Aparecendo bem nas pesquisas de intenção de voto, o provável candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), tem articulado conversas com lideranças políticas da região Nordeste, o principal reduto eleitoral daquela agremiação partidária. Essas costuras não estão bem alinhavadas, em razão dos vários interesses políticos em jogo nos Estados da região, à exemplo do caso do Ceará, que possui um candidato à Presidência da República, Ciro Gomes(PDT-CE), e um senador que objetiva disputar as prévias tucanas, Tasso Jereissati(PSDB-CE), igualmente com o mesmo propósito. Camilo Santana(PT-Ceará), atual governador daquele Estado, já teria fechado um acordo com o grupo político liderado pelos Ferreira Gomes para viabilizar seu nome como candidato ao Senado Federal em 2022, numa composição onde o PDT lançaria o nome de Roberto Cláudio (PDT-CE) como candidato ao Governo do Estado. Camilo Santana parece não ter esperado uma sinalização do cacique petista para fechar um acordo com os Ferreira Gomes.
O Maranhão é outro desses Estados onde as composições políticas estão confusas. Quando esteve por aquelas bandas, Lula almoçou com o Flávio Dino(PSB-MA), mas não se fez de rogado ao aceitar um convite da família Sarney para um repasto de jantar com o grupo da velha oligarquia comandada pelo cacique José Sarney, um antigo aliado do petismo no plano nacional.E olha que não foi apenas em função das guloseimas da rica culinária maranhense. Aqui na província pernambucana, onde o morubixaba petista também já esteve, o quadro também parece indefinido, em razão dos "estragos" causados pelo candidato Ciro Gomes(PDT-CE) desde as eleições municipais passadas,onde esteve presente no processo de eleição do prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE).
Na fotografia deste momento, as pesquisas apontam para um alto índice de indefinição entre o eleitorado e uma expécie de cansaço com esta polarização entre bolsonaristas e lulistas, o que alimenta as expectativas dos candidatos que correm pela raia da terceira via, como é o caso do governador paulista João Dória (PSDB-SP), que já iniciou um périplo pelo país - desembarcando aqui na província pernambucana neste sábado - de olho nas eleições presidenciais de 2022. Os tucanos passarão por um processo de prévias, onde há quatro nomes no páreo: O do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RG), Tasso Jereissati(PSDB-CE) e Arthur Virgílio(PSDB-AM), além de Dória, que, neste momento, já está na tradicional feira de Caruaru, acompanhado da prefeita Raquel Lyra(PSDB-PE).
É neste contexto que entendemos as movimentações do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, no sentido de manter a capilaridade política do seu partido nas próximas eleições. O PSD foi um dos partidos que mais cresceram nas últimas eleições municipais, tornando-se uma agremiação política estratégica num projeto presidencial. Há evidentes sondagens do partido no sentido de atrair o atual presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco(DEM-MG) para este projeto. O martelo ainda não foi batido, mas as conversas estão bastante avançadas. Rodrigo Pacheco tem se notabilizado nacionalmente por sua defesa intransigente da democracia, das suas instituições, da autonomia e independência dos três poderes. Segue à risca o que determina a Constituição Federal, cumprindo o papel que se espera de um homem público. Uma postura republicana importante, nesses tempos bicudos de assédio às instituições democráticas.
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