham, passando a bola para os africanos – infelizmente era tarde demais para os tupis da costa); e na imagem sedimentada ate hoje na fronteira de “índio preguiçoso”, “índio libidinoso”, “índio cachaceiro”.
Hoje, o racismo antiindígena se manifesta principal e convenientemente na negação do direito do índio à terra. Tenho ouvido de gente do “setor público” e do “setor produtivo” argumentos na seguinte linha: “Mas índio só quer tênis Nike e caminhonete último tipo! Como quer ser índio assim?” ou “Mas eles querem que construam casas de alvenaria nas aldeias [como compensação por hidrelétricas]!” ou, o mais canalha, que eu ouvi de gente do próprio Ibama em Mato Grosso uns anos atrás: “Mas a Funai plotou esses isolados aí!”
Acho que foi a Eliane Brum que colocou, brilhantemente, que esse tipo de argumento pressupõe uma linha sem gradações entre a pedra lascada e o iPad. Como se os produtos do desenvolvimento capitalista só pudessem ser entregues a nações indígenas em troca de sua indianidade – e de seu território. Como se populações rurais vulneráveis não pudessem ter acesso a carro, televisão, computador, posto de saúde e escola E AO MESMO TEMPO reservarem-se o direito de continuar sendo populações rurais. Mais do que isso, manter sua língua, seus costumes e sua religião. Ninguém está falando aqui de um idílio alencariano, do índio pelado e pintado de verde vivendo “na mais perfeita harmonia com a natureza”. Mas daí não decorre logicamente que a alternativa seja a assimilação e a destituição.  Facilita se pensarmos os índios como agricultures familiares que calham de falar outras línguas.
Ah!, dirá Kátia Abreu, mas agricultor familiar não tem esse tantão de terra que os índios têm! Em seu artigo na Folha no último sábado, a senadora faz uma conta aparentemente indignada: 107,7 milhões de hectares para 517 mil índios, o que sá 206 hectares por índio, mais ou menos. Como não sei quantos hectares a senadora e seus filhos possuem, vou usar como indexador a área de uma única fazenda do meu amigo senador Blairo Maggi (PR-MT), que (vai soar estranho, mas é verdade) é uma liderança ruralista moderna e bastante progressista. Nada pessoal, senador. Mas uma única fazenda do empresário e parlamentar no nordeste de Mato Grosso tem 80 MIL hectares. Usemos esse exemplo extremo para criar um índice de latifúndio (chamemo-lo provisoriamente de “Indimaggi”). Os caiapós, que são um grupo bem fornido de terras, ocupam uma área equivalente à da Áustria entre Mato Grosso e Pará. Seu território é dividido entre 8.000 almas, o que lhes dá um Indimaggi de apenas 0,017. Ou seja, cada caiapó teria “para si”, se fosse um fazendeiro, menos de dois centésimos do que Blairo Maggi possui em uma única propriedade. Só para colocar as coisas em perspectiva.
Enfim, o assunto não se esgota aqui. Ao contrário, a guerra está apenas começando: tudo indica que amanhã, quarta-feira, o STF julgará os famosos embargos de declaração, ou seja, ações contrárias, à homologação da terra indígena Raposa-Serra do Sol. Trata-se de um ponto precioso à agenda ruralista, com garantia de barulho qualquer que seja o resultado. Prometo encontrar tempo para voltar ao assunto em outro post.
PS (02/11): Só para colocar as coisas mais em perspectiva ainda, os 206 hectares que nós assumiremos aqui serem a parte que cabe a cada índio no latifúndio Brasil equivalem a menos de dois módulos fiscais, considerando a medida máxima do módulo fiscal em municípios da Amazônia (110 ha). Estendendo esse raciocínio distributivo ao absurdo, se cada índio fosse um proprietário de terras, ele seria considerado um pequeno proprietário, não um latifundiário. Faria até jus às dispensas de reserva legal e recomposição de APP do Código Florestal.


Eduardo Campos desdenhou dos "conselhos" de Jaques Wagner



Política é sempre assim. Depois de observarmos bastante as nuvens, elas vão apresentando os seus contornos, criando formas. Faz algum tempo que o governador da Bahia, Jaques Wagner(PT), teria mantido alguns encontros com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Muita coisa se especulou sobre o que eles teriam conversado. Agora, em entrevista concedida ao jornal Brasil 247, Wagner disseca o teor dessas conversas. O baiano "aconselhou" Eduardo Campos a construir uma alternativa "por dentro" da base de sustentação de Dilma Rousseff, engajando-se em seu projeto de reeleição, esperando sua vez para 2018, onde poderia contar com o apoio do PT. Eduardo desdenhou e,pelo andar de sua carruagem política, Wagner está cada vez mais convencido de que sua candidatura é um caminho sem volta. A candidatura de Eduardo Campos precisa transpor aquilo que chamamos de triângulo das bermudas, onde um dos obstáculos seria superar essa polarização entre PT e PSDB, criando uma terceira via. Caciques petistas estão convencidos de que ele não conseguirá transpor essa barreira. Essa tese passou a ser repetida como um mantra entre os petistas. O primeiro a utilizá-la foi o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Depois, veio o Presidente Nacional da Legenda, Rui Falcão. Agora, o governador da Bahia, Jaques Wagner, bate na mesma tecla. Além de possível coordenador da campanha de reeleição de Dilma Rousseff, Wagner se coloca entre as alternativas do PT para 2018. Eduardo Campos deve ter sentido o cheiro de armação.

Os três candidatos à Presidência da República enfrentam dificuldades na montagem dos palanques regionais.



Pelo andar da carruagem política, a montagem dos palanques regionais estão complicadas para os três candidatos à Presidência da República. O PSDB convive com os eternos problemas das divisãos internas em Estados importantes da federação, como São Paulo; Dilma Rousseff amarga as dificuldades de gestões petistas mal avaliadas em Estados governados pela legenda, o PSB, partido tradicionalmente nordestino, encontra dificuldades inerentes em se afirmar em outras praças. No caso do PSB até se entende, trata-se de um problema estrutural. O caso mais grave é o PSDB, que deve homologar, no próximo dia 18, o nome do senador Aécio Neves como Presidente Nacional da legenda e candidato do partido à Presidência da República. Todavia, entretanto, as coisas estão muito longe de se arrumarem entre os morubixabas tucanos. Não há acordo com José Serra que, dizem, estaria de malas prontas para desembarcar no Mobilização Democrática, mas apenas para causar danos aos antigos companheiros, a exemplo das mulheres ressentidas, numa praça vital para os planos da legenda: São Paulo. Nada consegue dissipar as mágoas de Serra, que gostaria, na realidade, do apoio da legenda para uma terceira tentativa de concorrer à Presidência da República.