pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sábado, 4 de fevereiro de 2023

Editorial: As turbulências políticas devem durar ainda por um bom tempo. São os reflexos do porão miliciano.



Pelo andar da carruagem política, as turbulências institucionais devem perdurar ainda por um bom tempo. Um longo e tenebroso inverno nos aguardam pela frente. os blefes, as cortinas de fumaça, as escaramuças entre atores relevantes dos Três Poderes da República  estão na ordem do dia. É necessária muita astúcia para sobreviver neste pântano político em que se transformou a nossa vida cotidiana, vivendo sob a égide de um país conflagrado, irremediavelmente atingido pela institucionalização da das notícias falsas, das fake news, do emprego deliberado de expedientes torpes para se atingir os adversários ou desafetos. É o porão miliciano - da mais alta bandidagem - que ainda mantém seus canais de atuação intactos. Fragilizados, é verdade, mas ativos. 

O núcleo duríssimo do Estado foi atingido pelo bolsonarismo e suas práticas nefastas, corruptas, anticivilizadas e antirrepublicanas. Não é este humilde editor que constata isso, mas relatórios como o da FUNAI, que corrobora com o que estamos afirmado. Um bom exemplo disso é a confusão criada por este senador Marcos do Val, que agora, com seus arroubos, acabou arrastando para as suas artimanhas até os bem intencionados canais de comunicação, que deram ouvidos às suas falas. Vai aqui um conselho deste simples observador de nossa cena política: Desconfiem das falas dos bolsonaristas. Geralmente são falsas ou plantadas com objetivos vis. Sobretudo para eles, vale a máxima do filósofo Nietzsche,  numa referência às narrativas discursivas: Todo discurso é uma fraude, toda palavra é uma farsa. 

Acabo de ler, num dos perfis daquele pastor bolsonarista roxo, que vem uma bomba por aí. Já posso até imaginar o que seja. Alguém sugeriu que o tal senador, numa dessas entrevistas, dava a impressão de falar em línguas estranhas. Quem sabe o pastor tenha conseguido traduzir essas falas. Vamos aguardar, uma vez que ele estava em trânsito, mas prometeu que solta a bomba ainda hoje. Talvez seja o caso de o nosso judiciário começar a pensar na possibilidade de contratar alguém especialista em línguas estranhas. Nesses tempos bicudos, os intérpretes de Libras já não seriam suficientes.      

Charge! Marília Marz via Folha de Sao Paulo

 


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Editorial: Ministro mapea os tentáculos do porão fascista.



Até onde sabemos, o deputado federal Francisco Everardo Tiririca Oliveira Silva - mais conhecido como Tiririca - filiado ao Partido Liberal, no tocante aos útimos episódios golpistas, se comportou de forma discreta e não seria, em tese, um potencial elemento perigoso para as instituições democráticas do país. Portanto, é injusta a suposta ilação do advogado de defesa do ex-Ministro da Justiça de Anderson Torres, sugerindo que ele teria escrito a minuta do golpe, em razão dos inúmeros erros de português. Claro que se trata de uma ironia, mas é preciso tomar muito cuidado com esses rompantes ou vazamentos de informações partindo dos bolsonaristas, pois eles se especializaram em criar fatos "novos", plantar notícias falsas ou fomentar cortinas de fumaça para favorecer determinados atores e prejudicar seus desafetos. 

Valademar da Costa Neto, Presidente Nacional do PL, em sua defesa, teria afirmado que sugerir que a minuta do golpe tinha na casa de todo mundo foi apenas uma metáfora, força de expressão. O tal senador Marcos do Val também já caiu em descrédito, depois que mudou a versão de suas declarações para isentar o ex-presidente Jair Bolsonaro de qualquer envolvimento no episódio; desistiu de desistir do seu mandato de senador; e ainda encontrou-se com o filho do principal acusado. Não se pode levar muito a sério uma pessoa com este perfil de comportamento. Alguém observou que, durante sua entrevista a uma emissora de TV, ele parecia falar línguas estranhas. Seria necessário a tal emissora contratar um pastor evangélico para interpretar as suas falas contraditóiras e emboladas. Hoje, há muitas especulações em torno de suas reais intenções. 

O bolsonarismo também é entremeado por esses componentes de esquizofrenia, de exótico,de ridículo, de fantasmagórico. Há até uma leva de cristãos fascistas. Faz todo o sentido a conclusão de um ministro da Suprema Corte afirmando que estávamos sendo governados por gente do porão, formado pela milícia do Rio de Janeiro, que havia ampliado seus tantáculos para o plano internacional. Talvez um pouco tardia essa conclusão, mas se coaduna perfeitamente à nossa experiência de desgovernança recente. O mesmo ministro, outro dia, apontou os desmandos e os projetos políticos - e nada jurídicos, tampouco reoublicanos - da Lava-Jato como a principal causa do estágio de instabilidade social, política e institucional a que fomos submetidos.    

Charge! Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Editorial: A luta é árdua, mas o campo progressista continua avançando.

 


A disputa pelo Presidência do Senado Federal, se não houvesse aquela tentativa de golpe fracassada do dia 08 de janeiro - seria uma espécie de terceiro turno das eleições presidenciais de outubro. Assim, diante dessas novas conformações, é possível afirmar que as forças do campo progressista, no dia de ontem, sufragaram mais uma vitória contra o campo conservador, fascista, reaça e de ultra-direita. Com direito a voto impresso e todo o figurino simbólico, como um vídeo que anda circulando nas redes sociais, onde o futuro presidente da Casa - a despeito de sua enorme cortesia e civilidade - tenta se esquivar de uma eventual tentativa do senador Sérgio Moro em apertar a sua mão. Claro que a "guerra" está apenas começando - teremos, certamente, outros embates decisivos pela frente - mas é bom saber que aquela Casa não se transformou numa trincheira controlada pelos bolsonaristas para viabilizarem seus objetivos torpes. 

Mas, como este país tem uma lógica própria, no dia de hoje as notícias que repercutem nos principais canais de comunicação não dizem respeito à política propriamente dita, mas à economia, surpresa com mais outro escândalo de equívocos contábeis, desta vez envolvendo a poderosa AMBEV. Estima-se um montante de 30 bilhões. Ontem também foi noticiando que as Lojas Americanas já teriam iniciado um processo de demissão de funcionários em alguns praças. Soma-se a isso, uma declaração do bilionário Abílio Diniz dizendo-se preocupado com a eventual reforma tributária de Lula que, segundo, ele, poderia ser uma reforma tributária do tipo Robin Hood, ou seja, com o propósito de tirar dos ricos para dar aos pobres. 

É a reação daquela Faria Lima perversa, disposta a não abdicar dos seus privilégios seculares. Não há muito o que se comentar sobre isso. Além da eleição de Pacheco - mais um êxito das forças democráticas, republicanas e do campo progressista - hoje, dia 02 de fevereiro, é dia das homenagens a Iemanja. O bairro do Rio Vermelho, na Bahia, amanhece em festa, com os brasileiros e brasileiras rogando à rainha do mar para que tenhamos mais paz, solidariedade, alteridade e tranquilidade institucional. É preciso assegurar as conquistas democráticas, republicanas e civilizatórias obtidas nos últimos dias.   

Editorial: Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Editorial: Bolsonarismo ativo.



Os refelxos nefastos do bolsonarismo na sociedade brasileira ainda estão muito presente, em alguns casos, ainda produzindo suas consequências. O PL - ou mais precisamente o seu presidente, Valdemar da Costa Neto - não mede esforços no sentido de alçar uma eventual carreira política para Michelle Bolsonaro, que voltou dos Estados Unidos recentemente. Parece não haver unanimidade na família quanto a este projeto, mas a ex-primeira dama parece animada com os apelos. Numa entrevista recente, o presidente da legenta liberal foi infeliz no tocante às já famosas "minutas golpistas" e está sendo intimado a dar explicações sobre o assunto. Como diria os nossos avós, em boca fechado não entra mosquito. Vale a lição, sobretudo para alguém com tanta espertise na vida pública.  

O ex-ministro de Bolsonaro, Rogério Marinho, disputa a cadeira de Presidente do Senado Federal e não esconde sua profunda identidade com o bolsonarismo, afirmando que o seu projeto seria o de preservar este legado. A eleição possivelmente será vencida - que o ventos democráticos e republicanos não nos deixem enganar - pelo atual presidente, Rodrigo Pacheco, mas não se pode minimizar os estragos dos arranjos já produzidos, que terão reflexos na condução dos trabalhos daquela Casa. 

O senador Rogério Marinho faz bem o jogo dos escaninhos da política e estaremos diante de uma votação secreta. Em sua eleição para o Senado Federal, pelo Rio Grande do Norte, os institutos de pesquisa erraram feio sobre seus escores. Ele, então, para se contrapor a tal onda, passou a noite toda ao telefone, ligando para os correligionários, argumentando tratar-se de um equívoco, que acabou se confirmando, com ele sendo eleito folgadamente. Quanto aos estragos políticos, sociais e institucionais produzidos pelo bolsonarismo, ainda teremos um longo e tenebroso inverno pela frente. Leva algum tempo para a sua superação e não podemos, em nunhum momento, vacilar. 

É coisa para acertamos diversas pauladas e sempre em locais específicos. Ainda encontramos pessoas de projeção pública, ligadas ao bolsonarismo, ridicularizando a situação de penúria humanitária vivida pelo povo Yanomami ou mesmo sugerindo a morte do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No caso dos Yanomamis, fica patenteado que o Governo Bolsonaro abandonou os indígenas e fez o jogo do garimpo ilegal, o que deve ter estimulado um juiz da Suprema Corte a solicitar uma investigação mais apurada sobre o assunto. Corroborando com tais afirmações, passou a circular nas redes sociais um suposto relatório da FIOCRUZ dando conta de que as vacinas contra a malária na região tinha como prioridade os garimpeiros e não a etnia Yanomami. Isso é muito grave. Gravíssimo.  

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Editorial: É precipitado tentar fazer qualquer julgamento moral do Governo Lula neste momento.


 

Somente no dia de ontem, tivemos uma conhecida apresentadora de TV defendendo assediadores; uma atriz famosa ridicularizando o drama do genocídio vivido pelas crianças Yanomamis; um candidato à Presidência do Senado Federal afirmando que defenderá o legado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Isso apenas nos remete à conclusao de que o retrocesso civilizatório observado no país nos últimos anos foi enorme. Talvez bem pior do que imaginávamos. O devastador relatório da FUNAI - produzido ainda num período de algum resídio republicano que restavam, posto que a sua direção sofreria as represárias - é uma evidência de que a bandidagem atingiu o núcleo mais duro do aparelho de Estado no país.   

Pior do que isso somente a má-vontade de alguns setores da grande mídia com o Governo que se inicia, que tem o propósito inegociável de restaurar o tecido democrático perdido e promover a retomada de padrões civilizados de convivência. Ontem, pelas redes sociais, andou repercutindo imensamente um caso de malversação - ou aplicação de recursos em benefício próprio - de verbas oriundas do famigerado Orçamento Secreto, utilizadas por um ministro indicado pelo União Brasil para compor o ministério de Lula. Matreiramente, setores da mídia utilizaram a expressão "Ministro de Lula", numa clara intenção de jogar no colo do Governo a responsabilidade pelos atos do ministro. Que os bolsonaristas explorassem o fato até se entende, mas a grande mídia não.  

Ora, como se sabe, a relação do Governo Lula com o União Brasil ainda é marcada por alguns desacertos. Próceres petistas baianos, integrantes do Governo, por exemplo, rejeitaram a indicação de nomes sugeridos pelo União Brasil. Os nomes indicados, por outro lado, não contam, necessariamente, com o aval dos dirigentes da legenda. Por outro lado, esse tal orçamento secreto é uma grande excrescência que extrapola, em muito, o campo das ideologias. Precisa ser veementemente combatido, mas as contigências políticas, infelizmente, caminham para manter esse expediente nefasto, que depõe contra os mais basilares principios de gestão de recursos públicos. Os escândalos que estão sendo descobertos tendem a ser ampliados enormemente. É prudente fiscalizar, exercer o seu papel legítimo, mas seria prematuro jogar essas lentes contra eventuais desvios de conduta de um Governo que está apenas se iniciando, fazendo um esforço enorme para acertar. Principalmente através desses expedientes. 

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Editorial: O equilíbrio instável de José Múcio Monteiro no Ministério da Defesa.

 


Conhecedor da enorme capaciadade de articulação política do pernambucano José Múcio Monteiro, o presidente Lula fez questão que ele assumisse a pasta da Defesa, num momento político dos mais delicados para o país, mergulhado numa crise institucional sem precedentes. Diante das atuais circunstâncias políticas, fazia um bom tempo que o Ministério da Defesa ostentava um status tão elevado e aos mesmo tempo estratégico. Talvez por isso se tornaram tão recorrentes as notícias sobre o que se passa naquela pasta, o que exige cautela sobre a sua veracidade. Outros fatos, no entanto, são públicos, protagonizados pelos próprios atores, como a obra de engenharia política arquitetada para demitir um comandante militar mais recentemente ou mesmo os relatórios comprometedores da FUNAI sobre a atuação dos militares em terras indígenas.   

Admiro bastante as pessoas com tal capacidade de conciliação, talvez porque não seja bem este o nosso caso. Transigir nunca foi o nosso forte. Quando perdeu a eleição para o Governo do Estado de Pernambuco para o ex-governador Miguel Arraes, José Múcio logo virou a página, tornando-se um ator político de projeção nacional. Como Ministro da Defesa, José Múcio tem o nosso respeito, admiração e uma torcida  enorme para que ele consiga serenar os ânimos na caserna - reposicionando os militares aos seus estritos deveres constitucionais - assim como criar as condições que permitam que as instituições democráticas cumpram o seu papel, evitando flertes com o autoritarismo. 

Vamos aqui, no entanto, fazer duas ponderações críticas. Recentemente o ministro deu uma declaração afirmando que as Forças Armadas estavam completamente pacificadas. Embora tenhamos obtidos avanços inegáveis neste sentido, não há indicadores seguros para se fazer tal afirmação. Na realidade, as Forças Armadas passaram por um processo sistemático de politização durante os últimos quatro anos. Depois, por razões óbvias, existem amplos segmentos simpáticos ao bolsonarismo nos quartéis. Leva algum tempo para que se atinge o ponto ideal. Outro aspecto tem sido a dificuldade de José Múcio no sentido de tomar atitudes mais rígidas em relação aos militares, o que significa que ele se encontra num estágio em que evita, a todo custo, melindrar seus subordinados. Pressionado pelo Governo para os "avanços", ele ainda se sente "inseguro", o que o deixa numa situação de equilíbrio instável como se diz em Ciência Política.   

domingo, 29 de janeiro de 2023

Editorial: Paulo Câmara deixa o ninho socialista.



A informação, segundo dizem de fonte segura, está sendo veiculado pelo blog do Tião Lucena, na Paraíba. Fazemos aqui a ressalva para não cairmos em barrigas ou divulgamos fake news. Nesses tempos bicudos, convém tomar as precauções necessárias. A notícia dá conta de um desligamento do ex-governador Paulo Câmara do ninho socialista, onde esteve no aconchego durante décadas. O fato concreto é que sua relação com determinados setores da agremiação vinha se deteriorando nos últimos anos. Não vamos aqui entrar nos detalhes, mas o jogo é pesado, com golpes abaixo da linha da cintura. 

O presidente Lula, pessoalmente, empenhou-se em encontrar um espaço no futuro governo para o ex-governador, por quem tem uma grande estima. Os escaninhos da política apontavam até mesmo um ministério de ponta, com grande capilaridade e verbas, mas as negociações entre a cúpula da legenda e o Planalto acabaram por priorizar a indicação do ex-governador de São Paulo, Márcio França. A manobra rifou Paulo Câmara, que hoje poderia vir a ocupar um cargo no segundo escalão, possivelmente o Banco do Nordeste. 

Ocorre, entretanto, que a diretoria do Banco está sendo pleiteado por vários caciques da legenda petista. Não há informações sobre os rumos políticos que o ex-governador deverá seguir daqui para frente. Paulo Câmara talvez ainda não saiba o que deseja, mas sabe perfeitamente que não havia mais clima para a sua permanência na legenda socialista. O desgaste vem se arrastando há um bom tempo. São feridas difíceis de cicatrizar, com maior probalidade de evoluir para uma gangrena. Não se sabe se tal movimento teria sido combinado com o Planalto, se e como ele poderia ser "acomodado" no futuro governo.  

Editorial: Uma eleição crucial para a Presidência do Senado Federal.



A eleição para a Presidência do Senado Federal é crucial para a sociedade brasileira assegurar os avanços no que concerne à retomada do ambiente e dos espaços democráticos, criando um antidóto contra eventuais retrocessos autoritários. Entende-se perfeitamente o porque de a oposição ao Governo Lula estar jogando todas as suas fichas na eleição do ex-ministro do Governo Bolsonaro, Rogério Marinho, para a Presidência daquela Casa. Seria conquistar uma trinhciera de resistência contra o atual Governo Lula, assim como possibilitar investidas contra outros Poderes da República, com o propósito de atigir possíveis desafetos ou inimigos "públicos" do bolsonarismo.

No frigir dos ovos - como se diz aqui no Nordeste - seria um retrocesso político. As chances existem e, por elas existiram, ilustres atores do campo político conservador estão assanhados com tal possibilidade. A recondução do senador Rodrigo Pacheco para a presidência daquela Casa teria um significado que estrapola, em muito, a simples eleição de um parlamentar para uma Casa Legislativa. Ela torna-se fundamental para garantir os avanços civilizatórios.

Quando contingenciado - e as ocasiões não foram poucas - Pacheco demonstrou seus firmes e inquestionáveis compromissos com o processo democrático. O mineiro tem perfil para continuar no cargo, sobretudo nesses momentos de turbulências e crise institucional que enfrentamos. Já começaram, muito antes das eleições, a chamada contagem dos votos. Fulano tem tantos votos, Beltrano outros tantos. Não apostamos um tostão furado nessas especulações. Preferimos aguardar o resultado, mas fica evidente a nossa torcida.   

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Editorial: O melhor antídoto antigolpe.


No Brasil, tudo parece ser muito confuso, pois os atores políticos, deliberadamente, costumam confudirem ou mesmo atropelarem os seus papéis. Até recentemente, o país enfrentou um sério problema com a assunção sobre um equivocado poder moderador a ser exercido pelos militares, assim como ficaria evidente a exagerada ingerência desses mesmos atores no tocante ao processo eleitoral. Mas, antes, é preciso dizer que todas essas "iscas" foram jogadas por um Executivo que tinha interesse em politizar o estamento militar, fazendo questão de militarizar a burocracia do Estado, que, aliás, deve estar dando um trabalho danado ao futuro governo, que pretende revalorizar os servidores civis, do quadro permanente e devolver os militares ao seu lugar de origem, ou seja, às funções da caserna.   

O chamado pacote antigolpe, que está sendo discutido no dia de hoje, por razões óbvias, demorou a ser anunciado, possivelmente, para evitar lacunas ou mesmo melindrar certos segmentos. A prudência é sempre muito importante nessas ocasiões e o inteventor nomeado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, Ricardo Cappelli, vem cumprindo à risca um script que inclui senso de justiça, compromisso inquebrantável com a democracia  e rigor no tocante às medidas adotadas contra os infratores ou golpistas. Seu objetivo é o de reestabelecer as estruturas democráticas comprometidas com as investidas golpistas do último dia 8 de janeiro, sem, contudo, ultrapassar os limites impostos pela Constituição Federal. Tudo está sendo feito dentro dos parâmetros legais.   

Até recentemente, um comandante militar foi exonerado do cargo por quebra de hierarquia. Quem conhece tais nuances, sabe da obra de engenharia política necessária para se tomar uma decisão deste porte. Sylvio Frota, então comandade do Exército durante a Ditadura Militar, foi demitido num feriado na capital federal, quando seus subordinados estavam curtindo um churrasco com a família. Algo nos diz que tal estratégia pode ter sido obra do bruxo Golbery do Couto e Silva. Ele ainda se coçou, mas não tinha muito o que fazer, ressignando-se aos chinelos e ao pijama. 

Cappelli anuncia hoje as medidas que serão adotadas pelo pacote antigolpe - como vem sendo chamado pela imprensa - o seu relatório. O que mais mais se comenta hoje no país é em relação às medidas que poderiam ser edotadas para se evitar novas ocorrências golpistas. Estão previstas medidas de reforço da segurança às instituições democráticas sediadas em Brasília; uma reestruturação dos serviços de inteligência e segurança do Estado; um olhar mais atento sobre o que ocorre nas redes sociais. Há muitos especialistas no assunto, mas, para este editor, vale a premissa do sociólogo francês Claude Leffort, quando afirma que uma democracia que não se amplia tende a morrer de inanição. O melhor antídoto antigolpe consiste em aperfeiçoar as instituições democráticas, criando um modelo de gestão pública onde a população veja suas demandas atendidas e possa creditar sua confiança no regime.           

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Charge! Cláudio via Folha de São Paulo

 


Editorial: Esquadrinhando o ministério do futuro governo Lula.


O próprio Lula declarou recentemente que a formação do ministério tem sido uma tarefa mais complexa e trabalhosa do que a campanha eleitoral. Deve ter lá suas razões para fazer tais afirmações. Não é facil acomodar tantos interesses pessoais e de grupo em jogo; administrar egos inflados; proceder os ajustes na máquina para atender às demandas dos aliados novos e antigos. E ainda existe a composição de gênero e cor que, se não contemplada, pode produzir inúmeros ruídos, como o da precipitação de uma conhecida jornalista - quando ele ainda havia anunciado apenas seis nomes - de que haviam apenas homens na formação do ministério. 

Mesmo criando uma penca de ministérios, e deixando apenas os partidos oposicionistas mais radicais de fora - caso do PL e PP - não  pode-se dizer que a obra de engenharia política montada agradou a todo mundo. Ainda no dia de ontem, durante as negociações com o União Brasil, isso ficou evidente, quando a indicação de um parlamentar baiano da legenda foi vetada pelo PT daquele Estado. Entre os formadores de opinião a conclusao é a de que o núcleo duro do ministério é essencialmente petista, o que significa dizer que a tal frente ampla não passou de retórica de campanha.  

De fato, sim. O núcleo duro de poder está nas mãos do partido  ou de atores políticos da estrita confiança do morubixaba petista, como os ministérios da Casa Civil, Desenvolvimento Social, Relações Institucionais, Justiça, Fazenda e a liderança de partido no Senado Federal, uma missão que o baiano Jaques Wagner qualificou como uma das tarefas mais estratégicas da futura gestão. Por outro lado, para não dizer que há apenas críticas à formação do ministério por parte dos formadores de opinião, alguns nomes foram bastante festejados, como o do professor e pesquisador Sílvio Almeida, para a pasta dos Direitos Humanos; Camilo Santana para o Ministério da Educação - que levou com ele, na condição de secretária-executiva da pasta, Izolda Cela -; Anielle Franco, ativista e irmão da Marielle Franco, para a pasta da Igualdade Racial; A indígena Sônia Guajajara para Povos Indígenas; Nísia Trindade para a pasta da Saúde, com a difícil missão reerguer o SUS, bastante atingido pelo último governo. São nomes que, se colocarem o currículo em prática, podem produzir bons resultados de gestão para a administração pública do país. Estamos bastante otimista.     

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Drops politico para reflexão: Montagem do ministério não agradou ao União Brasil e eles não integrarão base de apoio de Lula.

 


Parafrasenado o grande Machado de Assis - numa referência às ideias fixas, num dos seus romances - Deus te livre da montagem de um ministério, meu caro leitor. Quantos arranjos politicos e ajustes técnicos precisam ser feitos para conciliar interesses tão díspares. Parecia que as coisas andavam muito bem entre o presidente Lula e as lideranças do União Brasil, há um passo de fechar um acordo para integrar a base aliada. Agora, vem a notícia de que os nomes apresentados pela legenda foram recusados - há, inclusive, o veto do PT a um deputado baiano - e os nomes indicados não contam com o apoio da cúpula do partido, que já declarou que permancerá independente, votando com o governo apenas em pautas do interesse do pais, o que, como se sabe, não quer dizer muito coisa, dada a ausência de espírito público dos nossos representantes. 

Drops político para reflexão: Com o União Brasil na base de apoio do governo Lula, qual o destino do senador Sérgio Moro?

 


Embora não se conheça os nomes que deverão integrar o fururo Governo Lula - na condição de indicados pelo União Brasil - já se sabe que a cota seria de três ministério e, possivelmente, outros mimos na burocracia da máquina estatal. Uma coisa é certa: faltaria apenas ajustar os ponteiros, pois a composição já está ajustada entre Lula e os caciques da legenda, entre os quais o jovem babalorixá ACM Neto. Em tais circunstâncias, a grande questão que se coloca é: Qual seria o destino do ex-juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, eleito senador pelo Estado do Paraná? O PL, que seria uma opção mais plausível, até recentemente, entrou com uma ação que pedia a cassação do seu mandato. É complicado. 

Drops político para reflexão: Deve sair hoje uma nova leva de ministros do futuro governo.

 


Está sendo aguardado para logo mais o anúncio de uma nova leva de ministros que deverão compor o futuro Governo Lula, como resultado de intensas negociações com sua base aliada. Para evitar as famosas "barrigas" preferimos não declinar os nomes de partidos como o PSD e o Uniao Brasil. Sobre o MDB, o martelo já foi batido e o prego encontra-se de ponta virada. Além da confusa engenhiaria institucional montada para acomodar a ex-senadora Simone Tebet no Ministério do Planejamento, Renan Filho, ex-governador de Alagoas, deve assumir o Ministério dos Transportes, enquanto Jáder Barbalho Filho deve ir para o Ministério das Cidades. Com isso, em tese, Lula salda sua dívida com a banda das oligarquias familiares regionais da legenda emedebista. Nos escaninhos da políticoa, comenta-se que o PV anda se queixando bastante por falta de espaço no futuro governo. 

Editorial: Polícia Federal e Polícia Civil do Distrito Federal cumprem 32 mandados de busca e apreensão contra os arruaceiros de Brasília.



Torna-se absolutamente necessário que as autoridades públicas deste país tomem providências - rigorosamente amparados na lei - para coibir atos como aqueles que ocorreram em Brasília, recentemente, quando apoiadores do ex-presidente - vamos tratá-lo assim por aqui, uma vez que ele já foi embora para os Estados Unidos - promoveram uma espécie de badernaço, que incluiu tentativa de invasão e depredação de logradouros públicos, além de incêndios de carros particulares e de transporte público. Na sequência, ocorreram fatos até mais graves, como uma tentativa frustrada de ato terrorista que, se materializado, provocaria uma tragédia de dimensões gigantestas, segundo uma autoridade policial que investigou o caso. 

Ações dessa natureza, além de tomar medidas efetivas contra os malfeitores, cumprem, igualmente, um efeito pedagógico, mostrando que autoridades estão atentas contra os atos de  transgressão da lei e da ordem pública. O cidadão preso em Brasília, como suspeito de atos terroristas, não escondeu, em nenhum momento, suas ligações com os acampados junto ao QG do Exército. Segundo comenta-se nos bastidores, ele já teria dado declarações se sentindo "abandonado", o que não seria uma surpresa. Haveria eventuais cúmplices, mas estes estão foragidos.

Num lampejo de lucidez - sim, isso é possível mesmo entre os bolsonaristas mais radicais - grupos acampados em Brasília estariam batendo em retirada para os seus locais de origem, cientes de que essas manifestações parecem ter chegado ao limite do insuportável. Até mesmo para eles. Dentro do escopo de uma democracia representativa, as regras são claras e o resultado do jogo eleitoral já está definido e homologado. Agora é lavar o Palácio do Planalto com sal grosso para receber os novos inquilinos; aguardar as baianas do Senhor do Bonfim para seu banho de rosas e cantos específicos para afastar os espíritos do mal. O momento é de desejar boa sorte ao futuro presidente Lula.         

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Drops político para reflexão: Ministro Alexandre de Moraes proíbe o porte de armas no Distrito Federal por quatro dias.

 


Atendendo a um pleito da equipe de transição do futuro governo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que ficasse proibido o porte de arma no Distrito Federal pelos próximos quatro dias, a começar de hoje. Diante dos fatos ocorridos, medidas assim são muito bem-vindas, em razão do clima de radicalismo político que ainda persiste no país, inclusive com tentativa de atentados terrorista, felizmente, naõ materializados. A medida ajuda no sentido de garantir a segurança de Lula e dos milhares de apoiadores que estão na capital federal aguardando o momento da posse.  

Editorial: Os "ajustes" políticos para "acomodar" Simone Tebet no futuro governo Lula.



Vamos jogar com a franqueza necessária. Não enchergamos com muito otimismo a presença da ex-senadora Simone Tebet no futuro Governo Lula. Lula procedeu uma série de ajustes no Ministério do Planejamento, consoante o objetivo, possivelmente, de atender algumas exigências da emedebista, que tinha preferência por um ministério de ponta, onde a população pudesse "sentir" resultados tangíveis das políticas públicas e ela credenciar-se para os seus projetos políticos. Não há nenhum problema com os projetos políticos da ex-senadora, pois ela está no campo e as ambições maiores são perfeitamente compreensíveis. 

O problema talvez esteja no fato de que ela não está sozinha, tampouco conta com a simpatia como candidata do grupo hegemônico gravita em torno da figura de Lula e que chegou ao poder mais uma vez. Pelo andar da carruagem política, tudo indica que o nome que está sendo preparado para as eleições presidenciais de 2026 no núcleo duro petista é o do professor Fernando Haddad, futuro Ministro da Fazenda. Lula abriu vários links de interlocuções do Ministério do Planejamento com outros ministérios e órgãos do governo para permitir que a ex-senadora possa ter uma pepel mais efetivo na gestão.

No frigir dos ovos, colocá-la no Ministério do Planejamento não foi uma saída das melhores, sobretudo em razão das interlocuções necessárias e que precisam serem estabelecidas com o ministro Fernando Haddad. A ex-senadora é uma pessoa íntegra, correta, competente, bem-intencionada, mas não conseguirá aparar as arestas com setores do PT e do seu próprio partido, o MDB. É bom que ela vá vendo as alternativas que se apresentam para 2026, pois já demonstrou que possui um grande potencial competitivo, que deverá ser canalizado para uma raia bem específica.  

Drops politico para reflexão: As forças policiais mais confiáveis para a segurança de Lula neste momento.


Há quatro dias da posse, esta tem sido uma das maiores preocupações da equipe do futuro presidente, principalmente depois dos últimos episódios ocorridos na capital federal, com a instalação de artefatos explosivos que poderiam provocar uma tragédia de dimensões gigantescas. As decisões tomadas recentemente pela equipe do petista - de convocar as Forças Nacionais e colocar a Polícia Federal na sua segurança pessoal - indicam que eles estão tentando guardar a devida distância das forças policiais demasiadamente contaminadas pelo bolsonarismo. 

Editorial: A urucubaca anda solta em Brasília, há quatro dias da posse.


Hoje, pela manhã, funcionários do Palácio do Planalto estão fazendo uma grande limpeza no entorno do prédio, segundo dizem, utilizando sal grosso, para afastar as urucubacas. Na história recente da República, está será a posse mais confusa que já presenciamos. Há quatro dias, não se sabe ainda quem irá passar a faixa presidencial para o próximo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. A segurança presidencial, que sempre contava com membros do Exército, através do GSI, desta vez ficará sob a coordenação da Polícia Federal, o que gerou alguns ruídos na corporação militar. Ao Exército competeria fazer a segurança do entorno do evento.  

Na verdade, o que está em jogo é que a capital federal precisará passar por uma grande verredura. Há indícios fortes de que o campo está todo minado. A equipe da estrita confiança de Lula terá um grande trabalho pela frente até colocar a casa em ordem novamente. Estamos diante daquele tipo de inquilino que entope as tubulações de sujeiras antes de desocupar o imóvel. Até este momento, não há informações confirmando, mas seria bastante provável que Lula venha a utilizar carro blindado, aliado há outras medidas para evitar exposições desnecessárias. 

Em meio e este turbilhão, a notícia boa é que os bolsonaristas estariam começando um processo espontâneo de retirada do Quartel-General da capital federal. Os chargistas, sempre com um homor apurado, traduzem bem essas situações. Sobre essas movimentações bolsonaristas - que quase chegaram a atingir atos extremos - um grupo deles se reúnem para decidir para onde ir agora, recorrendo às bravatas conhecidas. Lá no fundo, alguém se levanta e faz a seguinte indagação: Que tal a gente ir para casa? Demorou! Seria o mais sensato mesmo passar a festa de revéillon com a família. Talvez eles estejam chegando, finalmente, a esta conclusão.    

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Editorial: Simone Tebet aceita o Ministério do Planejamento.

 


Depois de muitas idas e vindas, finalmente, o presidente Lula e a ex-senadora Simone Tebet chegaram a um acordo sobre a sua participação no futuro governo. Simone Tebet assumirá o Ministério do Planejamento, embora desfalcado dos bancos estatais, o que não deixa de ser um problema. Isso signigifca dizer que, no organograma traçado pelo novo governo, os bancos estatais deverão ficar subordinados a outro ministério. Não sei se seria melhor opção para Tebet, que alimenta projetos presedenciasi de para as eleições de 2026. 

Ela desejava um minitério de ponta, com ações efetivas junto à população. Um ministério de "visibilidade' e não um ministério "burocrático".De alguma forma, o partido da senadora, o MDB, poderia ficar satisfeito com a indicação, pois ainda não havia sido contemporizado no governo, mas o  jogo é bastante intrincado. A ex-senadora tem várias arestas no conjunto da federação emedebista. As velhas oligarquias regionais da legenda nunca engoliram a senadora. 

Há outros nomes da legenda na lista de espera e, agora, o xadrez torna-se ainda mais complexo. Desde o início da última campanha presidencial essas oligarquias regionais - principalmente aqui do Nordeste - sempre emprestaram apoio ao projeto presidencial do petista. Embora o Planejamento seja um ministério do agrado desse grupo, a pessoa escolhida não tem afinidade com este grupo. Com uma base de sustentação política fragilizada, Lula não pode negligenciar esse apoio. De alguma forma, eles cavarão o seu naco nessa divisão de espaço.  

Editorial: Recomenda-se prudência durante a cerimônia de posse de Lula



A polícia agir diante de denúncias da população não se constitui em nenhum problema. Muitas tragédias são evitadas, assim como crimes são resolvidos através desse expediente. No caso do atentado terrorista de Brasília - que não chegou a ser concretizado, felizmente - o que se comenta é que a polícia agiu a partir de uma denúncia de um caminhoneiro, que estranhou as movimentações no local onde o artefato havia sido instalado. Se fizermos uma avaliação mais completa, no entanto, há vários indícios de falhas de segurança na capital federal, inclusive amparados em casos recentes, como o episódio da tentativa de invação da sede da PF, seguida de badernas, depredações e incêndios de carros particulares e transporte coletivo. 

Ainda hoje as autoridades de segurança do distrito federal tenta um explicação plausível para aquelas ocorrências. Um dos bolsonaristas radicais presos afirma que não agiu sozinho - o que seria óbvio - percorreu vários quilometros até Brasilia, transportando um arsenal no carro e nunca foi incomodado. Outra questão crucial é o acesso a tais explosivos, de uso privativo, sob rígido controle. Diante de tais circunstâncias, melhor seria se a asesssoria de Lula seguisse as orientações da Polícia Federal, que recomenda a utilização de carro blindado no trajeto, além de evitar exposições desnecessárias em púlpito. 

Nos Estados Unidos,na década de 60 do século passado, um único homem, instalado num prédio de uma livraria abandonada, conseguiu vencer o maior esquema de segurança do mundo e assassinar o presidente John Kennedy. Fica a lição hostórica, como referência para as cautelas de hoje. No dia de ontem, a polícia encontrou mais artefatos explosivos espalhados pelos arredores de Brasília. O momento político é bastante complicado. O campo está minado e somente depois de uma longa "varredura" é que possamos respirar com um mínimo de tranqueilidade e segurança. E você, Lula, sabe que será um ator estratégico neste processo. O povo brasileiro precisa de você com saúde e disposição para as mudanças.   

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Editorial: Muito grave o que se passa na Capital Federal.


A Polícia do Distrito Federal encontrou um outro artefato explosivo nos arredores da capital federal. Nada ainda confirmado, mas existe a possibilidade de tratar-se de uma outra bomba. Investiga-se a eventualidade de tal artefato está relacionado a um outro, encontrado recentemente, próximo ao Aeroporto de Brasília. Essa hipótese tem sido bastante aventada. É o que se chama, na gíria policial, de "barulho de cachorro". O fato concreto é que a situação tornou-se bastante complicada - e muito insegura - há poucos dias da posse de Lula.  

Um dos suspeitos de ter instalado o artefato anterior, ouvido pelo Polícia Civil, dissecou sobre os planos que estavam em curso, que incluíriam a provocação de um grande apagão na capital federal, seguido de atentados que interditariam as alas de embarque e desembarque do Aeroporto de Brasília, promovendo o caos, suscitando a decretação de um estado de sítio e, consequentemente, a impossibilidade da posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Aliás, toda essa mobilização - agora de caráter terrorista - teria como finalidade última impedir ou criar embaraços a posse de Lula. 

Não se trata de obra de um louco solitário, ensandecido, radical, mas algo muito bem urdido, que contou, possivelmente, com apoios efetivos e uma logística de ponta. O maior trabalho da polícia agora é estabelecer essas conexões, e o da justiça, aplicar os rigores da lei, pois essas mobilizações golpistas já estão atingindo limites bastante perigosos. Uma internauta observou numa de nossas postagens - não sem alguma razão - que essa gente já está se parecendo com aqueles radicais terroristas religiosos.  

Drops político para reflexão: Qual o lugar de Paulo Câmara no futuro Governo Lula?



A partir de primeiro de Janeiro de 2023 o senhor Paulo Câmara deixará de ser governador de Pernambuco. A questão que se coloca é:Qual será o seu destino depois de desocupar as gavetas no Palácio do Campo das Princesas? Especulou-se que ele poderia vir a ocupar um ministério - anda faltam 16 nomeações - mas um cargo no segundo escalão passou a ser cogitado. Se dependesse apenas do apreço que o morubixaba petista tem por ele, certamente ele ficaria no primeio escalão. Mas esses arranjos sao complicados. Já existem três ministétios controlados pelos socialistas. Indústria e Comércio, Portos e Aeroportos e Justiça e Segurança Pública. Lula e Paulo Câmara já teriam conversado sobre o assunto. SUDENE? Codesvasf? Banco do Nordeste? vamos aguardar a batida do martelo.