A França está convulsionada há algum tempo. Um observador atento já se deu conta que os protestos naquele país, concentrados sobretudo na capital Paris, se tornaram recorrentes, seja em relação à política econômica, seja em relação às reformas do sistema previdenciário, seja em relação à nevrálgica presença de imigrantes estrangeiros. O Maio de 1968, começou com as dificuldades encontradas pelos estudantes nas acomodações universitárias. Logo se estenderam, ganharam as ruas e assumiram uma dimensão gigantesca.
Desta vez os protestos foram iniciados depois da morte de um jovem de 17 anos por um oficial da polícia. Há potencial para durar semanas, a despeito da dura repressão do aparato de segurança do Estado, que já prendeu mais de 2500 mil pessoas. Até recentemente, quando esteve naquele país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou bastante sobre a necessidade de combater as desigualdades. Enquanto ele falava, osbervava-se o semblante de preocupação do presidente francês, Emmanuel Macron.
Essas desigualdades, principalmente de oportunidades de educação e de trabalho, cindindo a população francesa, está na raiz dos protestos atuais naquele país. Lula fala de cátedra, uma vez que a agenda neoliberal, formatada pelo capitalismo atual, se assenta no triplé da desigualdade, do racismo e do autoritarismo, premissas bem familiares ao Brasil. É o que alguns teóricos já definem como a brasilianização do ocidente. A resposta do Estado francês não virá através de políticas públicas, mas de duras repressões aos protestos. Podem esperar!
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