A Universidade tem lá alguns professores que assumem comportamentos esquisitos e acabam sendo esteriotipados como malucos. Na minha época de estudante lembro-me de alguns, como o professor Wandick e Pessoa de Moraes. Ambos, apesar das esquisitices, eram muito queridos no circuito acadêmico. Wandick, quando faleceu, causou uma grande comoção, inclusive entre o corpo de funcionários da UFPE. Ambos eram muito inteligentes. Pessoa de Moraes, por exemplo, sempre nos abrilhantava com excelentes aulas e artigos soberbos publicados no Diário de Pernambuco. Por suas posições políticas, após o Golpe Militar de 1964, foi “convidado” para interrogatório pelos militares. Primeiro, seu inquisidor pediu que ele falasse sobre a teoria marxista, levando o professor a explanar sobre o assunto durante uma hora. Depois foi incitado a pronunciar-se sobre outro autor, consumindo, então, mais meia hora. Logo em seguida, começou a explanar sobre a filosofia de Kierkegaard, levando seu interrogador a desistir do interrogatório, recomendando a sua liberação.