pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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segunda-feira, 31 de julho de 2023

Editorial: Uma chacina na conta de Tarcísio de Freitas.



Em dois dias de operação no Guarujá, a Polícia de São Paulo matou dez pessoas, o que pode ser classificado como mais uma chacina, desta vez com o ônus e a responsabilização poítica inevitável  ao governador Tarcísio de Freitas, um potencial aspirante a candidato às eleições presidenciais de 2026. Em entrevista à Globo News, ele apresenta-se bastante à vontade, informando, inclusive, que as operações devem continuar. A operação da polícia foi desencadeada para prender um suspeito de ter matado um policial da Rota - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar - tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, com altos índices de letalidade em suas atividades. 

Esta não é a primeira chacina que ocorre - tampouco será a última, infelizmente - sempre motivada por fatores corporativos. Aqui no estado de Pernambuco - que voltou a ostentar a sua condição histórica de um dos estados mais violentos da federação - aguarda-se um novo projeto de segurança pública, possivelmente nos moldes da espertise adquirida com o Pacto pela Vida, mas com as estratégias políticas e publicitárias inevitáveis para dissociá-lo do projeto vinculado ao ex-governador Eduardo Campos. 

O que estamos querendo informar é que a experiência do Pacto pela Vida - em nenhuma hipótese, muito menos ainda a política - pode ser negligenciada. Avançasmos em termos de concepção e gestão de um programa de segurança pública e esta é uma área nevrálgica, onde não se admite amadorismos. Outro dia, circunstâncialmente, nos deparamos com um texto do sociólogo José Luiz Ratton, que contribuiu com o Pacto pela Vida, tratando exatamente das características das polícias civis e militares do estado de Pernambuco. É preciso saber quem são e como pensam e agem esses policiais em seu trabalho cotidiano, ao abordarem os negros, os pobres, as mulheres. Isso é básico. 

A chacina, inevitavelmente, terá um custo político a ser creditado na conta do governador paulista, muito identificado politicamente com essas corporações policiais, base de sustentação política do bolsonarismo. Salvo melhor juízo, ele determinou a retirada das câmaras que gravavam os policiais em operação, o que teria contribuído para o aumento dos índices de letalidade desde então. 

Charge! Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 30 de julho de 2023

Editorial: Bolsonaro solto em seu reduto político.



A imprensa, a partir de dados do COAF, divulgou o montante de recuros arrecadados,através de PIX, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Uma fabulosa quantia, superior aos R$ 17 milhões, conforme informamos no dia de ontem. A família Bolsonaro, por outro lado, queixa-se da divulgação desses números por um órgão do Governo. Em meio a essas rusgas políticas entre Governo e Oposição -  que, aliás, já se tornaram recorrentes - o ex-presidente cumpre uma extensa agenda de encontros em Santa Catarina, um dos seus principais redutos políticos no país. 

Salvo melhor juízo, Bolsonaro obteve mais de 70% dos votos válidos nas últimas eleições naquele estado. Santa Catarina representa para Bolsonaro o que a Bahia representa para o PT ou Lula em particular. No primeiro encontro, dedicado às mulheres, Bolsonaro esteve acompanhado de sua esposa, Michelle Bolsonaro. Almoçou com o governador Jorginho Mello,  discurssou, agradeceu a solidariedade dos bolsonaristas e ainda fez ironia, afirmando que os recursos arrecadados através do PIX dava para pagar as despesas e ainda comer um pastel com caldo de cana. 

Em sua fala, o ex-presidente pareceu sincronizado com os planos do seu partido, o PL, que pretende fazer mais de mil prefeitos nas eleições municipais de 2024. Aproveitou a oportunidade para anunciar que o seu filho Renan, pode candidatar-se a uma vaga de vereador pela cidade nas próximas eleições. E, por falar em rusgas e escaramuças, elas nunca estiveram tão presentes nessas negociações políticas entre o Governo e a Oposição, hoje majoritariamente representada pelo Centrão. A cada dia surge um nome "queimado", um novo órgão sob os olhares gulosos desse grupo político e coisas assim. Em tal ambiente político, as intrigas palacianas vicejam.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 29 de julho de 2023

Editorial: O desgaste produzido pelo balcão de negociações da minirreforma ministerial.



Parece-nos que a imprensa resolveu dar uma trégua nas implicâncias descabidas com o economista Márcio Pochmann, praticamente indicado para a presidência do IBGE. A Ministra do Planejamento, Simone Tebet já acenou que ele seria bem-vindo ao time. Tebet amorteceu bem a indelicadeza provocada por setores do próprio Governo, que anunciou a indicação do economista sem consultá-la. Embora este assunto da minirretorma administrativa do Governo Lula já esteja cansando os brasileiros, o fato é que ele sempre continua na ordem do dia, à espreita, suscitando grandes inquietações em setores do próprio Governo. 

Por razões óbvias, o Presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira, manifesta suas preocupações em torno do assunto. Setores do Planalto teriam posto ministérios controlados pelo partido na mesa de negociações com o Centrão. Lula se reúne com seu staff de articulações políticas para analisar cenários, mas, a rigor, o outro lado também tem suas preferências, que não são orientadas por requisitos republicanos, mas consoante possibilidades concretas de vantagens financeiras e políticas. 

Não sendo possível o Ministerio da Saúde, desejam algo que igualmente reúna essas condições, como o Ministerio do Desenvolvimento Social, a Caixa Econômica Federal e até a Petrobras, como já se especula por aí. Outro dia comentamos por aqui que eles talvez desejassem cometer feminicídio no Governo mas estávamos enganados. Se a questão é não demitir a gestora da Caixa, substituindo-a por um homem indicado pelo Centrão, eles também apresentam a solução: indicam uma mulher do grupo para assumir o cargo. 

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 28 de julho de 2023

Editorial: Através do PIX, bolsonaristas saíram em socorro do "mito".



Segundo dados apurados pelo COAF, repercutido pelo jornalista Josias de Souza em sua coluna do UOL, entre outros canais, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ter arrecadado, através de PIX, neste ano, a fabulosa soma de R$ 17, 2 milhões de reais, muito além do que ele mesmo prevê desembolsar em despesas judiciais. Não se pode dizer que os bolsonaristas não sejam solidários. Muitos deles estão encarcerados em presídios como a Paupuda e a Colméia, em Brasília, e continuam endeusando o seu "mito", fiéis desde sempre, conforme atestam parlamentares que os visitam com alguma regularidade. 

Outros parlamentares identificados com a direita ou com a extrema-direita também recorreram ao expediente do PIX e foram igualmente bem-sucedidos. Vamos fazer aqui uma correção que nos parece razoável. Na realidade, a iniciativa não teria partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a julgar pelo que conseguimos apurar. Partiu de parlamentares, que chegaram a divulgar a sua chave pelas redes sociais, informando que ele estaria precisando, pois estava com as contas bloqueadas. Josias, com o seu conhecido humor cáustico e fina ironia, faz alguns comentários capciosos sobre o fato, mas não vamos aqui provocar os bolsonaristas. 

Não sabemos como este fato tende a ser encarado pelas autoridades financeiras do país, pois se trata de doações espontâneas, legais, através de um expediente institucionalizado, como o PIX. Comenta-se bastante sobre a eventual impossibilidade de o PL, partido ao qual o ex-presidente está filiado, de continuar garantido os mantimentos de sua geladeira, pagando a ele um salário mensal, uma vez que ele se tornou inelegível. Pelo andar da carruagem do PIX, isso, de fato, não se constitui num problema.  

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


Editorial: Faltou apenas habilidade política na indicação de Pochmann para o IBGE.



O nome do economista Márcio Pochmann deveria ter sido anunciado pela Ministra do Planejamento, Simone Tebet, e não por Paulo Pimenta, da Secom. Houve aqui um ruído de comunicação ou uma aresta que o governo precisa aparar, sob pena de ampliação das rusgas entre a equipe. Como se sabe, há toda uma polêmica em torno da indicação do economista para o IBGE. Setores da imprensa temem uma espécie de ideologização do órgão, com a temeridade sobre uma eventual manipulação deliberada dos números, consoante interesses de governo de turno. 

Não acreditamos que alguém com o lastro técnico e científico de Márcio Pochmann possa se prestar a tal atitude. Ao contário, suas qualificações podem, sim, dotar o órgão dos instrumentos e das condições ideais para a realização de um trabalho de bom nível, imprescindível para o país. Há de se observar, por outro lado, que tal preocupação de alguns jornalistas podem ser decorrentes, isto sim, dos maus exemplos recentes, relacionados, na realidade, em razão de atitudes equivocadas do governo anterior. Alguém consegue lembrar que tivemos alguns problemas por aqui? 

Pochmann era um dos integrantes daquele grupo que tratávamos aqui pelo blog como os Menudos de Lula, ou seja, uma constelação de novas lideranças políticas que iriam substituir a velha guarda da mangueira petista, atropelada na gestão da máquina, em escândalos como o Mensalão e o Petrolão. Tornaram-se estrelas cadentes. Hábil politicamente, nem a questão da geografia política escapou à análise do morubixaba petista, que concentrou seus esforços no chamado cinturão paulista, onde a cidade de Campinas, reduto político de Pochmann, se inclui. 

Com o tempo e a julgar pelas últimas eleições - onde grupos políticos conservadores continuam hegemônicos no controle da máquina estadual - há de se por em dúvidas os eventuais êxitos do PT neste projeto. Apesar de contar com a simpatia do eleitorado da capital, São Paulo, o partido ainda ressente-de de uma presença mais efetiva em regiões do interior do estado. Os internautas são enfáticos ao afirmarem que quem elegeu Tarcísio de Freitas governador foi o interior.   

Pochmann, infelizmente, não foi bem-sucedido na seara política propriamente dita. Dentro do próprio PT, alguns atores pinçados da academia, como é o caso de Fernando Haddad e foi o caso de Celso Daniel, deram certo. Não foi o caso de Pochmann, cujos projetos eleitorais não tiveram êxito. Que o economista seja muito bem-vindo ao IBGE, pois reforça o time dos autênticos, que sofrem um assédio danado, acossados em razão da abertura de espaços na máquina para atender às demandas do Centrão.  

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Editorial: Vamos deixar os jumentos em paz?



Outro dia, líamos uma matéria preocupante sobre a situação dos jumentos aqui na região Nordeste, vítima de abatedouros que comercializam sua carne para alguns países da Europa. Assim como aquela comissão de parlamentares, esperamos não ter errado de continente. Em todo caso, mesmo se estivermos errados, a questão que importa é que os animais poderiam entrar em risco de extinção com essa prática. Em regiões como a paradisíaca Jericoacoara, no Ceará, dá gosto vê-los soltos na natureza durante os passeios de bugge pelas dunas.  

Por vezes, eles fazem visitas à vila, sem que sejam incomodados pelos turistas e moradores locais. É assim que eles deveriam ficar na região, inspirando cancioneiros, endeusados nas músicas de Luiz Gonzaga, o rei do Baião. Infelizmente, alguns setores da imprensa parece ter mergulhado num festival de bobagens, como sugeria o grande Stanislaw Ponte Preta. Esse setores estão amplificando essa bobagem do tratamento que o ex-presidente Jair Bolsonaro dispensou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como a resposta do presidente. É claro que o ex-presidente Bolsonaro foi deselegante e infeliz.  

Outra grande bobagem é a implicância descabida sobre uma eventual indicação do nome do economista Márcio Pochmann para o IBGE, circunscrita, tão somente, às picuinhas políticas. O caboclo possui lastro acadêmico e político de sobra para ocupar o cargo. O IBGE, como se sabe, esteve no rol de instituições assediadas pelo governo anterior. Por muito pouco, devido aos contingenciamentos de verbas, não deixou de realizar o último censo, importantíssimo para o país planejar suas políticas públicas. Pior do que isso é o Governo ceder às pressões do Centrão para ocupar cargos na máquina, por vezes com a indicação de nomes alheios à função, sem nenhum compromisso com o interesse público. Isso, de fato, deveria ocupar as preocupações desses jornalistas. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 26 de julho de 2023

Publisher: Gave "PDP" in the Marielle Franco case.



"PDP", in underworld slang, means confirmation. Well, it gave "PDP" in the case of councilwoman Marielle Franco. There are two former police officers serving time in relation to the case, accused of carrying out the crime. One of them, Élcio de Queiroz, decided to enter the prize-giving program, confessing to the crime and handing over his accomplices in the attack that killed activist Marielle Franco and her driver, Anderson Gomes. Élcio drove the car, while the shots were fired by militia member Ronnie Lessa. In today's actions, based on such accusations, the Federal Police arrested firefighter Maxwell Simões who, according to Élcio, would have been in charge of the bell that accompanied the councilwoman's steps, and, after the crime, he was in charge of disposing of the car and to the weapon used, a submachine gun, as suspected by the police.

By the way, the use of this weapon in the crime against the councilor and her driver was fundamental for clarifying what happened, as it is a weapon for restricted use, in addition to requiring a lot of expertise in its handling. As is known, Mr. Ronnie Lessa, before entering the underworld of organized crime, possessed great police expertise, working in elite groups of the Civil Police and the Military Police of Rio de Janeiro, as well as Adriano da Nóbrega, killed in the Bahia. The trajectory of these two police officers is curious. Ronnie Lessa, for example, started his professional life as a quiet tattoo artist.

A few days ago, the Minister of Justice, Flávio Dino, announced that he would have news about the Marielle case. The news came out today. Let's hope the bird continues to sing so we can get to the names and motivations that led to this barbaric crime against the councilor and her driver. Another goal scored by Minister Flávio Dino, who practically assumed the clarification of the case as one of the missions of his portfolio.

Editorial: Imprensa veta o nome do economista Márcio Pochmann para o IBGE.



Foram inusitadas as manifestações de alguns setores da imprensa no dia de ontem, com alguns articulistas se manifestando contra as articulações políticas que sugerem o nome do economista Márcio Pochmann como futuro indicado pelo Governo para a presidência do IBGE. O argumento mais "consistente" nessa contraposição diz respeito ao fato de o economista ser um petista raiz, onde os aspectos ideológicos poderiam prevalecer em sua gestão, em detrimento dos aspectos técnicos. 

Pochmann tem uma excelente formação acadêmica e continua ativíssimo, publicando, com regularidade, suas reflexões sobre a quadra política e econômica do país. A reticência desses setores, portanto, é de caráter polítco, com alguns componentes temperamentais, uma vez que o economista andou se indispondo com os servidores do órgão no passado. Não deixa de ser curioso que isso tenha ocorrido em relação ao IBGE, quando seria mais facilmente de ser compreendido, por exemplo, se ocorresse, quando de uma indicação para o Supremo Tribunal Federal ou para um órgão como a PGR. 

Neste sentido, Pochmann passou a contar com o apoio de setores mais autênticos da legenda e de associaoções como os Economistas pela Democracia, que se solidarizaram com a indicação do economista ao órgão. Mais uma vez, voltamos a repetir, não deixa de ser curioso e inusitado esse ativismo de setores da imprensa em torno dessas especulações em torno do nome do economista. São argumentos pífios, insustentáveis.   

Editorial: Guerra e Paz. Enquanto Bolsonaro sela a paz com Tarcísio, o Centrão não esconde as rusgas com o Governo Lula.



O Centrão, por incrível que possa parecer, existe. Agora mesmo, por ocasião das articulações em torno dessa minirreforma ministerial prevista pelo Governo Lula, em solidariedade aos líderes do grupo, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, segundo divulgou a imprensa, teria, deliberadamente, adiado uma reunião com o morubixaba petista. Segundo consta nos escaninhos da política, seria uma demonstração de insatisfação em relação à desenvoltura do Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que estaria negociando no varejo, e não no atacado, ouvindo os deputados sem consultar os caciques do Centrão. 

Pense em algo complicado essa minirreforma do Governo. Para completar o enredo, Lula já não aguenta mais as dores físicas e vai precisar se submeter a uma cirurgia nos quadris. Em tese, somente depois de anunciar as mudança no Governo. Por um desses caprichos, se ele vier a entregar a missão ao seu vice não seria de mal alvitre, uma vez que Geraldo Alckmin tem se saído muito bem como interlocutor do Governo. Seria uma dor a menos para o morubixaba petista, embora estejamos tratando aqui de uma prerrogativa que Lula não abriria mão. 

Pelo lado da oposição, sugere-se que as relações serenaram entre Tarcísio de Freitas e o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi convidado para um jantar e uma pernoite em palácio. Como já tratamos por aqui em outra postagem, a quadra política está bastante complicada em São Paulo. Existe uma penca de candidaturas pelo lado da situação e pelo lado da oposição. As posições do PL de Jair Bolsonaro, por exemplo, não convergem com as posições do governador Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos. 

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 25 de julho de 2023

Editorial: Ronnie Lessa pode entrar no programa de delação premiada.



 A Polícia Federal entra numa etapa definitiva em relação ao esclarecimento sobre o assassinato da ativista política Marielle Franco e do seu morotista, Anderson Gomes. Sabemos em que circunstâncias a vereadora e seu motorista foram assassinados, assim como quem os executou. Em delação premiada, o ex-policial Élcio de Queiroz entregou o policial Ronnie Lessa e o ex-bombeiro Maxwell. Agora a polícia e o Ministerio Público trabalham com a possibilidade de o ex-policial Ronnie Lessa entrar no programa de delação premiada e, igualmente, emendar os fios do novelho da trama criminosa que ceifou a vida da vereadora. 

Hoje se sabe, por exemplo, que o trabalho da vereaora nos morros cariocas prejudicavam os interesses das milícias com atuação naqueles bairros, daí a motivação de sua morte. Como a milícia está entranhada no aparelho de Estado, tais interesses são complexos, envolvendo, inclusive, os interesses eleitorais. Há atores políticos ocupando espaço no Poder Legislativo tendo como suporte os colégios eleitorais controlados pela milícia. O material recolhido durante as operações de busca e apreensão podem ajudar bastante neste processo, mas nada como um passarinho cantando como um canário belga. 

Vamos aguardar o trabalho sério que está sendo conduzido pela Polícia Federal, sob os auspícios dos ventos republicanos que sopram do Ministério da Justiça. Em poucos meses de Governo Lula podemos comemorar os avanços alcançados nessas investigações. Hoje o homem mais procurado pelas redes sociais é um tal porteiro que andou ouvindo vozes e depois sumiu.    

Editorial: General Gonçalves Dias não deseja ir à CPI do MST.



Trava-se uma verdadeira batalha campal entre Governo e Oposição na CPI do MST. Conforme informamos antes, quando há sessões naquela comissão, além das pipocas, este editor prepara o colete, pois estamos lidando com as bancadas da bala, do agronegócio, parlamentares ligados aos estamentos militares. No outro extremo, deputados diretamente ligados aos movimentos dos sem terra. Digam os leitores aqui se cometemos algum exagero ao preparar o colete. Num contexto beligerante como este, a presença de um general seria até muito bem-vinda. 

Mas, neste caso em particular, o general Goncalves Dias, ex-GSI no Governo Lula, entrou com um pedido no STF para não comparecer àquela comissão. Saimos por aqui em defesa do general Goncalves Dias. Também não observamos nenhum motivo que justifique a sua presença naquela comissão, exceto pela tentativa sistemática do grupo hegemônico em produzir desgastes ao Governo Lula. Até recentemente, o general Gonçalves Dias compareceu a um chamamento da CPI Distrital que investiga a tentativa de Golpe do dia 08 de janeiro. 

O seu comportamento durante a sessão foi exemplar. Cortez, educado, não se recusou a responder a nenhum questionamento dos seus interlocutores. Uma postura republicana irrepreensível. Suas reticências ao comparecimebto à CPI do MST são por razões óbvias. Simplesmente não há uma motivação que justifique a convocação, programada para o dia primeiro de agosto. Sobre o 08 de janeiro havia uma motivação. O general prestou todos os esclarecimentos necessários,inclusive dando uma aula sobre a estrutura do GSI.   

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


Editorial: Lula pede a Dino para revê licenciosidade com os clubes de tiro.



Alguns crimes violentos ocorridos no Brasil nos últimos anos estão, inexoravelmente, asociados à proliferação desses clubes de tiros que se espalharam pelo país, depois das facilidades criadas pelo governo anterior. Não arrisco projeções relativas ao aumento da violência uma vez que seria necessário uma investigação mais efetiva. Por outro lado, convém desconfiar das intenções de quem distribue armas, aos invés de livros, equipamentos culturais, educativos, esportivos, recreativos e coisas do gênero. Lula, que em alguns momentos foi infeliz em suas falas, desta vez acertou  em cheio ao afimar que deseja construir democracia e não uma guerra ou uma revolução. 

Quem deseja construir ou consolidar uma democracia não sai por ali distribuindo armas para a população, exceto em casos extremos, quando se trata de defendê-la, como já ocorreu historicamente em Cuba, quando o comandante Fidel Castro armou os carvoeiros para lutarem em defesa da ilha, quando ela estava sendo invadida por mercenários armados pela CIA, nas históricas batalhas da Baía dos Porcos. 

Espero que os bolsoristas radicais não leiam esse blog. Eles não iriam concordar com a nossa avaliação da Ilha cubana e, muito menos ainda, com a nossa anuência às determinações de Lula no sentido de restringir esses clubes de treinamentos com o uso de armas, excentuando os casos em que tais treinamentos se aplicam, ou seja, as academias militares e das polícias. Bola dentro do morubixaba. 

Editorial: Lula negocia no "varejo" para dar tranquilidade ao Governo.



O estranho seria Lula afirmar que o Governo está "tranquilo" em meio a esse turbilhão de inquietações produzidos pelo Centrão, que está a exigir pressa na minirreforma ministerial. Este editor já não se arrisca mais a apontar as cabeças que estariam a prêmio, dadas as mudanças em torno do assunto. Todos os dias surgem novos nomes. Agora é o Ministério dos Portos e Aeroportos que entra nessa alça de mira, trazendo as inquietações de praxe para o seu titular. Até encontros de trabalho da equipe podem ser lidos como eventuais negociações neste sentido, como um último encontro entre Luciana Santos e o morubixaba petista, para tratar de assuntos de rotina da pasta. 

O Ministério da Ciência e Tecnologia, comandado por ela, está no index das negociações com o Centrão desde o início. Assim como Nísia Trindade e Ana Moser, a pernambucana também toma suas providências para se afirmar no posto, através de manifestções de apoios de grupos ou associações ligadas aos trabalhos desenvolvidos pelo seu ministério. Se depender dos pesquisadores, ela fica. As bolsas de pesquisa tiveram um aumento considerável nessa gestão.

O Centrão, por outro lado, afirma que tem pressa na distribuição dos cargos prometidos. Até recentemente, o morubixaba petista, acertadamente, anunciou que pretende negociar no varejo, ou seja, com partidos como o União Brasil, o PSD, Republicanos e Progressistas. Melhor que seja assim. Ele sabe que o Centrão não entra de sola. É um pé dentro e outro fora. Faz parte do manual de procedimentos desse agrupamento político.   

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Editorial: Deu "PDP" no caso Marielle Franco.



"PDP", na gíria do submundo, significa confirmação. Pois bem, deu "PDP" no caso da vereadora Marielle Franco. Há dois ex-policiais cumprindo pena em relação ao caso, acusados pela execução do crime. Um deles, o Élcio Queiroz, resolveu entrar no programa de delação premiada, confessando o crime e entregando seus comparsas no atentado que vitimou a ativista Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Élcio dirigiu o carro, enquanto os disparos foram efetivados pelo miliciano Ronnie Lessa. Nas ações de hoje, baseadas em tais delações, a Polícia Federal prendeu o bombeiro Maxwell Simões que, segundo Élcio, teria ficado encarregado da campana que acompanhou os passos da vereadora, e, depois do crime, encarregou-se de dar sumiço ao carro e à arma utilizada, uma submetralhadora, conforme suspeitava a polícia. 

Aliás, o emprego dessa arma no crime contra a vereadora e o seu motorista foi fundamental para o esclarecimento do ocorrido, por ser uma arma de uso restrito, além de exigir bastante perícia no seu manejo. Como se sabe, o senhor Ronnie Lessa, antes de entrar para o submundo do crime organizado, possuía uma grande espertise policial, atuando em grupos de elite da Polícia Civil e da Polícia Militar do Rio de Janeiro, assim como Adriano da Nóbrega, morto na Bahia. É curiosa a trejetória desses dois policiais. Ronnie Lessa, por exemplo, começou sua vida profissional como um pacato tatuador. 

Há poucos dias atrás, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que teria novidades sobre o caso Marielle. As novidades vieram à tona no dia de hoje. Vamos torcer que o passarinho continue cantando para chegarmos aos nomes e as motivações que levaram a este crime bárbaro contra a vereadora e o seu motorista. Mais um tento marcado pelo ministro Flávio Dino, que, praticamente, assumiu o esclarecimento do caso como uma das missões de sua pasta.    

Editorial: As jogadas estratégicas de Romeu Zema.



Ainda estamos muito longe das eleições presidenciais de 2026, mas, a rigor, as movimentações políticas já começaram em torno do assunto, seja do lado da Oposição, seja na própria quadra governista, que já trabalha com a hipótese de uma reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Em princípio, o próprio mandatário considerava a hipótese remota, mas sabe-se lá como são essas coisas do poder, conforme alertava o grande Ulisses Guimarães. Manter as expectativas de sua base aliada apenas para as eleições de 2030 pode ser uma estratégia das mais salutares, pois permite menos escaramuças internas. Convém ao morubixaba não descartar essa possibilidade. 

No retrovisor da oposição surgem alguns nomes, como o dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o do governador mineiro, Romeu Zema. Há outros nomes, naturalmente, mas esses despontam com mais desenvoltura, em razão de pilotarem grandes colégios eleitorais. Tarcísio anda às turras com o bolsonarismo - com o DNA do mesmo - mas sendo aconselhado a guardar uma distância regulamentar de suas toxinas. 

Ainda jovem, o governador mineiro Romeu Zema já se comporta como uma velha raposa mineira. Fez umas jogadas de mestre nas últimas eleições presidenciais. Tem algumas estridências, mas deve ser tudo de caso pensado. Não se enganem. A observação vem a propósito de uma eventual citação sua - frase atribuída a um ex-presidente norte-americano - informando que a democracia é o direito da população escolher seus tiranos. A citação está repercutindo bastante nas redes sociais.        

Editorial: As dores de Lula.


O presidente Lula voltou a acusar dores no quadril, um incômodo que já o acompanha há algum tempo. Dependendo das avaliações médicas, talvez se submeta a uma cirurgia. Ficamos aqui na torcida pelo reestabelecimento de sua saúde. Esta semana, no entanto, promete outros tantos aborrecimentos para o mandatário, tornando-o ainda mais suscetível a novas dores. Lula retoma as negociações para destravar essa minirreforma ministerial. A equação aqui é atender às demandas do Centrão, sem desagradar a sua base de sustentação ideológica, formada por partidos como o PSB, PCdB, Psol e o próprio PT. 

Trata-se de uma obra de engenharia política complexa,uma vez que os eventuais novos aliados não aceitam qualquer coisa. Miram exatamente os espaços destinados ao fiéis companheiros. Em alguns casos, Lula talvez seja impelido a cortar na pele, conforme observamos em editorial publcado por aqui. Este assunto já está saturando. Ninguém aguenta mais tratá-lo por aqui. Em breve o morubixaba petista deverá ter um encontro com Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, onde se pretende bater o martelo sobre o assunto. 

Como o apetite dessa gente é voraz, isso significa que em breve teremos mais alguns aborrecimentos para o Palácio do Planalto, que poderá deixar alguns companheiros ao relento e pagar um preço político alto junto à opinião pública. Depois do recesso de julho, com a retomada dos trabalhos das CPI's, outros tantos problemas para o Governo. Governar sob este clima de hostilidades não é uma tarefa simples.   

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 23 de julho de 2023

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


Editorial: Cortando na pele para atender ao Centrão.


Na próxima semana, Lula deverá tomar decisões delicadas sobre a sua equipe de Governo. Há duas situações em relação às quais poderíamos até cobrar do petista essas decisões, como, por exemplo, nos casos em que se tratasse de mau desempenho de seus titulares ou, mais grave, por algum ato não condizente com as boas práticas exigidas na condução dos negócios de Estado. As mudanças que Lula objetiva fazer em sua equipe, entretanto, não se configuram em nenhum desses casos. 

Elas estão relacionadas a uma acomodação política, para atender as circunstâncias impostas pelo presidencialismo de coalizão, que põe sempre em xeque ou reduzem sensivelmente as margens do governança do Poder Executivo. Segundo alguns analistas, a decisão já está tomada pelo morubixaba petista, pois ele já estaria tratando os novos companheiros do Centrão como ministros do seu Governo. Seriam favas contadas, portanto, como se diz aqui no Nordeste. 

O nó-górdio desse arranjo é que Lula vai precisar cortar  na própria pele, entregando alguns cargos àquele agrupamento político. Como o jogo é pesado, aqui entram várias questões, inclsuive as questões provincianas, ou seja, até a cabeça de desafetos paroquiais entram nesse jogo. Estados como Piauí e Alagoas estão nessa alça de mira, uma vez alguns desafetos políticos de membros do Centrão estão ocupando espaço na Esplanada dos Ministérios. É uma pena mesmo que estejemos submetidos a esses caprichos políticos impostos por esse tal presidencialismo de coalizão.   

Editorial: Os planos do superministro Flávio Dino

 


Nos bastidores da política, sempre se especulou sobre uma eventual pretensão do Ministro Flávio Dino em ocupar uma vaga de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Seria uma processo natural em sua carreira, uma vez que coroaria sua trajetória como juiz de direito. Sempre que se abre uma vaga naquela Corte, seu nome passa a ser ventilado na bolsa de apostas, posto que o martelo está nas mãos do morubixaba petista, Luiz Inácio Lula da Silva. Foi assim mesmo antes de ele assumir o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública no Governo.

No dia de ontem, o portal Uol publicou uma longa matéria sobre os eventuais projetos políticos de Flávio Dino, que que já vem sendo tratado como superministro do Governo Lula. Nas atuais circunstâncias políticas vividas pelo país, um Ministro da Justiça assumir o protagonismo político não seria surpresa. É preciso reestabelecer o ordenamento democrático; Reconfigurar as instituições que perderam seu papel de instituições de Estado; Promover revogaços das licenciosidades praticadas por um governo passado de colorações antidemocráticas e antirrepublucanas. A lista do trabalho que ele terá pela frente é enorme. Passaríamos a tarde de hoje listando-as por aqui. 

Assim, o ministro tem agido rápido, tomado medidas duras, mas necessárias, em alguns casos criando arestas dentro e fora do Governo. O morubixaba petista, em certo momento, chegou a afirmar que o estilo Dino deveria ser seguido pelos demais membros de sua equipe. Dino, que antes não apareceia no radar dos eventuais candidatos a sucessão de Lula em 2026 (Ops! 2030, na realidade, uma vez que as especulaçoes sugerem que lula tentaria a reeleiação em 2026)passa a compor a lista de sucessores do cacique petista. O Ministro Flávio Dino não fala sobre o assunto, mas, nesses casos, o silêncio tem muitos significados.   

sábado, 22 de julho de 2023

Editorial: As intensas movimentações políticas no cenário paulista.

Ricardo Nunes, Prefeito de São Paulo. 


Se já existem movimentações políticas em torno das eleições presidencias de 2026, em tese, não poderiam surpreender as intensas movimentações no tabuleiro da política paulista, de olho nas eleições municipais de 2024. Vamos precisar criar uma espécie de observatório aqui pelo blog para não perder nenhum desses lances. Vajamos: Até recentemente, Lula reafirmou o seu compromisso em respeitar os acordos firmados nas eleições passados com o PSOL, o que significa que o PT deve apoiar a candidatura de Guilherme Boulos ao Palácio Bandeirantes; Ricardo Nunes, o atual gestor, que deseja reeleger-se, empreende esforços para conquistar o apoio de Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP), atual Governador do Estado. Nunes tem em mãos dados de pesquisas que o animam bastante a renovar o contrato de locação do palácio; Depois de anunciar que não mais pretendia disputar o cargo, o ex-Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, hoje Deputado Federal, voltou a tratar do tema, como quem ainda não estivesse jogado a toalha. Neste meio termo, o ex-presidente Jair Bolsonaro aventou a possibilidade de apoiá-lo; Mesmo integrando a base de apoio de sustentação do Governo Lula, será difícil convencer o PSB a ficar de fora da disputa. A Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP) deseja o cargo desde longas datas; Agora é a vez do Deputado Federal Kim Kataguiri também manifestar o desejo de disputar o cargo. Com mais de um ano antes da disputa, como os leitores podem observar, o cenário já se encontra bastante agitado. A disputa promete.   

Editorial: Lula pede "cenários" à sua equipe para decidir sobre minirreforma.



Possivelmente, teremos mais uma semana de ansiedades  e expectativas pela frente. O morubixaba petista solicitou à sua equipe de articulação que apresente um "cenário" da gestão, ou seja, aqueles espaços que poderiam ser negociados com o Centrão. Entram aqui alguns critérios subjetivos, não necessariamente de caráter republicano, mas movidos por idiossincracias e interesses particulares. Temos dúvidas se seria um bom encaminhamento, sobretudo por conhcermos as chamadas intrigas palacianas. Neste jogo, alguém poderá vir a ser "queimado" não por não está fazendo uma bom trabalho, mas por critérios políticos ou simplesmente para atender às "demandas".  

É bom que se diga que até a cabeça do seu principal articulador já foi solicitada. Coincidentemente, ele um dos atores mais cotados ao trono do petista para as eleições presidenciais de 2026. Alguém já sugeriu que é Lula que tenta atrair o Centrão e não o Centtrão que deseja fazer parte do Governo Lula. Seja como for, cria-se um cenário de muitas incertezas na máquina. O Ministro Alexandre Padilha, um dos seus articuladores, quando Lula ainda estava em viagem, de alguma forma, já antecipou tal cenário ao afirmar que tirando a saúde, tudo seria negociável.

Difícil afirmar que tais iniciativas partem exclusivamente de Lula, num ambiente onde partidos que integram esse grupo políticos definem, aprioristicamente, os nacos que pretendem ocupar na máquina. Lula terá que utiluzar de toda a sua habiludade política para ceder onde for possível - em nome da governabilidade - sem descaracterizar a marca de sua gestão ou se indispor com os companheiros de longas jornadas. 
   

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo