Vamos nos atualizar por aqui, para não perdermos nenhum lance dessa verdadeira batalha de titãs que deverá ser desencadeada pelas redes sociais, envolvendo o Governo Lula3 e a oposição, antecipando, desde já, o embate que deverá ser travado em relação às eleições presidenciais de 2026. A oposição bolsonarista, como se sabe desde algum tempo - desde 2016, para sermos mais precisos - passou a ocupar um espaço estratégico nas redes sociais. Quando o presidente Bolsonaro foi eleito naquelas eleições, agradeceu ao filho Flávio Bolsonaro, que ficara responsável por suas redes sociais.
Muita coisa ocorre neste submundo - algumas até ilegais e imorais - mas não vamos aqui entrar neste mérito. Não há a menor dúvida de que, neste momento, eles continuam ganhando de braçadas na comunicação digital, um fato até mesmo admitido pelo novo Ministro da Comunicação Institucional, Sidônio Palmeira, que assumiu a pasta recentemente, onde admitiu, em discurso de posse, que o governo talvez ainda esteja na era analógica neste terreno. Enfatizamos por aqui, em mais de um momento, que o problema do Governo Lula3 não é apenas de comunicação. O Governo convive com inúmeros problemas em áreas estratégicas, como saúde, segurança pública, economia e, por conseguinte, até em comunicação.
O Governo ainda não criou uma marca que identifique este terceiro mandato do PT, como ocorreu nos governos anteriores, onde você tinha o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida, a expansão e acesso ao ensino técnico e superior. Estão pensando no Pé-de-Meia, mas as discussões em torno do assunto ainda são incipientes, até porque o Governo Lula3, para variar, é também muito dividido e isso fortaleceria o nome de Camilo Santana como eventual sucessor do morubixaba. O discurso do novo titular da Secom parte do pressuposto de que o governo tem realizações e o problema é que elas não chegam na ponta - entenda-se as inúmeras camadas da população - em virtude das campanhas de desinformação orquestradas pela estrema direita, que cria um cortina de fumaça deliberada, ofuscando as realizações de Governo.
Conforme afirmamos no editorial anterior, o governo precisa atingir essa ponta. O caminho que apontamos por aqui talvez não coincida, necessariamente, com o proposto por Sidônio Palmeira. Inflação em alta, por exemplo, chega na ponta. Na ponta dos mais pobres, onde tais reflexos são mais expressivos, uma vez que atinge o seu orçamento apertado para pagar as contas do mês. E toma seu cafezinho, que está aumentando sensivelmente. Isso é ponta. Um desses grandes jornais, no dia de hoje, traz a noticia de que o PL já estaria se movimentando em torno da campanha de 2026 e, neste sentido, anda estabelecendo uma espécie de colóquio de consultoria com o marqueteiro Duda Lima, que já foi responsável pela campanha de Bolsonaro e, mais recentemente, pela campanha vitoriosa de Ricardo Nunes à Prefeitura de São Paulo.
O jornal insinua as eventuais digitais do marqueteiro neste vídeo que andou causando um tsunami nas redes sociais, onde aparece o deputado federal Nicolas Ferreira comentando as novas normativas do Governo Federal sobre o uso do Pix. Nikolas Ferreira poderia ter sido indicado pelo próprio Duda Lima, em razão da sua popularidade nas redes sociais. Não precisamos dizer que o vídeo produziu um estrago imenso na imagem do Governo, que já anda desgastada. Membros do próprio Governo admitem aqui uma estrondosa vitória da oposição. O vídeo chegou à ponta, para usarmos uma expressão do marqueteiro do Planalto. Foi visto por 220 milhões de pessoas e teria adicionado 13 milhões de seguidores ao parlamentar, apenas numa de suas redes. Uma avalanche de repercussão. Inclusive fornecendo musculatura ao parlamentar para os novos embates que virão pela frente. Não é todo dia que se adiciona 13 milhões de seguidores numa rede social.
Antes de desistir das medidas que estavam sendo pensadas sobre o Pix, o Governo até pensou em convidar o deputado federal Lindbergh Farias para rebater o deputado mineiro, um bolsonarista roxo. Às pressas, o Governo Lula3 está recorrendo à equipe de marketing digital do prefeito do Recife, João Campos, que já está em conversas avançadas com o pessoal da Secom. Dois nomes da equipe do prefeito participam dessas negociações sobre eventual suporte digital, Mariah Queiroz e Rafael Marroquim. Pelo andar da carruagem política, o Planalto vai investir pesado para reverter a situação desfavorável do Governo nas redes sociais. Uma batalha de titãs de se aproxima. Aguardem os próximos capítulos.