A revista Veja desta semana traz uma matéria de capa sobre as especulações, no núcleo duro do bolsonarismo, acerca da possibilidade de uma candidatura presidencial da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Michelle é muito resiliente eleitoralmente, mas, por algum motivo, encontra dificuldade de assimilação nas hostes do bolsonarismo raiz, vele dizer entre os familiares e entre o grupo que gravita sob a ascendência direta do ex-presidente Jair Bolsonaro. Neste escopo, entra a liderança de Valdemar da Costa Neto, Presidente Nacional do PL. Por bolsonarismo mais radical ou raiz entenda-se esse núcleo de alta linhagem, dirigente, uma vez que os eleitores identificado com o bolsonarismo não teriam qualquer dificuldade em sufragar o nome de Michelle Bolsonaro, conforme evidenciam as inúmeras pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento.
O PL, talvez mesmo por injunção deste problema, é um dos poucos grêmios partidários que não está se movimentando em torno de uma fusão ou federalização. O próprio Gilberto Kassab, hoje um dos atores mais azeitados no nosso cenário político nacional, acredita que as forças do campo conservador poderão construir duas alternativas de candidatura. Uma partir deste conjunto de forças, talvez a partir do Movimento Brasil, de Michel Temer, e outra pelo PL. O PL já andava de conversações com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mas o capitão é irredutível. Só há uma alternativa de direita: ele mesmo ...ou talvez Michelle.
Essas especulações em torno de uma candidatura da ex-primeira-dama surge exatamente num momento em que a mídia passa a dar publicidade a eventuais áudios atribuídos ao ex-Ajudante de Ordens, Mauro Cid, onde ocorrem algumas indiscrições. Caso as especulações tomem contornos de confirmações, Michelle Bolsonaro abdicaria de uma candidatura ao Senado Federal pelo Distrito Federal. Segundo se especula, ela poderia escolher o estado por onde deseja ser eleita senadora da República. Seria o certo pelo duvidoso.