pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
Powered By Blogger

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Editorial: O PT que não aceita Raquel Lyra.



Existe um PT bom de briga. Conforme já discutimos numa outra oportunidade, e isso não é necessariamente ruim. Ao contrário, este PT brigão é aquele mesmo responsável pela saúde da democracia interna da legenda, aquele que se insere junto aos movimentos sociais orgânicos ou de base. É aquela ala do partido que respeita as decisões dos filiados, que aprovam candidaturas da legenda mediante compromissos públicos e partidários. Nas eleições passadas, em João Pessoa, por exemplo, o grupo comprou uma briga com o Grupo Eleitoral, que agia nacionalmente, uma vez que o diretório municipal havia deliberado em assembleia que os postulantes do partido à Prefeitura de João Pessoa passariam por um prévia, onde o vencedor seria homologado. 

No final, a Executiva Nacional decretou uma espécie de intervenção branca, indicando um nome que não tinha capilaridade orgânica com a legenda e ele acabou se dando mal no pleito. A direção municipal do partido à época deixou claro que não se mobilizaria com o mesmo empenho em torno do nome determinado pelo Grupo Eleitoral. Aqui no Recife, existe uma ala da legenda que defende uma aproximação maior com a governadora Raquel Lyra, do PSDB. As sondagens neste sentido envolvem até mesmo figuras de proa da legenda, com assento na Esplanada dos Ministérios. A questão é que, enquanto esse grupo deseja a filiação da governadora, talvez integrar o governo e articular alianças visando as eleições de 2026, já existe um grupo que integra o Governo Municipal de João Campos e não deseja a filiação da governadora ao partido. Este grupo que apoia João Campos ocupa três secretarias municipais. 

Curiosos são os pronunciamentos de Cirilo Melo, presidente municipal da legenda, ao abordar este assunto, em matéria do Jornal do Commércio publicada no dia de hoje, 17. Segundo dizem, o prefeito João Campos, com o prestígio em alta em Brasília, principalmente em razão do trabalho exitoso de sua equipe nas redes sociais, não anda nada satisfeito com essas movimentações da legenda em torno da governadora Raquel Lyra. 

Editorial: Corregedoria e força tarefa esclarecem morte do empresário Vinícius Gritzabach.



Algumas coisas parecem óbvias e outras não menos preocupantes em relação a morte do empresário Vinicius Gritzabach. Recentemente, a Corregedoria da Polícia e a força tarefa empenhada em elucidar o episódio, prendeu um cabo da ativa da Polícia Militar, que seria o responsável pelos disparos de fuzil que culminou com a morte do delator do PCC, assim como de um motorista de aplicativo que estava no local, morto acidentalmente. Em princípio, sugere-se que a escolta de segurança do delator estaria envolvida diretamente no planejamento e execução do crime. Tudo se encaixa perfeitamente numa trama sinistra, como aquele carro que quebrou e uma parte da escolta optou por proteger o automóvel, enquanto a vítima expunha-se à vulnerabilidade. 

Depois o olheiro, preso logo em seguida, salvo melhor juízo, também com ligações com o aparato policial, indicavam o envolvimento desses policiais no crime. 15 deles foram presos, todos integrante da segurança do empresário - Derrite odeia essa denominação, uma vez que estamos tratando aqui de uma pessoa que, comprovadamente, lavava dinheiro para o crime oranizado - Até o governador Tarcísio de Freitas se pronunciou sobre o assunto, possivelmente a partir dos informes do seu Secretário de Segurança, observando que a destreza do atirador indicava que ele era um policial. As motivações são óbvias, os mandantes igualmente,  mas a força tarefa agora empenha-se no objetivo de identificar quem deu a ordem para assassinar o delator. Aqui se impõe uma dúvida. E se a ordem não partiu de alguma liderança individualmente? 

A seara das preocupações é mais complexa. Observem o nível de contaminação do aparato de segurança do aparelho de Estado pelo crime organizado. No Rio de Janeiro, parece não haver dúvidas de que já podemos falar em um narcoestado. A delação de Gritzabach expôs, de uma maneira sensivelmente preocupante, o quanto essa organização criminosa já atua em conluio com pseudos agentes públicos, que agem em nome da Lei, usam distintivos, não aprendem essas lições em academias de polícia, mas estão mancomunados com os fora da lei. O mais grave é que este sintoma de metástase observada em centros como São Paulo e Rio de Janeiro já são observados em todo o país. 

Crônicas do Cotidiano: Jampa: Aqui a engorda é outra.



Depois do tsunami produzido pelas fake news disseminadas sobre a taxação do Pix, que deu uma dor de cabeça danada ao Governo, no dia de hoje, 16, a notícia que mais repercutiu foi a negação do passaporte do ex-presidente Bolsonaro, que pretendia comparecer à posse do amigo Trump, que ocorre no próximo dia 20. Bolsonaro alegou que se sentiu muito feliz com o convite, rejuvenescido. Tão bem que talvez nem precisasse mais tomar Viagra. Antes que nos condenem por aqui, foram palavras do próprio ex-presidente, que, no passado também já havia afirmado ser imbrochável.  A decisão da Suprema Corte caiu como uma ducha de água fria no seu entusiasmo. O ex-mandatário do país alegou que estava sendo perseguido, assim como ocorrera com o amigo americano. Sua esposa, Michelle Bolsonaro, irá representá-lo no evento. 

E, por falar em tsunamis, voltaram a circular as tristes imagens dos estragos produzidos pelas chuvas em Balneário Camboriú, quando as lagoas, formadas depois do processo de engorda da praia, contaminadas por coliformes fecais, invadem as ruas principais dos condomínios, tornando um inferno a vida dos ricaços que moram por lá. Nesses momentos, os comerciantes e o trade turístico assumem a batalha das redes sociais, defendendo o Balneário dos ataques dos internautas. Mas, se, por um lado, as fake news são abomináveis, neste caso em particular, verdades não se combatem com mentiras. Estamos, na realidade, diante de uma tragédia ambiental. 

Até bem pouco tempo, a praia de Ponta Negra, em Natal, passou por um processo semelhante. Tudo ia muito bem, espetáculos foram ali realizados, com grande afluência de público nos festejos de final de ano. Tudo ia bem, registre-se, até a primeira chuva mais forte, que formaram inúmeras lagoas nas áreas de engorda. Há alguma coisa de errado com essas intervenções. Até recentemente, o poder público chegou a propor um projeto semelhante para a praia de Manaíra, em João Pessoa. O projeto seria executado pela mesmo empresa que ficou encarregada da engorda do Balneário Camboriú. Ainda bem que voltaram atrás logo em seguida. 

Vocês precisam acompanhar o que está acontecendo aqui em Jampa. Hoje, por exemplo, é dia de um daqueles luais concorridíssimo, com cantores, artistas de ruas, música ao vivo e muita gente. Gente de todas as idades, de todas as tribos. Papeando, tomando suas cervejinhas, jogando uma partida de dominó. Definitivamente, aqui a engorda é outra. Começa logo cedinho, no Mercado Público de Tambaú, com suas frutas de época, como as mangas espadas de Santa Rita, os abacaxis de vermelhos de Sapé, castanhas de caju assadas no tacho - hoje isso faz uma diferença enorme, numa época em que os asiáticos resolveram fabricar castanhas - doces, mel de engenho, queijos, carne de sol de Picuí. Na peixaria, sururus frescos, camarões e aquelas postas de pescada amarela, que se comem fritas, acompanhadas de arroz soltinho e um suco de araçá bem geladinho. Alguém já experimentou essa iguaria? Quem foi que disse mesmo que João pessoa iria se transformar no curral de Natal?   

Charge! Cláudio Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Editorial: Batalha de titãs pelas redes sociais.



Vamos nos atualizar por aqui, para não perdermos nenhum lance dessa verdadeira batalha de titãs que deverá ser desencadeada pelas redes sociais, envolvendo o Governo Lula3 e a oposição, antecipando, desde já, o embate que deverá ser travado em relação às eleições presidenciais de 2026. A oposição bolsonarista, como se sabe desde algum tempo - desde 2016, para sermos mais precisos - passou a ocupar um espaço estratégico nas redes sociais. Quando o presidente Bolsonaro foi eleito naquelas eleições, agradeceu ao filho Flávio Bolsonaro, que ficara responsável por suas redes sociais. 

Muita coisa ocorre neste submundo - algumas até ilegais e imorais - mas não vamos aqui entrar neste mérito. Não há a menor dúvida de que, neste momento, eles continuam ganhando de braçadas na comunicação digital, um fato até mesmo admitido pelo novo Ministro da Comunicação Institucional, Sidônio Palmeira, que assumiu a pasta recentemente, onde admitiu, em discurso de posse, que o governo talvez ainda esteja na era analógica neste terreno. Enfatizamos por aqui, em mais de um momento, que o problema do Governo Lula3 não é apenas de comunicação. O Governo convive com inúmeros problemas em áreas estratégicas, como saúde, segurança pública, economia e, por conseguinte, até em comunicação. 

O Governo ainda não criou uma marca que identifique este terceiro mandato do PT, como ocorreu nos governos anteriores, onde você tinha o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida, a expansão e acesso ao ensino técnico e superior. Estão pensando no Pé-de-Meia, mas as discussões em torno do assunto ainda são incipientes, até porque o Governo Lula3, para variar, é também muito dividido e isso fortaleceria o nome de Camilo Santana como eventual sucessor do morubixaba. O discurso do novo titular da Secom parte do pressuposto de que o governo tem realizações e o problema é que elas não chegam na ponta - entenda-se as inúmeras camadas da população - em virtude das campanhas de desinformação orquestradas pela estrema direita, que cria um cortina de fumaça deliberada, ofuscando as realizações de Governo. 

Conforme afirmamos no editorial anterior, o governo precisa atingir essa ponta. O caminho que apontamos por aqui talvez não coincida, necessariamente, com o proposto por Sidônio Palmeira. Inflação em alta, por exemplo, chega na ponta. Na ponta dos mais pobres, onde tais reflexos são mais expressivos, uma vez que atinge o seu orçamento apertado para pagar as contas do mês. E toma seu cafezinho, que está aumentando sensivelmente. Isso é ponta. Um desses grandes jornais, no dia de hoje, traz a noticia de que o PL já estaria se movimentando em torno da campanha de 2026 e, neste sentido, anda estabelecendo uma espécie de colóquio de consultoria com o marqueteiro Duda Lima, que já foi responsável pela campanha de Bolsonaro e, mais recentemente, pela campanha vitoriosa de Ricardo Nunes à Prefeitura de São Paulo. 

O jornal insinua as eventuais digitais do marqueteiro neste vídeo que andou causando um tsunami nas redes sociais, onde aparece o deputado federal Nicolas Ferreira comentando as novas normativas do Governo Federal sobre o uso do Pix. Nikolas Ferreira poderia ter sido indicado pelo próprio Duda Lima, em razão da sua popularidade nas redes sociais. Não precisamos dizer que o vídeo produziu um estrago imenso na imagem do Governo, que já anda desgastada. Membros do próprio Governo admitem aqui uma estrondosa vitória da oposição. O vídeo chegou à ponta, para usarmos uma expressão do marqueteiro do Planalto. Foi visto por 220 milhões de pessoas e teria adicionado 13 milhões de seguidores ao parlamentar, apenas numa de suas redes. Uma avalanche de repercussão. Inclusive fornecendo musculatura ao parlamentar para os novos embates que virão pela frente. Não é todo dia que se adiciona 13 milhões de seguidores numa rede social. 

Antes de desistir das medidas que estavam sendo pensadas sobre o Pix, o Governo até pensou em convidar o deputado federal Lindbergh Farias para rebater o deputado mineiro, um bolsonarista roxo. Às pressas, o Governo Lula3 está recorrendo à equipe de marketing digital do prefeito do Recife, João Campos, que já está em conversas avançadas com o pessoal da Secom. Dois nomes da equipe do prefeito participam dessas negociações sobre eventual suporte digital, Mariah Queiroz e Rafael Marroquim. Pelo andar da carruagem política, o Planalto vai investir pesado para reverter a situação desfavorável do Governo nas redes sociais. Uma batalha de titãs de se aproxima. Aguardem os próximos capítulos. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo.

 


Editorial: O Governo volta atrás sobre as novas regras do Pix. Como administrar a "ressaca" da imagem?



Segundo dizem, o novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira, já havia caído em campo para tentar estancar a sangria das fake news que foram disseminadas em relação às novas regras que a Receita Federal havia determinado em relação às operações com Pix. Antes que isso ocorresse, no final da tarde de ontem, depois de um estrago de imagem enorme que já havia sido produzido, o Governo voltou atrás, revogando a instrução normativa em torno do assunto. Fica tudo como era antes em relação às operações com Pix, para alívio de inúmeros brasileiros, principalmente pequenos comerciantes, prestadores de serviços, pessoal dos aplicativos, microempresários, que tem neste instrumento sua prioridade no que concerne às transações financeiras. 

Há toda uma mobilização de autoridades federais no sentido de judicializar essa questão, identificando e punindo com os rigores da lei aqueles atores que teriam espalhado a notícia falsa de que o Governo pretendia taxar as operações com Pix. Os dispositivos de disseminação de fake news tornaram-se um dos instrumentos mais perniciosos desse subterrâneo da política que passamos a enfrentar nos últimos anos, onde a mentira, aliada a instrumentos de tecnologias modernos, tornou-se uma arma política poderosa nas mãos da extrema direita. Outro dia alguém mencionou até  um nome técnico específico para se referir a este fenômeno. O vídeo divulgado pelo político mineiro Nikolas Ferreira atingiu mais de 220 milhões de pessoas, incorporando ao seu perfil, em apenas uma das redes sociais, 13 milhões de novos seguidores. 

O Governo Lula3, no entanto, precisa fazer uma autocrítica em torno do assunto. A gestão não vai bem, a medida impopular foi amplamente repelida pela população, tomada em momento inoportuno, o que deverá produzir estragos ainda maiores na imagem do Governo. Declarar guerras às big techs, sem que se faça uma correção de rumo na gestão não irá resolver o problema. O Governo Lula3 não enfrenta apenas um problema de comunicação. O Governo precisa ter o que comunicar, retomando o diálogo com amplos segmentos sociais que se distanciaram do discurso superado da legenda do PT. Eis aqui a grande missão de Sidônio na Secom: identificar as aspirações desses segmentos brigados com o Governo e, preferencialmente,  não contrariá-los com medidas impopulares. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Crônicas do Cotidiano: A bela de Belo Jardim.


Ainda no primeiro ciclo do ensino fundamental, que hoje recebe a nomenclatura de fundamental I, conquistamos o primeiro lugar num concurso de redação promovido pela escola onde estudávamos. Aluno rude para aprender a ler - aquele que deu tanto trabalho a Dona Maria José Tavares de Lima, nossa inesquecível professora primária - depois que aprendemos, passamos a ler tudo que encontrávamos pela frente. Líamos e colecionávamos de tudo, acumulando muitas pastas pela casa, tratando de todos os assuntos possíveis e imagináveis. Sabíamos de cor as datas e os nomes dos grandes cientistas que estiveram envolvidos na conquista da lua; os piores acidentes de avião; o enriquecimento do urânio; as ocorrências sinistras no Triângulo das Bermudas; o assassinato de John F. Kennedy; o escândalo Watergate; os artigos que o antropólogo Gilberto Freyre publicava, todas as quintas-feiras, no Diário de Pernambuco

Depois, descobrimos que não estávamos sozinhos nessa maluquice. Existia um outro cidadão que enchia as paredes do seu quarto com recortes de jornais e revistas, o que lhes permitia acompanhar todas as ondas de mudanças sociais: Alvin Toffler, escritor americano. Saber que estávamos bem acompanhados nos proporcionaram algum conforto emocional, porque as pessoas censuram uma eventual bizarrice neste ato. Por outro lado, isso nos permitiam apresentar os melhores trabalhos do colégio nos círculos subsequentes de ensino. Não tínhamos concorrentes no fundamental II.  

Se isso nos permitiam apresentar os melhores trabalhos escolares, certamente, deve ter contribuído para que fizéssemos aquela redação prestigiada pelo pessoal do colégio. Sempre ocorreram esses vieses em concursos desta natureza. Hoje, por exemplo, em tempos de identitarismo, participar de um concurso literário sem uma obra que aborde a questão do empoderamento feminino, minorias como quilombolas, indígenas ou grupos LGBTQIA+, você já entra em desvantagem. À época do concurso da escola existia um conjunto de pessoas que defendiam, se identificavam ou eram patrocinadas pelo oligarquia industrial local. 

A hegemonia dessa oligarquia era tão onipresente na cidade que até a atuação da Igreja Católica no município ocorria sob os auspícios do grupo industrial, que cedia espaços físicos, nomeava padres e até construía igrejas.  Mas, ainda bem que existem as dissidências mesmo dentro dessas organizações. Por essa época já haviam algumas pastorais da Igreja Católica Progressista atuando no município, em defesa do interesses dos trabalhadores. Hoje, passados esses anos, estamos convencidos de que o voto da ala progressista da Igreja  foi decisivo para a nossa premiação naquele certame, mesmo que a redação fizesse referência a um tal de Roberto do Diabo, líder sindical que implantou o primeiro sindicato de tecelões da cidade.

Roberto do Diabo tornou-se uma espécie de herói entre os moradores da vila operária. Inimigo declarado da oligarquia industrial, perdeu sem emprego na indústria têxtil e, consequentemente, precisou entregar a casa onde residia com a família. Como se recusasse a cumprir a determinação, num ato execrável, sua residência foi destelhada pela milícia dos poderosos locais. Fatos como este são tratados em capítulos do nosso primeiro romance, Menino de Vila Operária, que aguarda uma segunda edição. Mas, a invocação a tal episódio é por um bom motivo. Entre os doze alunos que conquistaram a nota mil na redação do ENEM, há uma pernambucana, de Belo Jardim, a quem parabenizamos e dedicamos a crônica de hoje. 

Editorial: O perigo da desinformação. Uso do Pix apresenta queda vertiginosa, depois de disseminação de fake news.



O Governo está fazendo de tudo, mas tudo parece ser insuficiente para conter a sangria da desinformação que está sendo plantada no país através das fake news em relação à taxação do Pix. Um vídeo divulgado por um conhecido parlamentar de oposição já alcançou mais de 40 milhões de visualizações em apenas 07 horas no ar. E agora vem a notícia do reflexo de toda essa onda de disseminação de notícias falsas e criminosas: A queda no uso do instrumento de pagamento, vem caindo vertiginosamente, como em nenhum outro momento. Dizem que o morubixaba petista estaria tendo uma reunião com o novo Ministro da Comunicação Institucional, Sidônio Palmeira, talvez com o objetivo de gravar, ele mesmo, algum desmentido em torno do assunto. 

Vários integrantes do Governo estão se manifestando pelas redes sociais, a exemplo do Paulo Pimenta, Geraldo Alckmin e outros menos conhecidos, autoridades financeiras ligadas à Receita Federal. Vai ser muito difícil o Governo estancar essa sangria. A coisa não é tão simples, porque a notícia, mesmo falsa, se espalha de boca em boca, no açougue, no boteco da esquina, na banca de apostas do jogo do bicho, nas conversas entre as donas de casa, nas rodas de papudinhos, e, neste caso, ninguém tem a menor preocupação com as checagens, meu caro Zuckerberg. 

Simplesmente reproduzem as mentiras, principalmente se estamos tratando de notícias negativas. Aqui vale os princípios comezinhos, tratados amiúde, nos corredores, nas esquinas, na hora do xixi ou da partida de dama ou dominó. Isso é um perigo. Fica evidente a necessidade de se tomar alguns cuidados com as redes sociais, que, se reguladas, poderia filtrar essas informações. Depois do que ocorreu o estrago está feito. Temos boas expectativas sobre o trabalho que Sidônio Palmeira passa realizar à frente da Secom, mas, infelizmente, não há mais Sidônio que consiga resolver este problema.  

Editorial: E se Raquel entregar a Secretaria de Educação ao PT?



Numa entrevista recente, o deputado estadual João Paulo(PT-PE) afirmou que está muito bem na Assembleia Legislativa do Estado, cumprindo seu papel de parlamentar. Não temos razões para duvidar de suas palavras, uma vez que, a partir de um determinado momento da vida, os embates e desgastes passam a ser evitados pelos mais prudentes. Seu nome foi sondado para assumir a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco. A Secretaria possui um orçamento robusto e, principalmente uma grande capilaridade política, tornando-se estratégica do ponto de vista eleitoral. Até recentemente, aventou-se a possibilidade de a governadora Raquel Lyra estabelecer uma aliança estreita com o PT, talvez até mesmo filiando-se à legenda, dado seu trânsito junto ao Planalto, aliada às relações amistosas com os parlamentares do partido no estado. 

A articulação neste sentido viria da própria Casa Civil da Presidência da República, através do Ministro Rui Costa, que comanda aquela pasta.  Tal aliança precisa ser combinada com muitos atores e ajustada, milimetricamente, consoante a acomodação dos interesses do partido no estado, hoje traduzidos, prioritariamente, na eleição do senador Humberto Costa. Sabe-se que a batalha mais renhida das eleições de 2026 se dará pela ocupação das cadeiras da Câmara Alta. O controle ou hegemonia naquela Casa é fundamentalmente importante para a oposição, que aposta todas as suas fichas neste projeto, onde pretende reequilibrar a correlação de forças entre os Três Poderes, assim como viabilizar a vergonhosa anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado do 08 de janeiro. 

Logo saberemos a quantas andam as negociações entre a governadora e o PT. Se ela entregar a estratégica Secretaria de Educação ao Partido, consolida-se a aliança, uma vez que o nome escolhido terá a chance de adubar as bases para a eleição do senador Humberto Costa, que deverá, igualmente, compor a chapa de reeleição da governadora, ocupando uma das vagas.  É uma jogada que envolve muitos lances, alguns de difícil equacionamento. Especula-se também o nome do ex-Ministro da Educação do Governo Michel Temer, Mendonça Filho, filiado ao União Brasil. Se a governadora optar pelo PT, o azeite do Grupo da Educação, certamente, dará uma força para viabilizar a eleição do senador Humberto Costa. 

Editorial:Não aceitamos PIX.



Tomou posse na Secom, no dia de ontem, 14, o marqueteiro baiano, Sidônio Palmeira, em substituição ao antigo titular da pasta, Paulo Pimenta. Sidônio é um engenheiro que resolveu enveredar pelo marketing político. Coordenou a última campanha vitoriosa de Lula, em 2022. O baiano chega à Esplanada dos Ministérios num momento bastante delicado, quando os problemas de comunicação do Governo Lula3 atingiram o seu ápice. Seu discurso de posse no novo cargo foi marcado pelo viés ideológico, sugerindo que o Governo não tem problemas, é um Governo de avanços sociais expressivos e só precisa comunicar-se melhor com a população sobre tais realizações.  

Salvo melhor juízo, Sidônio não é filiado ao PT, mas seu discurso enquadra-se perfeitamente, em termos de sintonia,  à ala mais ideologicamente orientada da legenda, aquela que compõe o núcleo duro do partido. Trata-se de um grupo que não consegue exercitar a autocrítica, posto que encapsulado pela mania de perseguição: Perseguição do mercado, perseguição da grande mídia - ou parte dela, uma vez que somente R$300 milhões foram repassados, em termos de verbas publicitárias, à emissora do plim plim - perseguição da extrema direita, das big techs, entre outros. Pelo andar da carruagem política, o Governo Lula3 irá continuar tropeçando nas palavras. 

A última é essa da suposta taxação do PIX, que se espalhou como rastro de pólvora junto à população, uma narrativa negativa, possivelmente inverídica, mas que talvez não tenha mais como ser revertida. Já existe uma tendência em rejeitar as operações com o PIX entre inúmeros pequenos comércios em todo o país. Uma medida infeliz, anunciada no pior momento, com a popularidade em baixa, que foi magistralmente explorada pela oposição, que criou uma narrativa sobre o assunto, conforme já afirmamos, difícil de ser revertida. Se diz que cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça, acrescentaríamos que, principalmente, se essa linguiça for comprada por PIX. 

O Governo já deveria saber que o expediente de disseminação de fake news é utilizado pelo oposição já faz algum tempo. Tais narrativas se disseminam entre uma população, simples, humilde, de pouca formação, daqui a pouco o estrago está feito. Não adiante autoridade monetária X ou Y fazer suas declarações, uma vez que os formadores de opinião dessa gente é o vizinho, o verdureiro, o pipoqueiro, o vendedor de doce japonês, a menina da banca de jogo de bicho, o encanador, o pedreiro.  Só tem uma solução: É engavetar a proposta. Aqui em Pernambuco, salvo melhor juízo na década de 80\90, um jornalista, que não tinha pauta para entrar no ar, espalhou uma notícia mentirosa de que havia uma perna cabeluda atacando as pessoas numa cidade da Região Metropolitana do Recife. No dia seguinte, uma multidão de gente já havia visto essa tal perna cabeluda e outras tantas apanhado dela. 

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Editorial: Raquel Lyra no PT?



É o que se especula aqui na província, depois de uma entrevista concedida pelo deputado estadual, João Paulo, do PT, onde ele admite que a gestora estará com o PT em seu projeto de reeleição em 2026. Seja filiada à própria legenda, seja numa coligação com o apoio do partido. Segundo um blog local, quem estaria patrocinando essa aproximação da tucana com o PT seria o próprio Ministro Chefe da Casa Civil, Rui Costa, que, quando esteve aqui na província inaugurando obras com recursos da União, não poupou elogios à gestora. 

Os tucanos, a nível nacional, estão em processo de discussão sobre uma eventual fusão ou formação de uma federação, onde o PSD de Gilberto Kassab integra as negociações. O PSD é o partido que mais tem se empenhado para filiar a gestora à sua legenda. Raquel Lyra Também deu demonstrações de simpatias com a proposta, ao prestigiar o partido na máquina estadual. Uma eventual federação ou fusão entre os tucanos e o PSD, em tese, facilitaria a decisão da gestora, que ficaria onde sempre esteve. Mas, política é como as nuvens, como ensinava a raposa Magalhães Pinto. 

A nível nacional, o PSD, fortalecido nas urnas, abre uma perspectiva de lançamento de uma candidatura própria à Presidência da República em 2026, como é o caso do governador Ratinho Junior, filiado à legenda. Gilberto Kassab já declarou que, hoje, a tendência não é a do partido apoiar o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como bom enxadrista, se as nuvens mudam, mudam as jogadas e ele as acompanha. Kassab, no passado, já apostou em nomes que não se viabilizaram, como foi o caso do hoje Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco. 

Aqui na província e no plano nacional, não há arestas da governadora com a legenda. O próprio João Paulo assinalou que o partido já poderia compor oficialmente a base aliada da governadora. Não seria um simples alianças. No plano federal, está em jogo o apoio ao nome de Lula como candidato à reeleição - ou, quem sabe, um projeto pessoal de Rui Costa como alternativa - já que ele é apontado como um dos nomes que almejam a unção do líder. No plano estadual, as negociações passam pela CNB - para desgosto de João Campos - onde a composição da chapa ao Senado Federal deverá ter o nome do senador Humberto Costa. 

Charge! Aroeira via Facebook.

 


Editorial: Real Time Big Data aponta favoritismo de João Campos numa eventual disputa em 2026.


As pesquisas que apontam intenções de voto para as eleições de 2026 já estão sendo divulgadas pelos institutos há algum tempo. Sob certos aspectos, 2026 é logo ali. Em Brasília, o morubixaba petista se movimenta no sentido de viabilizar o seu nome para aquele pleito, uma vez que não há outro nome no horizonte das forças do campo progressista. O próprio Lula criou um problema por aqui. No campo conservador e da direita o problema é o contrário, ou seja, há uma penca de nomes que estão se movimentando no sentido de assegurar o seu lugar ao sol do Planalto em 2026. No dia de ontem, 13, o Paraná Pesquisas divulgou uma pesquisa com a liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro para a disputa, onde ele aparece com percentuais acima do petista, mas ainda dentro da margem de erro. O fato, naturalmente, atiçou as hordas bolsonaristas pelas redes sociais. 

Lula precisa superar uma corrida de obstáculos até viabilizar o seu nome para o pleito. Conforme afirmamos naquela postagem, as perspectivas hoje não são alvissareiras, pois a gestão enfrenta dificuldades em áreas sensíveis junto ao eleitorado. No somatório geral, a avaliação negativa do Governo Lula3 já supera a avaliação positiva. O Governo parece creditar ao mago Sidônio Palmeira, marqueteiro que assumiu a SECOM recentemente, o milagre da recuperação de imagem. Sidônio recebeu carta branca, está atuando junto aos ministérios, destravou verbas para a propaganda institucional, mas, apesar de ser baiano, não faz milagres, tampouco trouxe o nosso Senhor do Bonfim para assessorá-lo no órgão. 

Aqui em Pernambuco, as especulações continuam em torno de uma eventual participação no pleito de 2026 do atual prefeito do Recife, João Campos. Vamos nessas especulações até o prazo final de desincompatibilização do cargo. Sem confirmar ou negar nada, o prefeito se movimenta como quem não deixará o cavalo passar selado se houver alguma chance de se transferir do Palácio Capibaribe para o Palácio do Campo das Princesas, numa carreira política que pretende reproduzir a trajetória do pai. As malas já estão prontas. No dia de ontem foi divulgada uma pesquisa, realizada pelo Instituto Real Time Big Data, onde ele desponta com 69% das intenções de voto, enquanto a governadora Raquel Lyra, que disputará a reeleição, crava 22%. 

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Crônicas do Cotidiano: A Bica está em festa. É férias das crianças.



João Pessoa é realmente uma cidade abençoada, o que justifica sua posição privilegiada entre as principais capitais do país, seja como destino de um final de semana, de um período de férias, ou mesmo para curtir uma aposentadoria tranquila, depois de ter sobrevivido ao inferno das repartições. Só peço a vocês que não espalhem muito a notícia, uma vez que o fluxo de turistas ao local já está produzindo alguns gargalos no trânsito,  exploração do comércio nas barracas de praia, especulação no preço dos imóveis, assim como ciúmes entre os gestores das capitais vizinhas, a exemplo do futuro prefeito de Natal, que afirmou, durante o discurso de posse, que a nossa querida Jampa iria se tornar no curral da capital potiguar. 

Mas acho que podemos dar por aqui uma dicazinha sobre um local bastante agradável, bem cuidado, de natureza intocável e preservada, pertinho do centro e não tão distante das praias. O Parque Arruda Câmara, mais conhecido entre os pessoenses como a Bica, em razão de uma bica ali existente que, no passado, chegou a abastecer os moradores locais com água potável. João Pessoa atingiu um nível de civilidade que, independentemente de quem seja o gestor, se do partido A ou B, há algumas coisas que avançaram e a população não permite retorno, como a limpeza da cidade, o cuidado com o patrimônio histórico, a poluição das praias centrais e os seus espaços de lazer. A Bica sempre foi muito bem cuidada e gerenciada. 

Nossa família foi muito feliz por ali. Acordávamos num dia ensolarado ou meio chuvoso desses janeiros - uma chuvinha que não atrapalhasse, do tipo garoa, admitamos, sempre era bem-vinda - e nos dirigíamos ao local. Logo no início, na antiga entrada do parque, um Ipê roxo florido nas aguardava, dando as boas-vindas. Depois de participarmos das recreações, seguíamos por uma trilha de mata atlântica e águas cristalinas, para a outra margem do parque, onde comíamos um pastel de carne com refrigerante, sem remorso,  e tomávamos o melhor sorvete do mundo, aquele artesanal que, segundo seu Zé, vinha lá de Pilar, a terra do escritor José Lins do Rego. 

Ao longo dos anos que frequentávamos o parque, sentimos a ausência de seu Zé. O produto passara a ser comercializado pelo seu neto. Andávamos considerando alguma coisa estranha com ele. O sorvete era oferecido em vários sabores, mas ele servia aleatoriamente, talvez não identificando os sabores solicitados pelos clientes. O neto nos informou que, numa dessas saída para vender o produto ele não conseguiu voltar para casa. Foi encontrado por alguém que o reconheceu, pois havia trabalhado com ele numa empresa local. Infelizmente, era um problema de demência ou Alzheimer, que um chargista já identificou como algo pior do que a morte. Outra coisa que nos enchiam os olhos de contentamento era contemplar a beleza da planta abricó de macaco, de origem amazônica, que, durante a florada é admirável. As coisas boas da vida são até simples, Rubem Braga.  

Editorial: Ainda quentinha, pesquisa do Paraná Pesquisas aponta empate técnico entre Lula e Bolsonaro.

 



Acabou de sair do forno a nova pesquisa de intenções de voto realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas sobre a disputa presidencial de 2026. Mesmo fora da disputa, uma vez que amarga uma condenação de inelegibilidade que se estende até 2030, para regozijo dos bolsonaristas, o capitão Bolsonaro aparece à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na realidade, estamos tratando aqui de um empate técnico entre ambos, com a variável da inelegibilidade que será muito improvável de ser revertida pelo sistema político, uma vez que o ex-presidente tornou-se um ator politico temerário para as instituições democráticas. 

Tornou-se tautológico comentar por aqui que o Governo Lula3 não atravessa uma boa fase. Vai mal em pontos nevrálgicos, como a comunicação, a articulação, a economia e a segurança pública. Creditam hoje o milagre da reversão da popularidade ao marqueteiro baiano, Sidônio Palmeira, quando se sabe, em princípio, que as coisas não são tão simples. As previsões sobre a área econômica, por exemplo, dependendo do olhar de alguns atores, não nos remetem a algum otimismo. O espectro do dragão anda rondando as gôndolas dos supermercados, remarcando preços de alguns itens básicos, a exemplo do café, que tem registrado aumentos expressivos. 

Se o empresário Pablo Marçal entrar no jogo da corrida empresarial o xadrez embaralha. Ele tem se movimentado neste sentido. Até mesmo grupos conservadores hoje tentam guardar uma distância regulamentar do ex-presidente. A pesquisa do Paraná Pesquisas foi realizada entre os dias 07 e 10 de janeiro, ouviu 2.018 pessoas, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais e escore de confiabilidade de 95%. Eis os números: 

Jair Bolsonaro  37,3%  

Luiz Inácio Lula da Silva   34,4%

Ciro Gomes     11,7%

Ronaldo Caiado    5,4%

Hélder Barbalho   1,4%

Drops Político: João Campos será monitorado pelo G1.

 


O G1, o portal de notícias da Globo, anunciou que irá monitorar as ações do prefeito João Campos no Recife, baseado em suas promessas de campanha. Eles escolheram algumas dessas metas, como uma ponte entre os bairros do Cordeiro e Casa Forte, a ladeira da Cohab, três centros para tratamento de pessoas com autismo, além de 18 "promessas". Muito bem-vinda a iniciativa, uma vez que o próprio gestor anunciou recentemente que também irá monitorar os projetos de cada secretário, a começar pelo seu vice, o Victor Marques, para quem João pavimenta uma carreira política. 

Drops Político: A cruzada de Flávio Dino pela moralização das emendas parlamentares.


Merecedoras do reconhecimento dos cidadãos e cidadãs brasileiros as medidas adotadas pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, no que concerne ao estabelecimento de regras claras e transparentes no tocante à liberação, finalidade, utilização e prestação de contas das emendas parlamentares. Em sua última decisão, o magistrado estipulou o prazo de trinta dias para os Governos Federal e Estadual conceberem regras que tornem tais processos minimamente mais republicanos. Se continuarem do jeito que estão, vamos chegar à conclusão que ele mesmo chegou, no finalzinho de ano, de que estamos no ápice da balbúrdia em relação ao orçamento público. O represetante da Transparência Internacional no país argumentou que o caso brasileiro se assemelha a uma institucionalização da ausência de transparência, o que é muito grave. 

Drops Político: Defesa de Jair Bolsonaro afirma que apresentará o convite para a posse de Trump.


Não é improvável que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha sido convidado para a posse do presidente americano, Donald Trump. Afinal, a família Bolsonaro mantém cordiais relações com o futuro presidente dos Estados Unidos. Depois do pedido do Ministro Alexandre de Moraes para que a defesa de Bolsonaro apresente o convite oficial a ele dirigido, a polêmica em torno do assunto tomou conta das redes sociais, antes mesmo de que o suposto documento seja, enfim, apresentado. Pelo andar da carruagem jurídica é possível concluir que, se o documento for apresentado, o passaporte pode ser liberado.  

Editorial: O Polêmico Washington Quaquá.


O deputado federal Washington Quaquá é o vice-presidente nacional do PT. Hoje corre o risco de perder o cargo e até de deixar a legenda, em razão de suas últimas declarações. O deputado faz declarações ou assume posicionamentos que, em alguns momentos, desagradam integrantes da legenda, como, por exemplo, no momento em que posou sorridente ao lado do também deputado federal Eduardo Pazuello, ex-ministro da saúde do Governo Jair Bolsonaro. Salvo melhor juízo, o deputado posicionou-se também em relação às alianças tímidas da candidatura de Guilherme Boulos, em São Paulo, segundo ele determinante para a derrota do psolista. 

Na última dessas declarações, Washington Quaquá sugere acreditar numa eventual inocência dos irmãos Brasão em relação ao assassinato da vereadora Marielle Franco. Esta última foi o suficiente para o mundo desabar sob os seus pés. Primeiro a irmã de Marielle Franco, Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, entrou com uma ação no Conselho de Ética da legenda contra o deputado. Agora surgiram declarações de integrantes do partido advogando a tese de que o deputado deve ser expulso do PT. A situação do deputado tornou-se difícil entre os petista. 

Intriga saber baseado em que o deputado teria feito essas eventuais declarações, depois das profundas investigações envolvendo o assassinato da vereadora, inclusive com delação premiada do autor dos disparos, o ex-policial Ronnie Lessa. A investigação do caso, na realidade, ajudou também a revelar a teia de corrupção do aparato policial do Rio de Janeiro, onde pseudos agentes de Estado estiveram envolvidos na tramoia para acobertar os mandantes do crime. 

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 12 de janeiro de 2025

Crônicas do Cotidiano: E pulava que só uma guariba, Jakson do Pandeiro.



Faz algum tempo que não tomamos aquele café da manhã incomparável da região do brejo paraibano. Noutros tempos, quando ainda não havíamos nos recolhido aos aposentos - onde tudo que se deseja é ficar em paz, como observou Pepe Mujica, recentemente, alertando que não gostaria de ser mais incomodado - não era incomum circularmos pela região, com paradas obrigatórias em Serraria e em Alagoa Grande, a terra do grande Jackson do Pandeiro, onde fazíamos o repasto da culinária nordestina, acompanhado, inevitavelmente, por uma cachaça artesanal produzida por um dos engenhos locais. As boas coisas da vida, como diria o saudoso cronista, Rubem Braga. Aliás, hoje ali se produzem as melhores cachaças artesanais do país. 

Nos tempos do comendador Arnaldo, fazíamos o nosso próprio Caminho do Frio, subvertendo o percurso estabelecido pelos organizadores do evento. Arnaldo conhece a região como a palma da mão, dos tempos em que tirava folga - fugia seria o termo mais apropriado? - das redações dos jornais da capital João Pessoa e se embrenhava nas aventuras do brejo. E, por falar em recolhimento, Arnaldo hoje passa seus dias num chalé, em Bananeiras, comendo seus filés de camarão de água doce. Quem precisa das ovas de esturjão para ser feliz? Filosofa o líder da confraria.   

O grupo, ao seu modo, fez muitas gestões para que, finalmente, fosse erguido um memorial em homenagem ao grande cantor nordestino, em sua cidade natal. Outro dia, acompanhado um desses vídeos que viralizam nas redes sociais, observemos uma mulher que pulava que só uma guariba, Jackson. Não se explica o motivo, mas várias mulheres resolvem partir para cima de uma delas, que se defendeu como podia. A mulher era escorregadia e tinha uma técnica de luta capaz de deixar seus adversários desconsertados. 

Não tanto pelos golpes, mas por sua facilidade em livrar-se das investidas, posicionando-se com o corpo agachado, derrubando suas adversárias, correndo e pulando para um lado e para outro, despistando os agressores. Concluímos que o fato pode ter ocorrido no Paraná, uma vez que o vídeo foi reproduzi por uma rádio do estado, mas bem que poderia ter ocorrido com alguma guariba paraibana. Para completar o enredo, enquanto a luta rolava, tocava uma música ao fundo. Era outra música, mas bem que poderia ser a Comadre Sebastiana. A letra da música, do compositor pernambucano Rosil Cavalcanti,  tornou-se um marco na carreira do paraibano. 

Drops Político: Lira para a articulação política?


A política tem alguns movimentos curiosíssimos e aparentemente contraditórios. Haveria um movimento da bancada do PT na Câmara dos Deputados no sentido de fazer gestão junto a Lula para conseguir um ministério palaciano para o quase ex-presidente da Casa, Arthur Lira. A conclusão dos parlamentares é que, na condição de deputado, grande articulador que é, Lira poderia representar uma dor de cabeça para a aprovação de projetos de interesse do Governo. Ocupando um ministério, sua capacidade de interferir no andamento dos trabalhos da Casa seriam reduzidas. Por que não a articulação política? 

Charge! Renato Aroeira via Brasil 247.

 


Editorial: Planalto tem pressa. Popularidade de Lula despenca.


A popularidade do Governo Lula3 chegou ao seu pior índice, segundo pesquisa recente realizada pelo Instituto Atlas\Intel. Como se chegou a conclusão que os problemas de comunicação exercem um papel determinante sobre essa popularidade, anteciparam até mesmo a posse do novo homem forte da comunicação do Governo, o marqueteiro baiano Sidônio Palmeira, que assume a SECOM, em substituição a Paulo Pimenta. A pesquisa do Atlas\Intel evidenciam que os índices negativos são superiores aos positivos pela primeira vez. 49,8% e 47,8%.

Quando dava empate técnico a situação já não era confortável. Agora, então... Sidônio terá uma missão espinhosa pela frente, uma vez membros do Governo vivem batendo cabeça, prometendo talvez o que não possam cumprir, a julgar pelo andar das carruagem política e econômica. O Ministro Fernando Haddad, por exemplo, aventou recentemente que até poderemos comer filé mignon em 2026. No início do Governo Lula3 a tal da picanha tornou-se motivo de chacotas entre os opositores do governo. Se a economia não se recuperar, poderá ocorrer o mesmo em relação ao filé mignon, dando mais munição para o desgaste de imagem. 

A SECOM, em si, precisa resolver alguns problemas, como a questão das licitações - que mereceram um olhar mais atento do TCU, mas foram, finalmente, liberadas - muita gente temperando o caruru, assim como a questão da equidade ou equilíbrio na distribuição das verbas publicitárias, assunto que tem produzido muitos ruídos. Em breve saberemos se Sidônio irá criar as peças e campanhas capazes de reverter tal situação. Ele teria recebido carta branca para atuar, inclusive, sobre os demais ministérios do Governo. 

sábado, 11 de janeiro de 2025

Crônicas do Cotidiano: É fake o filé mignon em 2026?



Os trambiqueiros estão utilizando a tal da inteligência artificial para aplicarem golpes. São recorrentes hoje os vídeos com propaganda enganosa, oferecendo os mais diversos produtos a preços módicos, anunciados por estrelas nacionais. Convém tomar todos os cuidados com os golpes, mas também com a própria inteligência artificial. Estamos realizando um curso excepcional sobre o tema, onde os professores estão remontando as origens recônditas desse troço que, não raro, nos prega algumas peças. Alguém já a acusou de plágio e, para a nossa surpresa, realizando uma pesquisa sobre o escritor José Lins do Rego, apareceu um livro novo, Sertão, que nunca foi escrito pelo romancista paraibano, embora a IA tenha sido generosa ao tratar de nosso primeiro romance, o Menino de Vila Operária. Quem quiser conferir, dê uma pesquisada por lá. 

Hoje, dia 11,  uma das redes sociais - cujo dono já havia informado que deixará de fazer as checagens - imaginem os senhores, neste inferno que se transformou aquele ambiente - acatando um pedido da Advocacia Geral da União, retirou um vídeo falso, onde o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala que irá cobrar impostos sobre os pets e as grávidas, produzindo uma verdadeira confusão entre os ouvintes. Vejam o tamanho da irresponsabilidade. Colocar palavras na boca de uma autoridade pública. O fato alvissareiro, a despeito da gravidade, é que isso ocorre agora, dois anos antes das eleições de 2026. Trata-se, no entanto de um expediente criminoso, que tende a se reproduzir. Salvo melhor juízo, o fato já ocorreu nas eleições passadas, na capital João Pessoa, mas não alcançou repercussão nacional, tampouco chamou a atenção para o problema. 

Segundo o próprio Ministro, a Polícia Federal teria sido acionada para investigar o caso. Ainda bem que a história do filé mignon em 2026 é verdadeira, pois traduz uma fala real do ministro durante uma entrevista, mas compete aqui fazer as devidas calibragens. O que ele disse é que os brasileiros  podem até comer filé mignon em 2026. A declaração do ministro ocorreu num momento de uma entrevista, onde ele enxergava a possibilidade de uma saída da crise econômica e, com a economia recuperada, o brasileiro comum poderia até dispor do produto em sua mesa. O filé mignon, portanto, não é fake. Acreditem, leitores. 

Drops Político: Alexandre de Moraes solicita o convite oficial a Bolsonaro.




Os advogados do ex-presidente solicitaram ao Supremo Tribunal Federal a liberação do passaporte para que o seu constituído possa acompanhar a posse do presidente norte-americano, Donald Trump. O Ministro Alexandre de Moraes tem uma missão espinhosa pela frente. Decidir se libera ou não o ex-presidente Jair Bolsonaro para prestigiar a posse o amigo americano. Soubemos a pouco que o magistrado solicitou uma cópia do convite oficial, talvez num indicativo de que possa aquiescer ao pleito dos advogados de Bolsonaro.  

Editorial: O gerencialismo na gestão do prefeito João Campos.


O título inicial desta postagem seria:  E se Victor Marques for reprovado? A chamada faz alusão ao modelo de gestão que o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), está consolidando em sua gestão, tratado aqui, grosso modo, como gerencialismo, na ausência de um termo talvez mais apropriado. Victor Marques, vice-prefeito eleito e nomeado Secretário de Infraestrutura da Prefeitura da Cidade do Recife, será o primeiro auxiliar do prefeito a ser submetido a um processo gerencial onde se prevê o cumprimento de metas pré-estabelecidas, prazos determinados, resultados alcançados, coisas assim, da Ciência da Administração mais geral, aplicada, neste caso, à gestão pública. 

Para que os objetivos sejam alcançados, Victor Marques e os demais auxiliares do prefeito, em momentos distintos, serão monitorados segundo alguns parâmetros, conforme o próprio João, num modelo inspirado pelo pai, Eduardo Campos. De fato, há algumas questões a considerarmos aqui. Não sabemos se podemos classificar como de desconfiança o comportamento do ex-governador Eduardo Campos com os seus auxiliares políticos, mas ele tinha reticências  a este grupo. Em momento crucial, escolheu dois técnicos para conduzir os destinos dos Palácios Capibaribe e Campo das Princesas: Geraldo Júlio e Paulo Câmara. 

Outro dado é que, pelo menos no que concerne ao Pacto Pela Vida, o governador adotava os procedimentos agora proposto pelo filho, João Campos, ou seja, estabelecia metas, prazos e monitoramento dos resultados, premiando policiais e batalhões que conseguissem diminuir os índices de violência em suas áreas especificas de atuação. A governadora Raquel Lyra, depois de enorme resistência à expertise adquirida por um dos programas mais bem-sucedidos no enfrentamento da violência no estado, segundo matéria recente de um jornal local, irá bonificar os policiais ou batalhões que atingirem essas metas. 

Até recentemente, João Campos convidou o ex-vereador e candidato a prefeito de Olinda, Vinícius Castello, para assumir o cargo de Secretário Executivo de Infraestrutura. O convite gerou algumas polêmicas, talvez rusgas, porque, mesmo filiado ao PT e ligado ao grupo de Humberto Costa, o convite do prefeito foi pessoal e, possivelmente, mais focado em aspectos técnicos do que político. Victor tem missões na pasta e elas estão relacionadas à capilaridade do prefeito na região metropolitana do Recife. Caso o prefeito negociasse com a CNB ( Construindo um Novo Brasil) a indicação, tal nomeação poderia recair sobre um nome que não atendesse às suas expectativas, posto que o critério técnico talvez não entrasse entre as variáveis da escolha, que, certamente, ficaria subordinada a um nome com capital político na legenda.  

João Campos está esgarçando o gerencialismo em sua gestão, subordinando a política aos critérios técnico, o que não deixa de ter algumas implicações, como, por exemplo, nas definições de prioridades, na contemporização dos segmentos mais empobrecidos, coisas assim. Como não se pode perder de vista completamente essas questões políticas, coloquemo-nos na seguinte condição: E se Victor Marques for reprovado tecnicamente? 

Editorial: A linha de defesa de Jair Bolsonaro.


Está muito difícil fazer a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. O próprio ex-presidente sabe disso, ao pedir uma anistia aos envolvidos no 08 de janeiro. A troca de advogados talvez não altera uma tendência de condenação quase irreversível. Deste vez, de novo advogado junto ao STF, o ex-mandatário do país irá adotar a linha de contestar as investigações ou conclusões encetadas pela Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe no país. Seria uma questão mais técnica, quando o componente político não pode ser desprezado. O general Braga Netto, que está preso em razão de, supostamente, ter participado das armações de caráter golpista, constituiu um advogado que, além do currículo impecável, possui trânsito junto ao Supremo Tribunal Federal, o que poderia, em tese, facilitar a defesa do constituído. 

A questão aqui é simples. Quando submetidos às agruras da lei, ao isolamento e a precariedade do nosso sistema prisional, valentões golpistas se tornam ilustres defensores das instituições democráticas. Simples assim. Até agora, entre os inúmeros arrolados na encrenca antidemocrática, ninguém admitiu abertamente que participou das tessituras golpistas. Vamos neste diapasão até às condenações inevitáveis. Segundo fomos informados, o pedido de liberação do ex-presidente para comparecer à posse do colega americano, Donald Trump, já teria sido protocolado no Supremo Tribunal Federal e deve ser analisado pelo Ministro Alexandre de Moraes, que terá que tomar uma decisão difícil em relação ao assunto. 

Tempos difíceis, sem querer assumir por aqui a condição de arautos do caos. A última lavra de problemas para as nossas instituições democráticas se constituem em eventuais preparação de atentados contra as nossas autoridades. Um cidadão se suicidou, outro foi preso a caminho da capital federal e, mais recentemente, a Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal detectou o planejamento de mais um desses atentados, desta vez com a utilização de armamento pesado, como um fuzil.50, capaz de derrubar aeronaves. Um desses chegou a ser interceptado pela Polícia Rodoviária Federal, quando se dirigia a Pernambuco. Torçamos que essa onda de fuzil .50 não esteja se banalizando no país.