Ainda muito longe de um arrefecimento -apesar da vacinação - a pandemia da Covid-19 volta a preocupar as autoridades européias e asiáticas, com variantes mais agressivas, mais transmissíveis e,em alguns casos, até mais resistentes à imunização. Este seria o momento de um comando único em torno do seu enfrentamento. Definitivamente, não é o momento para se discutir se o voto será impresso ou eletrônico e,muito menos,fazer questionamento à lisura de pleitos passados ou futuros. Não existem provas das fraudes sugeridas, porque, simplesmente, tratou-se de pleitos legítimos, onde essas fraudes não ocorreram.
Esta temática tem sido recorrente, mas parece que vamos sempre ter que lembrar que os atores políticos que travam uma luta institucional precisam,necessariamente, respeitar as regras do jogo,ou, se preferirem, atuar dentro das quatros linhas, sob a arbitragem da Constituição Federal. Qualquer coisa fora disso pode ser traduzido como violação ou golpe, seja do tipo tradicional ou desses golpes modernos, do tip "light", sem o emprego de força militares de intervenção, como no passado. Essas tipologias de "golpes institucionais", aliás, tem sido uma tendência da atualidade, caracterizado pelo fortalecimento do Executivo, que começam por fustigar a democracia precedimental e "testar" os demais poderes, como o Legislativo e o Judiciário.
A democracia tem como pressupostos básicos o diálogo, o convencimento, a persuação. O ator político que participa deste jogo precisa convencer os eleitores de que o seu projeto de governo é o melhor para o país, para a sociedade como um todo e para seu eleitorado mais específico, desde que mantidas as regras do jgo. É um regime de governo que também apresenta riscos e incertezas, como condição inerente à sua própria dinâmica, que se conformam desde o momento das eleições.
Vários equívocos podem ser cometidos neste momento, como, por exemplo, deixar de comparecer aos debates públicos, errar nas estratégias de campanha, apresentar um programa que não convençam uma maioria da população votante. A democracia, portanto, é cheia de incertezas e, como tal, os atores políticos que atuam nesta quatro linhas de engenharia institucional precisam se submeter às suas regras. No final, para aqueles atores políticos que ainda não estão convencidos dessas premissas, aconselho um artigo do cientista político polonês, Adam Przeworski, um especialista neste tema: "Amas a incerteza e serás um democrata"
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