sexta-feira, 17 de novembro de 2023
quinta-feira, 16 de novembro de 2023
Editorial: O PL vai mesmo de Ricardo Nunes em São Paulo?
De olho nas eleições municipais de 2024, o PL começou a adubar suas as bases eleitorais bem antes do PT. Na semana passada, o jornal O Globo publicou um infográfico interessante, trazendo os nomes, ligados ao bolsonarismo, que deverão disputar ae eleições nas principais capitais brasileiras. Em todas elas, o time já está completamente montado, com bolsonaristas raízes, daqueles que matam e morrem pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Se antes existia alguma dúvida, vivendo um bom momento, eles vão às ruas defender o bolsonarismo a todo custo.
A despeito dos acenos em relação ao ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que voltou a cogitar da possibilidade de disputar a Prefeitura de São Paulo, o jornal traz como certo apenas o nome de Ricardo Nunes, hoje no MDB. Pelo acordo, o PL indicaria o nome a vice na chapa, que seria, para variar, uma bolsonarista raiz, a Secretária da Mulher do Governo Tarcísio de Freitas, Sonaira Fernandes. O quadro em São Paulo ainda é relativamente confuso, mas, a julgar pelo andar da carruagem política, o PL deve mesmo embarcar na candidatura à reeleição do atual prefeito, Ricraco Nunes, que não perde a oportunidade de alfineitar o seu principal rival na disputa, o Deputado Federal Guilherme Boulos, do PSOL.
Na realidade, no principal colégio eleitoral do país, a disputa já começou. Sempre que há uma oportunidade - como uma greve do metrô ou um apagão - eles aproveitam a oportunidade para discutir tais questões ou fazer associações com a gestão. É curioso como o PT anda de calças curtas nas principais praças eleitorais do país, mas, em São Paulo, o martelo já foi batido e o prego encontra-se de ponta virada. Aliás, isso faz parte da estratégia do morubixaba petista de fincar estacas no cinturão paulista, de olho já em 2026.
Editorial: Pernambuco lidera os crimes violentos contra a vida na região Nordeste.
Houve um tempo em discutíamos bastante por aqui questões relativas à violência urbana. Alguns dos nossos artigos foram publicados em sites nacionais, alcançando grande repercussão, sobretudo no ano de 2013, quando o Estado se tornou um dos mais violentos no enfrentamento às manifetações de massa que ocorreram no período, ficando abaixo apenas do Rio de Janeiro. Durante as discussões e implementação do Pacto pela Vida, também estivemos atentos, pois, à época, mantínhamos uma curiosidade acadêmica em torno do assunto. O Pacto pela Vida foi um dos poucos planos de concepção de política pública na área de segurança que contou com a efetiva participação da academia.
Aliás, quando o assunto é violência, Pernambuco sempre ocupou, lamentavelmente, posições de destaque. Hoje, por exemplo, o estado lidera o ranking dos crimes violentos contra a vida na região Nordeste, um índice de crimes violentos ou letais mensurados por cada 100 mil habitantes. Foram registrados, em 2022, 1.772 homicídios, latrocínios ou lesões corporrais graves. Somos o terceiro estado mais violento do país, ficando abaixo apenas de Rio de Janeiro e da Bahia. Não necessariamente nesta ordem, uma vez que a Bahia de Todos os Santos tornou-se o estado mais violento da federação. Um dado estarrecedor é que, assim como no ano de 2021, em 2022 todos os mortos em ação policial eram negros, de acordo com dados do Monitor da Violência.
Até recentemente, diante da inércia de políticas públicas com o objetivo de enfrentar o problema, comissões específicas da Assembléia Legislativa do Estado estão se mobilizando para debater a questão e cobrar providências do Governo do Estado. Ficamos preocupados quando observamos o completo abandono da espertise adquirida neste campo pelo Pacto pela Vida, do ex-governador socialista Eduardo Campos. É como se o Governo Raquel Lyra desejasse desenvolver uma política ou programa de segurança publica a partir do nada, como se fosse possível usar de improvisos por aqui. Fazemos a defesa do Pacto pela Vida não por razões políticas, mas por ser um programa muito bem-concebido, que aprofundou bastante essa discussão e que produziu resultados concretos naquilo a que se propunha, indenpendentemente das colorações partidárias. Tinha suas falhas, como vieses na aferição dos índices de violência, mas tirou o estado do limbo neste quesito.
Editorial: O açodamento da imprensa no caso da "dama" do tráfico.
Luciene Barbosa, de fato, é casada com o senhor Clemilson dos Santos Farias, vulgarmente conhecido como Tio Patinhas, este sim condenado por alguns crimes, inclusive o de tráfico de drogas, supostamente líder da facção Comando Vermelho no Amazonas. No caso de Luciene, pesa a suspeita de envolvimento com atos ilícitos, sugerindo-se que ela poderia comandar as finanças da organização no estado. Vamos aguardar o devido processo legal, embora este termo tenha entrado em desuso nesses tempos bicudos que o país atravessa.
Aqui vale a lição de nos precavermos contra esses açodamentos de alguns órgãos de imprensa, que, com o propósito explícito de atingir determinados objetivos, saem divulgando hipóteses como algo concreto. O ministro Flávio Dino, por exemplo, pessoalmente, nunca recebeu esta senhora, embora seja correto afirmar que ela foi recebida em duas ocasiões no Ministério da Justiça. Ao invés do jornal se desculpar, na edição de hoje condena veementemente a atitude do presidente Lula, que, ao invés de exonerar, fortalece o seu ministro.
Editorial: A grande imprensa deseja o escalpo de Flávio Dino.
O ministro Flávio Dino passa por um momento difícil no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Há muita gente desejando o seu escalpo. Até recentemente, numa reunião que envolveu alguns ministérios do Governo Lula, ocorreu um desentendimento entre um representante militar e um dos principais assessores do ministro Flávio Dino. A discussão girava em torno de aplicação da GLO em Portos e Aeroportos do Rio de Janeiro. O militar, que integrava a equipe, fez apenas algumas ponderações acerca das dificuldades operacionais de aplicaçao da GLO, o que irritou profundamente o assessor de Flávio Dino, que teria ligado para o ministro José Múcio, queixando-se do problema e pedindo providências.
Logo em seguida, o militar foi afastado da equipe. O episódio dá bem a dimensão do grau de tensionamento reinante hoje no Ministério da Justiça. E olha que isso foi muito antes de explodir o episódio da presença da dama do crime organizado em audiências oficiais naquele ministério. Por razões já exaustivamente discutidas aqui, algumas alas bolsonaristas não suportam o ministro Flávio Dino. Mas eles não estão sozinhos na cruzada daqueles que pedem a sua cabeça.
A tese encontra respaldo em setores da grande imprensa e até mesmo entre o núcleo duro petista, onde já existe alguns membros lançando fogo amigo contra o ministro. É gente perigosamente próxima ao morubixaba petista. Por aqui pode-se mesmo falar numa espécie de ciúme, provocado pelo protagonismo assumido pelo ministro no Governo Lula. Entre esse núcleo duro, a defesa de sua indicação para o STF possuía este componente. Por outro lado, existe igualmente o sentimento de que os problemas de segurança pública estão produzindo alguns desgastes para o Governo.
Flávio Dino ainda mantém intacto o seu capital político junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seu nome ter saído da bolsa de apostas para o Supremo Tribunal Federal é atribuído a outros problemas. Hoje essas coisas precisam ser combinadas com o Legislativo. Por outro lado, existe muita gente de olho em sucedê-lo naquele ministério e ele não abre mão de indicar o seu sucessor. O recente fogo amigo partiu de uma pessoa que deseja ardentemente ocupar a pasta. Não tem qualquer chance, mas as pessoas são livres.
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
Editorial: Bolsonaristas nas ruas pedindo o #ForaLula
Assim como alguns órgãos de inteligência no passado - que esqueceram completamente os preparativos da tentativa do golpe de Estado - este editor também andou passando em branco acerca das mobilizações dos bolsonaristas radicais, programadas para o dia de hoje, 15 de novembro. Há muito tempo que eles estão se preparando para tais manifestações deste dia, que ocorrerem pelo país afora. Nada que se compare àquelas grandes mobilizações bolsonaristas - vamos admitir que eles são bons nisso - mas estão surgindo agumas imagens nas redes sociais, tratando deste assunto.
Aferições são sempre controversas ou, mais precisamente, nessa era de pós-verdade, inúteis. Cada qual tem seus números, cada qual sugerem o sucesso ou o fracasso dessas mobilizações. É tudo uma questão de "narrativas". No final e ao cabo, não haverá quem convença os bolsonaristas radicais sobre um eventual malogro das mobilizações, assim como não haverá quem convença os petistas de seu sucesso. Um dado aqui confirma as discussões levantadas por nossas postagens anteriores, advertindo que estávamos prestes a mergulhar numa espiral institucional perigosa.
Dificuldades com a condução da política econômica, torniquetes aplicados pelo Poder Legislativo e, agora, as mobilização de rua focadas no #ForaLula. Parece até um filme já visto antes, na Era Dilma Rousseff. Lula hoje enfrenta problemas até mesmo com a sua dita base aliada, que endossa propostas esdrúxulas da Oposição. Nem mesmo a sua base aliada é confiável. Sempre que o Governo é derrotado em algum projeto, lá está ela votando mancumunada com a Oposição. Os presidentes Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, por sua vez, que antes mantinham um mínimo de diálogo republicano com o presidente Lula, hoje parecem apostar todas as suas fichas nos arranjos internos das Casas que representam, temendo perder espaço junto a uma enfurecida oposição bolsonarista.
Editorial: Globo não perdoa declaração do presidente Lula sobre Israel.
terça-feira, 14 de novembro de 2023
Editorial: As más-intenções dos bolsonaristas com o ministro Flávio Dino.
Como se não bastassem os problemas reais enfrentados no seu ministério, agora o ministro precisa conviver também com as recorrentes fake news que circulam nas redes sociais envolvendo a sua pessoa. Parafraseando o grande Machado de Assis, Deus te livre de uma má intenção, estimados leitores. Soubemos que o Deputado Federal Nicolas Ferreira já estaria redigindo um pedido de impeachment do ministro Flávio Dino. Flávio Bolsonaro, também Deputado Federal pelo Rio de Janeiro, anuncia que irá pedir seu afastamebto à PGR. Agora é o Deputado Federal Fernando Holiday que aparece nas redes sociais com a foto do ministro e uma comediante, insinuando que se trata da tal dama do tráfico do Amazonas.
A rigor, não seria apenas os bolsonaristas radicais que não simpatizam nenhum pouco com o ministro Flávio Dino. Alguns grandes órgãos da imprensa parece que embarcaram na mesma cruzada. Na realidade, como disse o Luis Nassif mais cedo, plantaram ou forjaram um escândalo contra o ministro. Flávio Dino já informou que irá tomar as medidas legais atinentes a este fato. Uma curiosidade que descobrimos até recentemente: o ministro fez a sua pós-gradução em Direito na tradicional Faculdade de Direito do Recife.
Editorial: Lula recebe Pacheco de olho na sabatina do nome indicado para a PGR.
Houve um tempo em que a última preocupação do Executivo quando indicava alguém para a ocupação de algum cargo seria sabatina a qual os candidatos são submetidos no Senado Federal. Nesses tempos bicudos, marcados por profundas instabilidades institucionais, hoje convém considerar os eventuais vetos impostos pela Oposição. No limite, conforme informamos em outras postagens, até mesmo neste aspecto, percebe-se uma perda de autonomia do Executivo, ou seja, o nome precisa ser negociado antes com a Oposição.
Cumprindo este rito que hoje se impõe, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve está recebendo o Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco. O ambiente político é turvo, marcado por muitas indisposições de lado a lado. Melhor não facilitar para evitar surpresas desagradáveis. Essa polêmica produzida articificilmente em torno de pessoas ligadas ao Comando Vermelho sendo recebidas nos gabinetes ministeriais de Brasília, é um bom exemplo. A oposição, naturalmente, explora como pode a visita de uma esposa de chefe de facção criminosa que atua no estado do Amazonas, não recebida pelo Flávio Dino, mas por um dos seus assessores, com o propósito que se encaixa perfeitamente no figurino de um governo democrático, que tem a obrigação de ouvir interlocutores que se reportem sobre violações de direitos humanos no sistema penitenciário. Simples assim.
No caso do deputado federal Guilherme Boulos, o alarde e a desinformação em torno do assunto é ainda mais grave. Boulos teria conversado com a cidadã enquanto circulava nos corredores do Poder Legislativo em Brasília, seu habitat natural. A Oposição, ao invés de se preocupar com pautas propositivas para o país, resolveu partir para o enfrentamento direto com o Governo Lula. Como diria o general Gonçalves Dias, nesses termos, vamos ter problemas. Camilo Santana irá deixar seus afazeres no Ministério da Educação para se reportar às comissões da Câmara e Senado Federal, com o propósito de discutir questões relativas ao ENEM. Não terá vida fácil. Podem ter certeza. Um desses deputados midiáticos ontem andou informando por suas redes sociais que já está elaborando o pedido de impeachment do Ministro Flávio Dino.
segunda-feira, 13 de novembro de 2023
Editorial: Audiências com o Comando Vermelho.
Já faz algum tempo que as redes sociais se transformaram num ambiente onde as mentiras estão prevalecendo sobre as verdades. Tudo é uma questão de "narrativa". Se se espalha uma mentira sobre um inimigo ou um desafeto, então é verdade. Se a verdade é sobre um aliado, então é mentira. Tudo perigosamente relativisado. O dano social e institucional é tão dantesco e pernicioso que espalhar fake news, em tais ambientes patológicos, se transformou numa prática banal. Parafraseando as reflexões da filósofa Hannad Arendt, ocorre uma espécie de banalização da mentira.
Se você é petista, acredita em mentiras sobre Jair Bolsonaro e, pior, as dissemina. Se você é bolsonarista, nem mesmo as verdades sobre o presidente Lula prevalecem. São distorcidas. Em certa medida, as hordas petistas também cometem seus equívocos. Mais recentemente, após alguns atropelos diplomáticos, o Governo Lula, finalmente, conseguiu a liberação dos brasileiros que estavam na zona de conflito de Gaza. Como o ex-presidente Jair Bolsonaro havia retomado seus contatos com representantes do Estado de Israel, com quem mantinha excelentes relações durante o seu Governo, logo as hordas bolsonaristas começaram a alardear a mentira de que teria sido por interferência de Bolsonaro a decisão de facilitar a liberação dos brasileiros que estavam em Gaza. O próprio Bolsonaro, salvo melhor juízo, teria alimentado tal narrativa.
As hordas bolsonaristas não perderam a oportunidade. Até indicação de Prêmio Nobel da Paz para o capitão andou ocupando o trendig topics twitter. Agora é um campeonato sobre quem mais recebeu integrantes ou pessoas ligadas ao crime organizado em seus gabinetes, depois que se constatou que uma senhora que, supostamente, seria chefe de facção do crime organizado no Estado do Amazonas foi fotografada no Ministério da Justiça. Logo começaram a espalhar a fake news de que o Ministro da Justiça, Flávio Dino, a teria recebido. O Ministro, em suas redes sociais, repeliu veementemente tal informação falsa.
Há rumores de que, de fato, a senhora teria sido recebida num desses gabinetes de Brasília, de acordo com um desses grandes jornais paulistas. Isso poderia ter sido uma falha, inclusive, dos nossos serviços de inteligência. Reeteramos por aqui que estamos vivendo um momento institucional bastante delicado. Não há diálogo, não existe espírito público. A Oposição resolveu apostar no quanto pior melhor. Até adesivaços com "Fora Lula" já estão se espalhando pelo país.
Editorial: Lula volta a centrar esforços eleitorais no cinturão paulista.
O chamado "cinturão paulista' é uma zona eleitoral que, desde algum tempo, está no radar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Logo após a ressaca política produzida pelo escândalo do mensalão, quando lideranças de proa da legenda petista foram defenestradas do cenário político e da condição de sucessores "naturais" do morubixaba, Lula ponderou sobre a necessidade de juntar os cacos do capital político que ainda restava ao partido, com novas lideranças - que tratávamos por aqui à época de "menudos" - no escopo de atuação numa zona leitoral preferencial, o chamado cinturão paulista, que reúne, além da capital, um conjunto de cidades com mais de um milhão de eleitores.
Este "cinturão paulista" é fundamental em qualquer estratégia presidencial. Esta foi, inclusive, uma das primeiras preocupações do ex-governador Eduardo Campos, anos atrás, ao iniciar seu períplo rumo ao Palácio do Planalto. Como se sabe, Eduardo Campos morreu prematuramente num acidente de avião. Um desses "menudos" bem-sucedidos é o atual Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontado como um dos possíveis sucessores de Lula. Apesar das rusgas produzidas pelas divergências concernentes à meta fiscal, a escolha de tal cinturão como prioridade entre as estratégias para as eleições municipais de 2024, pode indicar a tendência de escolha do nome de Fernando Haddad como o "ungido".
O PT criou um grupo de trabalho para se dedicar às próximas eleições municipais, comandado pelo senador Humberto Costa. Por enquanto, ainda estão afinando o violino. Neste sentido, conforme afirmamos antes, o PL sai na frente, no escopo de uma estratégia que prevê a eleição de mil prefeitos pelo país afora. Há um ano das eleições, ainda são escassas as pesquisas de intenção de voto, exceto em São Paulo, onde o candidato do PSOL, Guilherme Boulos lidera a corrida pelo Edifícil Matarazzo. Em todo caso, pelo infográfico publicado pelo jornal O Globo, os candidatos do PL nas capitais já estão com a faca entre os dentes.
Editorial: Mais um eventual escândalo envolvendo emendas parlamentares.
O Ministério Público da Paraíba investiga um eventual escândalo envolvendo os chamados desvios de finalidades das famigeradas emendas parlamentares. Num conluio que envolveria um hospital privado do município de Campina Grande, deputados federais e secretários de saúde, teriam participado de uma destinação irregular de verbas públicas para equipar um hospital pertencente à Fundação Pedro Américo. Estima-se que o montante atinja a cifra de R$ 280 milhões em emendas. Três ex-secretários de saúde teriam abandonado a vida pública para se dedicarem à iniciativa privada, motivados, naturalmente, por algum incentivo de natureza nada republicano.
O orçamento secreto é uma dessas excrescências com as quais temos que conviver, em razão da correlação de forças imposta pelo presidencialismo de coalizão. Depõe contra as próprias instituições democráticas, conforme observou uma ministra do Supremo Tribunal Federal, ao analisar a sua insconstitucionalidade. Ao longo do tempo, a coisa avacalhou-se mais ainda, com a criação das emendas PIX, que faculta ainda mais a liberdade ao Poder Legislativo de conceder tais emendas, independentemente dos humores do Poder Executivo. Tal expediente, inclusive, tem agravado os problemas de governabilidade.
Não é a primeira vez que escândalos dessa natureza ocorrem, tampouco será a última. Se já tínhamos problemas quando havia uma fiscalização rigorosa de órgãos públicos sobre a aplicação desses recursos, imagina quando a coisa corre solta, negociada às escondidas, intramuros, onde a viúva, hoje, entra apenas para pagar a fatura, uma vez que os arranjos podem ser conduzidos pelo próprio Poder Legislativo. Assim, vamos esticando a corda até o limite. Espírito ou interesse público passa ao largo das motivações de boa parte dos parlamentares, garroteando as condições mínimas de governabilidade. Até ministros indicados pelo Governo Lula já foram pegos no emprego indevido de tais verbas e o morubixaba ficou de mãos atadas para não melindrar o partido que o havia indicado.
domingo, 12 de novembro de 2023
Editorial: 95 novos cursos de medicina foram autorizados para a iniciativa privada.
O Ministério da Educação liberou o funcionamento de noventa e cinco novos cursos de medicina para universidades particulares. Não sei se podemos concluir, diante desses novos fatos, que o terceito Governo Lula tenta imprimir uma nova diretriz consoante à sua política de criação ou expansão de novas oportunidades de acesso ao ensino superior, antes concentrados em expansão da própria rede de instituições federais, crianção de novas unidades, expansão das vagas e até mesmo a interiorização da oferta de cursos, inclusive de medicina, pelo país. Tal política implementada nos governos anteriores do petista fizeram uma grande diferença para o país, ao ampliar, significativamente, nosso índice de democracia substantiva, inclusive agregando componentes social, de raça e gênero.
Na época do Governo de Fernando Henrique Cardoso houve uma radicalização no que concerne à concessão de abertura de vagas para a iniciativa privada, enquanto a estrutura das universidade públicas eram sucateadas. Logo surgiram os problemas. Cursos de qualidade duvidosa, empresários da educação ligados ao então governo amealhando lucros exorbitantes com o negócio da educação, um caminhão de irregularidades. Em relação a essas recentes autorizações de 95 cursos de medicina, mesmo que por vias distintas, vamos esbarrar em problemas semelhantes.
São cursos caros, que devem ser bancados com verbas do tesouro, através de programas como o FIES, que não serão pagos pelos alunos, depois de concluído o curso, produzindo um pesado ônus para o Estado, mas que deve fazer a festa dos empresários da educação. Ainda é cedo para se concluir que o Terceiro Governo Lula está tentando trilhar o mesmo caminho. De qualquer forma, preocupa.
Editorial: Alexandre Padilha reconhece as dificuldades.
Acompanhar os trabalhos do Legislativo contribuem enormente para aprofundarmos nossos conhecimentos em alguns temas; formar uma perspectiva acerca da conjuntura política do país e, em nosso caso em particular, aferir a temperatura ou o humor entre Governo e Oposição. Audiências públicas e CPI's passaram a integrar a nossa agenda diária com mais frequência. Foi exatamente no acompanhamento desses trabalhos que chegamos à conclusão de que o período de tolerância que a Oposição havia dado ao Governo, depois de onze meses, havia chegado ao fim. Estimulada pelo seu líder maior, Jair Bolsonaro, que deu o start, eles entenderam que havia chegado o momento de colocar a faca nos dentes contra o Governo Lula.
Isso significa que o Governo terá um final de ano complicado e um início de ano legislativo, em 2024, ainda mais difícil. Cessão de cargos na máquina, liberação de emendas - um velho receituário de outros tempos - já não produzem os mesmos efeitos. O cara assume o ministério e isso não segnifica que os parlamentares do seu partido votem a favor do Governo, em projetos importantes, como a Reforma Tributária, onde o Governo, por muito pouco, não enfrentou um revés. Agora existe uma emenda Pix, que torna o Legislativo bem mais independente do Poder Executivo para a liberação de verbas. No Legislativo mesmo eles se arranjam e mandam a conta para o Governo ou, mais precisamente, para a viúva.
O bloco de oposição já está nas ruas para as eleições de 2024 e a Oposição surfa num momento delicado vivido pelo Governo Lula. Principalmente nas grandes capitais do país, os nomes do bolsonarismo que disputarão os cargos de prefeitos já estão praticamente definidos, conforme o infográfico públicado aqui pelo blog a partir de matéria do jornal O Globo. No dia de ontem, o Diretório Executivo do PL do Ceará sinalizou pela homologação do nome do Deputado Federal André Fernandes(PL-CE). Concretamente, à exceção de São Paulo, outros nomes governistas que disputarão as prefeituras de capitais nas eleições de 2024 são ilustres desconhecidos. A Oposição larga na frente.
sábado, 11 de novembro de 2023
Editorial: O capitão voltou.
Crédito da Foto: Reprodução |
Há um terço de representantes no Senado Federal que são fiéis escudeiros do bolsonarismo, capaz de produzir estragos ao Governo Lula. Eles irão utilizar tal capital político para atanazarem o Governo como for possível. Quando afirmamos por aqui que o Governo Lula enfrenta um momento delicado, tal variável não pode deixar de ser considerada. Até recentemente, a grande discussão sobre a indicação de Lula para o STF dizia respeito à questão de gênero e coisas assim. Hoje, ele precisa considerar a possibilidade de ter algum nome vetado pelo Senado Federal. Não acreditamos, por exemplo, que um Flávio Dino passaria pela sabatina. Aproveitando a onda favorável, Bolsonaro parece ter pego a sua prancha e anda se deslocando pelo país, sendo muito bem recebido pelos seus fiéis apoiadores.
Hoje, 11\11, esteve no Espírito Santo, onde provocou tumultos pelos locais por onde passou. Embora desconheçamos a sua agenda, tudo indica que estamos diante de uma cruzada que deve se estender até às eleições municipais de 2024, quando deve ser intensificada. Em relação aos seus apoiadores, o bolsonarismo não tem muito o que reclamar. Pelas pesquisas de Institutos como o Paraná Pesquisas, a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro pode escolher o estado pelo qual deseja ser senadora da República.
Editorial: Delação de Mauro Cid envolve Carlos Bolsonaro com o Gabinete do Ódio.
O clã Bolsonaro não tem dado muita importância aos depoimentos do ex-ajudante de ordens da Presidência da República, o tenente-coronel Mauro Cid. Mas, a cada novo depoimento de Mauro Cid à Polícia Federal estão vindo à tona os estertotes da república do ancien régime. Ontem, por exemplo, circulou a informação de que o ex-presidente, não necessariamente, era um dos mais entusiasmados por uma ruptura institucional. No dia de hoje, as redes sociais foram tomadas pela revelação de parte de depoimento recente, onde o militar Mauro Cid, desta vez trata do Gabinete do Ódio.
Além de admitir a sua existência, o ex-ajudante de ordens, de acordo com o que está sendo divulgado pela imprensa, sugere que tal gabinete seria comandado pelo filho de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, personagem sempre vinculado às redes sociais do ex-presidente. Aliás, quando venceu a eleição presidencial, o ex-presidente fez questão de agradecer ao filho o trabalho desenvolvido, fundamental para a sua vitória nas urnas. Vamos aguardar os novos depoimentos e as novas revelações do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Não sabemos que termos essa colaboração premiada foi estabelecida, mas o fato é que o ex-auxiliar da Presidência da República não tem medido esforços em colaborar.
A Polícia Federal é reconhecida por sua espertise em conduzir esses inquéritos. Quando o pessoal conclui um desses inquéritos, não costumam deixar fios soltos, constituindo-se os mesmos, praticamente, numa sentença de condenação aos implicados. como já nos referimos por aqui, o "rolo" é grande. Envolve desde aquelas transações de caráter pouco republicanas com as bijouterias de milhões de dólares até a tentativa de uma ruptura institucional. Ficamos por aqui intrigados sobre como o teor desses depoimentos chegam à imprensa com tanta facilidade. Quem puder explicar, esteja à vontade.
Editorial: Em reunião ministerial, Lula dá um "pito" na equipe.
Em reunião ministerial recente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu - numa lingugem figurada, mas de grande força semântica - aquilo que se conhece popularmente como um "pito" em sua equipe, principalmente com aqueles que estão fazendo pouco, embora com os cofres cheios, de orçamento poupudos. Como já estamos quase no final de ano, possivelmente a materialização de algumas políticas públicas terão que esperar para o próximo ano. Passados onze meses de Governo, conforme enfatizamos em algumas postagens, o terceiro Governo Lula enfrenta dificuldades visíveis, nas "entregas", na condução da política econômica e no terreno das articulações políticas com o Legislativo, que estabeleceu como diretriz a adoção de uma política de beligerância com o Governo.
Em outro momento, também por aqui, inferimos acerca das condições sob as quais a Oposição resolveu adotar uma postura de radicalização contra o Governo. Já estamos próximos a quarenta ministérios e, alguns ministros, apenas nesses momentos de reuniões coletivas, consegue uma audiência com o morubixaba petista. Um desses casos é o do pernambucano, Sílvio Costa Filho, indicado recentemente para o Ministérios de Portos e Aeroportos. A indicação de Sílvio Costa Filho ao cargo, como se sabe, desagradou profundamente o PSB, que integra a base aliada do Governo. Estamos aqui diante de uma continha complicada, uma vez que, além das arestas com sua base, nada garante que o partido de Sílvio Costa, o Republicanos, emprestará apoio ao Governo.
Não estamos aqui na torcida do quanto pior melhor, como parece ser o caso de um ex-candidato à Presidência da República nas últimas eleições, que já jogou a toalha, informando que estamos lascados. Queremos acreditar que ainda haja algum jeito de reversão desse quadro, num contexto de contas equilibradas, crescimento em alta, inflação sob controle e investimentos efetivos em políticas sociais, traduzidos numa melhoria sensível de nossa democracia substantiva, como tem sido a cara dos Governos da Coalizão Petista.
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
Editorial : O recado de Ruy Castro a Lula.
Editorial: O iluminado depoimento de Clarice Ferraz no Senado Federal.
Antes do processo de privatização a que foi submetida, a antiga CELPE - Companhia de Eletricidade do Estado de Pernambuco - tinha um excelente serviço de plantão. Profissionais atenciosos, de reconhecida qualificação técnica, que atendiam bem às necessidades da população. Não posso avaliar como as coisas funcionam atualmente, mas duvido muito que seja nos mesmos níveis de antes, onde havia respeito ao consumidor, eficiência e qualidade técnica. Pois bem. Essa introdução é para observar que há seis dias alguns bairros de São Paulo sofrem com a ausência de eletricidade nos seus lares. O problema ocorreu um pouco antes do ENEM, suscitando, inclusive, a amplificação dos danos advindos do problema.
No dia de ontem, a professora Clarice Ferraz, do Instituto Ilumina, destrinchou a caixa-preta do problema, apontando o enredo nefasto comum a tais processos de privatizações, como o aumento das tarifas; racionalização dos serviços; rodízio e redução do quadro funcional; gestão de resultados focada nos lucros, sem o menor compromisso com a qualidade dos serviços prestados ao consumidor. Este é um enredo, aliás, muito antigo. Uma das primeiras providências dessas operadoras do sistema, depois dos serviços privatizados, é o enxugamento do quadro funcional, objetivando o aumento de suas taxas de lucro operacionais. Fazem isso sem qualquer critério e, não raro, empregam funcionários pouco qualificados e sem a espertise acumulada durante anos atuando no sistema, gerando erormes dificuldades de operacionalização.
Neste caso específico de São Paulo configuram-se, absurdamente, todas as teorias envolvendo essa questão. A explicação para o problema não ter sido solucionado diz respeito exatamente à ausência de recursos técnicos e humanos existentes. Em seu iluminado depoimento, Clarice Ferraz observou, inclusive, o caso da Eletrobras, segundo ela, gerida por um executivo do setor bancário. Vamos reestatizar logo isso, Lula?
Editorial: Repito as palavras de G. Dias: "Vamos ter problemas".
Esta frase, dita pelo general Gonçalves Dias, um pouco antes da ocorrência dos episódios antidemocráticos do dia 08 de janeiro, provocou inúmeros problemas, inclusive para o próprio general, que, por muito pouco, não foi envolvido nas teias de indiciamento da CPMI dos Atos Antidemocráticos. Por obra e graça do pessoal do Governo, registre-se. Se dependesse da Oposição, o general teria sido literalmente trucidado. O país parece ter atingido um padrão de comportamento bastante complicado, irreposponsável, conduzido por essa onda de enfrentamentos entre Governo e Oposição.
Pela manhã, estávamos dando uma olhadinnha nas redes sociais à procura de um assunto mais interessane para comentarmos por aqui e acabamos por não encontrar. O que se encontra são as eventuais armações dos serviços de inteligência internacionais, que já tirou do sério o próprio Ministro da Justiça, Flávio Dino; a bomba do sócio de um dos membros do clã Bolsonaro, que ameaça contar tudo que sabe; assim como uma possível "conspiração' sionista para derrubar o Governo Lula. Imaginem!.
Não chegaríamos ao limite de aventar ou especular sobre uma manobra dessa magnitude, mas, convenhamos, onde já se viu um representante dimplomático sediado no país estabelecer relações paralelas com o governo anterior? Há alguma coisa de errado por aqui também. Salvo melhor juízo, existe até mesmo uma representação de um parlamentar da base governista pedindo sua expulsão do país. A conversa deste cidadão, seja de que nível for, precisa ter, necessariamente, como interlocutores os membros do atual Governo.
Alguém precisa ver o vídeo da volta "triunfal' do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional. Na outra ponta, só aumentam as indisposições entre os Três Poderes. Membro da mais alta Corte do país ja antecipou que a PEC que se propõe a impor limites às decisões do STF é inconstitucional e será revertida. Depois de dez meses de Governo, as coisas começam a ficar complicadas para Luiz Inácio Lula da Silva. Tem dificuldades em agendas importantes e o azeite das articulações políticas continuam a esbarrar na trincheira oposicionista montada no Legislativo.
O próprio Governo não se entende sobre a meta fiscal. Há corte substantivos no orçamento previsto para educação, pesquisa científica e políticas públicas para minorias, o que produz uma ranhura identitária no Governo. Com a faca nos dentes para enfrentar a Oposição; um décifit público estratosférico e com dificuldade de atender às demandas de sua base de sustentação mais fidedigna, não aqui algum exagero em concluir, como fez o general Gonçalves Dias, que vamos ter problemas.
quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Editorial: A perda de prestígio da diplomacia brasileira.
A diplomacia brasileira sempre gozou de grande prestígio internacional. O Instituto Rio Branco é considerado a melhor escola de formação de diplomatas do mundo. Infelizmente, quase nada sobreviveu ou foi preservado pelo tsunami protofascista que o país enfrentou nos últimos anos. No Governo Bolsonaro, as escolhas de nomes para ocuparem cargos relevantes naquele órgão atenderam a critérios nada republicanos, desagradando, inclusive, os próprios servidores de carreira do órgão. As políticas de relações internacionais, por sua vez, atenderam aos critérios mais esdrúxulos, consoante o humor do governante de turno, perdendo-se um enorme capital acumulado ao longo dos anos, desde o Barão do Rio Branco.
Quando assumiu o terceiro Governo, uma das maiores preocupações do Governo Lula foi tentar recuperar esse protagonismo brasileiro no campo das relações internacionais. Mesmo assim, o desarranjo ou os prejuízos institucionais produzidos parecem ter sido de uma dimensão gigantesca, sugerindo que vai levar tempo para termos de volta o Brasil ocupando os espaço de antes no tabuleiro das relações internacionais. Faltou, inclusive, assessoria e humildade a Lula. Ele acabou se metendo em enrascadas que não tem solução, como advertia o historiador inglês Eric Hobsbawm. Mais recentemente, os primeiros pronunciamentos sobre o conflito no Oriente Médio também produziram ruídos, provocando consequências como o eventual "atraso' na liberação de brasileiros em zonas de conflito, assim como as provocações da exibição de filmes com as atrocidades cometidas por membros do Hamas.
No Ministério das Relações Exteriores há um ministro efetivo, além de um assessor especial, o que já se configura num problema. É aquela velha história: o governo Lula não pode errar em algumas áreas estratégicas. As relações internacionais é uma delas. Já existe pleito da Oposição para uma explicação sobre a não existência de representante diplomático do país no Catar, quando pululam indicações de assessores para representações diplomáticas em países como a França, por exemplo. Mesmo com a prega de percevejos.
Editorial: Comissões do Legislativo pedem explicações ao ministro Camilo Santana.
Seria quase inevitável, diante desse clima de beligerância existente entre Governo e Oposição, que o "convite' deixasse de ser formulado ao Ministro da Educação, Camilo Santana. Na realidade, se depender do ímpeto da Oposição, o ministro seria preferencialmente intimado e não convidado. Camilo Santana deve comparecer a duas comissões, numa delas com participação conjunta entre parlamentares do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, as comissões de Educação e a de Agricultura.
Confesso aos leitores que ainda não estamos inteirados sobre o grande problema suscitado pelos parlamentares, mas envolve a formulação de uma questão que a oposição considerou ofensiva ao agronegócio. A bancada do agro foi uma das mais exaltadas no pedido de convocação, daí o ministro ser convidado a comparecer às duas comissões. O melindre é grande. Numa audiência relativamente recente no Legislativo, a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, passou um longo período de sua exposição dando explicações sobre o termo "ogro", utilizado por ela num dos seus pronunciamentos.
A ministra precisou fazer uma grande ginástica metafórica para se explicar sobre o uso do termo, no sentido de convencer os parlamentares da bancada do agro, inclusive uma ex-Ministra do Governo Bolsonaro. O curioso nesta história toda é que se insinua, inclusive, que muitos integrantes ainda do Governo Jair Bolsonaro tenham participado da formulação das questões das provas do ENEM deste ano. A bem da verdade, a Oposição procura cabelo em ovos para provocar o Governo. Os atores políticos, de ambos os lados, por sua vez, não fazem a menor questão de serenar os ânimos.
Editorial: Intrigas no mundo da espionagem.
As referências são relativas a uma ação conjunta, realizada entre tais serviços de inteligência,no sentido de desbaratar uma suposta célula do grupo Hezbollah, que atuaria no país, com o propósito de preparar atentados contra judeus aqui residentes. Existe a suspeita de que o grupo estaria reproduzindo tal modus operandi para outras nações, revivendo aqueles dias sombrios que se sucederam ao 11 de setembro. A hipótese não seria improvável, uma vez que já vimos esse filme antes.
Há muito tempo que existe a suspeita, entre os serviços de inteligência israelense e americano, de que tais grupos estariam atuando no Brasil a partir da Tríplice Aliança, ou seja, na área fronteiriça entre o Brasil, a Argentina e o Paraguai. Através dos subterrâneos de transações financeiras típicas da daquela região, por ali, tais grupos estariam encontrando as condições ideais de amealhar recursos para financiar as suas operações sem levantar suspeitas.
Como estamos vivendo num momento de muita polarização política no país, logo surgiram especulações em torno do assunto. Tal informação não teria sido "plantada" pelo Mossad? Há de se suspeitar dessa relaçao entre o Mossad e a Polícia Federal - principalmente aquela da era bolonarista - em razão do fornecimento de equipamentos para o rastreamento de celulares no país. Como o Mossad, que não foi capaz de prever sequer os ataques do grupo Hamas em seu território, conseguiu acompanhar a movimentação dos integrantes do grupo Hezbollar no Brasil? Há teorias conspiratórias para tudo.
Ao londo dos anos, com a espertise acumlada em inúmeras operações, inclusive em territórios conflagrados, o Mossad tornou-se um dos serviços de inteligência mais eficientes do mundo. Por algum motivo, não conseguiu antecipar-se aos últimos ataques do Hamas contra o Estado Judeu. No passado, outras falhas operacionais também podem ser creditadas ao serviço de inteligência israelense, como o um erro de execução contra um suposto terrorista do Setembro Negro. Mataram o cara errado e ainda permitiram a prisão dos agentes envolvidos. Falhas acontecem.