pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Editorial: Os reflexos da minirreforma ministerial nas quadras políticas estaduais.



O presidente Lula já antecipou que precisará entregar alguma cabeças do PT para satisfazer o apetite político do Centrão. Logo, logo a guilhotina política será liberada, cortando alguns cabeças do seu núcleo duro, assim como dos fiéis companheiros de longas datas, que integram partidos como o PSB. Chamamos a atenção por aqui sobre os reflexos políticos dessa minirreforma nas quadras estaduais, onde clima já está bastante pesado, conforme matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, no dia de ontem. 

Na província pernambucana, por exemplo, criar uma aresta com o PSB, neste momente, não seria de bom alvitre, uma vez que as relações entre o prefeito João Campos(PSB-PE) com o Planalto estão bastante azeitadas. O PT, por outro lado, participa do Governo Municipal, ocupando duas secetarias. Estamos acompanhadno com uma lupa política ampliada as movimentações de próceres petistas aqui no Estado. Ora eles sinalizam sobre a eventualidade de uma candidatura própria; ora sinalizam para acordos com o prefeito João Campos, em torno das próximas eleições; ora abrem uma canal de diálogo com a governadora tucana, Raquel Lyra, que vem sendo mimada pelo Planalto. 

Por enquanto, Lula ainda tem algumas cartas na manga e o que entregar. O problema maior será quando esses recursos acabarem. E observem os leitores que ainda estamos no início do governo. Pelo visto, vamos continuar convivendo com arranjos esdrúxulos, como um ministério comandado por um político do União Brasil e a EMBRATUR nas mãos de um psolista.   

Editorial: Eduardo Leite "queima" a largada.



O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, acaba de "queimar" a largada como provável candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. Fez duas falas, ambas infelizes sobre a proposta de uma frente Sul\Sudeste aventada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema(Avante-MG). Eduardo Leite não esconde de ninguém os seus projetos presidenciais. Fez várias tentativas de viabilizar o seu nome no último pleito. O governador integra uma ala de renovação no ninho tucano, ao lado de outras jovens lideranças em ascendência, como é o caso, por exemplo, da governadora de Pernambucno, Raquel Lyra. Ao assumir a presidência da legenda tucana, Eduardo Leite falou de respeito e de moderação. Nos escaninhos, sabe-se que ele deseja distância do bolsonarismo.   

O governador do Rio Grande do Sul nunca esteve associado à direita à direita bolsonarista como está sendo neste momento, depois de manifestar apoio ao colega mineiro. Foi infeliz, para dizermos o mínimo. Ainda falta muito tempo para o governador "reposicionar-se", mas, em todo caso, ele passa a amargar o ônus de uma declaração infeliz antes mesmo da largada. Nossa tese é que a perspectiva do desmonte democrático e institucional associado ao bolsonarismo ainda permitirá uma sobrevida ao petismo.

O clima de polarização do ambiente político brasileiro, por outro lado, constitui-se numa outra dor de cabeça para nomes "alternativos" como o do governador Eduardo Leite. Essa "polarização", por inúmeras razões, vem sendo sistematicamente alimentada. Se ele for jogado na fogueira de um nome associado ao bolsonarismo, sairá tostado das urnas.    

Nota do Consórcio Nordeste:

 


Editorial: Anderson Torres no CPI dos Atos Antidemocráticos.

 


A polêmica em torno dessa frente Sul\Sudeste proposta pelo governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema, ainda deve render grandes discussões pela imprensa e pelas redes sociais durante esta semana. Está ofuscando, inclusive, a importância de uma audiência agendada pela CPI dos Atos Antidemocráticos para esta terca-feira, ou seja, a presença do ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, o senhor Anderson Torres. Seria muito importante que ele falasse sobre o que ocorreu naquele 08 de janeiro, de triste memória para as instituições democráticas do país. 

É realmente uma pena que os atores que poderiam contribuir para o andamento dos trabalhos da CPI resolvam permanecer em silêncio duranete essas audiências. O último deles nem a idade que quis revelar para um dos parlamentares da CPI. Assim, o pessoal precisa fazer uma ginástica danada para obter as informações que precisam, quebrando sigilos disso e daquilo, solicitando dados aos órgãos policiais, requisitando inquéritos aos ministérios, como este último pedido da CPI, que colocou em rota de colisão seu presidente e o Ministro da Justiça, o senhor Flávio Dino.

Nossas expectativas sobre o depoimento do senhor Anderson Torres se esvai no momento em que consideramos a possibilidade concreta de ele se manter em silêncio durante a audiência, o que não seria improvável. Ex-Minsitro da Justiça do Governo Bolsonaro, Anderson Torres pode ser identificado como do núcleo duro do bolsonarismo. Nesta condição, teria muito a contribuir com os trabalhos daquela comissão.  

Charge! Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 6 de agosto de 2023

Editorial: A indecente proposta separatista do governador Romeu Zema



Os leitores não têm levado muito a sério as nossas postagens tratando do governador de Minas Gerais, Romeu Zema(Avante-MG). Numa avaliação preliminar, essas postagens são as menos lidas, sem que possamos identificar as reais razões. O governador mineiro tem assumido o protagonismo de alguns fatos inusitados, talvez com o objetivo de se manter diante dos holofotes, já de olho em assumir algumas credenciais visando as eleições presidenciais de 2026, onde desponta em todas as bolsas de apostas como um possível candidato. 

O último desses fatos diz respeito a uma proposta separatista, onde haveria um pacto federativo entre o SuL\Sudeste, deixando o reduto petista, o Nordeste, de fora. A rigor, não é o primeiro momento em que o governador externa sua insatisfação com relação à região Nordeste. Numa outra oportunidade, ele trouxe as estatísticas sobre os nordestinos que dependem exclusivamente dos auxílios do governo, sem produzirem nada, posto que desempregados. Trata-se, naturalmente, de uma proposta indecente, mas, diante do clima de indisposições políticas que o país atravessa, nada mais nos surpreende. 

Os governadores da região Nordeste estiveram recentemente reunidos em João Pessoa, com o objetivo de tratarem questões relativas ao Consórcio Nordeste. Diante da repercussão da proposta do governador mineiro, houve praticamente uma inversão na ordem do dia das discussões e o tema separatismo tornou-se a tônica das falas dos governadores nordestinos.     

Editorial: O lado de Lula é o lado dos direitos humanos.



Fomentar binômios não é um procedimento muito correto, além de prerigoso, como sugere o sociólogo britânico-jamaicano Stuart Hall. Talvez jamaicano-britânico fosse o mais apropriado. Porém, ainda faltando mais de três anos para as eleições presidenciais de 2026, alguns órgãos de imprensa já fermentam uma narrativa concentrada na perspectiva de esgarçar essa polarização entre o lulismo e o bolsonarismo. No tocante, por exemplo, a esta última chacina policial ocorrida no Guarujá, litoral paulista, as narrativas que estão sendo construída por alguns desses órgãos de imprensa é a de colocar o governador Tarcísio de Freitas como o mocinho e Lula como aquele que apóia bandidos. As queixas do Governo Lula, neste caso, são, na realidade, em relação às eventuais violações de direitos.  

Os relatos sobre a ação da polícia indicam a ocorrência de excessos, conforme testemunhos, o que a corregedoria da polícia está tentando apurar. Afirmamos "tentando", uma vez que existe a informação de que o pessoal está tendo dificuldade em obter as informações do próprio órgão. Faz algum tempo que o jornal o Estado de São Paulo mantém uma linha editorial claramente em contraposição ao Governo Lula. O editorial de hoje é escrito pelo jornalista José Roberto Guzzo, que integra o corpo editorial da Revista Oeste, que adota uma linha editorial de um teor acentuadamente crítico ao Governo. Não se pode criticá-lo por falta de coerência. Ele assume abertamente um perfil conservador. 

Numa declaração recente, o governador Tarcísio de Freitas(Progressistas-SP) fez questão de enfatizar que sua prioridade única é governar o estado de Sâo Paulo. Quando questionado pelos jornalistas a respeito do assunto, ele sempre repete este mantra. Um mantra que pode confirmar exatamente o contrário, ou seja, que ele é candidatíssimo à Presidência da República nas eleições de 2026. Para isso, ele ja conta em sua assessoria direta com o empenho e as articulações do bruxo Gilberto Kassab, um exímio articulador político. 

Charge! Jaan Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 5 de agosto de 2023

Editorial: Em encontro neste sábado, Lula formaliza apoio a Boulos.



Em encontro da legenda petista neste sábado, o PT deve formalizar apoio ao nome do Deputado Federal Guilherme Boulos(PSOL-SP) à Prefeitura de São Paulo, nas eleições municipais de 2024. Não se esperava outra coisa senão este apoio formal do partido à candidatura de Guilherme Boulos, que sempre pautou sua trajetória com muita coerência, orientado por princípios republicanos e os mais nobres interesses públicos. Um raro político de princípios. Nas eleiçõies passadas, Boulos renunciou à sua candidatura ao Governo do Estado de São Paulo para apoiar o nome do hoje ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Acreditava-se até mesmo que ele viesse a ocupar algum ministério, mas seus planos eram outros. 

O PSOL, como base aliada, enquanto partido, por vezes, deixa o PT na mão, mas Guilherme Boulos não poderia ser responsabilizado por isso. Compra brigas feias em defesa do Governo Lula no parlamento. Como afirmamos em outra postagem, a eleição em São Paulo está super embolada. A minirreforma ministerial, pode acender ainda mais as indisposições já existentes com a Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP), que pode consolidar o seu projeto de candidatura com o apoio da legenda, caso o partido venha a perder o Ministério de Portos e Aeroportos.

A engenharia política, como os leitores podem concluir, é complexa. Ricardo Nunes tenta a todo custo atrair o grupo de Tarcísio de Freitas para o seu projeto de reeleição. Segundo os escaninhos revelam, as cartas já foram postas: O apoio poderia ser outorgado se - e somente se, como aquelas expressões dos livros didáticos de matemática - Nunes garantisse o apoio da legenda a um nome do grupo de Tarcísio às eleições presidenciais de 2026. Será que o Nunes teria capital político para tanto?  

Editorial: Sílvio Costa e André Fufuca já estão sendo tratados como novos companheiros.



O martelo sobre a minirreforma ministerial ainda não foi batido, mas o presidente Lula já teria confidenciado aos companheiros mais próximos que será inevitável cortar na pele, ou seja, poderão rolar algumas cabeças do seu núcleo duro ou de sua base aliada mais orgânica, como seria o caso do PSB. Há algum tempo os socialistas estão protestando em relação a essas manobras palacianas, queixando dos olhos grandes do Centrão em relação aos ministérios ocupados pelo partido na Esplanada dos Ministérios. Carlos Santana, presidente nacional da legenda, já se manifestou e, segundo comentários das coxias, o vice- presidente, Geraldo Alckmin(PSB-SP) também se colocou contra tais investidas. Tudo em vão. A cabeça socialista que poderá rolar agrada, inclusive, um dos caciques da legenda Progressistas, o governador de São Paulo, tarcísio de Freitas, em relação a um perrengue relacionado à privatização do Porto de Santos.  

O fato é que o presidente Lula não tem muitas alternativas. Alexandre Padilha, seu principal articulador, abriu as porteiras ao declarar que apenas a cabeça de Nísia Trindade seria poupada. Progressistas e Republicanos, embora sob protestos dos dirigentes da legenda e sem o sinal verde de Arthur Lira, já estão com um pé no Governo Lula. Os Deputados Federais Sílvio Costa Filho e André Fufuca já estão sendo tratados como novos companheiros entre os petistas.  Os leitores que nos acompanham aqui pelo blog já sabem perfeitamente o que pensamos sobre o assunto. 

Patrobras, Correios, Caixa Econômica Federal, Portos e Aeroportos, Esportes, Desenvolvimebto Social estão entre os órgãos e ministérios que poderão ser atingidos com essa minirreforma ministerial, algo que se aproxima perigosamente daquele núcleo duro que, em tese, o Governo Lula tenta preservar, como base de sua gestão. 

Editorial: Uma CPI da CPI.



Raposa política cevada nos estertores da política - sem sujar as mãos, que fique claro - o velho Ulisses Guimarães, ao falecer, deixou algumas pérolas sobre o submundo das coxias do poder. Uma dessas máximas dizia respeito às CPI's, onde o político afirmava que sabemos como elas começam, mas nunca como terminam. Pela hegemonia da oposição sobre a CPI do Movimento Sem Terra, é possível que possamos nos antecipar às suas conclusões no que concerne ao relatório que será produzido sobre as ações desse movimento. A questão, no momento, diz respeito a como essa comissão está sendo conduzida, parecendo mais como uma praça de guerra entre Governo e Oposição. 

Os embates tem sido duro e talvez esteja prejudicando o ambiente de trabalho, assim como distorcendo os objetivos preliminarmente estabelecidos pela CPI, uma vez que estão saindo de um amibente civilizado - o que seria o desejável - para um clima de intensa animosidade, com agressões e ofensas pessoais. Sensato, um dos parlamentares sugeriu que talvez fosse o caso de os deputados estarem discutindo, na realidade, um projeto de reforma agrária para o país, que se arrasta desde 1500. O dinheiro público seria melhor empregado. As animosidades entre os dois polos estão chegando a um nível tão elevado que já há parlametar processando o próprio presidente dos trabalhos, o Deputado Federal coronel Zucco, por gordofobia, em razão dele ter perguntado a uma deputada se ela não queria um hambúrguer.  

O relator, por sua vez, não consegue esconder sua tendenciosidade na condução dos trabalhos. Da última vez, chegou a constranger o general Gonçalves Dias acerca de seu posicionamento em relação ao Golpe Civil-Militar de 1964, inclusive enaltecendo a ruptura com a democracia naquela período de obscurantismo e trevas que o país enfrentou.  O propósito foi o de constranger o general, atirando-o contra os seus pares. Até melancia foi degustada durante a sessão, numa alusão clara, contingenciado o advogado do paciente a pedir providências ao condutor dos trabalhos. Que coisa pavorosa! Talvez fosse o caso que criarmos uma CPI da CPI.   

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 31 de julho de 2023

Editorial: Uma chacina na conta de Tarcísio de Freitas.



Em dois dias de operação no Guarujá, a Polícia de São Paulo matou dez pessoas, o que pode ser classificado como mais uma chacina, desta vez com o ônus e a responsabilização poítica inevitável  ao governador Tarcísio de Freitas, um potencial aspirante a candidato às eleições presidenciais de 2026. Em entrevista à Globo News, ele apresenta-se bastante à vontade, informando, inclusive, que as operações devem continuar. A operação da polícia foi desencadeada para prender um suspeito de ter matado um policial da Rota - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar - tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, com altos índices de letalidade em suas atividades. 

Esta não é a primeira chacina que ocorre - tampouco será a última, infelizmente - sempre motivada por fatores corporativos. Aqui no estado de Pernambuco - que voltou a ostentar a sua condição histórica de um dos estados mais violentos da federação - aguarda-se um novo projeto de segurança pública, possivelmente nos moldes da espertise adquirida com o Pacto pela Vida, mas com as estratégias políticas e publicitárias inevitáveis para dissociá-lo do projeto vinculado ao ex-governador Eduardo Campos. 

O que estamos querendo informar é que a experiência do Pacto pela Vida - em nenhuma hipótese, muito menos ainda a política - pode ser negligenciada. Avançasmos em termos de concepção e gestão de um programa de segurança pública e esta é uma área nevrálgica, onde não se admite amadorismos. Outro dia, circunstâncialmente, nos deparamos com um texto do sociólogo José Luiz Ratton, que contribuiu com o Pacto pela Vida, tratando exatamente das características das polícias civis e militares do estado de Pernambuco. É preciso saber quem são e como pensam e agem esses policiais em seu trabalho cotidiano, ao abordarem os negros, os pobres, as mulheres. Isso é básico. 

A chacina, inevitavelmente, terá um custo político a ser creditado na conta do governador paulista, muito identificado politicamente com essas corporações policiais, base de sustentação política do bolsonarismo. Salvo melhor juízo, ele determinou a retirada das câmaras que gravavam os policiais em operação, o que teria contribuído para o aumento dos índices de letalidade desde então. 

Charge! Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 30 de julho de 2023

Editorial: Bolsonaro solto em seu reduto político.



A imprensa, a partir de dados do COAF, divulgou o montante de recuros arrecadados,através de PIX, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Uma fabulosa quantia, superior aos R$ 17 milhões, conforme informamos no dia de ontem. A família Bolsonaro, por outro lado, queixa-se da divulgação desses números por um órgão do Governo. Em meio a essas rusgas políticas entre Governo e Oposição -  que, aliás, já se tornaram recorrentes - o ex-presidente cumpre uma extensa agenda de encontros em Santa Catarina, um dos seus principais redutos políticos no país. 

Salvo melhor juízo, Bolsonaro obteve mais de 70% dos votos válidos nas últimas eleições naquele estado. Santa Catarina representa para Bolsonaro o que a Bahia representa para o PT ou Lula em particular. No primeiro encontro, dedicado às mulheres, Bolsonaro esteve acompanhado de sua esposa, Michelle Bolsonaro. Almoçou com o governador Jorginho Mello,  discurssou, agradeceu a solidariedade dos bolsonaristas e ainda fez ironia, afirmando que os recursos arrecadados através do PIX dava para pagar as despesas e ainda comer um pastel com caldo de cana. 

Em sua fala, o ex-presidente pareceu sincronizado com os planos do seu partido, o PL, que pretende fazer mais de mil prefeitos nas eleições municipais de 2024. Aproveitou a oportunidade para anunciar que o seu filho Renan, pode candidatar-se a uma vaga de vereador pela cidade nas próximas eleições. E, por falar em rusgas e escaramuças, elas nunca estiveram tão presentes nessas negociações políticas entre o Governo e a Oposição, hoje majoritariamente representada pelo Centrão. A cada dia surge um nome "queimado", um novo órgão sob os olhares gulosos desse grupo político e coisas assim. Em tal ambiente político, as intrigas palacianas vicejam.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 29 de julho de 2023

Editorial: O desgaste produzido pelo balcão de negociações da minirreforma ministerial.



Parece-nos que a imprensa resolveu dar uma trégua nas implicâncias descabidas com o economista Márcio Pochmann, praticamente indicado para a presidência do IBGE. A Ministra do Planejamento, Simone Tebet já acenou que ele seria bem-vindo ao time. Tebet amorteceu bem a indelicadeza provocada por setores do próprio Governo, que anunciou a indicação do economista sem consultá-la. Embora este assunto da minirretorma administrativa do Governo Lula já esteja cansando os brasileiros, o fato é que ele sempre continua na ordem do dia, à espreita, suscitando grandes inquietações em setores do próprio Governo. 

Por razões óbvias, o Presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira, manifesta suas preocupações em torno do assunto. Setores do Planalto teriam posto ministérios controlados pelo partido na mesa de negociações com o Centrão. Lula se reúne com seu staff de articulações políticas para analisar cenários, mas, a rigor, o outro lado também tem suas preferências, que não são orientadas por requisitos republicanos, mas consoante possibilidades concretas de vantagens financeiras e políticas. 

Não sendo possível o Ministerio da Saúde, desejam algo que igualmente reúna essas condições, como o Ministerio do Desenvolvimento Social, a Caixa Econômica Federal e até a Petrobras, como já se especula por aí. Outro dia comentamos por aqui que eles talvez desejassem cometer feminicídio no Governo mas estávamos enganados. Se a questão é não demitir a gestora da Caixa, substituindo-a por um homem indicado pelo Centrão, eles também apresentam a solução: indicam uma mulher do grupo para assumir o cargo. 

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 28 de julho de 2023

Editorial: Através do PIX, bolsonaristas saíram em socorro do "mito".



Segundo dados apurados pelo COAF, repercutido pelo jornalista Josias de Souza em sua coluna do UOL, entre outros canais, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ter arrecadado, através de PIX, neste ano, a fabulosa soma de R$ 17, 2 milhões de reais, muito além do que ele mesmo prevê desembolsar em despesas judiciais. Não se pode dizer que os bolsonaristas não sejam solidários. Muitos deles estão encarcerados em presídios como a Paupuda e a Colméia, em Brasília, e continuam endeusando o seu "mito", fiéis desde sempre, conforme atestam parlamentares que os visitam com alguma regularidade. 

Outros parlamentares identificados com a direita ou com a extrema-direita também recorreram ao expediente do PIX e foram igualmente bem-sucedidos. Vamos fazer aqui uma correção que nos parece razoável. Na realidade, a iniciativa não teria partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a julgar pelo que conseguimos apurar. Partiu de parlamentares, que chegaram a divulgar a sua chave pelas redes sociais, informando que ele estaria precisando, pois estava com as contas bloqueadas. Josias, com o seu conhecido humor cáustico e fina ironia, faz alguns comentários capciosos sobre o fato, mas não vamos aqui provocar os bolsonaristas. 

Não sabemos como este fato tende a ser encarado pelas autoridades financeiras do país, pois se trata de doações espontâneas, legais, através de um expediente institucionalizado, como o PIX. Comenta-se bastante sobre a eventual impossibilidade de o PL, partido ao qual o ex-presidente está filiado, de continuar garantido os mantimentos de sua geladeira, pagando a ele um salário mensal, uma vez que ele se tornou inelegível. Pelo andar da carruagem do PIX, isso, de fato, não se constitui num problema.  

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


Editorial: Faltou apenas habilidade política na indicação de Pochmann para o IBGE.



O nome do economista Márcio Pochmann deveria ter sido anunciado pela Ministra do Planejamento, Simone Tebet, e não por Paulo Pimenta, da Secom. Houve aqui um ruído de comunicação ou uma aresta que o governo precisa aparar, sob pena de ampliação das rusgas entre a equipe. Como se sabe, há toda uma polêmica em torno da indicação do economista para o IBGE. Setores da imprensa temem uma espécie de ideologização do órgão, com a temeridade sobre uma eventual manipulação deliberada dos números, consoante interesses de governo de turno. 

Não acreditamos que alguém com o lastro técnico e científico de Márcio Pochmann possa se prestar a tal atitude. Ao contário, suas qualificações podem, sim, dotar o órgão dos instrumentos e das condições ideais para a realização de um trabalho de bom nível, imprescindível para o país. Há de se observar, por outro lado, que tal preocupação de alguns jornalistas podem ser decorrentes, isto sim, dos maus exemplos recentes, relacionados, na realidade, em razão de atitudes equivocadas do governo anterior. Alguém consegue lembrar que tivemos alguns problemas por aqui? 

Pochmann era um dos integrantes daquele grupo que tratávamos aqui pelo blog como os Menudos de Lula, ou seja, uma constelação de novas lideranças políticas que iriam substituir a velha guarda da mangueira petista, atropelada na gestão da máquina, em escândalos como o Mensalão e o Petrolão. Tornaram-se estrelas cadentes. Hábil politicamente, nem a questão da geografia política escapou à análise do morubixaba petista, que concentrou seus esforços no chamado cinturão paulista, onde a cidade de Campinas, reduto político de Pochmann, se inclui. 

Com o tempo e a julgar pelas últimas eleições - onde grupos políticos conservadores continuam hegemônicos no controle da máquina estadual - há de se por em dúvidas os eventuais êxitos do PT neste projeto. Apesar de contar com a simpatia do eleitorado da capital, São Paulo, o partido ainda ressente-de de uma presença mais efetiva em regiões do interior do estado. Os internautas são enfáticos ao afirmarem que quem elegeu Tarcísio de Freitas governador foi o interior.   

Pochmann, infelizmente, não foi bem-sucedido na seara política propriamente dita. Dentro do próprio PT, alguns atores pinçados da academia, como é o caso de Fernando Haddad e foi o caso de Celso Daniel, deram certo. Não foi o caso de Pochmann, cujos projetos eleitorais não tiveram êxito. Que o economista seja muito bem-vindo ao IBGE, pois reforça o time dos autênticos, que sofrem um assédio danado, acossados em razão da abertura de espaços na máquina para atender às demandas do Centrão.  

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Editorial: Vamos deixar os jumentos em paz?



Outro dia, líamos uma matéria preocupante sobre a situação dos jumentos aqui na região Nordeste, vítima de abatedouros que comercializam sua carne para alguns países da Europa. Assim como aquela comissão de parlamentares, esperamos não ter errado de continente. Em todo caso, mesmo se estivermos errados, a questão que importa é que os animais poderiam entrar em risco de extinção com essa prática. Em regiões como a paradisíaca Jericoacoara, no Ceará, dá gosto vê-los soltos na natureza durante os passeios de bugge pelas dunas.  

Por vezes, eles fazem visitas à vila, sem que sejam incomodados pelos turistas e moradores locais. É assim que eles deveriam ficar na região, inspirando cancioneiros, endeusados nas músicas de Luiz Gonzaga, o rei do Baião. Infelizmente, alguns setores da imprensa parece ter mergulhado num festival de bobagens, como sugeria o grande Stanislaw Ponte Preta. Esse setores estão amplificando essa bobagem do tratamento que o ex-presidente Jair Bolsonaro dispensou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como a resposta do presidente. É claro que o ex-presidente Bolsonaro foi deselegante e infeliz.  

Outra grande bobagem é a implicância descabida sobre uma eventual indicação do nome do economista Márcio Pochmann para o IBGE, circunscrita, tão somente, às picuinhas políticas. O caboclo possui lastro acadêmico e político de sobra para ocupar o cargo. O IBGE, como se sabe, esteve no rol de instituições assediadas pelo governo anterior. Por muito pouco, devido aos contingenciamentos de verbas, não deixou de realizar o último censo, importantíssimo para o país planejar suas políticas públicas. Pior do que isso é o Governo ceder às pressões do Centrão para ocupar cargos na máquina, por vezes com a indicação de nomes alheios à função, sem nenhum compromisso com o interesse público. Isso, de fato, deveria ocupar as preocupações desses jornalistas. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 26 de julho de 2023

Publisher: Gave "PDP" in the Marielle Franco case.



"PDP", in underworld slang, means confirmation. Well, it gave "PDP" in the case of councilwoman Marielle Franco. There are two former police officers serving time in relation to the case, accused of carrying out the crime. One of them, Élcio de Queiroz, decided to enter the prize-giving program, confessing to the crime and handing over his accomplices in the attack that killed activist Marielle Franco and her driver, Anderson Gomes. Élcio drove the car, while the shots were fired by militia member Ronnie Lessa. In today's actions, based on such accusations, the Federal Police arrested firefighter Maxwell Simões who, according to Élcio, would have been in charge of the bell that accompanied the councilwoman's steps, and, after the crime, he was in charge of disposing of the car and to the weapon used, a submachine gun, as suspected by the police.

By the way, the use of this weapon in the crime against the councilor and her driver was fundamental for clarifying what happened, as it is a weapon for restricted use, in addition to requiring a lot of expertise in its handling. As is known, Mr. Ronnie Lessa, before entering the underworld of organized crime, possessed great police expertise, working in elite groups of the Civil Police and the Military Police of Rio de Janeiro, as well as Adriano da Nóbrega, killed in the Bahia. The trajectory of these two police officers is curious. Ronnie Lessa, for example, started his professional life as a quiet tattoo artist.

A few days ago, the Minister of Justice, Flávio Dino, announced that he would have news about the Marielle case. The news came out today. Let's hope the bird continues to sing so we can get to the names and motivations that led to this barbaric crime against the councilor and her driver. Another goal scored by Minister Flávio Dino, who practically assumed the clarification of the case as one of the missions of his portfolio.

Editorial: Imprensa veta o nome do economista Márcio Pochmann para o IBGE.



Foram inusitadas as manifestações de alguns setores da imprensa no dia de ontem, com alguns articulistas se manifestando contra as articulações políticas que sugerem o nome do economista Márcio Pochmann como futuro indicado pelo Governo para a presidência do IBGE. O argumento mais "consistente" nessa contraposição diz respeito ao fato de o economista ser um petista raiz, onde os aspectos ideológicos poderiam prevalecer em sua gestão, em detrimento dos aspectos técnicos. 

Pochmann tem uma excelente formação acadêmica e continua ativíssimo, publicando, com regularidade, suas reflexões sobre a quadra política e econômica do país. A reticência desses setores, portanto, é de caráter polítco, com alguns componentes temperamentais, uma vez que o economista andou se indispondo com os servidores do órgão no passado. Não deixa de ser curioso que isso tenha ocorrido em relação ao IBGE, quando seria mais facilmente de ser compreendido, por exemplo, se ocorresse, quando de uma indicação para o Supremo Tribunal Federal ou para um órgão como a PGR. 

Neste sentido, Pochmann passou a contar com o apoio de setores mais autênticos da legenda e de associaoções como os Economistas pela Democracia, que se solidarizaram com a indicação do economista ao órgão. Mais uma vez, voltamos a repetir, não deixa de ser curioso e inusitado esse ativismo de setores da imprensa em torno dessas especulações em torno do nome do economista. São argumentos pífios, insustentáveis.   

Editorial: Guerra e Paz. Enquanto Bolsonaro sela a paz com Tarcísio, o Centrão não esconde as rusgas com o Governo Lula.



O Centrão, por incrível que possa parecer, existe. Agora mesmo, por ocasião das articulações em torno dessa minirreforma ministerial prevista pelo Governo Lula, em solidariedade aos líderes do grupo, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, segundo divulgou a imprensa, teria, deliberadamente, adiado uma reunião com o morubixaba petista. Segundo consta nos escaninhos da política, seria uma demonstração de insatisfação em relação à desenvoltura do Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que estaria negociando no varejo, e não no atacado, ouvindo os deputados sem consultar os caciques do Centrão. 

Pense em algo complicado essa minirreforma do Governo. Para completar o enredo, Lula já não aguenta mais as dores físicas e vai precisar se submeter a uma cirurgia nos quadris. Em tese, somente depois de anunciar as mudança no Governo. Por um desses caprichos, se ele vier a entregar a missão ao seu vice não seria de mal alvitre, uma vez que Geraldo Alckmin tem se saído muito bem como interlocutor do Governo. Seria uma dor a menos para o morubixaba petista, embora estejamos tratando aqui de uma prerrogativa que Lula não abriria mão. 

Pelo lado da oposição, sugere-se que as relações serenaram entre Tarcísio de Freitas e o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi convidado para um jantar e uma pernoite em palácio. Como já tratamos por aqui em outra postagem, a quadra política está bastante complicada em São Paulo. Existe uma penca de candidaturas pelo lado da situação e pelo lado da oposição. As posições do PL de Jair Bolsonaro, por exemplo, não convergem com as posições do governador Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos. 

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 25 de julho de 2023

Editorial: Ronnie Lessa pode entrar no programa de delação premiada.



 A Polícia Federal entra numa etapa definitiva em relação ao esclarecimento sobre o assassinato da ativista política Marielle Franco e do seu morotista, Anderson Gomes. Sabemos em que circunstâncias a vereadora e seu motorista foram assassinados, assim como quem os executou. Em delação premiada, o ex-policial Élcio de Queiroz entregou o policial Ronnie Lessa e o ex-bombeiro Maxwell. Agora a polícia e o Ministerio Público trabalham com a possibilidade de o ex-policial Ronnie Lessa entrar no programa de delação premiada e, igualmente, emendar os fios do novelho da trama criminosa que ceifou a vida da vereadora. 

Hoje se sabe, por exemplo, que o trabalho da vereaora nos morros cariocas prejudicavam os interesses das milícias com atuação naqueles bairros, daí a motivação de sua morte. Como a milícia está entranhada no aparelho de Estado, tais interesses são complexos, envolvendo, inclusive, os interesses eleitorais. Há atores políticos ocupando espaço no Poder Legislativo tendo como suporte os colégios eleitorais controlados pela milícia. O material recolhido durante as operações de busca e apreensão podem ajudar bastante neste processo, mas nada como um passarinho cantando como um canário belga. 

Vamos aguardar o trabalho sério que está sendo conduzido pela Polícia Federal, sob os auspícios dos ventos republicanos que sopram do Ministério da Justiça. Em poucos meses de Governo Lula podemos comemorar os avanços alcançados nessas investigações. Hoje o homem mais procurado pelas redes sociais é um tal porteiro que andou ouvindo vozes e depois sumiu.