pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 11 de março de 2025

Editorial: Uma demonstração de força de Raquel Lyra.

Crédito da Foto: Folha UOL. 


Bastante concorrido o ato de filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD, realizado no dia de ontem aqui no Recife. Foi um ato de demonstração de força política da governadora. Ladeada pelo presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, Raquel Lyra conseguiu reunir várias tribos políticas do estado em torno do evento, além de lideranças nacionais do futuro partido, principalmente mulheres, há poucos dias da comemoração do seu dia. Kassab não perdeu a oportunidade de já vislumbrar um futuro político brilhante para a nova filiada, quem sabe uma candidatura presidencial em 2030. Se a presença de lideranças nacionais podem ser entendida como atos civilizados de boas-vindas à nova filiada à legenda, por outro lado o que talvez não tivesse no radar de alguns observadores foi a presença de lideranças políticas estaduais ao evento, quando se sabe que a governadora não moveu uma palha no sentido de envolver seus apoiadores no projeto de filiação ao novo partido. Não ainda. Dizem que é coisa daqui para a frente. Tudo a seu tempo. 

Pelas movimentações políticas, em princípio, ela não terá dificuldades de contar com o apoio dos prefeitos hoje ainda filiados ao PSDB. Um outro indicador interessante é que a sua vice, Priscila Krause, filiou-se à legenda assegurando que não se filiaria a um partido de fizesse oposição a governadora, mesmo em se sabendo dos flertes de algumas lideranças do partido ao Palácio Capibaribe. Chegamos até a imaginar que o movimento da governadora no tabuleiro do xadrez político do estado poderia até mesmo favorecer o prefeito João Campos, sem que ele movesse um peão. Ou seja, se já havia algum flerte, a tendência natural da legenda seria apoiá-lo em 2026. Pode não ser bem assim. 

Durante sua fala, uma expressão usada pela governadora foi interpretada como uma indireta ao seu provável adversário político nas eleições estaduais de 2026. Ela afirmou que não estava disposta a esquentar cadeira para quem imagina que é dono do poder. Gestos em política são emblemáticos, principalmente em ocasiões dessa natureza. Até mesmo as cortesias do ex-Ministro da Educação, Mendonça Filho, foi interpretada uma eventual insatisfação nas hostes do União Brasil estadual, interpretação logo refutada pelo ex-ministro. A jogada de maior risco de Raquel será seu posicionamento em relação às eleições presidenciais de 2026. Tida como aliada do Planalto, numa legenda que compõe a base de apoio ao Governo Lula 3, mas que alimenta expectativas de candidatura ao Planalto e tem sido sondada sobre um eventual desembarque do governo. 

Editorial: Investimentos pesados em publicidade no Governo Lula 3.



O Governo Lula 3 está investindo pesado em publicidade institucional. São 3,5 bilhões, distribuídos entre a Secom, ministérios e estatais, um bilhão a mais do que o Governo Bolsonaro. Não há austeridade por aqui. Até mesmo os Correios, que anda envolto com enormes dificuldades de gestão,  está sendo aquinhoado com montantes expressivos para gastar com publicidade institucional. Sugere-se que o Governo tentará reverter uma situação preocupante com os índices de popularidade através de expedientes como este. Austeridade com as contas públicas é vista com desconfiança entre os segmentos mais próximos e influentes junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como uma espécie de austericídio. 

Não sabemos como o Governo pretende resolver essa equação, mas os economistas apontam para um caos nas finanças públicas. Um buraco, na expressão de Henrique Meirelles. Lula se fechou em copas junto a este grupo refratário ao controle do gasto público. Vamos ter problemas por aqui. O entendimento é que somente gastando a situação será resolvida, quando os índices inflacionários, também decorrentes do desequilíbrio das contas públicas, podem estar minando a popularidade do Governo. Não há irritabilidade maior do que chegar ao caixa do supermercado e perceber que o dinheiro gasto no mês anterior já não é suficiente para pagar a notinha atual. 

O Governo Lula 3 entrou numa espiral complicada. Ainda ontem comentávamos por aqui sobre as dificuldades em outra área nevrálgica, a da segurança pública, onde um ex-delegado da Polícia Federal apontava a dimensão das dificuldades de uma solução para o problema, em razão do avanço institucionalizado do crime organizado. É difícil a construção de um consenso mínimo entre a União e os entes federados, até porque isso passa por uma reestruturação das polícias estaduais. Se a gente não chega a um acordo sequer sobre o uso de câmaras nos uniformes, imaginem a União fazer alguma exigência sobre a reestruturação das polícias estaduais, principalmente entre os estados governados pela oposição.   

Charge! Benett via Folha de São Paulo.

 


segunda-feira, 10 de março de 2025

Editorial: Impasse na solução dos problemas de segurança pública no país.



No dia de ontem, 9, tivemos o cuidado de ler, com absoluta atenção, uma entrevista com um ex-delegado da Polícia Federal, Jorge Pontes, concedida ao Estado de Minas, onde ele trata da questão da segurança pública no país. O quadro traçado por ele é sombrio e sensivelmente preocupante, sobretudo quando se observa a ausência de uma luz no fim do túnel. Uma leitura e uma reflexão que se recomenda para todos os agentes públicos que lidam com essa questão. O problema da segurança pública no país e, consequentemente do crime organizado a ale associado, passa, necessariamente, segundo ele, por uma reestruturação das polícias estaduais, obra hercúlea, sobretudo neste momento de queda de braço entre a União e entes federados. 

O crime organizado já atingiu o núcleo duro dessas corporações. Sem que haja uma reestruturação, não se vislumbra alguma solução. O país passa por um processo célere de institucionalização do crime. Alguns entes federados, caso do Rio de Janeiro, o processo está tão enraizado que já podemos considerar a hipótese de estarmos lidando com um narcoestado. Ali já estão sendo registrado até situações de atentados terroristas, a exemplo da Colômbia dos piores anos. Nos estertores do Governo Bolsonaro já se impunha a necessidade de uma reestruturação do aparato de segurança e inteligência do Estado, estranhamento algo que só foi feito timidamente pelo Governo Lula3. 

O resultado desse equívoco é que temos um agente da Polícia Federal, que fazia a segurança do presidente Lula, indiciado entre os conspiradores do golpe de Estado. Não vamos nem aqui entrar no mérito da ABIN paralela e do GSI para não melindrarmos. Conforme já insistimos por aqui em inúmeras ocasiões, há uma impossibilidade de construção de algum consenso mínimo em torno do assunto. Até recentemente o governo foi muito criticado pela decisão de afastar a PRF das ações em conjunto com as polícias estaduais e federal, junto à força tarefa do GAECO e do FICCOS. Há aqui um indicador, como já se suspeitava, das dificuldades dessa integração. 

Charge! Kleber via Correio Braziliense.

 


Editorial: Afinal, os preços vão baixar?


Infelizmente, não. As medidas tomadas pelo Governo, traduzido na isenção de tarifa de importação, não surtirão os efeitos esperados. Esta é a opinião de um bom time de especialistas que já se pronunciaram sobre o assunto. Não somos economista e, portanto, nessas ocasiões sempre recorremos aos universitários. No dia de ontem, 9, passamos o domingo debruçado sobre artigos e entrevistas tratando deste assunto, como sempre fazendo o dever de casa. Alguns produtos, a exemplo da banana, estão aumentando de preço sem uma razão aparente, talvez já movido por uma expectativa inflacionária que passa a rondar o imaginário popular nesses momentos, levando os comerciantes a simplesmente aumentarem o preço dos produtos aleatoriamente. 

Os produtos brasileiros não estão aumentando por uma equação natural, onde o preço é calculado entre o custo de produção e a margem de lucro, mas em razão da estipulação dos preços pela cotação internacional. O café talvez seja o melhor exemplo do que estamos falando. Houve uma queda de produção em países concorrentes do Brasil, a exemplo da Indonésia e do Vietnã, provocando uma demanda maior pelo produto brasileiro e consequentemente o aumento expressivo do preço da saca para a exportação. O problema é quando os produtores resolvem pautar o preço da saca comercializado no país pelos preços praticados para a exportação. É aqui que o nosso cafezinho esfria. 

Talvez a lógica do Governo se aplique a produtos como azeite e bacalhau, porque não temos tradição de produção desses produtos no Brasil, embora já haja algumas iniciativas importantes no que concerne à produção de azeite de oliva, salvo melhor juízo em Minas Gerais. Esses produtos, no entanto, não entram nos itens da cesta básica, a exemplo da carne, do café, do ovo e da banana. Tá feia a coisa. Os produtos podem até baixar de preço, mas não em função das medidas adotadas pelo Governo.   

domingo, 9 de março de 2025

Editorial: Brasil pode "afundar" se Lula mantiver padrões de gastos.

 



Em entrevista concedida recentemente, o ex-homem forte da economia no Governo Michel Temer, Henrique Meirelles, afirmou que o país pode "afundar" se Lula mantiver os padrões de gastos. Pelo seu perfil, possivelmente não será levado muito a sério pelo Governo Lula3. Exceto talvez por Fernando Haddad, a quem Meirelles fez questão de afirmar que ele anda fazendo o que é possível no Governo para conter o déficit público. Haddad hoje já foi excomungado pelo petismo mais radical, que passou a ganhar musculatura e ascendência na mesma proporção em que o desgaste do Governo está se ampliando nas pesquisas de opinião. 

Não deixa de ser curioso esse padrão de comportamento do líder petista. Acuado, ele passou a alinhar-se de vez com aquele PT mais radical, ignorando solenemente a necessidade de compor um governo de centro-esquerda, com acenos e flertes inevitáveis com setores conservadores não radicais. São raros os momentos em que o líder petista manifestou alguma preocupação efetiva com o corte de gastos públicos. Com os últimos indicadores positivos do PIB já antecipou-se a afirmar que a hora da colheita talvez tenha chegado, quando o prudente seria colocar as contas públicas em ordem antes de qualquer outra medida. Esta é a grande prioridade.  

Se você dialogar com alguns petistas neste nível será ignorado ou taxado de conspirador do mercado. Alguém tem alguma dúvida de que eles farão ouvidos de moucos para os conselhos de um auxiliar do Governo Michel Temer? Pelo andar da carruagem política, começamos a imaginar que eles estão vendo alguma conspiração do mercado em relação a esta alta absurda do preço dos ovos, sem alguma explicação aparente. Quem  sabe se não se trata de um complô das galinhas bolsonaristas. 

Editorial: As medidas para baixar os preços dos produtos nas prateleiras dos supermercado serão suficientes?


O Governo Lula conversou com os setores responsáveis, tomou algumas medidas, mas os especialistas dizem que serão insuficientes ou inócuas para produzirem os efeitos esperados em relação à baixa dos preços dos produtos nos supermercados.  A decisão de reduzir os impostos de ICMS também desagradou os estados. Há a\asslgum tempo trouxemos por aqui as explicações do setor produtivo em relação a alta dos preços do café. Havia uma explicação plausível. Aumento do consumo e problemas com a produção do produto em alguns países concorrentes do Brasil, a exemplo da Indonésia e do Vietnã. O Brasil, que é o maior produtor do produto, teve uma grande demanda de exportação, a preços altíssimos, e isso explica os problemas internos na oferta do produto. 

Em relação aos ovos, aqui vamos concordar com o Lula. também não encontramos uma explicação mais convincente sobre o assunto. Lula foi contundente, em fala recente, quando se referiu ao assunto. O que se passou a especular sobre eventuais medidas drásticas no sentido de baixar o preço do produto. Uma intervenção no galinheiro não está descartada. Isso é muito preocupante. Alguns produtos estão aumentando sem que haja uma explicação para esta elevação de preço. Até a banana entrou nesta relação, desfazendo um ditado antigo, onde se dizia: Está tão barato quanto banana. 

Uma palma de tamanho médio ficava em torno de R$ 3 ou 4 reais e hoje está sendo comercializada por R$ 7,00. Sugere-se a possibilidade de já termos entrado no "clima" e não é de carnaval, uma vez que o período momesco já se foi. Estamos nos referindo aqui àquela onda de expectativas inflacionárias que conduzem às majorações de produtos aleatoriamente, o que, de fato, jogam a inflação lá para cima.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo.

 


sábado, 8 de março de 2025

Editorial: Pauta definida para as manifestações bolsonaristas de 16 de março.


Segundo o ex-presidente Jair Bolsonaro, as mobilizações estão programadas para ocorrerem em todo o Brasil. Uma das grandes questões dizia respeito à pauta dessas manifestações, que agora estão definidas. Trata-se de uma pauta extensa e, por isso mesmo, corre o risco de se tornar difusa, comprometendo seus objetivos. Liberdade de expressão, custo de vida, segurança pública, fora Lula em 2026 e, naturalmente, anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 2023. Chegaram a cogitar de inserir nesta agenda um pedido de impeachment do presidente Lula, mas resolveram voltar atrás. A sangria, segundo o raciocínio bolsonarista, ficaria mesmo para as eleições de 2026, onde o ex-presidente já declarou que só indica um concorrente pelo campo conservador se estiver morto. 

O país não vive um momento bom. Corremos um sério risco de não chegarmos à tão propalada colheita. Algumas coisas não estão funcionando a contento no Governo Lula3. Sabe-se disso por indicadores simples, como entrar no mês de março e a LOA ainda não ter sido apreciada pelo Congresso. Lula com a idade avançada, sem substituto, uma vez que não preparou ninguém para a sua sucessão. Não há como deixar de admitir que as forças do campo progressista sofrem uma inflexão neste momento. Nem Deus sabe o que virá por aí. Já tem candidato à Presidência da República ladeado de cantor como candidato a vice. Até lá não se surpreendam com as novidades. 

O senador Ciro Nogueira, Presidente Nacional dos Progressistas, manteve um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro recentemente. A pauta deve ter sido extensa, mas, a sucessão de 2026 foi discutida, assim como um eventual desembarque do Governo Lula3. Segundo a coluna do jornalista Cláudio Humberto, no dia de hoje, 08, o partido pretendia um naco maior de participação no Governo, quem sabe uma indicação para o Ministério da Saúde, que acabou não ocorrendo. Vem daí, talvez, a ampliação dessa insatisfação do partido. Ocorre que o PP amplia as discussões com os Republicanos e com o União Brasil com o objetivo de formarem uma federação. Já imaginaram se essa federação vinga e, com ela, a perspectiva de abandonar o barco? 


Editorial: Kassab chega para a festa de filiação de Raquel Lyra. O futuro a Deus pertence.


Crédito da Foto: Paulo Lisboa\Brazil Photo Press. 


O Presidente Nacional do PSD, Gilberto Kassab, chega amanhã ao Recife para a festa de filiação da governadora Raquel Lyra ao partido. Geralmente se fala em ato, mas, neste caso, o termo festa fica bem adequado, em razão das expectativas e pompas que se formam em termos dessa filiação da governadora Raquel Lyra à legenda. Segundo informações de bastidores, além de uma comitiva de convidados de peso já definidos, não seria surpresa que a cerimônia possa contar com a presença do governador do Paraná, Ratinho Junior, quadro que vem sendo preparado para assumir uma eventual candidatura presidencial pela legenda.

São esses movimentos, aliás, que lançam dúvidas acerca do posicionamento da governadora em relação ao seu futuro político. Candidata natural à reeleição nas eleições de 2026, aliada do Governo Federal, como a governadora se colocará em relação ao projeto de reeleição de Lula? E se Ratinho for mesmo candidato pela legenda do PSD, ela deixaria de oferecer palanque ao partido no Estado? Para onde caminha o PSDB local depois de sua desfiliação? Está quase definida uma fusão entre o PSDB e o Podemos. Os tucanos cresceram bastante no estado, sobretudo em razão do trabalho da governadora Raquel Lyra. Ela atrairia esses prefeitos para a nova legenda?

Lideranças do partido têm mantido um bom trânsito político com o prefeito João Campos, possível adversário da governadora nas eleições de 2026. Em matéria do Jornal do Commércio de hoje, 8, Bruno Araújo, observa que a oposição seria o caminho natural da legenda diante das circunstâncias impostas. Vamos aguardar a formação das nuvens políticas para 2026. O futuro dura muito tempo.

Charge! Quinho Ravelli via Estado de Minas.

 


Editorial: O mau exemplo que vem de cima.



Servidores públicos federais que tiveram algum tipo de recomposição salarial em 2025 ainda não viram esses percentuais chegar aos seus contracheque. Mesmo com a garantia de receberam os retroativas contados a partir de janeiro deste ano, quando o reajuste passa a vigorar, o fato é que a LOA ainda não foi aprovada, impedindo essa recomposição, obtida em duras batalhas nas mesas de negociações em 2024, inclusive com a greve de algumas categorias. O Executivo exime-se de responsabilidade, porque a aprovação da LOA é uma tarefa do Legislativo. 

O Ministro do Supremo Federal, Flávio Dino, neste momento, trava duas batalhas campais, pois resolveu mexer em duas casas de marimbondos e, desta vez, não são os marimbondos do Sarney. Trata-se aqui de criar regras claras e transparentes do uso de recursos públicos através das famigeradas emendas parlamentares e uma discussão mais do que justa sobre os supersalários, engordados através dos inúmeros penduricalhos conhecidos. E, como neste país os do andar de cima não costumam  e não se preocupam em dar bons exemplos, entidades civis estão acionando os órgãos de controle do Estado para que o Senado Federal explique uma artimanha recente, concebida durante o período momesco, que concede um dia de folga para os servidores da Casa depois de três dias de trabalho. 

Até recentemente a Ministra Cármen Lúcia considerou irregular um tal de Vale Peru, no valor de R$ 10 mil reais, concedidos no final de ano, a servidores do judiciário do Mato Grosso do Sul. Neste momento de aperto dos mais carentes, talvez seja o caso de se pensar num Vale Ovo, pois a bandeja com trinta já está sendo comercializada por R$30,00 nas gôndolas dos supermercados. A fala do presidente Lula durante uma manifestação pública no dia de ontem está sendo interpretada como um prenúncio de adoção de medidas mais severas em relação ao aumento deste item básico na mesa dos brasileiros. 

Charge! Kleber Sales via Correio Brasiliense.

 


Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo.

 


sexta-feira, 7 de março de 2025

Charge! Renato Aroeira via Brasil 247.

 


Editorial: Diálogos nada indiscretos sobre 2026.



Hoje, dia 07, saiu mais um pesquisa sobre a avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez realizada pelo Instituto AtlasIntel. Mais tarde estaremos comentando sobre o que o instituto apurou sobre a avaliação do Governo Lula3. Antecipo, no entanto, que os números continuam desfavoráveis e as estratégias para reverter a maré baixa, equivocadas. Sugere-se que o Governo não sabe o que fazer neste momento. Uma parte do Governo considera que gastar mais é a solução, quando talvez tenha sido exatamente este o motivo dessa degringola de avaliação negativa. Fazem ouvidos de moucos em relação aos conselhos e os apelos do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

Horizonte alvissareiro para a oposição em relação às eleições presidenciais de 2026 neste momento, seria natural que o pessoal do Centrão, pragmático como eles são, já estivessem prospectando o ambiente de poder que se aproxima, já antecipando seus nacos e vantagens em relação ao próximo inquilino do Palácio do Planalto. O Centrão nunca comete erros nessa engenharia política. Nunca é pego desprevenido. Quando o indivíduo deixa de satisfazer aos seus interesses nada republicanos, cair em desgraça, eles não relutam em abandoná-lo. 

Durante essa período carnavalesco, o Presidente Nacional do Progressistas, Ciro Nogueira, teria mantido uma conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem já foi Ministro da Casa Civil. Questionado pela imprensa sobre o assunto, ele não negou que um eventual desembarque do Governo Lula3 também esteve nos diálogos mantidos, embora a pauta principal seja as eleições de 2026, onde a agenda da anistia aos implicados no 08 de janeiro será uma bandeira da oposição. Dia 16 os bolsonaristas voltam às ruas, tendo como pauta principal esta questão.  

Editorial: A defesa dos implicados na tentativa de golpe de Estado do 08 de janeiro.

Crédito da Foto: Cristóbal Herrera\EFE. 

Estávamos lendo uma longa matéria do jornal Estado de São Paulo, onde os repórteres fizeram um trabalho primoroso sobre a linha de defesa dos implicados na tentativa de golpe de 08 de janeiro de 2023. Não temos espaço suficiente por aqui para esmiuçar os argumentos apresentados pelos advogados de defesa dos indiciados, mas, por outro lado, é possível perceber que a linha de defesa dos advogados mantém alguns pontos em comum, como a tentativa velada de advogar contra a permanência do Ministro Alexandre de Moraes na condução desse inquérito. Alguns deles pedem, inclusive, para serem julgados na primeira instância, uma vez que não possuem foro privilegiado. 

Um outro ponto é que a maioria dos implicados alegam não terem tido acesso suficiente aos autos. A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro argumenta, entre outros coisas, um depoimento do ex-ajudante de ordens da Presidência da República, onde o tenente-coronel Mauro Cid, em conversa em tom de desabafo com um eventual amigo, revela um suposto direcionamento de seu depoimento na Polícia Federal. Isso já foi esclarecido, o militar voltou atrás em sua declaração, mantendo o acordo de delação premiada. Outro dia líamos uma matéria sobre o recolhimento pessoal do ex-ajudante de ordens da Presidência da República. Conversa muito pouco, não confia mais em ninguém. Não é para menos. Curioso que ficamos sabendo que ele teria sido aconselhado à época a não aceitar a incumbência de tornar-se ajudante de ordens da Presidência da República. 

Um dos  melhores lances da defesa desses implicados pode ter sido a agenda que o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro obteve junto ao Presidente do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Luís Roberto Barroso, onde pleiteou que o seu constituído fosse julgado no Plenário da Suprema Corte e não na primeira turma. Diante de uma quadra tão adversa em relação aos implicados, impõe-se a habilidade necessária para os avanços possíveis. 

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo.

 


Charge! Quinho Ravelli via Estado de Minas.

 


Editorial: Macron jé entendeu a nova geopolítica mundial.



A Rússia já controla 20% do território ucraniano. Os eventuais acordos de paz celebrados com o objetivo de cessar a guerra entre a Ucrânia e a Rússia não mudam esta situação. Os Estados Unidos não irão ajudar os ucranianos, conforme ficou claro depois da reunião no salão oval da Casa Branca. O presidente francês, Emmanuel Macron, percebeu que a situação era grave e sinalizou para a ampliação do seu arsenal nuclear, assim como enviar soldados para a Ucrânia, o que incomodou profundamente o presidente Putin, que fez chacota das afirmações do líder francês, ao fazer referência ao imperador Napoleão Bonaparte, derrotado em 1812, pelo general inverno, que também derrotaria as tropas de Hitler na Segunda Guerra Mundial. 

Depois dos aperreios de Zelensky na Casa Branca, vários líderes europeus já manifestaram suas preocupações em relação ao posicionamento norte-americano em relação ao conflito Rússia-Ucrânia, um posicionamento que pode ser aplicado a todo o continente Europeu. E, por falar em confrontos, ontem o líder chinês, Xi Jinping, se pronunciou a respeito da batalha das taxas, informando que a China está preparara para enfrentar os Estados Unidos em qualquer modalidade de guerra. Nesta nova divisão da geopolítica mundial, segundo o jornal The Wall Street Journal, a China ficaria com o Pacífico como área de sua influência. 

O Brasil tem sido moderado em relação à política de taxação dos produtos importados pelos Estados Unidos. Primeiro porque é prudente fazê-lo. Depois, os problemas internos estão dominando a agenda, a exemplo da alta dos produtos básicos nas prateleiras dos supermercados. Ontem dia 07, foi anunciado um pacote de medidas que visam baixar o preço de alguns produtos, que estão puxando a inflação para cima. Na outra ponta, como mais uma medida populista, o Governo pretende liberar créditos, o que seria desaconselhável neste momento, de acordo com os economistas, uma vez que a facilidade de aquisição da população a determinados itens poderia contribuir para inflacioná-los. Como se vê, já temos dores de cabeça demais por aqui. 

quinta-feira, 6 de março de 2025

Editorial: Pacote anti-carestia é para ontem.



O presidente Lula fez duas reuniões com os seus ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Já íamos esquecendo. O novo homem forte da comunicação institucional, Sidônio Palmeira, também se fez presente, possivelmente ajustando o figurino para mais um pronunciamento de Lula em cadeia nacional. Os ministros já teriam conversados antes com os representantes dos setores produtivos e do varejo, com o propósito de ajustarem medidas e adotarem diretrizes que possam contribuir para a redução do preço de alguns produtos nas gôndolas dos supermercados. 

Sempre que o processo inflacionário começa a assustar aparece um vilão. Desta vez temos dois fortes concorrentes. O café e o ovo são concorrentes fortes ao posto de vilão da inflação. A bandeja com trinta ovos já pode ser encontrada nos supermercados por R$30,00 reais, implicando concluir que um ovinho de galinha já está sendo comercializado a R$ 1,00. Lula deveria ter ajustado a Casa ali no início do Governo, tomando medidas para manter as contas públicas em ordem, evitando essa degringola. Agora é um pouco tarde e o ônus a ser pago será alto. Isoladamente, talvez não existe um fator que cause maior insatisfação em relação aos governantes do que um orçamento apertado, a carestia, a dificuldade de adquirir aqueles bens de primeira necessidade. O ovo talvez seja a única fonte de acesso a proteína animal de alguns estratos sociais.  

A classe média já se queixa bastante do preço dos ovos. Imaginem como o aumento desse item está se refletindo junto a consumidores com poder aquisito menor. Ainda estamos aguardando a tão propalada colheita prometida pelo Governo Lula3. Pelo andar da carruagem política, talvez ala continue uma promessa, quem sabe de campanha. A campanha de 2026, uma vez que a picanha prometida em 2022 ainda não chegou aos pratos dos brasileiros, que hoje já ficariam satisfeitos que os ovos baixassem para patamares menores.  

Editorial: Estados Unidos já controla o Canal do Panamá.



Incomodava ao presidente norte-americano, Donald Trump, a participação de empresas chinesas operando no Canal do Panamá. Os chineses tinham uma operação majoritária na operação de portos por uma das rotas de comércio mais importantes da humanidade. Trump chegou até a fazer alguns pronunciamentos sobre o assunto, o que mereceu resposta dura do presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que não gostou da afirmação do americano no sentido de "recuperar" o canal. Nos arranjos da geopolítica mundial, no entanto, as américas pertencem à área de influência dos Estados Unidos. Curiosamente, a China está diminuindo sensivelmente a sua influência sobre operações nos portos do Canal, se desfazendo das ações da BlackRock\Global Infrastructure Portners, empresa de Hong Kong. Com isso a CK Hutchison é quem passa a ter o controle majoritário nas operações do porto, o que significa dizer, simbolicamente, que os americanos já voltaram a manter o controle sobre o Canal do Panamá. 

Depois das bravatas no salão oval da Casa Branca, onde manteve um diálogo ríspido com o presidente norte-americano, o presidente da Ucrânia Volodymir Zelensky, hoje se monstra mais convencido de que não há muito o que se possa fazer, a não ser aceitar as condições impostas para uma solução de paz entre a Rússia e a Ucrânia. Deve prevalecer a solução americana. Até a CIA deixou de oferecer colaboração de inteligência aos americanos. E, assim, a humanidade vai se "acomodando" a nova ordem mundial, liderados pelos países das ogivas nucleares.

Donald Trump dobra a aposta em relação à política de aplicação de taxações aos produtos importados de diversos países, inclusive o Brasil. Já afirmou que, se houver retaliação da outra parte ele aumentaria as taxas aplicadas anteriormente, produzindo um grande impasse. No final, o que deve ocorrer é que países como a China, o México, Canadá e Brasil vão acabar aceitando as condições impostas pelos americanos. A conta chegou, como diria o brilhante cartunista Laerte.  

Charge! Laerte via Folha de São Paulo.

 


quarta-feira, 5 de março de 2025

Editorial: Agora é oficial. Raquel Lyra vai se filiar ao PSD.


Desta vez acabou a novela em torno da saída da governadora Raquel Lyra do ninho tucano. Especulava-se que o seu passe estava sendo desejado pelo MDB, que receberia a governadora de braços abertos, independentemente das querelas paroquianas, onde o diretório estadual da legenda já estaria de mala e cuia no Palácio Capibaribe, ao lado de João Campos, prefeito do Recife, seu principal oponente nas eleições de 2026. Os tucanos ainda estão indecisos sobre que rumo tomar, o que não se constitui em nenhuma novidade. Imaginávamos que a governadora seguisse o voo dos caciques da legenda, mas o tucano de bico fino, Aécio Neves, apesar de gostar da governadora, afirmou que ela se sentisse livre para seguir o seu voo rumo a outro porto seguro. 

O PSD, comandado nacionalmente por Gilberto Kassab, tornou-se um partido estratégico, de grande capilaridade. Será um dos grêmios partidários fiéis da balança para as eleições presidenciais de 2026 e, por hora, não pretende embarcar no projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas Kassab é Kassab e, no momento oportuno, ele saberá seguir o candidato com melhores condições de assumir a cadeira do Palácio do Planalto. Ratinho Junior, filiado à legenda, ainda aparece muito discretamente nas pesquisas de intenção de voto. O PSD integra a base de apoio ao Governo Lula, mas, por outro lado, mantém uma aproximação que lhes permite se afastar no momento certo, dependendo da conjuntura politica. 

É como recomenda a máxima: Nunca tão próximo que não se possa se afastar, nunca tão distante que não se possa se aproximar. No caso de Raquel Lyra em relação ao Governo Lula, um distanciamento agora já seria mal interpretado, uma vez que o diálogo já ultrapassou a linha institucional. Nas palavras de Rui Costa, Ministro da Casa Civil, ela é uma aliada do Governo. Outro dado de conjuntura política que deve ser observado é que, em tese, não há uma movimentação de preparação de Lula em termos de um nome para a disputa de  2026. Deverá ser ele mesmo, que vem perdendo apoios até em estados da região, caso de Pernambuco e da Bahia. Se não estancar a sangria, como ele chegará em 2026? 

Editorial: A guerra tarifária dos Estados Unidos.


Os chargistas sempre traduzem bem o comportamento dos atores políticos. Não poderia ser diferente com o talentoso Quinho Ravelli, que hoje atua no jornal Estado de Minas. A charge de hoje do artista é sobre a guerra tarifária iniciada no Governo Donald Trump, estabelecendo taxações sobre os produtos importados que entram naquele país. O arrocho no momento é em relação ao México, o Canadá, a China, mas, em pronunciamento recente no Congresso americano, o presidente já sinaliza que o Brasil também sofrerá retaliações. 

Em sua charge, republicada aqui pelo blog, o cartunista Quinho observa que estamos tratando aqui do primeiro arsenal utilizado pelo presidente americano. Os países atingidos estão reagindo, seja pela via diplomática, como é o caso do México, que atendeu às queixas do presidente americano - reforçando a vigilância na fronteira, diminuindo o fluxo de drogas e imigrantes ilegais - ou através da mesma moeda, como é o caso da China e do Canadá, que prometem retaliar os produtos americanos importados. Um dos grandes problemas que a humanidade enfrenta hoje é a ausência de arbitragem. Há um processo de desmonte ou fragilização sistemática dos organismos mundiais que sempre eram acionados nessas ocasiões, impondo regras e exigindo seu cumprimentos pelos países membros. A diplomacia vem perdendo espaço neste momento. 

Nós estamos retroagindo no processo civilizatório. A ascendência dos grupos de extrema-direita pelo mundo afora pode ser um reflexo deste momento de obscurantismo da humanidade. Ainda ontem comentávamos sobre uma matéria do The Wall Street Journal, onde é tratado uma divisão do globo terrestre, que ficaria sob a esfera de influência direta de três nações, todas repletas de ogivas nucleares: Estados Unidos, com as Américas; A China com o Pacífico; e a Rússia com a Europa. Não apenas Zelensky, mas outros líderes europeus já manifestaram suas preocupações com o projeto expansionista da Rússia.  

Charge! Pedro Vinício via Folha de São Paulo.

 


Charge! Quinho via Estado de Minas.

 


Editorial: Boulos ministro?


Lula tem tomado algumas decisões que estão deixando o mundo político atônito. Resolveu fazer de Edinho Silva o novo presidente do PT, mesmo contrariando ala cada vez mais barulhenta da legenda, que prefere um nome do Nordeste. Noutros tempos, isso se resolvia com um pouco de vaselina política, mas, a julgar pelas ponderações do ex-timoneiro José Dirceu, que conhece o partido como ninguém, se os ânimos não forem apaziguados, os danos produzidos poderão ser preocupantes. Contrariando toda a lógica da manha política, optou por indicar o nome da deputada federal Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, um cargo que exige um traquejo politico que, definitivamente, a deputada não tem. 

Análises mais recentes sugerem que Lula teria abandonando o varejo politico e estaria, na realidade, preocupado com as articulações em torno das macros alianças relativas ao seu projeto de 2026. Será? Curioso que a própria Gleisi teria endossado a tese da indicação de um nome do Centrão para o varejo político junto à Câmara dos Deputados, assumindo a condição de líder do Governo Lula3. Em mais um lance curioso, o nome do deputado federal por São Paulo, Guilherme Boulos, voltou à bolsa de aposta na condição de eventual indicação para um ministério em Brasília. Derrotado em São Paulo, Guilherme Boulos integra o PSOL, partido que só acompanha o Governo em votação no Congresso quando as conveniências ideológicas ou programáticas da legenda se coadunam com as pautas em votação. Não é incomum o partido votar contra o Governo.

Guilherme Boulos é literalmente um coelho que está sendo retirado da cartola. Com que propósito? Projetá-lo para a disputa de 2026?  Mesmo depois da experiência paulista, que mostrou que uma chapa puro-sangue não trouxe os resultados esperados? 


terça-feira, 4 de março de 2025

Editorial: Humberto Costa pode assumir a Presidência do PT.



Mesmo durante o período momesco, as movimentações políticas na capital federal continuam a todo vapor. Duas informações chegaram à imprensa, que, de alguma forma, foge ao algoritmo da política. O Centrão não ficou nenhum pouco satisfeito com a indicação da deputada federal Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. O mais surpreendente é que, dizem que com o sinal verde da nova Ministra das Relações Institucionais, cogita-se a indicação de um nome do Centrão para fazer o meio de campo da liderança do Governo na Câmara Federal. Por outro lado, o partido enfrenta dificuldades em relação a definir um nome para a Presidência Nacional da legenda, algo que, segundo o experiente José Dirceu, poderia cindir o partido, produzindo alguns danos preocupantes. 

Não imaginávamos que o problema atingisse tais proporções, mas, segundo o timoneiro de outrora, o caso é grave. Uma ala da legenda prefere um nome do Nordeste, enquanto Lula, até então, nutria simpatias pelo nome de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara. Um grupo da legenda, colocou na cabeça que teria que ser um nome do Nordeste. Já explicamos que um nome paulista poderia ser até estrategicamente bem-vindo, uma razão dos percalços que o partido enfrenta no maior colégio eleitoral do pais. O grupo que defende um nome do Nordeste não acompanha o raciocínio deste editor. Talvez em razão dessas querelas internas, o partido optou pelo consenso em torno do nome do senador pernambucano, Humberto Costa. Pelo menos são esses os rumores de carnaval na capital federal. Humberto é nordestino e muito próximo a Lula. 

Depois de refletir bastante sobre a indicação de Gleisi para a Secretaria de Relações Institucionais, passamos a alimentar uma hipótese em torno da escolha de Lula. As espumas que se formaram, como resultado das pancadas da água do mar sobre as pedras produziram dois indicadores importantes. Os jornais noticiam que Lula pretende fazer uma visita a um assentamento do MST; Guilherme Boulos passou a ser sondado como eventual ministro. 

P.S.: Contexto Político: Na realidade, permanece o impasse na legenda. O senador Humberto Costa assume apenas interinamente a direção nacional do PT, em substituição a Gleisi Hoffmann. A decisão sobre o novo presidente da legenda será tomada em junho, com maiores chances para Edinho Silva, apadrinhado por Lula.